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1 C. E. Professora Alda Bernardo dos Santos Tavares Professora: Jedicaia Sabará Silva PRÉ-MODERNISMO , VANGUARDAS EUROPEIAS (COM ARTE VISUAL) E PRIMEIRA FASE MODERNISTA Última atividade de Literatura do primeiro bimestre – TERCEIRO ANO Lembre-se de pôr o significado de todas as palavras que você não conhece. PARA APRENDER MAIS SOBRE LITERATURA ATRAVÉS DOS FILMES: Pré-modernismo Deus e o diabo na terra do Sol – 1964 - Cangaço/ República velha O cangaceiro Manuel e sua mulher Rosa são obrigados a viajar pelo sertão, após ele ter matado o patrão. Em sua jornada, eles acabam cruzando com um Deus negro, um diabo loiro e um temível homem. Esta é considerada a obra-prima de Glauber Rocha, um dos mais importantes cineastas brasileiros da história. http://literaturanocinema.blogspot.com/2008/08/pr-modernismo.html http://2.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSZzXcOI/AAAAAAAAARQ/Rm6BbreAXLY/s1600-h/FM-3[1].jpg 2 Guerra de Canudos – 1997 - República Velha Em 1893, Antônio Conselheiro (um monarquista assumido) e seus seguidores começam a tornar um simples movimento em algo grande demais para a República, que acabara de ser proclamada e decidira por enviar vários destacamentos militares para destruí-los. Os seguidores de Antônio Conselheiro apenas defendiam seus lares, mas a nova ordem não podia aceitar que humildes moradores do sertão da Bahia desafiassem a República. Assim, em 1897, esforços são reunidos para destruir os sertanejos. Jeca Tatu (Mazzaropi) – 1960 - Monteiro Lobato Esta história é baseada no conto ‘Jeca Tatuzinho’. Jeca é um roceiro preguiçoso de dar dó, mas esta preguiça está com os dias contados, pois seu ranchinho está ameaçado pela ganância de latifundiários sem coração. Agora ele vai usar todo seu jeito matreiro para conseguir seu cantinho de terra. Um clássico da filmografia de Mazzaropi. Às vezes engraçado, em outros momentos, de uma beleza tocante, ele trata com muita singeleza a figura do homem do campo e a questão da reforma agrária neste filme que é uma declarada homenagem do Mazza ao conterrâneo Monteiro Lobato. http://2.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSeebc4I/AAAAAAAAARI/aUFC7wdHWVI/s1600-h/canudos.jpg http://1.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSsXZ2jI/AAAAAAAAARY/HkursK5HPjE/s1600-h/jeca.jpg http://2.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSeebc4I/AAAAAAAAARI/aUFC7wdHWVI/s1600-h/canudos.jpg http://1.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSsXZ2jI/AAAAAAAAARY/HkursK5HPjE/s1600-h/jeca.jpg 3 Monteiro Lobato (documentário) – 1985 - Monteiro Lobato José Bento Monteiro Lobato foi personagem extremamente popular no Brasil entre 1935 e 1948, e a sua popularidade como autor de livros infantis. Foi o autor que mais escreveu para crianças em todo o mundo. Este documentário mostra a vida e a obra de Lobato. Monteiro Lobato (documentário) - Furacão na Botocúndia Documentário sobre o escritor baseado no livro Monteiro Lobato, furacão na Botocúndia de Carmem Lúcia de Azevedo. Parte do Projeto Memória criado em 1997 pela Fundação Banco do Brasil e Odebrechet para homenagear personalidades e celebrar fatos históricos que marcaram a vida nacional Policarpo Quaresma, herói do Brasil – 1988 - Lima Barreto O major Policarpo Quaresma é um sonhador. Um visionário que ama o seu país e deseja vê-lo tão grandioso quanto, acredita, o Brasil pode ser. A sua luta se inicia no Congresso. Policarpo quer que o tupi-guarani seja adotado como idioma nacional. Ele tem o apoio de sua afilhada Olga por quem nutre um afeto especial e Ricardo Coração dos Outros trovador e compositor http://1.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSnY1LiI/AAAAAAAAARg/YXf2Xs-AK48/s1600-h/monteirao.jpg http://2.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKcixolaOZI/AAAAAAAAARw/sT6gcEnduBA/s1600-h/policarpo-quaresma-poster01.jpg http://1.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSnY1LiI/AAAAAAAAARg/YXf2Xs-AK48/s1600-h/monteirao.jpg http://2.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKcixolaOZI/AAAAAAAAARw/sT6gcEnduBA/s1600-h/policarpo-quaresma-poster01.jpg 4 de modinhas que conta a história do nosso herói do Brasil. Tempos modernos – 1936 - Crítica à "modernidade". Após criar uma máquina revolucionária, um trabalhador é internado em um sanatório. Ao sair é confundido com um comunista que liderava uma marcha de operários em protesto. Dirigido e estrelado por Charles Chaplin e com Paulette Goddard no elenco. QUESTÕES 1-(PUC-RS) Na figura de ________, Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos. a) O Cabeleira b) Jeca Tatu c) João Miramar d) Blau Nunes e) Augusto Matraga 2-(Enem 2014) Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância… Sobe–me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, http://2.bp.blogspot.com/_ImfNIGXYf_w/SKciSz5ZujI/AAAAAAAAARo/qrhNnf4RPP8/s1600-h/temposmod02.jpeg 5 Anda a espreitar meus olhos para roê–los, E há de deixar–me apenas os cabelos, Na frialdade ignorância da terra! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam–se marcas dessa literatura de transição, como a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo. b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de escuridão e relutância" e “influência má dos signos do zodíaco". c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco", “epigênese da infância" e “frialdade ignorância", que restitui a visão naturalista do homem. d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial. e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas. 3-(UFR) "Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da disseminação da cultura, defensor dos valores e riquezas nacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande obra infantil, em que se destacam os personagens do Sítio do Picapau Amarelo." O nome do autor a que se refere a afirmativa acima é: a) Lima Barreto b) José Lins do Rego c) Monteiro Lobato d) Mário de Andrade e) Cassiano Ricardo 4-(PUC-SP) "Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara. Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas 6tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!" (Lima Barreto) As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele: a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias. b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo. c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas. d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro. e) prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo. 5. (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pode-se afirmar: a) Em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados aspectos da realidade brasileira. b) Ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as referências à flora e à fauna. c) Ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram a nossa literatura regional de ficção. d) Ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria física e moral do homem do sertão. e) Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de linguagem. 6-(UEL) Assinale a alternativa incorreta sobre o Pré-Modernismo: a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas e linguísticas do Modernismo. b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia. c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré- modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil. d) Euclides da Cunha, com a obra "Os Sertões", ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para fixar-se em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira. e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do escritor. 7-(Fatec-SP) Assinale a alternativa incorreta. 7 a) Nos primeiros vinte anos deste século, a produção literária brasileira é marcada por diversidades, abrangendo, ao mesmo tempo, obras que questionam a realidade social e obras voltadas para os lugares-comuns herdados de autores anteriores. b) Pode-se afirmar que um dos traços modernos de Euclides da Cunha é o compromisso com os problemas de seu tempo. c) A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir do qual se revela seu caráter polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela pouca consciência estética, em virtude de sua formação literária precária. d) O estilo parnasiano permanece influenciando autores e caracterizando boa parte da obra poética escrita durante o período pré-modernista. e) Graça Aranha faz parte do conjunto mais significativo de escritores do Pré-Modernismo. Nos anos anteriores à Semana de Arte Moderna, Graça Aranha interveio a favor da renovação artística a que se propunham os escritores modernistas. 8-(UFRGS-RS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos: a) rústicos, ligados ao campo. b) aristocratas, ligados ao campo. c) aristocratas, ligados à cidade. d) burgueses, ligados à cidade. e) populares, ligados ao subúrbio. 9-(Enem 2009) O falecimento de uma criança é um dia de festa. Ressoam as violas na cabana dos pobres pais, jubilosos entre as lágrimas; referve o samba turbulento; vibram nos ares, fortes, as coplas dos desafios, enquanto, a uma banda, entre duas velas de carnaúba, coroado de flores, o anjinho exposto espelha, no último sorriso paralisado, a felicidade suprema da volta para os céus, para a felicidade eterna — que é a preocupação dominadora daquelas almas ingênuas e primitivas. CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição comemorativa do 90.º ano do lançamento. Rio de Janeiro: Ediouro, 1992, p. 78. Nessa descrição de costume regional, é empregada a) variante linguística que retrata a fala típica do povo sertanejo. b) a linguagem científica, por meio da qual o autor denuncia a realidade brasileira. c) a modalidade coloquial da linguagem, ressaltando–se expressões que traduzem o falar de tipos humanos marginalizados. d) linguagem literária, na modalidade padrão da língua, por meio da qual é mostrado o Brasil não–oficial dos caboclos e do sertão. e) variedade linguística típica da fala doméstica, por meio de palavras e expressões que recriam, com realismo, a atmosfera familiar. 10-(UNITAU-SP) "Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive." 8 Os comentários acima são endereçados por Monteiro Lobato: a) ao nordestino. b) ao menor. c) ao sertão. d) ao caboclo. e) ao paulistano. 11- (Vunesp) Volume contendo doze histórias tiradas do sertão paulista, foi citado por Rui Barbosa, em discurso no Senado, apontando o personagem Jeca Tatu como o protótipo do camponês brasileiro. Aponte o autor e sua obra: a) Monteiro Lobato - Urupês b) Lima Barreto - Cemitério dos vivos c) Monteiro Lobato - Cidades mortas d) Coelho Neto - Fogo-fátuo e) Euclides da Cunha - Contrastes e confrontos 12- (Cesmac) Engenheiro e ensaísta social, Euclides da Cunha (1866-1909) é autor de uma das obras clássicas da interpretação social do Brasil: Os sertões (1902). Sobre essa obra é correto afirmar o que segue. a) Os sertões encerra uma prosa coloquial, clara e denotativa. b) Os sertões aborda a Guerra de Canudos, na Bahia. c) Os sertões trata da Guerra do Contestado, em Alagoas. d) Os sertões narra a vida do Conselheiro e de Lampião. e) Os sertões é um livro que faz a defesa veemente da Monarquia. 13-(Enem 2010) Negrinha Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia. 9 Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. [...] A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo essa indecência de negro igual. LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento). A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas. b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas. c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças. d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto. e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos. 14. (Enem 2012) Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorviae por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Oue lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuía para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante e que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções. A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopubIico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011. O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país. b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano. c) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência 10 de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete. e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor. 15 . (UPF-2012) Em Triste fim de Policarpo Quaresma, a personagem principal, nos instantes que antecedem sua morte, conclui que todos os seus projetos haviam resultado em sucessivas decepções e que a pátria que idealizara não existia. Nesses momentos, ________ do protagonista e ________ do narrador é que propiciam ao leitor a possibilidade de tomar conhecimento de tais conclusões. A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é: a) o ufanismo - a onisciência b) o patriotismo - a onisciência c) a tristeza - o ufanismo d) a tristeza - o patriotismo e) a reflexão - a onisciência 16. (Mackenzie-2015) O planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-se em chapadões nivelados pelos visos das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas. Mas ao derivar para as terras setentrionais diminui gradualmente de altitude, ao mesmo tempo que descamba para a costa oriental em andares, ou repetidos socalcos, que o despem da primitiva grandeza afastando-o consideravelmente para o interior. De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, observa notáveis mudanças de relevos: a princípio o traço contínuo e dominante das montanhas, precintando-o, com destaque saliente, sobre a linha projetante das praias, depois, no segmento de orla marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito da envergadura desarticulada das serras, riçado de cumeadas e corroído de angras, e escancelando-se em baías, e repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes desnudos, à maneira de escombros do conflito secular que ali se trava entre os mares e a terra; em seguida, transposto o 15º paralelo, a atenuação de todos os acidentes — serranias que se arredondam e suavizam as linhas dos taludes, fracionadas em morros de encostas indistintas no horizonte que se amplia; até que em plena faixa costeira da Bahia, o olhar, livre dos anteparos de serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o ocidente, mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear longínquo de chapadas... Este facies geográfico resume a morfogenia do grande maciço continental. Euclides da Cunha, Os Sertões. 11 Assinale a alternativa INCORRETA sobre o contexto histórico e literário da prosa pré- modernista a que pertence o fragmento de Os Sertões. a) Os prosadores pré-modernistas produziram uma literatura problematizadora da realidade brasileira de sua época. b) Entre os temas pré-modernistas, está o subdesenvolvimento do sertão nordestino. c) A investigação social presente na prosa pré-modernista colabora para o aprofundamento do sentimento ufanista nacional. d) A prosa da época é marcada por obras de análise e interpretação social significativas para a literatura brasileira. e) O pré-modernismo antecipou formal ou tematicamente práticas e ideias que foram desenvolvidas pelos modernistas. 17. (ITA-2002) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento indígena, nos romances O Guarani, de José de Alencar, e Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, respectivamente: a) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural. b) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional. c) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso. d) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional. e) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso. 18. (UNIFESP-2007) Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. (...) Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo – Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto, distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro: “Você já viu que hoje o Ubirajara está tardando?” Quaresma era considerado no Arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e honestidade do seu viver impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, não perdeu a dignidade, não prorrompeu em doestos e insultos. Endireitou-se, consertou o seu pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e respondeu: — Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para a grandeza e a emancipação da Pátria. Vocabulário: amanuenses: escreventes; doestos: injúrias. 12 (Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto) Examine a frase: Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. a) No conjunto da obra, que relação há entre nacionalismo e o estudo de tupi-guarani? b) Quanto ao sentido, explique o emprego da forma verbal dedicava e justifique sua resposta com uma expressão presente no texto. 19. (Mackenzie-2004) Havia bem dez dias que o Major Quaresma não saía de casa. Estudava os índios. Não fica bem dizer “estudava”, porque já o fizera há tempos (...). Recordava (é melhor dizer assim), afirmava certas noções dos seus estudos anteriores, visto estar organizando um sistema de cerimônias e festas que se baseasse nos costumes dos nossos silvícolase abrangesse todas as relações sociais. (...) A convicção que sempre tivera de ser o Brasil o primeiro país do mundo e o seu grande amor à pátria eram agora ativos e impeliram-no a grandes cometimentos. Lima Barreto No fragmento anterior, a) o protagonista, tecendo comentários livremente, apresenta ao leitor ações e intenções da personagem quixotesca. b) o narrador revela-se preocupado com a precisão ao relatar as ações do protagonista idealizador. c) o narrador manifesta suas dúvidas quanto aos fatos ocorridos, em virtude de seu desconhecimento do universo focalizado. d) o narrador-personagem, ao estabelecer paralelo entre o passado e o presente do Major, manifesta sua decepção pela ingenuidade do sonhador. e) o narrador-personagem anuncia o fim trágico do protagonista e ironiza seu perfil fantasioso e idealista. 20-(UFSC-2006) Policarpo Quaresma é o retrato de um nacionalista exacerbado. Assim, ele chega a fazer um requerimento ao Congresso Nacional pedindo que o tupi-guarani fosse decretado língua oficial e nacional Dedicava" está no pretérito imperfeito do indicativo, tempo que indica algo inacabado. Isso quer dizer que Policarpo Quaresma começou os estudos do tupi, mas não tinha terminado 13 Com base no TEXTO 1, e na obra de Euclides da Cunha, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. O Texto 1 é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras passagens do livro Os sertões e confirma a consagrada frase de Euclides da Cunha: “O sertanejo é antes de tudo um forte”, p. 115. 02. A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu lugar e amparado pela crença religiosa. 04. Quando afirma que “Impunham-se outras medidas” (linha 17), pois todo aquele arsenal não lhes bastava, o narrador quer dizer que os soldados apelaram para os “céus tranqüilos e claros” (linha 14). 08. Há dois planos opostos que descrevem os dois lados desiguais da luta em Canudos. De um lado, o exército de São Sebastião e, de outro, os sertanejos com suas ruínas, na ciscalhagem das imagens rotas e em pedaços. 16. A construção do texto por meio de paradoxos como “enrijavam-nos os reveses, robustecia- os a fome, empedernia-os a derrota” (linhas 27-29) confirma uma das características da obra: a presença de elementos contrastantes como resultado de idéias antagônicas. 32. A correta “psicologia da guerra” (linha 27), aplicada pelo exército, não foi suficiente para a tomada de Canudos, já que os sertanejos a invertiam. 14 21. (Mackenzie-2004) "Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de agosto de 1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvosa de domingo, em tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando Cândido de Assis, amante de sua mulher. Saía no mesmo dia a entrevista que dera para Viriato Corrêa, da Ilustração Brasileira, em sua casa na Rua Nossa Senhora de Copacabana. A entrevista foi dada em um domingo, Viriato e Euclides conversaram, almoçaram e passearam descalços na praia. Era sol e era azul." Roberto Ventura O texto a) é contraditório ao descrever as condições climáticas do dia da morte de Euclides da Cunha (uma manhã chuvosa/era sol e era azul) b) opõe uma série de fatos pessoais negativos a condições climáticas positivas. c) descreve três acontecimentos importantes (morte, publicação e entrevista) que têm a mesma duração temporal. d) narra, em ordem cronológica, eventos relevantes da biografia de Euclides da Cunha. e) recupera elementos da organização de Os Sertões, ao relacionar fatos referentes ao homem e condições ambientais. 22. (UFPB-2006) Astrologia Minha estrela não é a de Belém: A que, parada, aguarda o peregrino. Sem importar-se com qualquer destino A minha estrela vai seguindo além… - Meu Deus, o que é que esse menino tem? - Já suspeitavam desde eu pequenino. O que eu tenho? É uma estrela em desatino… E nos desentendemos muito bem! E quando tudo parecia a esmo E nesses descaminhos me perdia Encontrei muitas vezes a mim mesmo… Eu temo é uma traição do instinto Que me liberte, por acaso, um dia Deste velho e encantado Labirinto (QUINTANA, Mario. Quintana de bolso. Porto Alegre: L&P, 1997, p. 102). A influência dos astros na vida dos homens faz-se presente, também, nos seguintes versos do poeta Augusto dos Anjos: “Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, 15 Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.” (Psicologia de um vencido. In: ANJOS, Augusto dos. Os melhores poemas de Augusto dos Anjos. São Paulo: Global, 1997, p. 51). Comparando o poema Astrologia, de Mario Quintana, com os versos de Augusto dos Anjos, considere as afirmativas: I. Nos versos de Augusto dos Anjos e no poema de Mario Quintana, há uma visão pessimista da matéria, da vida e do cosmo. II. No poema de Mario Quintana a inquietação em relação ao destino não assume um tom angustiado, como se observa nos versos de Augusto dos Anjos. III. O poema de Mario Quintana e os versos de Augusto dos Anjos expressam a dor de existir e uma profunda descrença na vida humana. Está(ão) correta(s): a) todas b) nenhuma c) apenas I e II d) apenas I e III e) apenas II e III f) apenas II 23. (Fuvest) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional: a) escolar, agrícola e militar; b) linguístico, industrial, e militar; c) cultural, agrícola e político; d) linguístico, político e militar; e) cultura, industrial e político. 24. (FEI) Uma das obras citadas abaixo foi escrita por Lima Barreto. Assinale-a: a) Canaã b) Os sertões c) Triste fim de Policarpo Quaresma d) Eu e) Urupês 25. (UEL) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum: a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante. b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão. 16 c) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira. d) a prática de um experimentalismo lingüístico radical. e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.
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