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ESTAGIO B PSICO HOSPITALAR

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO II EM PSICOLOGIA
Daiane Schnell Ferreira
Everton Luiz Santos
Jeferson Ferreira da Silva
Luana da Silva dos Santos
Priscilla Flavianna Gomes de Mattos
São José
2019
INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como proposta descrever o campo da Psicologia Hospitalar, descrever as atividades feitas no ambiente, analisando a entrevista realizada com as Psicólogas Roberta B. H. Bogo e Mariana de O. Bastos.
Na entrevista relataram as dificuldades que encontram e as conquistas que tiveram dentro da área hospitalar.
Essa entrevista foi feita no dia 4 de novembro de 2019, as 10h30min da manhã no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, localizado na Rua Adolfo Donato da Silva, Praia Comprida, São José - SC, 88103-901.
A psicologia hospital começou a ser adentrada nos hospitais de Santa Catarina a pouco tempo, aos poucos está ganhando o seu espaço dentro dos hospitais, embora ainda sejam poucos profissionais da área para a grande demanda que chegam até eles.
Sabendo que nossa profissão lida com o sofrimento psíquico, essas atividades têm como objetivo ressaltar a importância do cuidado com o outro.
Embora o foco da psicologia hospitalar seja o aspecto psicológico em torno do adoecimento, é sensato aceitar que aspectos psicológicos não existem soltos. Entre tantas importantes características da psicologia hospitalar, uma delas, de extrema relevância é a de que “ela não estabelece uma meta ideal para o paciente alcançar, mas simplesmente aciona um processo de elaboração simbólica do adoecimento.” (Simonetti, 2004, p. 19).
De acordo com Simonetti (2004), o que interessa à Psicologia Hospitalar não é a doença em si, mas a relação que o doente tem com o seu sintoma, ou seja, o destino do sintoma, o que o paciente faz com sua doença e o significado que lhe confere.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
A inserção do psicólogo no ambiente hospitalar aconteceu pela primeira vez em 1818, em Massachesets, EUA, quando no Hospital McLean formou-se a primeira equipe multiprofissional que incluía um psicólogo. Nesse mesmo hospital foi fundado, em 1904, o primeiro laboratório de psicologia onde foram desenvolvidas pesquisas pioneiras sobre psicologia hospitalar. (Ismael, 2005; Bruscato, Benedetti & Lopes, 2004)
Para que possamos entender o surgimento e a consolidação do termo Psicologia Hospitalar em nosso país, é importante ressaltar que as políticas de saúde no Brasil são centradas no hospital desde a década de 40, em um modelo que prioriza as ações de saúde via atenção secundária (modelo clínico/assistencialista), e deixa em segundo plano as ações ligadas à saúde coletiva (modelo sanitarista). Nessa época, o hospital passa a ser o símbolo máximo de atendimento em saúde, ideia que, de alguma maneira, persiste até hoje. Muito provavelmente, essa é a razão pela qual, no Brasil, o trabalho da Psicologia no campo da saúde é denominado Psicologia Hospitalar, e, não, Psicologia da Saúde (Sebastiani, 2003).
Os primeiros serviços de Higiene Mental se derem na década de 30, como propostas alternativas à internação psiquiátrica, e o psicólogo inicia, junto à Psiquiatria, o seu exercício profissional na instituição de saúde. Os relatos da inserção do psicólogo em hospitais ocorrem na década de 50, quando em 1954 Matilde Neder iniciou suas atividades na Clínica Ortopédica e Traumatológica da Universidade de São Paulo – USP. Ao realizar esse trabalho, Matilde Neder, procurou fazer uma adaptação da técnica teórica que utilizava que se encaixasse na instituição, criando assim, modelos teóricos de atendimentos que visavam agilizar os mesmos e torná-los adequados à realidade do hospital. (ANGERAMI- CAMON, CHIATTONE & NICOLETTI, 2004)
Na década de 70, Belkiss W. Romano Lamosa, já atuando em diversas unidades do Hospital das Clinicas da USP foi convidada para implantação do Serviço de Psicologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em 1976, sob a responsabilidade de Belkiss W.R. L é oferecido o primeiro curso de Psicologia Hospitalar do Brasil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Em 1979 foi criado por Regina D’Aquino um trabalho realizado com pacientes terminais sendo um grande marco na atuação da Psicologia frente à morte e suas implicações.
Já em 1983 é criado o Departamento de Psicologia da Sociedade de Cardiologia do estado de SP, sob coordenação também de Belkiss W.R. L. que resultou, a partir de então, tendo a presença da Psicologia na programação científica em todos os congressos da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Nesse mesmo ano acontece o I Encontro Nacional de Psicologia Hospitalar promovido pelo serviço de Psicologia Hospitalar do Hospital das Clínicas da USP.
No ano de 1997 é criada a Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar propiciando o fortalecimento da Psicologia nesse âmbito de atuação. E como sequência no ano de 2000 o Conselho Federal de Psicologia reconhece a Psicologia Hospitalar como uma Especialidade por meio da resolução n 014/00.
Durante muito tempo a psicologia hospitalar, utilizou-se de recursos técnicos e metodológicos de outras áreas do saber psicológico, que nem sempre se mostraram adequados ao contexto hospitalar. A inexistência de um paradigma claro que pudesse definir estratégias dificultou a oportunidade de legitimação do espaço do psicólogo em instituições de saúde. A partir da pluralidade evidenciada no exercício da psicologia no contexto hospitalar iniciou-se um direcionamento de pesquisas e publicações a respeito dessas práticas a fim de se fortalecer a identidade do profissional dessa área. (Angerami-Camon, 2002).
Em seu início recebeu um respaldo teórico da Psicologia da Saúde e da Psicologia Clínica, com olhar de consultório, uma vez que haviam poucos textos e materiais científicos que pudessem dar suporte a sua criação.
Porém, mais que uma atuação determinada por uma localização, a “Psicologia Hospitalar é o campo e entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento” – aquele que se “dá quando o sujeito humano, carregado de subjetividade, esbarra em um “real”, de natureza patológica, denominado “doença” ...” (Simonetti. A, 2018, p.15).
É importante apontar o objeto da psicologia hospitalar e estabelecer que esteja relacionado aos aspectos psicológicos e não às causas psicológicas. Assim fica estabelecido que “a psicologia hospitalar não trata apenas das doenças com causas psíquicas, classicamente denominadas “psicossomáticas”, mas sim dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença” , uma vez que é possível que “toda doença encontra-se repleta de subjetividade, e por isso pode se beneficiar do trabalho da psicologia hospitalar” (Simonetti. A, 2018, p.15).
Embora o foco da psicologia hospitalar seja o aspecto psicológico em torno do adoecimento, é sensato aceitar que aspectos psicológicos não existem soltos. Entre tantas importantes características da psicologia hospitalar, uma delas, de extrema relevância é a de que “ela não estabelece uma meta ideal para o paciente alcançar, mas simplesmente aciona um processo de elaboração simbólica do adoecimento” (Simonetti. A, 2018, p.19).
É de grande valia citar a afirmativa: “curar sempre que possível, aliviar quase sempre, consolar sempre” (Simonetti. A, 2018, p.21). “A transmutação de “consolar” em “escutar” se aproxima consideravelmente da “filosofia da psicologia hospitalar”, que então pode ser definida como psicologia da escuta, em oposição à filosofia da cura...” (Simonetti. A, 2018, p.21).
Enfim, “a psicologia hospitalar vem se desenvolvendo no âmbito de um novo paradigma epistemológico que busca uma visão mais ampla do seu humano e privilegia a articulação entre diferentes formas de conhecimento” (Simonetti. A, 2018, p.25-26). “E a consequência clínica mais importante dessa visão é a de que é em vez de doenças existem doentes”. (Simonetti. A, 2018, p.26 citando Perestello, 198
LOCAL DA VISITA
A visitaocorreu no dia 4 de novembro de 2019, ás 10h30min da manhã no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina.
O ICSC foi inaugurado em 19 de Abril de 1963, onde possui cerca de 500 funcionários e corpo clinica de 100 médicos. As especialidades clínicas são: cirúrgica e ambulatorial é de cardiologia e vascular, o instituto de cardiologia também possui emergência externa, unidades de internação, centro cirúrgico, unidades de terapia intensiva (UTI) e ambulatório especializado.
A entrevista foi realizada pelos estudantes de Psicologia cursando a sétima fase, na disciplina estagio básico supervisionado 2, com as Psicólogas do ICSC, Roberta B. H. Bogo e Mariana de O. Bastos.
Roberta B. H. Bogo formou-se em 2003 na Univale, trabalhou de 7 a 8 anos em RH (recrutamento e seleção), passou no concurso para o CAPS, mas exonerou, pois foi fazer residência no HPS (2011 a 2012 na parte da traumatologia/ Porto Alegre-RS), desde então trabalha na área trabalhou na Santa Casa e na AACD em Porto Alegre. Em 2016 começou no Hospital de Cardiologia.
Mariana de O. Bastos Formou-se em 2012 na Unisul (fez o estágio no Hospital de Caridade), ficou um ano sem atuar na área, logo após entrou para o CREAS de São José, levou mais dois anos para conseguir a residência (HU) quando saiu do CREAS entrou na residência e em 2018 foi aprovada para o CAPS de São José e em outubro começou a trabalhar também no hospital de Cardiologia e no começo de 2019 decidiu ficar somente no hospital.
Ambas utilizam a abordagem TCC.
Atualmente trabalham somente as duas psicólogas, porém pela demanda do hospital precisaria de mais profissionais. Atendem a UTI, enfermeiras tanto “cárdio” quanto vascular, a emergência, ambulatórios de funcionários vinculados à saúde ocupacional e ambulatório dos pacientes de ocupação do cardiovascular, serviço de reabilitação que os “exercícios” a proposta de pós-alta do paciente que é acolhido.
Trabalho é de segunda a sexta, não tem plantão, atuam com carga horaria de 30 horas, se dividem por turno: manhã e tarde, sendo que alguns dias ficam as duas psicólogas num mesmo turno, onde organizam junta a parte burocrática, fluxos, não tendo tantos documentos falando do fluxo em si, organizando uns documentos de critérios para orientar os outros profissionais de quando acionarem ou não o serviço da psicologia.
RELATO DA ENTREVISTA
No primeiro momento da entrevista pedimos para as psicólogas falarem um pouco de sua rotina no ICSC, onde relataram que trabalham o recorte com o paciente num momento pontual, diferente de uma psicologia clínica, no momento desse recorte consegue ter recursos para auxiliar no enfrentamento. Tendo uma modalidade diferente de suporte e acolhimento para que se consiga junto no momento de adoecimento, tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório.
Muito do que é retratado com o paciente é sobre um momento de vida pontual, mudança de habito de vida. Trabalha-se com paciente, família em contextos diferentes, acredita-se que o tripé: família, equipe e paciente é que fazem a recuperação plena, na intervenção de equipe eles são orientados no melhor manejo para lhe dar com paciente no estimulo atual na fase que o paciente se encontra, na fase e adoecimento, de como fazer para o paciente ter uma adesão, que muitos não aceitam a condição que estão.
Há um prontuário eletrônico onde as psicólogas tem acesso, conseguindo ter acesso de todos os pacientes e todas as unidades, as psicólogas se dividem por unidades referenciadas, onde Roberta fica na emergência, unidade de internação e ambulatório, Mariana fica na parte de unidade de internação e UTI, e o vascular que é uma unidade que lida com demandas de amputação.
Pela manhã são olhados os pacientes, o serviço de psicologia funciona por parecer, todos os médicos e enfermeiros, a equipe multiprofissional com nível superior pode pedir o atendimento da psicologia.
Quando questionadas pela demanda as psicólogas relataram demandas de amputação, acolhimento familiar, paciente depressivo e diagnostico diferenciado. Por parecer e é realizada a intervenção nesses pacientes, não é feita busca ativa por consequência da demanda e da “falta” de profissionais na área. O critério inicial para o atendimento é o parecer, com ele, conseguem gerar um quantitativo e a criar uma identidade do setor.
Atendimento de urgência nem sempre é acolhido, por exemplo: chega um paciente que precisa fazer uma cirurgia com urgência, pois depende do horário que as profissionais estão no local, da solicitação. Se o paciente internou e vai precisar de cirurgia e for identificada uma demanda, a equipe solicitando o serviço de psicologia ele irá ser atendido.
Há uma grande demanda também de pacientes chorosos, ansiosos, sendo avaliado para saber de onde vem “esse choro”, muitas vezes acionam a psicóloga como emergência, mas nem toda a demanda é emergência. Como são somente duas psicólogas não conseguem fazer atendimento a todos os pacientes, elegendo prioridades (casos que são emergentes, que precisam urgente de um acolhimento), como se fosse uma classificação de risco.
O serviço de Psicologia também abrange o luto, luto configurado de varias maneiras, como luto de um membro, rotina de vida, luto de autonomias, às vezes são luto daquele paciente que sai sem andar do hospital, luto de todas as ordens, pois pessoas entram com uma perspectiva de saúde e sai com uma condição diferente (entra ativo de um cenário e sai de outro jeito, por exemplo AVC).
As psicólogas encorajam muito a autonomia do paciente, estimulando-o a voltar a fazer suas tarefas. São avaliados inicialmente os recursos dessas pessoas de enfrentamento, resiliência, se já passou por algo semelhante (saúde, se já teve alguma vez AVC, por exemplo), a rede de apoio é reconhecida nesses casos, trazendo ao paciente o que é mais adequado relação de estímulos, remanejo, a história psiquiátrica também é um dos fatores que é avaliado. O paciente depressivo e ansioso são os mais comuns.
Desde o início do ano 2019 estão sem psiquiatra, acionando a rede primaria muitas vezes, usam recurso das clinicas escola, articulação com a rede. Fazem intervenção, encima da avaliação inicial estipula-se um plano terapêutico, porem tem que trabalhar sempre como se fosse a última “vez” do paciente, pois ele pode vir dar alta a qualquer momento.
Os pacientes chegam direto para fazer a cirurgia (internam para realizar a cirurgia) não obtendo espaço para os profissionais trabalharem com o pré-cirurgia.
Quanto mais o paciente está numa internação demorada, mais o serviço de psicologia atua, gerando quadros de ajustamento que é comum num contexto hospitalar, à patologia encima de um ajustamento, ajustar o enfrentamento.
Os pré-operatórios tem muita crença disfuncional em relação à cirurgia, que vai gerando outras emoções que não funcionais para o paciente naquele momento, quando tinha um grupo de pré-operatório tinha-se o alcance de identificá-la no grupo aqueles que davam alguns sinais que estavam “desconfortáveis” com a cirurgia.
A dificuldade de ter um grupo é a frequência dos pacientes que são pré-operatórios vir até a Cardiologia, pois como o hospital é referência vem pessoas de outras cidades para realizar a cirurgia, não conseguindo manter uma frequência no grupo ou até não tendo algum deslocamento nos dias do grupo até o hospital.
Tem um repertorio de doenças crônicas com os hábitos disfuncionais, esses pacientes tem grande frequência, é um paciente de difícil adesão, pois ele reitera e é percebido que ele não mudou seus hábitos, não tomam seus remédios, não vão às consultas que deveriam comparecer. Acabam tendo um repertorio comum desses pacientes, cada um tem uma história porem essas histórias se repetem, e o psicólogo “entra nesse repertorio” para saber como está funcionando.
A informação é sempre medica, psicólogos não dão notícias, estão juntos ou presentes no momento, estão sempre envolvidos com contexto de comunicação ou óbito de terceiros enquanto a pessoa está internada (exemplo: a pessoa está internada o filho adoeceu ou algum familiar morreu),é priorizado que essa conduta que seja contato ao paciente no ambiente hospitalar, tendo toda a retaguarda, a psicologia entra muito com a parte clínica para saber se está tudo certo para remanejar se está tudo bem, saber se tem algo que impeça, é alinhado com a família, sendo que o ideal é uma porta voz da família, ou seja, uma pessoa referência desse paciente de vinculo, as psicólogas ficam instrumentalizando, deixando o tempo do paciente para assimilar a questão pois geralmente não vem pergunta de imediato.
Pacientes internados a mais tempo, piorando cada vez mais a família tem dificuldade de entender esse processo, o que é feito várias conversas com essa família juntamente com o médico para explicar toda essa progressão do adoecimento, porém existe essa dificuldade, o objetivo é ajudar a ficar cada vez mais claro para não ser uma surpresa.
As psicólogas trabalham para que a família entenda o contexto, sendo que cada um tem seu tempo, o que fica um pouco difícil para a equipe é que não tem um paliativo instituído, prognósticos reservados, a própria equipe tem dificuldade de paliativa, para a categoria médica o paliativo é uma renúncia muitas vezes.
“O paliativo nasceu da oncologia e é muito de poder oncológico, na cardiologia ele é muito “almejado”, sendo a cardiologia um contexto difícil de tentar paliativa e há uma frustação, pois, as vezes é necessário ir a fundo com algumas famílias ou até mesmo abreviar algumas coisas (palavras de uma das Psicólogas)”.
Tem equipe multiprofissional, porém nenhum médico paliativista, quando tem algum caso no Hospital de Cardiologia é chamado o médico paliativo do Hospital Regional, ele avalia o contexto (o caso) e em geral é feita a conversas com a família, os casos demoram em paliativa, é realizado muitos investimentos importantes, mas têm casos que o prognóstico é desfavorável, isso também vai criando expectativas para os familiares e essa conversa com o paliativo já tem um “tom” diferente, os médicos do paliativo possuem outro manejo com as famílias.
Na conversa paliativa a equipe multiprofissional se reúne com a família e o médio paliativo esclarece e tira as dúvidas que os familiares possuem sobre a saúde do paciente. As psicólogas tentam ao máximo resolver todas as dúvidas para que não saiam dali sem respostas.
Sobre os desafios foi exposta a dificuldade de mostrar a identidade da psicologia; questões de rede por serem terciários não tem continuidade, comunicação entre as equipes (momento de reunião, debate de casos), falta do médico paliativo onde poderia evitar sofrimento desnecessário ao paciente e família. E sobre as conquistas o espaço (sala) para a psicologia, estagiaria, entre outras.
CONCLUSÃO
Entendemos ser de grande valia essa atividade, foi uma experiência prazerosa e acrescentou muito na nossa formação de Psicologia, visto a importância do contato com a Psicologia Hospitalar.
Vale citar a afirmativa: “curar sempre que possível, aliviar quase sempre, consolar sempre” (Simonetti, 2004, p. 21).4 A transmutação de “consolar” em “escutar” se aproxima consideravelmente da “filosofia da psicologia hospitalar, que então pode ser definida como psicologia da escuta, em oposição à filosofia da cura...” (Simonetti, 2004, p. 21). Mesmo naqueles casos em que o paciente encontra-se impossibilitado de falar por razões orgânicas ou não, (...) ou pura resistência, ainda assim essa orientação do trabalho pela palavra é válida, já que existem muitos signos não verbais com valor de palavra, como gestos, olhares, a escrita e mesmo o silêncio (Simonetti, 2004, p. 23).
Ressaltamos que o Psicólogo Hospitalar está inserido no contexto da saúde, de maneira tão intensa quantos outros profissionais atuantes nesta área. E, a realidade hospitalar lhe apresentará, algumas vezes, celeumas e condições que exigirão performances sequer imaginadas no tocante a valores éticos, teóricos e ideológicos. Para tanto é fundamental que o Psicólogo Hospitalar, além de profissionalmente preparado, e devidamente especializado para aí atuar, esteja aberto e atento ao verdadeiro diálogo, sobretudo interdisciplinar.
Para entrar no hospital é necessário especialização ou residência (dois anos, 60 horas semanais e bolsa do ministério da saúde), na residência se trabalha com supervisão e também estuda, pois os hospitais são vinculados com instituição de ensino.
BIBLIOGRAFIA
Texto: A Psicologia hospitalar e o hospital, Maria Alice Lustosa
https://psicoterapiaepsicologia.webnode.com.br/products/historico-da-psicologia-hospitalar/ (acesso em 27/04/2019)
http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582011000100012 (acesso em 27/04/2019)
https://www.hospitaldecaridade.com.br/servicos/servicos-hospitalares/ (acesso em 27/04/2019)
https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/6849/8141 (acesso em 28/04/2019)

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