Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 1 MENTORING – GESTÃO PESSOAL DE ESTUDOS CRONOGRAMA COM METAS DIÁRIAS INDIVIDUALIZADAS ELABORADAS PARA O EXAME DE ORDEM. APROVAÇÃO DELTA MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 2 APRESENTAÇÃO Olá caro(a) candidato(a)! Meu nome é Alfredo Serrano dos Reis, tenho 31 anos, sou Bacharel em Direito, pós-graduado em Direito Penal e Processual Penal. Sou Policial Militar desde 2010, tendo sido este meu primeiro de muitos concursos que prestaria ao longo desses anos. Em 2015, ainda no 9º período do curso de Direito fui aprovado no exame de ordem e no concurso de Oficial de Justiça Avaliador Federal do TRT3 (CR). Em 2017 fui aprovado dentro das vagas na 1ª etapa no concurso de Delegado de Polícia Civil de Goiás (que foi anulado por fraude). Também em 2017 fiz provas para o TRF1, tendo sido aprovado para Oficial de Justiça Avaliador Federal (5º lugar) e técnico administrativo (3º lugar). Em 2018 fui aprovado no concurso para Delegado de Polícia Civil da Bahia (2º lugar). Também em 2018 obtive a aprovação para o cargo de Delegado de Polícia Civil do meu querido Estado de Minas Gerais, dentro das vagas. Durante todos estes anos estudando cometi muitos equívocos, perdi tempo, me esgotei fisicamente e emocionalmente, mas com muita análise e disciplina consegui alcançar meu objetivo, que era ser aprovado para o cargo de Delegado de Polícia. Passar no meu Estado foi sensacional. Pois bem, a proposta dessa Mentoria é justamente passar para o candidato um pouco da experiência que obtive com inúmeras provas e certames dos mais variados, sem olvidar que não existe “receita de bolo”, mas confiante de que posso auxiliar muito na sua aprovação no EXAME DE ORDEM! Um forte abraço! MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 3 FONTES DO PROCESSO DO TRABALHO/NORMAS APLICÁVEIS No que tange às normas aplicáveis ao processo do trabalho, necessário entender as peculiaridades da disciplina, isto porque, na fase de CONHECIMENTO aplica-se inicialmente a CLT e legislação esparsa, mas se não houver norma em legislação trabalhista o intérprete poderá se socorrer do CPC, se houver compatibilidade com o direito de trabalho. Nesse sentido, vejamos: Art. 769 - Nos casos OMISSOS (1º requisito), o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título (2º requisito: compatibilidade). Porém, no que se refere ao processo de EXECUÇÃO, a aplicação das normas subsidiárias é um pouco diferente – primeiramente o intérprete vai buscar a resposta na CLT e na legislação esparsa, e se nada houver aplica-se a lei de execuções fiscais, e, apenas se nesta não houver resposta, o intérprete se socorrerá do CPC, in verbis: CLT, Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal. ORDEM FONTE DE CONHECIMENTO (ART. 769, CLT) FONTE DE EXECUÇÃO (ART. 889, CLT) 1ª (fonte principal) CLT CLT 2ª (fonte subsidiária) CPC (processo comum) Lei de Execuções Fiscais 3ª (fonte subsidiária) CPC (processo comum) Por fim, segundo Élisson Miessa, a doutrina clássica entende que haverá omissão quando existir lacuna normativa, ou seja, ausência de lei. Já a doutrina MODERNA descreve que temos três espécies de lacuna: a) NORMATIVA: ocorre quando não se tem norma para determinado caso; MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 4 b) ONTOLÓGICA: quando existe a norma, mas ela não corresponde à realidade social, como, por exemplo, uma norma que se torna obsoleta diante da evolução tecnológica; e c) AXIOLÓGICA: quando existir uma norma, mas, se for aplicada, a solução do caso será injusta. Segundo MIESSA, o novo CPC passa a estabelecer que, na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições do CPC lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente (art. 15). Aplicação supletiva é quando existe a norma processual trabalhista, mas ela não é completa. Subsidiariedade, por outro lado, é quando não existe norma na CLT ou na legislação esparsa. Aparentemente, esse dispositivo se identifica com os arts. 769 e 889 da CLT. Alerta MIESSA que, no entanto, há uma diferença substancial que provocará muita discussão sobre o tema. É que os artigos celetistas admitem a incidência do CPC, desde que previstos dois requisitos: omissão e compatibilidade. Por sua vez, o art. 15 do CPC exige apenas a omissão. De qualquer modo, ressalta o doutrinador, considerando que a supressão de lacunas exige a compatibilidade da norma inserida com o ordenamento que está sendo completado, se mantém a sistemática anterior, mesmo com o advento do novo CPC, ou seja, serão aplicados os arts. 769 e 889 da CLT. Conforme Mauro Schiavi são fontes do Direito Processual do Trabalho: a) Lei em sentido amplo: a. Constituição Federal: é a norma fundamental do Processo do Trabalho. Nela estão as regras e os princípios fundamentais do processo (art. 5º); a estrutura do Poder Judiciário (Art. 93 e seguintes); e toda a estrutura do Judiciário trabalhista (art. 111 a 116); b. Leis Processuais Trabalhistas: estão reguladas na CLT (Art. 643 e seguintes); Lei nº. 5584/70 (disciplina as regras do Processo do Trabalho); e a Lei nº. 7701/88 (que dispõe sobre a competência do TST); c. CPC e Leis Processuais Civis: são as fontes subsidiárias do Direito Processual do Trabalho para o preenchimento das “lacunas normativas”. Nos ensinamentos do autor retromencionado, não só o CPC é fonte subsidiária da CLT na esfera MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 5 processual, mas toda a legislação processual compatível com os Princípios do Processo do Trabalho, nesse sentido, realiza tal função o CDC, a Lei de ACP e até mesmo o CPP. b) Regimentos Internos de Tribunais: em tais diplomas, regulam-se matérias administrativas, o funcionamento interno da Justiça do Trabalho, mas há também regulamentação das leis e resoluções, para cobrir-lhes as lacunas, completar os preceitos vagos ou genéricos, sobretudo quando consta remissão expressa nesse sentido, da norma hierarquicamente superior. c) Costume: Amauri Mascaro Nascimento destaca a utilização do costume como fonte do Direito Processual geral e, por consequência, também do Direito Processual do Trabalho, conforme dispõe LINDB (art. 4ª); o CPC (art. 126) e a CLT (art. 8º). O costume não pode, porém, contrariar a lei diante da primazia daquela decorrente da sua natureza cogente. Tem sido utilizado no processo na chamada praxe forense da Justiça do Trabalho, podendo ser exemplificada nos seguintes termos: i) apresentação da contestação escrita em audiência; ii) protesto em face dedecisão interlocutória proferida pelo Juiz do Trabalho que cause gravame à parte, máxime em audiência; iii) procuração tácita passada em audiência ou apud acta. d) Princípios: principalmente os princípios constitucionais do processo e do Direito Processual do trabalho, que norteiam a atividade do intérprete, servindo para preencher lacunas (art. 8º da CLT); e) Jurisprudência: Não há consenso na doutrina de ser, efetivamente, a jurisprudência fonte do Direito Processual do Trabalho, pois o Brasil tem a tradição romano-germânica que prioriza o Direito positivado na lei. Entretanto, no processo do Trabalho, a própria CLT reconhece a jurisprudência como fonte tanto do Direito do Trabalho como do Direito Processual do trabalho (art. 8º); f) Equidade: é fonte subsidiária tanto do Direito Processual Civil (art. 140, parágrafo único, do CPC) como também do Direito Processual do Trabalho (art. 8º da CLT). Destaca-se o cotejo trazido pela MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 6 doutrina que diferencia o julgamento por equidade e com equidade. Por equidade ocorrerá quando a decisão se basear em critérios de justiça e razoabilidade, deixando de lado a lei; no Processo do Trabalho, é possível aplicá-la nos dissídios coletivos de natureza econômica (art. 766 da CLT) e na arbitragem (Lei nº. 9307 de 1996). O julgamento com equidade corresponde aquele em que não se desconsidera a lei, mas realiza-se a sua interpretação visando a finalidade social da norma, exemplo art. 852-I, §1º, da CLT. g) Doutrina: mesmo não sendo fonte formal do Direito Processual do trabalho, inegável a importância dos estudos doutrinários na aplicação e interpretação de tais normas. PRINCÍPIOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO Os princípios representam a base do ordenamento jurídico. Segundo a doutrina clássica, os princípios têm quatro funções, quais sejam: 1ª) Função Informadora - inspiram o legislador na elaboração das leis; 2ª) Função Interpretativa: auxiliam os operadores do direito na compreensão e aplicação do sistema jurídico. 3ª) Função Integrativa: suprimento de lacunas. Na concepção positivista (legalista), os princípios possuíam função meramente subsidiária e supletiva da ordem jurídica, tendo a finalidade de completar as lacunas deixadas pelo legislador. É o que se verifica inclusive nos arts. 8ª da CLT e 4º da LINDB. Atualmente, porém, o pós-positivismo concedeu aos princípios o status de norma jurídica, conferindo-lhes FORÇA NORMATIVA, como se dá com as regras jurídicas (por exemplo, a lei). Noutras palavras, os princípios deixam de ter atuação apenas supletiva nessa nova concepção, para agir de forma autônoma, podendo inclusive contrariar uma regra jurídica. 4ª) Função de sistematização do ordenamento jurídico: dando suporte a todas as normas jurídicas, possibilitando o equilíbrio do sistema. MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 7 Devido processo legal. Expresso no art. 5º, LIV, da CF: “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Consiste no direito que tem o cidadão de ser processado por regras já existentes e que sejam devidamente observadas pelo judiciário. Princípio do Juiz e do Promotor Natural. O princípio do Juiz natural encontra albergue no art. 5º, LIII, da CF. Na lição de Nelson Nery Júnior, corresponde a uma garantia tridimensional, pois significa que: 1º) não haverá juízo ou tribunal ad hoc, de exceção; 2º) todos têm direito de submeter-se a um julgamento por juiz competente e pré-constituído na forma da lei; 3º) o juiz competente tem que ser imparcial. Já o princípio do Promotor natural, como menciona Carlos Henrique Bezerra Leite, decorre da interpretação sistêmica do Texto Constitucional, encontrando guarida nos arts. 5º, XXXVI e LIII, 127 e 129, I, da Constituição Federal. Significa que o jurisdicionado tem a garantia de ver-se processado e julgado pelas autoridades competentes previamente estabelecidas nas leis processuais e de organização judiciária. Princípio da igualdade. Deriva do princípio da isonomia previsto no art. 5º, caput, da CF, mas também pode ser observado no art. 139 do CPC. Garante a paridade de armas no processo. Destaca-se que a doutrina e a jurisprudência entendem que os prazos processuais diferenciados estabelecidos para o MP e a Fazenda Pública não violam o princípio em comento, em razão da supremacia do interesse público que norteia a atuação de tais entes no processo. Princípio da inafastabilidade da jurisdição (acesso à justiça). Expresso na CF (art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça ao direito), refere-se a uma das garantias mais importantes do cidadão, uma vez que, modernamente, a acessibilidade ao Judiciário é um direito fundamental que qualquer pessoa para a efetivação de seus direitos. É preciso que além de amplo, que o procedimento seja justo e efetivo. Conforme destaca Nelson Nery Júnior, embora o destinatário principal desta norma seja o legislador, o comando constitucional atinge a todos indistintamente, vale dizer, não pode o legislador e ninguém mais impedir que o jurisdicionado vá a juízo MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 8 deduzir pretensão. Destaca Mauro Schiavi que o acesso à justiça impulsiona o processo a produzir efeitos justos, solução da lide, e materialização das decisões; nesse sentido, art. 4º, CPC (as partes têm direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa); nesse sentido, são direitos fundamentais das partes decorrente do princípio em análise: i) a solução integral do mérito; ii) a atividade satisfativa. Princípios do contraditório e da ampla defesa. Ambientados no art. 5º, LV, da CF. O contraditório encontra guarida ainda nos arts. 9º e 10 do CPC. Sustenta-se no caráter bilateral do processo e, conforme adverte Mauro Schiavi, tem como características: i) o dever de informação; ii) a possibilidade de reação; iii) a previsibilidade dos atos processuais a serem praticados; iv) a possibilidade de participar ativamente do procedimento e influir na formação da convicção do julgador. Vale destacar que a liminar concedida inaudita altera parts, conforme a doutrina majoritária, não ofende o contraditório, pois decorrem de situações emergenciais e apenas postergam o direito de resposta. Conforme a doutrina, a ampla defesa corresponde ao direito de o réu resistir à pretensão do autor e decorre do contraditório. SÚMULA DO TST. SUM-424 RECURSO ADMINISTRATIVO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE. DEPÓSITO PRÉVIO DA MULTA ADMINISTRATIVA. NÃO RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO § 1º DO ART. 636 DA CLT - Res. 160/2009, DEJT divulgado em 23, 24 e 25.11.2009. O §1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor da multa cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo, não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º. Princípio do duplo grau de jurisdição. Boa parte da doutrina destaca que a CF expressamente prevê o princípio no art. 5º, LV; nas palavras de Mauro Schiavi, para outros doutrinadores, estaria implícito na CF nos arts. 102 e 105 (artigos que regulamentam o RE e o RESp). A posição majoritária é de que nãose trata de princípio constitucional. Assim, o direito de recorrer só se exerce nos termos e limites estabelecidos pela lei. MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 9 Princípio da motivação das decisões judiciais. Garantia de cidadania cuja inobservância gera nulidade absoluta. Albergado nos arts. 93, IX da CF, 11, 371 e 489, do CPC e 832 da CLT). O professor Mauro Schiavi destaca dois objetivos fundamentais do princípio em epígrafe: 1º) possibilidade de as partes conhecerem as razões da decisão (dever de informação no processo); 2º) garantir as partes um melhor acesso às instâncias recursais. Princípio da publicidade. Não está expressamente previsto no art. 5ª da CF, já que repousa no art. 93, IX, deste diploma maior, mas é um direito fundamental, pois decorre do devido processo legal. A publicidade, todavia, se curva ao princípio que protege a intimidade, nesse sentido, art. 5º, LX e art. 189 do CPC, este claramente aplicável ao processo do trabalho, vejamos: Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: I - Em que o exija o interesse público ou social; II - Que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - Que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. § 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. § 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação. Princípio da vedação da prova ilícita. Norma pertinente à Teoria Geral do Processo, portanto, aplicável ao Processo do Trabalho. Expresso nos arts. 5º, LVI, CF e 369, CPC. ATENÇÃO: Conforme destaca Mauro Schiavi, em algumas situações a MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 10 jurisprudência tem admitido a produção de prova obtida por meio ilícito, utilizando-se do princípio da proporcionalidade. Princípio da duração razoável do processo. Art. 5º, LXXVIII, CF e 765, da CLT. Ensina Nelson Nery Júnior que se trata de um desdobramento do princípio do direito de ação (art. 5º, XXXV, CF). Para Mauro Schiavi, não corresponde apenas a uma norma programática, devendo ser entendido como um direito fundamental a nortear toda a atividade jurisdicional, desde a criação, até a interpretação da norma. No processo do trabalho, a observância do princípio tem ainda mais relevância, em razão das especificidades desse ramo do direito, destacando-se: i) a natureza alimentar da maioria das postulações; ii) a Hipossuficiência do trabalhador; iii) a ideia de justiça social. Vetores que orientam a noção de duração razoável do processo: a) complexidade da causa; b) estrutura e quantidade de processo em cada Unidade Judiciária; c) comportamento das partes no Processo. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL PREVISTOS NA LEI ORDINÁRIA E QUE SÃO APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO: Princípio da ação, demanda ou da inércia do judiciário. Expresso no art. 2º do CPC – o processo começa por iniciativa das partes e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Princípio da disponibilidade ou dispositivo. Corresponde à liberdade das partes em praticar ou não os atos processuais. Cabe à parte interessada procurar o Judiciário e dar andamento ao processo; devendo o juiz decidir de acordo com o que foi alegado e provado pelas partes. Assim, o juiz se mantém inerte até que seja provocado pelo interessado. Apesar de submetido ao princípio, no Processo do Trabalho o juiz tem um poder mais acentuado de condução do processo, principalmente na fase executiva; atinentes a essa peculiaridade, destacam-se os arts. 39 e 765 da CLT, vejamos: Art. 39. Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre a não existência de relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição pelos meios administrativos, será o MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 11 processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavrado. Art. 765. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Princípio do impulso oficial ou inquisitivo. Art. 2º do CPC. Pelo princípio do impulso oficial, UMA VEZ INICIADA A DEMANDA, cabe ao juiz encaminhá-lo ao término dele, isto é, começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve pela iniciativa do juiz. Assim, o juiz deixa de ser mero espectador para atuar e chegar à decisão mais justa, por isso possui o poder de designar quaisquer diligências necessárias para o esclarecimento da causa. É o juiz quem dirige o processo, cujo princípio é totalmente compatível na Justiça do Trabalho. No processo do trabalho referido princípio está no art. 765 da CLT. Princípio da oralidade. No processo do trabalho vigora a oralidade, a palavra falada no processo do trabalho tem grande prevalência – é por isto que no processo trabalhista é possível o ajuizamento de uma inicial trabalhista verbal, a contestação verbal, é possível que as partes façam o depoimento pessoal em juízo, é dada prevalência à prova testemunhal. É interessante observar que o princípio da oralidade se subdivide nos seguintes subprincípios: Identidade física do juiz: que consiste na vinculação do órgão julgador àquele que concluiu a audiência de instrução. O assunto era tratado na Súmula nº. 136 do TST, atualmente cancelada, que dispõe: SÚMULA Nº. 136. JUIZ. IDENTIDADE FÍSICA (cancelada) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. Não se aplica às Varas do Trabalho o princípio da identidade física do juiz (ex-Prejulgado nº 7). Mesmo diante do cancelamento da aludida Súmula, o TST vem se pronunciando pela não aplicação do subprincípio da identidade física do juiz no processo do trabalho, por considerá-la excessivamente formal. Prevalência da palavra oral sobre a escrita; Concentração dos atos processuais em audiência: isto é, em uma ou em poucas audiências próximas devem ser realizados os atos processuais (art. 849 da CLT); Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 12 Imediatidade do juiz na colheita da prova: de acordo com esse princípio, as provas serão produzidas com a participação do juiz. Princípio da instrumentalidade das formas. Pelo princípio da instrumentalidade das formas, disposto nos arts. 188 e 277 do CPC, temos que a existência do ato processual não é um fim em si mesmo, mas instrumento utilizado para se atingir determinada finalidade. Assim, ainda que com vício, se o ato atinge sua finalidade sem causar prejuízo às partes não se declara sua nulidade. A lei poderá determinar expressamentea forma com que alguns atos devem ser realizados e, se assim não realizados, passíveis de nulidade quando expressamente prevista. Os atos que não tenha a nulidade expressamente prevista serão considerados válidos se for alcançada a sua finalidade. Na justiça do trabalho esse princípio também é aplicável, no entanto, a regra geral é que somente haverá declaração de nulidade quando houver prejuízo. Na esfera trabalhista, dar-se o nome de princípio da transcendência. Assim, na justiça do trabalho os atos realizados de forma diversa da prevista em lei NÃO serão declarados nulos, salvo manifesto prejuízo (arts. 794 da CLT e 276 do CPC). Princípio da cooperação. Trazido de forma expressa no Novel CPC, art. 6º - todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva – se coaduna ao modelo constitucional. Conforme destaca Mauro Schiavi, o CPC de 2015 traça um dever de cooperação que se sobressai nas fases probatória e executiva. Tal princípio visa superar o modelo tradicional de contraposição entre as partes. Cássio Scarpinella Bueno explica que a cooperação mencionada traz deveres anexos, são eles: a) de esclarecimento – o juiz pode solicitar esclarecimentos as partes para auxiliar na condução do processo; b) de consulta – o magistrado deve colher informações das partes; c) de prevenção – as partes devem ser alertadas do uso inadequado do processo e d) de auxílio – incentivar as partes a superar dificuldades relativas ao cumprimento da adequado do procedimento. Princípio da observância cronológica das decisões. Novidade legislativa trazida pelo art. 12 do CPC. Vejamos. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 13 mundial de computadores. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - As sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - O julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV - As decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - O julgamento de embargos de declaração; VI - O julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - A causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - Tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II - Se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. Princípio Da Impugnação Especificada Tal princípio poderá ser explicado pela máxima “quem cala, consente”. Isso porque cabe a parte se manifestar sobre as alegações da outra parte, sob pena de considerá-las verdadeiras. Aplica-se principalmente à contestação, vedada a defesa por negativa geral, salvo ao Defensor Público, ao curador especial e ao advogado dativo, cujo princípio não é aplicável. Portanto, exige-se do reclamado a impugnação detalhada http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art485 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art932 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1040 MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 14 dos fatos narrados na inicial, sob pena de serem presumidos verdadeiros. Art. 341, NCPC. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - Não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Princípio Da Estabilidade Da Lide. Este princípio garante que os pedidos não sejam alterados no decorrer da demanda, isto é, limita a demanda aos pedidos iniciais. Entende-se, pelo disposto no art. 329 do CPC, que a estabilidade da lide ocorre com a citação, assim, o autor não poderá mais alterar os pedidos após a citação, sem o consentimento do réu. Art. 329, NCPC. O autor poderá: I - Até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - Até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. Na justiça do trabalho tal princípio é perfeitamente aplicável, contudo, é preciso lembrar-se de que a defesa (contestação) é apresentada na audiência, portanto, não há citação (prazo fixo para apresentar a defesa), mas sim NOTIFICAÇÃO para comparecer à audiência para, então, defender-se. Se o autor já propôs a demanda e deduziu os seus pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se pronunciar, o autor não poderá mais modificar sua pretensão sem anuência do réu e, ultrapassada a fase de saneamento do processo, nem sequer com o consentimento de ambas as partes será possível fazer essa alteração. Princípio Da Eventualidade. Referido princípio dá origem a preclusão (perda do direito de praticar ato MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 15 processual). Também chamado de princípio da concentração da defesa, disciplina que o réu deverá apresentar todas as defesas (de fato e de direito) que tiver contra o processo naquele momento, sob pena de preclusão consumativa. Tal ataque deve ser processual e de mérito (pedido do autor), para que o magistrado, não reconhecendo o primeiro, eventualmente, adote o segundo. Ressalta-se que este princípio não é aplicável às matérias que o juiz deva conhecer de ofício, aquelas relativas a direito superveniente ou ainda matérias que possam ser formuladas em qualquer tempo e juízo, por expressa disposição legal. Princípio Da Economia Processual. Em conjunto com o princípio da celeridade (razoável duração do processo), prescreve que os atos serão eficientes e úteis à resolução da demanda. Portanto, nãohaverá perda de tempo com diligências desnecessárias. Princípio Do Ônus Da Prova. Regra geral, o ônus da prova cabe a quem alega. Isto é, ao autor os fatos constitutivos (fundamentam seu direito) e do réu ou reclamado os fatos extintivos, modificativos e impeditivos (que cessam o direito do autor). Art. 373, NCPC. O ônus da prova incumbe: I - Ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - Ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - Recair sobre direito indisponível da parte; II - Tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 16 ou durante o processo. No entanto, há algumas situações em que o ônus da prova será invertido, isto é, passa a ser do reclamado a prova que pertencia ao reclamante (autor) e vice-versa. Essa regra está disciplinada no art. 6º do CDC, utilizada subsidiariamente pela CLT. Art. 6º, VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; Como exemplo de inversão do ônus da prova tem-se dois casos clássicos na Justiça do Trabalho (muito cobradas em provas): a jornada de trabalho e extinção do contrato de trabalho. Com a reforma trabalhista tivemos a modificação e fixação do ônus da prova de uma maneira mais abrangente que a anterior redação do Art. 818 da CLT. Súmula 212, TST: DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a PRESTAÇÃO DE SERVIÇO e o DESPEDIMENTO, é do EMPREGADOR, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Princípio Da Perpetuatio Jurisdictionis. Referido princípio consiste na perpetuação da competência absoluta (em razão da matéria, da pessoa e da função), isto é, estabilidade da competência. Assim, considera-se proposta a ação com fixação do juízo quando a petição for despachada (quando há apenas uma Vara) ou distribuída (quando há mais de uma Vara). Art. 43, NCPC. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. Perceba que tal princípio não é absoluto, visto que o órgão judiciário poderá ser extinto (até então competente) ou haver alteração da competência e, nestes casos, a competência absoluta será alterada. Exemplo perfeito que ocorreu na Justiça do Trabalho foi a transferência de competência dos dissídios de relações de trabalho implantada pela EC 45/2004. Princípio Da Lealdade Ou Da Boa-Fé. As partes devem agir com lealdade e ética e ao juiz cabe reprimir qualquer ato atentatório à dignidade da justiça. Daí a existência de condenação por litigância de má-fé. Por exemplo, interposição de recurso com intuito meramente protelatório ou alteração da verdade. MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 17 Princípio Da Aquisição. Uma vez produzida a prova no âmbito processual, esta pertence ao processo, pouco importando a parte que a produziu, ou seja, a prova pertence ao processo, até porque são destinadas a formar a convicção do órgão julgador. Pouco (ou nada) importará ao juiz quem tenha trazido aos autos do processo a prova. Sendo legítima (não tendo sido obtida por meio ilícito) e legal (vinda aos autos no momento oportuno, isto é, sem que se tenha operado a preclusão, ou ordenada pelo juiz a qualquer tempo), a prova ao ser produzida passa a integrar os autos do processo automaticamente ao mesmo tempo em que perde o vínculo com quem a produziu, por isso não pode ser desentranhada nem questionada sobre sua autoria ou ônus. Tem-se, com efeito, que na apreciação da prova o juiz abstrai sua origem e valora seu conteúdo nos moldes gizados pelo art. 371 do NCPC. Art. 371, NCPC. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. PRINCÍPIOS PECUALIRES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Protecionismo temperado ao trabalhador. O direito do trabalho é criado para dar uma proteção ao empregado por conta da disparidade entre as partes na relação de trabalho. Mauro Schiavi destaca que modernamente poderíamos chamar esse protecionismo de princípio da igualdade substancial nas partes no processo do trabalho. Encontra-se albergado no CF (art. 5º, caput, e inciso XXXV) e na CLT (art. 844). Segundo esse princípio, é necessário assegurar algumas prerrogativas processuais ao trabalhador para compensar eventuais entraves ao procurar a JT, devido à sua hipossuficiência econômica e, muitas vezes, à dificuldade em provar suas alegações, pois, via de regra, os documentos da relação de emprego ficam na posse do empregador. O princípio da proteção que é do direito do trabalho pode ser aplicado ao processo do trabalho? A doutrina entende que é aplicável, porque o processo do trabalho é um instrumento de realização do direito material. O princípio da proteção se aplica na fase informadora, no momento da confecção da norma processual trabalhista. No entanto, tal princípio deve ser bem analisado na esfera processual para que não se criem desigualdades MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 18 entre as partes. Com efeito, este princípio, no processo do trabalho, tem incidência informadora, ou seja, inspira o legislador na criação da norma. Ex.: a ausência do reclamante na audiência inaugural provoca o arquivamento da reclamação, enquanto a ausência do reclamado implica a revelia e a consequente confissão ficta (CLT, art. 844); o depósito recursal é exigido apenas do empregador. Frise-se, porém, que a doutrina não tem feito restrição, admitindo a aplicação desse princípio nas demais funções, especialmente na função interpretativa. De qualquer modo, ele NÃO poderá ser utilizado no campo probatório, inclusiva para suprir deficiência probatória, devendo ser observado as regras do ônus da prova processual. Esse protecionismo do trabalhador convive com o princípio da paridade de armas do processo do trabalho, de acordo com o qual as partes devem ter as mesmas oportunidades. Informalidade. Por esse princípio, o procedimento a ser seguido na JT é, em regra, informal, o que não dispensa a observância de determinadas formalidades. Ex.: documentação escrita do procedimento. Mauro Schiavi indica quea exteriorização do princípio pode ser representada pelos seguintes exemplos: a) Petição inicial e contestação verbal (arts. 840 e 846 da CLT); e b) Comparecimento das testemunhas independentemente de intimação (art. 825 da CLT); c) Ausência de despacho de recebimento da inicial, sendo a notificação inicial ato próprio da Secretaria (art. 841 da CLT); d) Recurso por simples petição (art. 791 da CLT); e) Jus postulandi (art. 791 da CLT); f) Imediatidade entre o juiz e a parte na audiência; g) Linguagem mais simplificada no processo do trabalho. Conciliação. Segundo esse princípio, a solução do conflito deve ser, preferencialmente, alcançada por meio da conciliação. A CLT determina que a conciliação seja tentada em dois momentos: antes da defesa (art. 846) e após as razões finais (art. 850). Em razão desse princípio, parte significativa da jurisprudência trabalhista tem sustentado a nulidade do processo, caso o Juiz do Trabalho não tente, ao menos, a última proposta de conciliação em audiência. De todo modo, é necessário averiguar se houve prejuízo, podendo o Juiz, a qualquer tempo, chamar as partes para tentar a conciliação. No processo do trabalho é dada muita ênfase à conciliação. No rito ordinário MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 19 existem 2 momentos em que a conciliação é OBRIGATÓRIA: 1º - na abertura da audiência inicial e antes da apresentação da defesa/contestação – o primeiro ato na audiência é uma proposta de conciliação; e 2º - após as razões finais e antes da sentença – será necessária outra proposta de conciliação sob pena de nulidade do processo. No rito sumaríssimo a todo tempo se tentará a conciliação – o princípio da conciliação no rito sumaríssimo atinge o processo como um todo. Art. 846 e 850, CLT. O art. 852 - E da CLT descreve que: Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. A obrigatoriedade está na TENTATIVA da conciliação e não, necessariamente, na sua celebração. Ademais, o juiz NÃO está obrigado a homologar o acordo apresentado pelas partes. Súmula 418 do TST. MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. Celeridade. Conforme destaca Mauro Schiavi, não é característica exclusiva do Processo do Trabalho, mas encontra nesse ramo do direito aplicação acentuada. Simplicidade. O princípio da simplicidade permite que o processo do trabalho tenha maior flexibilidade, buscando a facilidade no acesso à justiça, bem como na prestação jurisdicional. Desse modo, esse ramo processual preza pelo NÃO FORMALISMO. É o que se verifica, por exemplo, como os requisitos exigidos da inicial trabalhista (CLT, art. 840). Majoração dos poderes do Juiz do Trabalho na direção do processo. O processo do trabalho tem peculiaridade no que tange à resolução dos conflitos dirimidos pelas normas que o integram; dentro dessa noção insere-se o caráter publicista da jurisdição e, portanto, a majoração dos poderes do Juiz do Trabalho na condução do processo. Coaduna-se a essa perspectiva o comando disposto no art. 65 da CLT que estabelece a possibilidade de o Juiz do Trabalho, ex officio, determinar QUALQUER diligência processual para formar seu convencimento na busca da verdade real. No mesmo sentido encontra-se o art. 878 da CLT que permite ao Juiz desta justiça especializada promover de oficio a execução de sentença trabalhista. MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 20 Subsidiariedade. Nos termos do art. 769 da CLT, na fase de conhecimento o Direito Processual comum é fonte do Direito Processual do Trabalho; já na fase de execução, na toada do art. 889 da CLT, aplica-se inicialmente a CLT, seguida pela LEF e, somente persistindo a lacuna, aplica-se o CPC. Segundo esse princípio, diante da omissão da CLT, será possível recorrer à legislação processual comum, desde que haja compatibilidade entre a norma a ser aplicada e os princípios gerais do processo do trabalho. Ex.: A CLT não trata do recurso adesivo no processo do trabalho. É possível aplicar o CPC? Sim. Ver súmula 283, TST: SUM-283. RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS. O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. Função social do Processo do Trabalho. Estabelecido no art. 8º, CLT - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Encontra suporte nos princípios constitucionais da função social da propriedade e no da função social do contrato. Existindo a função social no processo do trabalho, por consequência deve-se admitir o princípio da vedação do retrocesso social. Princípio da normatização coletiva Corresponde a possibilidade de normatização coletiva atribuída à Justiça do Trabalho e exteriorizada na sentença normativa. Princípio Do Jus Postulandi. O jus postulandi é o direito de postular em juízo sem ter advogado – no processo do trabalho como regra não há necessidade de advogado para se ajuizar uma demanda trabalhista ou para apresentar a defesa. A capacidade postulatória é conferida às partes e não somente ao advogado. Em alguns casos o TST estabeleceu MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 21 pela S. 425 que não será aplicável o jus postulandi – ou seja, em alguns casos será obrigatória a participação do advogado. TST. SUM-425 JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE – Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Resumindo: Jus postulandi na Justiça do Trabalho: - Capacidade postulatória sem necessidade de advogado. Aplica-se apenas as varas do trabalho e nos TRTs NÃO SE APLICA: a) Nos recursos de competência do TST; b) Não se aplica na hipótese de ação rescisória; c) Não se aplica no caso de ação cautelar; d) Não se aplica igualmente no MS. e) Reclamação f) Homologação de acordo extrajudicial (reforma trabalhista) Princípio Da Extrapetição A jurisdição tem como característica essencial a inércia, de modo que o judiciário somente atuará quando provocado. É o que se denomina de princípio DISPOSITIVO ou princípio da demanda. Excepcionalmente, admite-se a atuação sem provocação. Esse princípio está muito ligado ao chamado pedido implícito do processocivil. Trata-se da possibilidade do juiz julgar aquilo que não foi expressamente pedido. O juízo poderá julgar mesmo que não haja pedido quando a própria lei estabelecer que é possível julgar sem pedido – ex.: caso de juros e correção monetária – é possível aplicar sem que tenha sido pedido. TST. Súmula 211, TST. Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. No mesmo caminho do TST, o STF define seu posicionamento na Súmula nº. 254. STF. Súmula nº. 254. Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação. Outra hipótese é a das contribuições previdenciárias – a própria lei determina – é possível que se condene ao pagamento das contribuições mesmo que não haja pedido. MENTORING PARA CONCURSOS E OAB APROVAÇÃO DELTA E m a i l : c o n t a t o a p r o v a c a o d e l t a @ g m a i l . c o m I n s t a g r a m : @ a p r o v a c a o _ d e l t a Página 22 Mais casos: Concessão de adicional de horas extras quando houver pedido de pagamento das horas extraordinárias, mas não houver pedido expresso do pagamento do adicional de 50%. Deferimento do adicional de 1/3 de férias, quando houver apenas pedido do pagamento das férias, sem previsão expressa ao adicional constitucional; Decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT (Súmula 396, II, do TST). TST. Súmula 396, II, DO TST. Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT. Bom pessoal, espero que o material seja útil na preparação de vocês! Quem tiver interesse na Mentoria completa para OAB, entre em contato pelo Email ou Instagram informados no rodapé da página, será um prazer acompanhá-los! Nesse link vocês podem adquirir o Programa de Mentoria direto na plataforma Hotmart: https://go.hotmart.com/B13774282G Um abraço, e até a próxima! Alfredo Serrano https://go.hotmart.com/B13774282G
Compartilhar