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Amanda Souza Correa → O sistema vascular aparece na metade da terceira semana, quando o embrião não é mais capaz de satisfazer suas necessidades nutricionais apenas por difusão. As células progenitoras cardíacas se encontram no epiblasto, imediatamente adjacentes à parte cranial da linha primitiva. De lá, elas migram através da linha primitiva para a camada esplâncnica do mesoderma da placa lateral, onde algumas formam um aglomerado celular em formato de ferradura chamado de área cardiogênica primária (ACP) ou primeiro campo cardíaco (PCC), cranial às pregas neurais. Essas células formam os átrios, o ventrículo esquerdo e parte do ventrículo direito. O resto do ventrículo direito e da via de saída (cone arterial e tronco arterioso ou arterial) é derivado do segundo campo cardíaco (SCC), que também contribui com células para a formação dos átrios na extremidade caudal do coração. Esse campo secundário de células está localizado no mesoderma esplâncnico ventral à faringe. → À medida que as células progenitoras cardíacas migram através da linha primitiva no 16o dia da gestação aproximadamente, elas são especificadas em ambos os lados (no sentido lateral para medial) para se tornarem as diferentes partes do coração. A padronização dessas células ocorre quase ao mesmo tempo que a lateralidade (esquerda-direita) está sendo definida em todo o embrião; este processo e a via de sinalização dos quais dependem são essenciais para o desenvolvimento normal do coração. → As células no SCC também exibem lateralidade, de modo que as células no lado direito contribuem para a região esquerda da via de saída e aquelas no esquerdo contribuem para a direita. Essa lateralidade é determinada pela mesma via de sinalização que estabelece a lateralidade do embrião como um todo e explica a natureza espiralada da artéria pulmonar e da aorta, assegurando que a aorta saia do ventrículo esquerdo, e que a artéria pulmonar saia do ventrículo direito. → Depois que as células estabelecem o SCC, elas são induzidas pelo endoderma faríngeo subjacente a formar mioblastos cardíacos e ilhotas sanguíneas que se tornarão células e vasos sanguíneos pelo processo conhecido como vasculogênese. As ilhotas se unem e formam um tubo em formato de ferradura revestido por endotélio e circundado por mioblastos. Essa região é conhecida como região cardiogênica. A cavidade intraembrionária (corpo primitivo) sobre essa região evolui posteriormente para a cavidade pericárdica. → Além da região cardiogênica, outras ilhotas sanguíneas aparecem bilateralmente, paralelas e próximas à linha média do disco embrionário. Essas ilhotas formam um par de vasos longitudinais, as aortas dorsais. TUBO CARDÍACO → Inicialmente, a parte central da área cardiogênica é anterior à membrana orofaríngea e à placa neural. Com o fechamento do tubo neural e a formação das vesículas cefálicas, o sistema nervoso central cresce no sentido cranial tão rapidamente que se estende sobre a região cardiogênica central e a futura cavidade pericárdica. Como resultado do crescimento do cérebro e das pregas cefálicas do embrião, a membrana orofaríngea é puxada para a frente, enquanto o coração e a cavidade pericárdica se movem inicialmente para a região cervical e finalmente para o tórax. → Conforme o embrião cresce e se curva cefalocaudalmente, ele também se dobra lateralmente. Como resultado, as regiões caudais dos tubos cardíacos se fusionam, exceto em suas extremidades mais caudais. Simultaneamente, a parte central do tubo em formato de ferradura se expande para formar as futuras regiões ventricular e da via de saída. Assim, o coração se torna um tubo expandido e contínuo, que consiste em um revestimento interno endotelial e uma camada miocárdica externa. Ele recebe drenagem venosa em seu polo caudal e começa a bombear sangue para fora do primeiro arco aórtico para a aorta dorsal em seu polo cranial. → O tubo cardíaco em desenvolvimento se projeta cada vez mais para a cavidade pericárdica. Entretanto, inicialmente, o tubo permanece ligado ao lado dorsal da cavidade pericárdica por uma prega de tecido mesodérmico, o mesocárdio dorsal que é derivado do SCC. Não há formação de mesocárdio ventral. Com o decorrer do desenvolvimento, a parte central do mesocárdio dorsal desaparece, criando o seio transverso do pericárdio, que conecta ambos os lados da cavidade pericárdica. O coração, agora, está suspenso na cavidade por vasos sanguíneos em seus polos cranial e caudal. → Durante esses eventos, o miocárdio se espessa e secreta uma camada de matriz extracelular e rica em ácido hialurônico chamada geleia cardíaca, que o separa do endotélio. Além disso, a formação do órgão proepicárdico ocorre nas células mesenquimais localizadas na borda caudal do mesocárdio dorsal. As células dessa estrutura proliferam e migram sobre a superfície do miocárdio para formar a camada epicárdica (epicárdio) do coração. Desse modo, o tubo cardíaco consiste em três camadas: (1) o endocárdio, que forma o revestimento endotelial interno do coração; (2) o miocárdio, que constitui a parede muscular; e (3) o epicárdio ou pericárdio visceral, que cobre o exterior do tubo. Essa camada externa é responsável pela formação das artérias coronarianas, incluindo seu revestimento endotelial e o músculo liso. → O tubo cardíaco continua a se alongar conforme as células do SCC são adicionadas a sua extremidade cranial. O processo de alongamento é essencial para a formação normal de parte do ventrículo direito e da região da via de saída (cone arterial e tronco arterioso, que constituem parte da aorta e da artéria pulmonar), e para o processo de formação da alça. Se esse alongamento for inibido, ocorrem então vários defeitos na via de saída, incluindo DVSVD (tanto a aorta quanto a artéria pulmonar saem do ventrículo direito), comunicação interventricular (defeitos do septo interventricular), tetralogia de Fallot, atresia pulmonar e estenose pulmonar. → Conforme a via de saída se alonga, o tubo cardíaco começa a se curvar no vigésimo terceiro dia. A parte cefálica do tubo se dobra ventralmente, caudalmente e para a direita, e a parte atrial (caudal) se desloca no sentido dorsocranial e para a esquerda. Essa dobradura, que pode ser decorrente de alterações no formato celular, origina a alça cardíaca, a qual se completa até o vigésimo oitavo dia. Enquanto a alça cardíaca está se formando, expansões localizadas tornam-se visíveis ao longo de todo o comprimento do tubo. A parte atrial, que inicialmente é uma estrutura pareada fora da cavidade pericárdica, forma um átrio comum e é incorporada na cavidade pericárdica. A junção atrioventricular permanece estreita e forma o canal atrioventricular, que conecta o átrio comum e o ventrículo embrionário inicial. O bulbo cardíaco (bulbus cordis) é estreito, exceto em seu terço proximal. Essa parte formará a parte trabecular do ventrículo direito. A parte média, o cone arterial, formará as vias de saída de ambos os ventrículos. A parte distal do bulbo, o tronco arterioso, formará as raízes e a parte proximal da aorta e da artéria pulmonar. A junção entre o ventrículo e o bulbo cardíaco, indicada externamente pelo sulco bulboventricular, permanece estreita. Ela é chamada de forame interventricular primário. Desse modo, o tubo cardíaco é organizado em regiões ao longo de seu eixo craniocaudal, da parte conotruncal até o ventrículo direito, até o ventrículo esquerdo e até a região atrial, respectivamente. Quando o dobramento é concluído, o tubo cardíaco de parede lisa começa a formar trabéculas primitivas em duas áreas bem definidas localizadas proximal e distalmente ao forame interventricular primário. O bulbo permanece temporariamente com parede lisa. O ventrículo primário, que agora está trabeculado, é chamado de ventrículo esquerdo primitivo. Do mesmomodo, o terço proximal trabeculado do bulbo cardíaco é chamado de ventrículo direito primitivo → A parte conotruncal do tubo cardíaco, inicialmente no lado direito da cavidade pericárdica, desloca-se gradualmente para uma posição medial. Essa mudança de posição é o resultado de duas dilatações transversais do átrio, formando saliências em cada lado do bulbo cardíaco. → Os cordões angioblásticos, localizados no mesoderma cardiogênico, na 3ª semana de desenvolvimento se canalizam para formar os tubos cardíacos, os quais se fundem no final da 3ª semana para formar o coração tubular primitivo. Se a fusão das duas estruturas falhar, duas estruturas semelhantes a um tubo se formam ao invés de uma, levando ao coração bífido. O coração começa a bater entre o 22º e 23º dia e o fluxo de sangue começa na 4ª semana do desenvolvimento sendo visto através da ultra-sonografia Doppler. → Durante a quarta semana, o coração sofre uma alça cardíaca. Esse processo faz com que o coração se dobre sobre si mesmo e adote sua posição normal na região esquerda do tórax com os átrios posteriormente localizados e os ventrículos em uma posição mais anterior. A incapacidade de o coração formar alças apropriadas resulta em dextrocardia, e o coração fica no lado direito do tórax. A dextrocardia também pode ser induzida mais precocemente, quando a lateralidade é estabelecida. SEPTAÇÃO Septação do ventrículo primitivo → A divisão do ventrículo primitivo inicia-se com a formação do septo interventricular (IV) primário, no assoalho do ventrículo próximo do seu ápice. O septo IV é resultante principalmente da dilatação dos ventrículos. Até a 7ª semana há o forame interventricular, que permite a comunicação entre os ventrículos direito e esquerdo. O fechamento do forame interventricular ocorre no final da 7ª semana e é resultado da fusão das cristas bulbar direita e esquerda e do coxim endocárdico. → Após o fechamento do forame interventricular, o tronco pulmonar fica em comunicação com o ventrículo direito e a aorta com o ventrículo esquerdo. Septação do bulbo cardíaco e tronco arterial → Durante a 5ª semana de desenvolvimento a proliferação de células mesenquimais nas paredes do bulbo cardíaco resulta na formação das cristas bulbares. No tronco arterial, de forma semelhante, ocorre a formação das cristas do tronco. Esses dois conjuntos de cristas sofrem espiralização de 180° resultando na formação do septo aorticopulmonar. → Esse septo divide o bulbo cardíaco e o tronco arterial em dois canais: a aorta e o tronco pulmonar. → O bulbo cardíaco é incorporado às paredes dos ventrículos definitivos. No ventrículo direito é representado pelo cone arterial (infundíbulo) e no ventrículo esquerdo ele forma as paredes do vestíbulo aórtico, porção do ventrículo logo abaixo da válvula aórtica. → O início da septação se dá com a formação dos coxins endocárdicos nas paredes ventrais e dorsais do canal atrioventricular. Eles se fusionam e divide o canal AV em canais AV direito e esquerdo. Separando o átrio do ventrículo, primordialmente. → Os coxins endocárdicos são originados a partir da matriz extracelular que é secretada entre o endocárdio e o miocárdio. Quando o dobramento cardíaco está próximo do fim, algumas das células endocárdicas nos coxins sofrem uma transformação epitélio- mesenquimal (EMT) gerando o mesênquima que invade a matriz extracelular e se diferencia em tecido conjuntivo. O desenvolvimento correto dos coxins é essencial para a septação completa – que é a geração da porção membranosa (ou fibrosa) dos septos interventricular e atrial e a separação da aorta e da artéria pulmonar. → Ao final do Desenvolvimento do coração, os arcos desaparecem (são remodelados) para dar origem aos grandes vasos que partem do coração (54 dias). → O mesoderma lateral mais posterior entra no programa de formação de células do endotélio, para a formação dos vasos sanguíneos. Vasculogênese x Angiogênese • A Vasculogênese é a diferenciação das células do mesoderma para a formação endotelial a partir do zero. Formação continuada, migração e coalescência de precursores endoteliais. Formação de rede primitiva que acompanha o crescimento do embrião. ILHOTAS SANGUÍNEAS Depois que as células estabelecem o SCC, elas são induzidas pelo endoderma faríngeo subjacente a formar mioblastos cardíacos e ilhotas sanguíneas que se tornarão células e vasos sanguíneos pelo processo conhecido como vasculogênese. As ilhotas se unem e formam um tubo em formato de ferradura revestido por endotélio e circundado por mioblastos. Essa região é conhecida como região cardiogênica. A cavidade intraembrionária (corpo primitivo) sobre essa região evolui posteriormente para a cavidade pericárdica. Além da região cardiogênica, outras ilhotas sanguíneas aparecem bilateralmente, paralelas e próximas à linha média do disco embrionário. Essas ilhotas formam um par de vasos longitudinais, as aortas dorsais. • A Angiogênese parte de vasos sanguíneos já existentes. Crescimento e remodelação de novos vasos a partir da rede vascular existente (brotamento, intuscepção, intercalação de células endoteliais em vasos já existentes). CIRCULAÇÃO FETAL Antes do nascimento, o sangue proveniente da placenta, com cerca de 80% de saturação de oxigênio, retorna para o feto pela veia umbilical. Chegando ao fígado, a maior parte desse sangue flui pelo ducto venoso diretamente para a veia cava inferior, sem passar pelo fígado. Um volume menor de sangue entra nos sinusoides hepáticos e se mistura com o sangue da circulação porta. O mecanismo de esfíncter no ducto venoso fecha a entrada da veia umbilical e regula o fluxo sanguíneo umbilical pelos sinusoides hepáticos. Esse esfíncter se fecha quando a contração uterina faz com que o retorno venoso seja muito alto, evitando uma sobrecarga repentina para o coração. Após um pequeno percurso na veia cava inferior, onde o sangue placentário se mistura com o sangue não oxigenado que retorna dos membros inferiores, ele entra no átrio direito. Ali, ele é levado para o forame oval pela veia cava inferior, de modo que um volume maior do sangue passa diretamente para o átrio esquerdo. Um pequeno volume de sangue não consegue fazer isso por causa da extremidade inferior do septo secundário, a crista dividens, e permanece no átrio direito. Ali, ele se mistura com o sangue dessaturado que retorna da cabeça e dos braços através da veia cava superior. Do átrio esquerdo, onde ele se mistura com um pequeno volume de sangue dessaturado que retorna dos pulmões, o sangue entra no ventrículo esquerdo e na aorta ascendente. Uma vez que as artérias coronárias e carótida são as primeiras ramificações da aorta ascendente, a musculatura cardíaca e o cérebro são abastecidos com sangue bem oxigenado. O sangue dessaturado da veia cava superior flui através do ventrículo direito para o tronco pulmonar. Durante a vida fetal, a resistência nos vasos pulmonares é alta, de modo que boa parte desse sangue passa diretamente pelo ducto arterioso para a aorta descendente, onde se mistura com o sangue da aorta proximal. Após sua passagem pela aorta descendente, o sangue flui para a placenta pelas duas artérias umbilicais. A saturação de oxigênio nas artérias umbilicais é de aproximadamente 58%. Ao longo de seu percurso desde a placenta até os órgãos do feto, o sangue na veia umbilical perde gradualmente seu alto teor de oxigênio à medida que se mistura com o sangue dessaturado. Teoricamente, a mistura ocorre nos seguintes locais: • Fígado, pela mistura com um pequeno volume de sangue que retorna do sistema porta • Veia cava inferior, que carrega sangue desoxigenado que retorna dos membros inferiores, da pelve e dos rins • Átrio direito, pela mistura com o sangue da cabeça e dos membros superiores • Átrio esquerdo, pela mistura com o sangue que retornados pulmões • Entrada do ducto arterioso na aorta descendente. Cascatas de sinalização na formação da rede vascular: • Fgf2 - especificação do hemangioblasto no mesoderma esplancnico • VEGF - especificação do hemangioblasto e subsequente remodelação de rede capilar. Fator de crescimento com receptores 1 e 2 em células endoteliais, que são regulados um pelo outro. No receptor 2, há pró- Angiogênese, enquanto 1 vai contra o processo (freia a função de 2, quando em excesso). Ao fazer nocaute do receptor 1, o resultado é hipervascularização. Nocautes em 2 impedem a Angiogênese. • Angiopoetina 1 - regula permeabilidade; • Angiopoetina 2 - regula degradação da MEC e associação de células musculares → Após o nascimento o ducto arterial, o ducto venoso, o forame oval e os vasos umbilicais não são mais necessário. Dessa forma, ocorre o fechamento do forame oval e o ducto venoso e arterial se contraem. O fechamento do forame oval ocorre pelo aumento de pressão no átrio esquerdo que pressiona a sua válvula contra o septum secundum. → Alterações no sistema vascular ao nascimento são causadas pela cessação do fluxo sanguíneo placentário e pelo início da respiração. Depois que o ducto arterioso se fecha pela contração muscular de sua parede, o volume de sangue que flui pelos vasos pulmonares aumenta rapidamente. Isso, por sua vez, aumenta a pressão no átrio esquerdo. Simultaneamente, a pressão no átrio direito diminui como resultado da interrupção do fluxo sanguíneo placentário. O septo primário é, então, aposto ao secundário, e o forame oval se fecha funcionalmente. → Alterações ao nascimento. Durante a vida pré- natal, a circulação placentária fornece ao feto seu oxigênio, mas, após o nascimento, são os pulmões que realizam a troca gasosa. No sistema circulatório, ocorrem as seguintes alterações ao nascimento e durante os primeiros meses pós-natais: (1) o ducto arterioso se fecha; (2) o forame oval se fecha; (3) a veia umbilical e o ducto venoso se fecham e permanecem como o ligamento redondo do fígado e o ligamento venoso; e (4) as artérias umbilicais formam os ligamentos umbilicais mediais. • A porção intra-abdominal da veia umbilical se torna o ligamento redondo do fígado. • O ducto venoso se transforma no ligamento venoso. → A circulação fetal difere da extra-uterina anatômica e funcionalmente. Ela é estruturada para suprir as necessidades de um organismo em crescimento rápido num ambiente de hipóxia relativa. A única conexão entre o feto e o meio externo é a placenta, que o serve nas funções de "intestinos" (suprimento de nutrientes), "rins" (retirada dos produtos de degradação) e "pulmões" (trocas gasosas). Estrutura geral dos vasos sanguíneos Todos os vasos sanguíneos acima de um certo calibre apresentam um plano geral comum de construção. De um modo geral, um vaso sangüíneo apresenta as seguintes camadas constituintes: a) Túnica Íntima: é constituída por: 1. Uma camada de células achatadas (células endoteliais), revestindo internamente o vaso; caracterizando o epitélio simples pavimentoso, chamado de endotélio. 2. Um delicado estrato subendotelial constituído por tecido conjuntivo frouxo; 3. Lâmina elástica interna, o qual é o componente mais interno da íntima, constituída principalmente de elastina, possui aberturas (fenestras que permitem a difusão de substancias para nutrir células situadas mais profundamente na parede do vaso. Devido a contração do vaso, esta membrana geralmente se apresenta em corte, com seu trajeto ondulado e sinuoso. b) Túnica Média: Formada principalmente por camadas concêntricas de células musculares lisas helicoidalmente. Interpostas entre as células musculares lisas existem quantidades variáveis de lâminas elásticas, fibras reticulares (colágeno tipo III), proteoglicanas e glicoproteínas. As células musculares lisas são as responsáveis pela produção destas moléculas da matriz extracelular. Em artérias, a túnica média possui uma lâmina elástica externa mais delgada que separa esta da túnica adventícia. c) Túnica Adventícia: Constituída por tecido conjuntivo frouxo. A camada adventícia torna-se gradualmente contínua com o tecido conjuntivo do órgão pelo qual o vaso sanguíneo está passando. d) Vasa Vasorum: Vasos grandes normalmente possuem vasa vasorum que são arteríolas, capilares, e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia e na porção externa da média. Os vasa vasorum provêem a adventícia e a média de metabólitos, uma vez que em vasos maiores as camadas são muito espessas para serem nutridas somente por difusão a partir do sangue na luz. Vasa vasorum são mais frequentes em veias que em artérias. Em artérias de diâmetro intermediário e grande, a íntima e a região mais interna da média são destituídas de vasa vasorum. Estas camadas recebem oxigênio e nutrição por difusão do sangue que circula na luz do vaso. Artérias As artérias conduzem sangue do coração para os capilares. Elas armazenam parte do sangue bombeado durante cada sístole cardíaca para garantir o fluxo contínuo através dos capilares durante a diástole cardíaca. Do coração para os capilares, as artérias podem ser classificadas em três grupos principais: (1) artérias de grande calibre (artérias elásticas), (2) artérias de médio calibre (artérias musculares) e (3) pequenas artérias e arteríolas. Artérias de grande calibre ou artérias elásticas A aorta e seus ramos principais (as artérias braquiocefálica, carótida comum, subclávia e ilíaca comum) são artérias elásticas. Elas são artérias condutoras porque conduzem sangue do coração para as artérias distribuidoras de calibre médio. Tem cor amarelada devido ao acúmulo de material elástico presente na túnica média. Chama a atenção, na estrutura das grandes artérias, o acúmulo de material elástico existente. Atribui-se a essa camada importante função na regulação do fluxo sangüíneo. O tecido elástico sofre dilatações periódicas e absorve o impacto da pulsação cardíaca, que sabemos ser intermitente. Durante a diástole, as artérias voltariam ao calibre normal, impulsionando o sangue. A consequência desta ação é que, à medida que se distancia do coração, o fluxo e a pressão arterial tornam-se cada vez mais regulares. A túnica íntima das artérias elásticas é composta pelo endotélio e pelo tecido conjuntivo subendotelial. Grandes quantidades de lâminas elásticas são encontradas na túnica média, com feixes de células musculares lisas preenchendo os estreitos espaços entre as lâminas elásticas. As fibras colágenas estão presentes em todas as túnicas, mas especialmente na adventícia. Vasos sanguíneos (vasa vasorum), nervos (nervi vasorum) e vasos linfáticos podem ser reconhecidos na túnica adventícia das grandes artérias elásticas. Artérias de pequeno e médio calibre ou artérias musculares As artérias de médio calibre são vasos distribuidores, que permitem uma distribuição seletiva de sangue para diferentes órgãos em resposta às necessidades funcionais. Exemplos de artérias de médio calibre incluem as artérias radial, tibial, poplítea, axilar, esplênica, mesentérica e intercostal. O diâmetro das artérias musculares de médio calibre é cerca de 3 mm ou mais. Possui a mesma estrutura geral dos vasos. São caracterizadas por uma espessa camada muscular, que pode chegar a ter mais de 40 camadas de fibras musculares lisas. De um modo geral, quanto maior for o calibre, maior a quantidade de material elástico entre as fibras musculares. Arteríolas As arteríolas são ramos finais do sistema arterial. As arteríolas regulam a distribuição de sangue em diferentes leitos capilares por vasoconstrição e vasodilatação em regiões localizadas, porque suas paredes contêm fibras musculares lisas dispostas circularmente. As arteríolas são consideradas vasos de resistência e são os principais determinantes da pressão sanguíneasistêmica. São muito finas, geralmente com menos de 0,5mm de diâmetro. A túnica íntima possui um endotélio, um subendotélio e uma lâmina elástica interna muito delgada. A túnica média geralmente é formada por 4 ou 5 camadas de células musculares lisas. A túnica adventícia é estreita, pouco desenvolvida, com pouca quantidade de tecido conjuntivo frouxo. Capilares Apresenta-se constituídos apenas por uma camada única de células endoteliais; o calibre médio dos capilares é pequeno, oscilando entre 7 a 9 μm. Os capilares podem ser agrupados em três grupos, dependendo da continuidade da camada endotelial e da lâmina basal: 1. Capilar contínuo ou somático: é caracterizado pela ausência de fenestras em sua parede. As células endoteliais são unidas por junções de oclusão e aderência, e transportam líquidos e solutos através de cavéolas e vesículas de pinocitose. Este tipo de vaso capilar é encontrado em todos os tipos de tecido muscular, tecidos conjuntivos, glândulas exócrinas e tecido nervoso. 2. Capilar fenestrado ou visceral: caracteriza-se pôr apresentar orifícios ou fenestras na parede das células endoteliais, as quais são obstruídas ou não por um diafragma que é mais delgado do que a membrana plasmática da própria célula. A lâmina basal dos vasos capilares é contínua. O capilar fenestrado geralmente é encontrado em tecidos onde ocorre intensa troca de substâncias entre as células e o sangue, como o rim, o intestino e as glândulas endócrinas. 3. Capilar sinusóide: apresenta as seguintes características: • Trajeto tortuoso, com calibre grandemente aumentado (30 a 40 μm). • Suas células endoteliais formam uma camada descontínua e são separadas umas das outras por espaços amplos que comunicam o capilar com o tecido subjacente. • Abundante quantidade de poros ou fenestrações desprovidas de diafragmas nas paredes das células endoteliais. • Presença de macrófagos entre as células endoteliais • Lâmina basal descontínua Os capilares sinusóides são encontrados principalmente no fígado, e em órgãos hematopoiéticos, como a medula óssea e o baço. Estas particularidades estruturais sugerem a existência nos capilares sinusóides, de condições que tornam mais fácil e mais intenso o intercâmbio de substâncias entre o sangue e os tecidos. https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/03/capilar-cont%C3%ADnuo.jpg https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/03/capilar-fenestrado.jpg Veias O sistema venoso se inicia no final do leito capilar com as vênulas pós-capilares, que estruturalmente se assemelham aos capilares contínuos, mas com um lúmen maior. As vênulas pós-capilares, o sítio preferencial de migração dos leucócitos para os tecidos por um mecanismo chamado diapedese, são constituídas de células endoteliais sustentados por uma lâmina basal e uma adventícia de tecido conjuntivo frouxo. As veias tem uma parede relativamente fina em comparação às artérias do mesmo calibre. Assim como as artérias, as veias são constituídas por túnicas. Entretanto, a distinção de uma túnica média e adventícia geralmente não fica muito clara. O lúmen é revestido por um endotélio e uma lâmina basal subjacente. Não se vê uma lâmina elástica interna distinta. A túnica média muscular é mais fina que nas artérias, e as células musculares lisa têm uma orientação irregular, aproximadamente circular. A túnica adventícia é composta por tecido conjuntivo frouxo, além de poucas fibras nervosas. Nas grandes veias, os vasa vasorum penetram na parede. Uma característica típica das veias é a presença de valvas ou válvulas que evitam o refluxo de sangue. Uma valva é uma projeção da túnica íntima para o lúmen, coberta por células endoteliais e reforçadas por fibras elásticas e colágenas. A adventícia da veia é maior que da artéria. Diferenças entre artérias e veias Vasos linfáticos Os vasos linfáticos são tubos que auxiliam o sistema cardiovascular na remoção do líquido tecidual dos espaços intersticiais do corpo; os vasos então retornam o líquido ao sangue. O Sistema Linfático é essencialmente um sistema de drenagem e não há nenhuma circulação. Os vasos linfáticos são encontrados na maioria dos tecidos e órgãos do corpo, mas estão ausentes no sistema nervoso central, no globo ocular, no ouvido interno, na epiderme, na cartilagem e no osso. Os vasos linfáticos apresentam três camadas semelhantes às das pequenas veias, mas o lúmen é maior. A túnica íntima consiste em um endotélio e uma fina camada subendotelial de tecido conjuntivo. A túnica média contém algumas poucas células musculares lisas em uma disposição concêntrica separadas por fibras colágenas. A túnica adventícia é formada por tecido conjuntivo frouxo com fibras colágenas e elásticas. Eles também possuem um maior número de valvas no seu interior, os vasos https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/03/capilar-sinus%C3%B3ide.jpg https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/03/veias-X-art%C3%A9rias.jpg linfáticos apresentam-se dilatados e exibem um aspecto nodular ou em colar de contas. Coração É um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue no sistema circulatório. Suas paredes apresentam-se constituídas por 3 túnicas: O coração tem uma porção central fibrosa que lhe serve de ponto de apoio – é o esqueleto fibroso do coração. Observam-se também as válvulas cardíacas e os sistemas gerador e condutor do estímulo cardíaco. a) Endocárdio (túnica interna): É homóloga a camada íntima dos vasos, sendo, portanto, constituído por endotélio apoiado sobre uma delgada camada subendotelial de natureza conjuntiva frouxa. Unindo o miocárdio à camada subendotelial encontramos um estrato subendocárdio de tecido conjuntivo, onde correm vasos, nervos, e ramos do aparelho condutor do coração. O endocárdio reveste as cavidades do coração. É constituído de tecido conjuntivo revestido por uma camada de endotélio. É equivalente à túnica íntima dos vasos sanguíneos. Abaixo do endocárdio há uma camada subendocárdica. É de espessura variável e às vezes seus limites com o endocárdio não são muito perceptíveis, sendo difícil delimitar uma camada da outra. A camada subendocárdica é constituída de tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos, nervos e componentes do sistema de condução de impulsos do coração. O sistema de condução de impulsos do coração é formado por fibras musculares cardíacas modificadas, denominadas fibras de Purkinje (não confundir com as células de Purkinje, neurônios do cerebelo). As fibras de Purkinje são células musculares de diâmetro bastante aumentado e com conteúdo reduzido de miofibrilas e, portanto, com menos estriações transversais. As miofibrilas frequentemente aparecem deslocadas para a periferia da célula, deixando um espaço central. b) Miocárdio (túnica média): É constituído por fibras musculares cardíacas, dispostas em camadas, que envolvem as cavidades cardíacas de um modo complexo e espiralado. Grande parte destas https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/03/cules-son-las-capas-del-corazn.jpg camadas se insere no esqueleto cardíaco. No corte histológico: Fibras orientadas em várias direções. c) Epicárdio (túnica externa): É a membrana serosa do coração, formando o revestimento visceral do pericárdio. Apresenta-se coberto externamente por um epitélio plano simples (mesotélio), apoiado em delgada camada conjuntiva. Apresenta uma camada subepicárdica constituída por conjuntivo frouxo contendo vasos, nervos e gânglios nervosos. É nessa camada que se acumula o tecido adiposo que geralmente recobre certas regiões do coração. O epicárdio corresponde ao folheto visceral do pericárdio, membrana serosa que envolve o coração.Entre o folheto visceral (epicárdio) e o folheto parietal existe uma quantidade pequena de fluído que facilita os movimentos cardíacos. O epicárdio é revestido externamente pelo folheto visceral do pericárdio, membrana que envolve o coração. O epicárdio é formado de uma lâmina de tecido conjuntivo denso revestido externamente (isto é, na face voltada para a cavidade pericárdica) por um epitélio pavimentoso simples – um mesotélio. Músculo estriado cardíaco (cardiócitos) O músculo do coração é constituído por células alongadas e ramificadas com aproximadamente 15 μm de diâmetro por 85-100 μm de comprimento, que se prendem por meio de junções celulares complexas. Essas células apresentam estriações transversais semelhantes às do músculo esquelético, mas ao contrário das fibras esqueléticas que são multinucleadas, as fibras cardíacas possuem apenas um ou mais núcleos centralmente localizados. Uma característica exclusiva do músculo cardíaco é a presença de linhas transversais fortemente coráveis, chamados discos intercalares, que são complexos juncionais encontrados na interface de células musculares adjacentes. Essas junções aparecem como linhas retas ou exibem um aspecto de escada. Nos discos intercalares encontram-se três especializações juncionais principais: zônulas de adesão, desmossomos e junções comunicantes. https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2020/03/estriado-cardiaco.png SANGUE VENOSO E ARTERIAL → O sangue venoso, rico em gás carbônico, é bombeado do coração para os pulmões através das artérias pulmonares. Enquanto o sangue arterial, rico em gás oxigênio, é bombeado do coração para os tecidos do corpo através da artéria aorta. CIRCUITO DO SANGUE CIRCULAÇÃO SISTÊMICA → Inicia-se no ventrículo esquerdo, passa por todos os órgãos e retorna ao átrio direito. Leva o sangue arterial para os órgãos e retorna ao coração com o sangue venoso. → A câmara superior, chamada de átrio esquerdo, se enche com o sangue oxigenado vindo dos pulmões. As paredes musculosas empurram o sangue através da válvula mitral. O sangue penetra, então, na câmara inferior, o ventrículo esquerdo, formado pelo músculo mais forte do coração. Quando o ventrículo está cheio de sangue, suas paredes se contraem. A válvula para o átrio esquerdo se fecha. O sangue cheio de oxigênio e energia é lançado para fora do coração, com pressão forte suficiente para atingir o corpo todo. Logo depois de ultrapassada a válvula de saída, começa a maior artéria de todo o corpo, a aorta. Nela, o sangue não encontra uma reta para disparar. Mas cai numa curva acentuada em que sobe e desce. → O coração não se alimenta do sangue que o preenche. Seus músculos precisam de um suprimento externo, como os demais órgãos. É o primeiro a receber a entrega da circulação sistêmica. A circulação coronariana é a primeira a emergir da aorta, já a alguns centímetros da sua raiz, através das artérias coronarianas. → No alto da curva da aorta, o sangue encontra três passagens principais. As aberturas à direita e à esquerda vão para os braços. A outra é a rota para a cabeça. O cérebro consome quase um litro de sangue por minuto. Para garantir que o corpo esteja sempre funcionando, o cérebro é o único orgão que recebe fluxo constante de sangue, mesmo durante o sono. O fluxo principal na aorta prossegue para suprir as porções média e inferior do corpo. → As artérias são mais do que tubos. Suas paredes são feitas de camadas musculares, com papel ativo no controle da pressão sangüínea e no transporte de sangue até onde se precise dele. As artérias, ao longo de seu percurso, vão se tornando cada vez menores e mais finas, formando as arteríolas e, finalmente, os capilares. Nestes capilares, o sangue arterial se transforma em sangue venoso. → Sem o oxigênio e carregado com dióxido de carbono, o sangue inicia sua jornada de volta ao coração e pulmões. Os vasos capilares desembocam em pequenas veias, chamadas de vênulas, que se juntam formando vasos maiores. Duas grandes veias recolhem o sangue venoso e o lançam na aurícula direita: a veia cava superior, que recolhe o sangue das partes situadas acima do coração (braços, cabeça, pescoço), e a veia cava inferior, que recolhe o sangue do resto do corpo. → Durante a circulação sistêmica, o sangue passa pelos rins. Esta fase da circulação sistêmica é conhecida como circulação renal. O sangue que toma este caminho passa por milhões de filtros microscópicos que removem toxinas e o excesso de água. O que não serve é expelido como urina através dos ureteres, outro elemento do sistema de bombeamento do corpo. O sangue também passa pela circulação intestinal. Nesta fase o sangue recebe os nutrientes da alimentação e retorna para o coração através do sistema venoso chamado sistema porta, que primeiro passa pelo fígado, que extrai alguns elementos do sangue, principalmente a glicose e estoca para uso futuro. • Artérias - A função das artérias é a de transportar sangue sob alta pressão para os tecidos. Por esse motivo, têm fortes paredes vasculares, e nelas o sangue flui em alta velocidade; • Arteríolas - são os pequenos ramos finais do sistema arterial; elas agem como condutos de controle pelos quais o sangue é liberado para os capilares. Elas têm forte parede muscular, capaz de ocluir completamente os vasos ou com seu relaxamento dilatá-los, multiplicando seu diâmetro, sendo capaz, dessa forma, de alterar muito o fluxo sanguíneo em cada tecido em resposta à sua necessidade. • Capilares - A função dos capilares é a troca de líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios e outras substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Para exercer essa função, as paredes capilares são finas e têm numerosos poros capilares minúsculos permeáveis à água e outras pequenas substâncias moleculares. • Vênulas - coletam o sangue dos capilares e, de forma gradual, coalescem, formando veias progressivamente maiores. • Veias - funcionam como condutos para o transporte de sangue das vênulas de volta ao coração; além disso, atuam como importante reservatório de sangue extra. Como a pressão no sistema venoso é muito baixa, as paredes das veias são finas. Mesmo assim, são suficientemente musculares para se contrair e expandir, agindo como reservatório controlável para o sangue extra de pequeno ou grande volume, de acordo com as necessidades da circulação. • Sístole - é o período de contração muscular do coração. Nesse período do ciclo cardíaco as válvulas pulmonar e aórtica são abertas e o sangue é ejetado rapidamente do ventrículo esquerdo para a aorta e, do ventrículo direito para a artéria pulmonar. No período de ejeção, com as válvulas aórtica e pulmonar abertas, a pressão entre o ventrículo e a artéria correspondente são iguais. • Diástole - é o período de relaxamento do coração. O sangue entra na aurícula direita e na aurícula esquerda, vindo, respectivamente, das veias cavas (superior e inferior) e das veias pulmonares. Nesta fase, as válvulas tricúspide e bicúspide encontram-se abertas, permitindo, assim, a entrada passiva de sangue das aurículas para os ventrículos. As válvulas semilunares encontram-se fechadas, o que impede a saída de sangue do coração. • Débito cardíaco - O débito cardíaco é a quantidade de sangue bombeado para a aorta a cada minuto pelo coração. Esta também é a quantidade de sangue que flui pela circulação. O débito cardíaco é um dos fatores mais importantes que devem ser considerados em relação à circulação, pois é a soma do fluxo sanguíneo para todos os tecidos do corpo. O retorno venoso é a quantidade de sangue que flui das veias para o átrio direito a cada minuto. O retorno venoso e o débito cardíaco devem ser iguais um ao outro, exceto por poucos batimentos cardíacos nos momentosem que o sangue é temporariamente armazenado ou removido do coração e dos pulmões. Explique o ciclo cardíaco → A contração do coração inicia-se em uma região do átrio direito, no nó sinoatrial, e estende-se a ambos os átrios, daí aos ventrículos e, finalmente, à base da aorta. Produz-se, assim, uma verdadeira onda de contração, que se propaga por todo o corpo. O ciclo cardíaco divide-se em dois períodos. O período sistólico e o período diastólico. → O período sistólico compreende o período de contração do ventrículo, ou seja, o período de esvaziamento do ventrículo. Inicia-se com a sua contração ventricular e termina com o final da ejeção ventricular, que é um período que se situa imediatamente antes do fechamento das válvulas semilunares. Há um grande aumento na pressão ventricular (cerca de 5 mmHg no estado de repouso para cerca de 120 mm Hg ). Após a ejeção da maior parte do seu sangue, a pressão nivela-se e começa a cair. Este período se divide nas seguintes fases: • Contração Isovolumétrica - Esta primeira fase inicia-se com a contração ventricular, sendo assim, a pressão ventricular ultrapassa rapidamente a pressão atrial ocasionando o fechamento das válvulas atrioventriculares. Há um rápido aumento da pressão na câmara cardíaca. Como as válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) ainda não se abriram, o volume ventricular permanece constante nesta fase. Há mudanças no formato da câmara ventricular. Logo, devemos considerar esta fase isovolumétrica e não isométrica. • Ejeção Ventricular Rápida - Inicia-se com a abertura das válvulas semilunares. Esta abertura ocorre devido ao aumento da pressão ventricular, que ao exceder o nível da pressão diastólica dos grandes vasos permite a abertura das válvulas. Neste momento ocorre a ejeção de uma grande quantidade do débito sistólico (cerca de 2/3). Ocorre um aumento de pressão nos grandes vasos e os volumes ventriculares reduzem subitamente. • Ejeção Ventricular Lenta - Inicia-se quando a curva do volume ventricular demonstra uma redução brusca em sua velocidade de esvaziamento; Este evento ocorre algo antes do pico de pressão sistólica aórtica. Seu término ocorre com o final da ejeção ventricular. Este ponto mal definido situa-se imediatamente antes do fechamento das válvulas semilunares, já que um curto espaço de tempo é necessário após o término da ejeção, para que haja reversão do fluxo aórtico e fechamento destas válvulas. → O tempo total de ejeção ventricular é maior do lado direito do coração, já que esta inicia primeiro e termina após a ejeção do ventrículo esquerdo estar completa. → O período diastólico é o período que corresponde ao relaxamento ventricular, ou seja, ao enchimento do ventrículo. Inicia-se com o fechamento das válvulas semilunares (mitral e tricúspide) e termina com a contração atrial. Neste período, o sangue flui do átrio para o ventrículo. A pressão cai a níveis inferiores a 5 mm Hg, sendo que ao final da fase, a pressão tem uma discreta elevação devido ao sangue proveniente da contração atrial. Este período se divide nas seguintes fases: • Relaxamento Ventricular Isovolumétrico - Inicia-se com o fechamento das válvulas semilunares, prolongando-se até a abertura das válvulas atrioventriculares. Esta abertura ocorre quando as pressões intraventriculares decrescem a níveis inferiores aos dos átrios. Apesar desta fase ser conhecida por não apresentar alterações volumétricas (já que as válvulas semilunares estão fechadas e as atrioventriculares ainda não se abriram) estudos mostraram haver um aumento de 6- 14 ml no volume ventricular esquerdo. Este aumento de volume decorre, provavelmente, do retorno para o ventrículo do sangue contido entre os folhetos aórticos normais. Este evento ocorre durante o fechamento da válvula aórtica, quando a pressão ventricular está decrescendo mais rapidamente do que a pressão aórtica. • Enchimento Ventricular Rápido - Ocorre a drenagem do sangue (represado nas aurículas) pelas câmaras ventriculares. Ocorre um rápido aumento do volume e elevação lentamente progressiva das pressões nosa ventrículos. As pressões nos átrios diminuem rapidamente nesta fase. • Enchimento Ventricular Lento - Inicia-se quando a velocidade de enchimento rápida diminui, evidenciada pela lenta ascensão da curva de volume ventricular. As pressões nas quatro câmaras elevam-se lentamente até a próxima fase que é a da contração atrial. • Contração Atrial - As pressões mostram uma acentuação na sua magnitude. Com a contração atrial, há um reforço no enchimento ventricular, aumentando o seu volume em cerca de 20% e elevando sua pressão diastólica. → Os eventos no lado esquerdo e direito do coração não são sincronizados. Os eventos do lado direito do coração costumam ocorrer um pouco depois dos da esquerda. As pressões ventricular direita e arterial pulmonar são significativamente menores do que os níveis correspondentes do lado esquerdo. DÉBITO CARDÍACO O débito cardíaco é a quantidade de sangue bombeado para a aorta a cada minuto pelo coração. Esta também é a quantidade de sangue que flui pela circulação. O débito cardíaco é um dos fatores mais importantes que devem ser considerados em relação à circulação, pois é a soma do fluxo sanguíneo para todos os tecidos do corpo. O retorno venoso é a quantidade de sangue que flui das veias para o átrio direito a cada minuto. O retorno venoso e o débito cardíaco devem ser iguais um ao outro, exceto por poucos batimentos cardíacos nos momentos em que o sangue é temporariamente armazenado ou removido do coração e dos pulmões. Uma pessoa em repouso, o coração bombeia apenas 4 a 6 litros de sangue por minuto, durante o exercício intenso pode ser necessário que bombeie de 4 a 7x mais que essa quantidade. Os meios básicos de regulação do volume bombeado são: • Regulação cardíaca intrínseca, em resposta às variações no aporte do volume sanguíneo em direção ao coração; • Controle da frequência cardíaca e da força de bombeamento pelo sistema nervoso autonômico. ESTÍMULOS ELÉTRICOS → O órgão realiza dois movimentos básicos: sístole (contração) e diástole (relaxamento), de acordo com a despolarização e repolarização de suas cargas elétricas intra e extracelulares, estimuladas por íons como: sódio, potássio, magnésio, cálcio. São conduzidas por um sistema nervoso próprio, capaz de produzir automaticamente seus estímulos elétricos, iniciados por células especializadas que formam o nódulo sinoatrial, localizado na parede posterior do átrio direito. → O fenômeno eletrofisiológico básico de todo tecido excitável, incluindo o tecido excito- condutor do coração e o miocardio comum, é o potencial de ação, cuja condução ao longo da membrana celular representa o impulso ou estímulo elétrico. → No coração, o potencial de ação origina-se automaticamente no nodo sinusal, dadas as peculiaridades eletrofisiológicas deste tecido; a partir do nodo sinusal propaga-se pelo miocárdio atrial atingindo o nodo atrioventricular, de onde ganha o tecido especializado condutor dos ventrículos, representado pelo feixe de His e seus ramos e sub-ramos direito e esquerdo, terminando no sistema de Purkinje, e ativando sequencialmente toda a musculatura ventricular numa direção e sentido bem definidos. → As propriedades do automatismo e da condutibilidade dizem respeito a estas capacidades de auto-geração e condução do estímulo elétrico cardíaco. → A sequência do processo de ativação elétrica ventricular inicia-se pelo ramo direito do feixe de His, na região medial direita do septo interventricular, de onde atinge as porções medial e apical do ventrículo direito; com pequeno retardo, ativa-se a região esquerda do septo interventricular e em seguida a porção médio- apical do ventrículo esquerdo, a partir da condução do impulso elétrico pelo ramo esquerdo do feixe de His e seus sub-ramos.→ Finalmente, ativam-se as porções basais ventriculares, a partir do impulso conduzido pelos sub-ramos ântero-superiores direito e esquerdo. → A ativação elétrica do septo interventricular é traduzida pelo vetor septal ou inicial de ativação ventricular (onda “q” do ECG), e a ativação das porções médio-apical e basal são representadas, respectivamente, pelos vetores ventriculares propriamente ditos (onda “R” do ECG) e pelo vetor basal ou terminal de ativação ventricular (onda “s” do ECG). → Esta sequência hierarquizada e ordenada do processo de ativação elétrica do coração, pode, no entanto, ser modificada por diversos fatores fisiológicos ou patológicos. → Como forma de proteção contra distúrbios patológicos que podem interferir neste processo eletrofisiológico, qualquer parte do tecido excito- condutor e do miocárdio comum atrial ou ventricular é capaz de auto-gerar o estímulo cardíaco, o que expressa a propriedade de excitabilidade do coração. → Esta excitabilidade, manifesta mais frequentemente pela extra-sístole, é de tal ordem notável que sofre comumente a influência, mesmo no coração sadio, de múltiplos fatores intrínsecos e extrínsecos ao organismo. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA → Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento. Tal síndrome pode ser causada por alterações estruturais ou funcionais cardíacas e caracteriza-se por sinais e sintomas típicos, que resultam da redução no débito cardíaco e/ou das elevadas pressões de enchimento no repouso ou no esforço. → O termo "insuficiência cardíaca crônica" reflete a natureza progressiva e persistente da doença, enquanto o termo "insuficiência cardíaca aguda" fica reservado para alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas resultando em necessidade de terapia urgente. Embora a maioria das doenças que levam à IC caracterizem-se pela presença de baixo débito cardíaco (muitas vezes compensado) no repouso ou no esforço (IC de baixo débito), algumas situações clínicas de alto débito também podem levar a IC, como tireotoxicose, anemia, fístulas arteriovenosas e beribéri (IC de alto débito). → Implícito na definição de IC está o conceito de que a ela possa ser causada por anormalidade na função sistólica, produzindo redução do volume sistólico (IC sistólica) ou anormalidade na função diastólica, levando a defeito no enchimento ventricular (IC diastólica), que também determina sintomas típicos de IC. No entanto, é importante salientar que, em muitos pacientes, coexistem as disfunções sistólica e a diastólica. Assim, convencionou-se definir os pacientes com IC de acordo com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). A IC pode ser determinada de acordo com: → A fração de ejeção (preservada, intermediária e reduzida) - A diferenciação dos pacientes de acordo com a FEVE tem particular importância, uma vez que eles diferem em relação às suas principais etiologias, às comorbidades associadas e, principalmente, à resposta à terapêutica. → Gravidade dos sintomas - Esta classificação se baseia no grau de tolerância ao exercício e varia desde a ausência de sintomas até a presença de sintomas mesmo em repouso. → Tempo e progressão da doença (diferentes estágios) - Esta classificação inclui desde o paciente com risco de desenvolver IC, cuja abordagem deve ser feita no sentido de prevenir seu desenvolvimento (vide item 5 de IC Crônica), quanto o paciente em estágio avançado da doença, que requer terapias específicas, como transplante cardíaco e/ou dispositivos de assistência ventricular. SINAIS E SINTOMAS → A IC é uma síndrome complexa, com alteração da função cardíaca, o que resulta em sintomas e sinais de baixo débito cardíaco e/ou congestão pulmonar ou sistêmica, em repouso ou aos esforços. Uma história clínica e um exame físico detalhados devem ser feitos em todos os pacientes em busca dos principais sinais e sintomas de IC. No entanto, em pacientes crônicos, a detecção de sinais clínicos de congestão pode estar esmaecida ou ausente, por processos adaptativos e pela grande adaptação do sistema linfático em lidar com congestão. Assim, os sinais clínicos de congestão podem ser pouco sensíveis e também pouco específicos. Sobressaem-se, no entanto, sinais como terceira bulha e sintoma como ortopneia como mais específicos para o diagnóstico de IC. Alguns escores clínicos de congestão têm sido utilizados e, embora predominem em ambiente acadêmico, podem ter utilidade como forma de objetivar critérios clínicos de congestão. ETIOLOGIA HIPOGLICEMIA E HIPERGLICEMIA (FISIOLOGIA) → Na pessoa normal, a concentração de glicose sanguínea está sob controle estrito, geralmente entre 80 e 90 mg/100 mL de sangue na pessoa em jejum, a cada manhã, antes do desjejum. Essa concentração aumenta para 120 a 140 mg/100 mL durante a primeira hora ou um pouco mais, depois da refeição, mas os sistemas de feedback para o controle da glicose sanguínea restabelecem a concentração de glicose rapidamente de volta aos níveis de controle, em geral, dentro de 2 horas depois da última absorção de carboidratos. → Inversamente, na ausência de alimentação, a função da gliconeogênese do fígado produz a glicose necessária para manter o nível sérico de glicose em jejum. DIABETES → Diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizado por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção de insulina, ação da insulina ou ambos. A hiperglicemia crônica do diabetes está associada a danos a longo prazo, disfunção e falha de vários órgãos, especialmente os olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. Os mecanismos para atingir esse alto nível de controle podem resumir-se do seguinte modo: 1. O fígado funciona como importante sistema tampão da glicose sanguínea. Ou seja, quando a glicose sanguínea sobe a uma concentração elevada depois de uma refeição e a secreção da insulina também aumenta até uns dois terços da glicose absorvida pelo intestino, são quase imediatamente armazenadas no fígado, sob a forma de glicogênio. Então, durante as horas seguintes, quando tanto a concentração de glicose sanguínea quanto a secreção de insulina caem, o fígado libera a glicose de volta ao sangue. Dessa maneira, o fígado reduz as flutuações da concentração da glicose sanguínea para cerca de um terço do que seria na ausência desse mecanismo. De fato, nos pacientes portadores de doença hepática grave, é quase impossível manter a faixa estreita da concentração da glicose sanguínea. 2. Tanto a insulina como o glucagon funcionam como importantes sistemas de controle por feedback para manter a concentração de glicose sanguínea normal. Quando a concentração da glicose está muito elevada, a secreção aumentada de insulina faz com que a concentração de glicose sanguínea diminua em direção aos valores normais. Inversamente, a redução da glicose sanguínea estimula a secreção do glucagon; o glucagon, então, funciona na direção oposta, para aumentar a glicose até o normal. Na maioria das condições normais, o mecanismo de feedback da insulina é mais importante do que o mecanismo do glucagon, mas, nos casos de falta de ingestão ou de utilização excessiva da glicose durante o exercício e outras situações de estresse, o mecanismo do glucagon também torna-se valioso. 3. Também, na hipoglicemia grave, o efeito direto dos baixos níveis de glicose sanguínea no hipotálamo estimula o sistema nervoso simpático. A epinefrina secretada pelas glândulas adrenais aumenta ainda mais a liberação de glicose pelo fígado, o que também ajuda a proteger contra a hipoglicemia grave. 4. E finalmente, durante um período de horas e dias, tanto o hormônio do crescimento como o cortisol são secretadosem resposta à hipoglicemia e ambos diminuem a utilização da glicose pela maioria das células do organismo, convertendo, por sua vez, uma quantidade maior de utilização das gorduras. Isso também ajuda a concentração da glicose sanguínea a retornar ao normal. CONSEQUÊNCIAS • Maior probabilidade de infecções cutâneas (20 a 50%); • Candidíase, achado comum nos diabéticos; • Infecções bacterianas; → O diabetes melito é uma síndrome do metabolismo defeituoso de carboidratos, lipídios e proteínas, causada tanto pela ausência de secreção de insulina como pela diminuição da sensibilidade dos tecidos à insulina. Existem dois tipos gerais de diabetes melito: → Diabetes Tipo 1 — Deficiência de Produção de Insulina pelas Células Beta do Pâncreas Lesão das células beta do pâncreas ou doenças que prejudiquem a produção de insulina podem levar ao diabetes tipo 1. As infecções virais ou distúrbios autoimunes podem estar envolvidos na destruição das células beta em diversos pacientes portadores de diabetes tipo 1, embora a hereditariedade também desempenhe papel importante na determinação da suscetibilidade das células beta à sua destruição, em consequência dessas agressões. Em algumas circunstâncias, pode existir tendência hereditária para a degeneração das células beta, até mesmo na ausência de infecções virais ou de distúrbios autoimunes. O início usual do diabetes tipo 1 ocorre por volta dos 14 anos de idade nos Estados Unidos, e por esse motivo é, com frequência, chamado diabetes melito juvenil. Entretanto, o diabetes tipo 1 pode ocorrer em qualquer idade, incluindo na fase adulta, após distúrbios que levem à destruição das células betapancreáticas. O diabetes tipo 1 pode se desenvolver de modo repentino, em período de alguns dias ou semanas, com três sequelas principais: (1) glicose sanguínea aumentada; (2) aumento da utilização dos lipídios como fonte de energia e para a formação de colesterol pelo fígado; e (3) depleção das proteínas do organismo. Aproximadamente 5% a 10% das pessoas com diabetes melito apresentam a forma tipo 1 da doença. → Diabetes Tipo 2 — Resistência aos Efeitos Metabólicos da Insulina O diabetes tipo 2 é de longe mais comum que o tipo 1, correspondendo a cerca de 90% a 95% de todos os casos de diabetes melito. Na maioria dos casos, o início do diabetes tipo 2 ocorre depois dos 30 anos de idade, geralmente entre os 50 e 60 anos, e a evolução da doença é gradual. Portanto, a síndrome é frequentemente descrita como diabetes do adulto. Nos últimos anos, entretanto, ocorreu um aumento sistemático no número de indivíduos mais jovens, alguns com menos de 20 anos de idade, com diabetes tipo 2. Essa tendência parece estar relacionada principalmente ao aumento da prevalência da obesidade, que é o fator de risco mais importante para o diabetes tipo 2 em crianças, assim como em adultos. POSSÍVEIS PATOLOGIAS RELACIONADAS → Arteriosclerose - Os pacientes diabéticos, principalmente devido a seus altos níveis de colesterol e outros lipídios circulantes, desenvolvem aterosclerose, arteriosclerose, doença coronariana grave e múltiplas lesões microcirculatórias bem mais facilmente do que as pessoas saudáveis. → Obesidade, Resistência à Insulina e “Síndrome Metabólica” Geralmente Precedem o Desenvolvimento do Diabetes Tipo 2. → O diabetes tipo 2, ao contrário do tipo 1, está associado ao aumento da concentração de insulina plasmática (hiperinsulinemia). Isso acontece como resposta compensatória das células betapancreáticas à resistência à insulina, uma sensibilidade diminuída dos tecidos-alvo aos efeitos metabólicos da insulina. A redução da sensibilidade à insulina prejudica a utilização e o armazenamento dos carboidratos, elevando o nível da glicose sanguínea e estimulando o aumento compensatório da secreção de insulina. → Outros Fatores Capazes de Provocar Resistência Insulínica e Diabetes Tipo 2 - grave resistência à insulina e diabetes tipo 2 também podem ocorrer como resultado de outras condições genéticas ou adquiridas que prejudicam a sinalização da insulina nos tecidos periféricos. → A síndrome do ovário policístico (PCOS), por exemplo, está associada aos aumentos acentuados da produção de androgênios ovarianos e resistência à insulina. → A formação excessiva de glicocorticoides (síndrome de Cushing) ou de hormônio do crescimento (acromegalia) também diminui a sensibilidade de diversos tecidos aos efeitos metabólicos da insulina e pode levar ao desenvolvimento de diabetes melito. 1. O diabetes tipo 1, também chamado diabetes melito dependente de insulina, é ocasionado pela ausência de secreção de insulina. 2. O diabetes tipo 2, também chamado diabetes melito não dependente de insulina, é inicialmente provocado pela diminuição da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito metabólico da insulina. Essa sensibilidade reduzida à insulina é frequentemente chamada resistência insulínica. Em ambos os tipos de diabetes melito, o metabolismo de todos os nutrientes está alterado. O efeito básico da ausência de insulina ou da resistência à insulina no metabolismo da glicose é impedir a captação eficiente e a utilização da glicose pela maioria das células do organismo, exceto pelo cérebro. Como resultado, a concentração de glicose sanguínea aumenta, a utilização celular da glicose cai ainda mais, e a utilização dos lipídios e das proteínas aumenta.
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