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RESGATANDO OS VALORES UMA PARCERIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

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1
RESGATANDO OS VALORES: UMA PARCERIA ENTRE FAMÍLIA E 
ESCOLA
Juliane Francischeti Martins Motoyama
Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Infantil do Espigão
ju_francischeti@hotmail.com
Resumo:
A relação família-escola tem sido hoje apontada como uma das maiores 
problemáticas no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Os pais 
questionam o papel educador da escola e esta por sua vez não se mostra 
preparada para educar o indivíduo para a vida. A ausência dos pais no 
ambiente escolar pode ser um indicativo de falta de boa vontade para 
acompanhar a vida escolar dos filhos ou um excesso de confiança no papel da 
escola na educação dos mesmos, dependendo do tipo de configuração familiar.
Diante deste contexto definiu-se como objetivo geral desse projeto estudar as 
relações que permeiam escolas e pais e tomar atitudes para que essa relação 
possa desenvolver-se de forma gradativa, respeitando os limites entre as 
instituições família e escola. O objetivo específico de nosso trabalho é analisar 
o papel da família na educação dos filhos e detectar de que forma a escola 
pode auxiliar na construção de valores fundamentais para o pleno 
desenvolvimento do cidadão. O que se conclui após os estudos e leituras, é 
que a sociedade necessita de uma parceria eficiente entre a família e a escola, 
pois só assim poderá, realmente, fazer uma educação de qualidade e que 
possa promover o bem estar de todos. Com base nessas conclusões, foi 
criado, na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Infantil do 
Espigão, o “Projeto Valores”, onde buscamos desenvolver valores 
fundamentais, a partir de manifestações artísticas e acolhida aos pais para 
compartilharmos esses momentos e desenvolvermos um relacionamento 
concreto em busca do sucesso escolar de nossos alunos.
Palavras-chave: Família. Escola. Interação.
2
1. Introdução
A necessidade de se estudar a relação família e escola se sustenta e 
é reafirmada quando o professor se esmera por considerar o aluno, 
sem perder de vista a globalidade da pessoa, ou seja, 
compreendendo que quando se ingressa no sistema escolar, não se 
deixa de ser filho, irmão, amigo etc. (Caetano, S/D1 p.01)
Estudar e compreender a relação entre os temas família e escola, têm 
sido um grande desafio para as educadoras da Escola Municipal de Ensino 
Fundamental e Educação Infantil do Espigão. O trabalho em sala de aula com
crianças e suas famílias fazem parte do cotidiano, assim sempre surgem 
questionamentos sobre como a família poderia intervir na aprendizagem das 
crianças e relacionar-se bem com a escola para buscar um sucesso escolar 
dos alunos, através de uma parceria.
É dito por vários autores (Lahire, 2008; Wachowicz & Machado, 2011)
que a escola necessita abrir suas portas e acolher as famílias. No entanto,
vemos as famílias reclamarem do atendimento escolar e da falta de espaço 
para participarem, porém quando se abre esse espaço a família não 
comparece. Se este espaço é tão reivindicado pelos familiares, porque nem 
sempre as tentativas de aproximação da escola com os mesmos terminam com 
sucesso?
Infelizmente, nem sempre se pode contar com a colaboração mais 
estreita de certos pais porque alguns deles ainda não entendem que, 
pelo simples fato de terem matriculado seus filhos em uma boa 
escola, segundo dizem, sua responsabilidade está automaticamente 
transferida para esse estabelecimento. (...) Não se eximam os pais 
dessa responsabilidade que lhes cabe, e a escola, por sua vez, 
cumprirá a parte que lhe compete porque, segundo Charlotte Buller, 
“o Lar e a Escola visam ao mesmo objetivo, isto é, a futura 
integração social da criança. (Nero, 1967, p.14 e 15)
Buscamos então criar um projeto voltado para a educação, que favoreça
essa integração juntamente com os pais e desenvolva um indivíduo para a vida 
em sociedade, de acordo com os valores das instituições no qual ele está 
inserido (família e escola).
Para Nogueira (1999), a comunidade escolar inclui todos os seus 
profissionais, alunos e respectivas famílias em busca de um mesmo objetivo: a 
formação do cidadão. Porém, está ocorrendo um equívoco e a relação entre 
escola e família está se resumindo a momentos de reuniões para entrega de 
boletins (notas e frequência) e solicitação de ajuda na resolução de problemas 
disciplinares. A escola precisa cultivar o respeito e reconhecimento dos pais 
3
como educadores responsáveis por seus filhos, para assim obter resultados 
satisfatórios.
Esse entendimento mútuo entre pais e professores é necessário e 
importante. Necessário porque se estabelecerá um plano de ação 
comum, dentro dos moldes sadios e pedagogicamente certos. 
Importante, porque os resultados só poderão ser satisfatórios e 
contribuirão decisivamente na formação do caráter da criança. (Nero, 
1967 p.47)
Existe uma relação de interdependência entre escola-família,
extremamente necessária para o desenvolvimento da criança, pois a educação 
como prática social não pode prender-se unicamente a teoria sem um real 
envolvimento com a realidade do mundo que a cerca. Neste momento,
percebemos a necessidade de uma formação para os educandos voltada para 
estratégias que possibilitarão a eles assumirem valores humanos com 
consciência e responsabilidade, para transformar a comunidade na qual estão
inseridos com atos educativos. Desta maneira, podemos entender melhor o
papel da escola e a necessidade de não ficar apenas como agente passiva aos 
problemas sociais. Conclui-se então, que uma escola de qualidade não é 
formada apenas por gestores ou professores, mas também pelas famílias de 
seus alunos. Nesse sentido, entendemos que a instituição deve estruturar-se 
de forma a atender da melhor maneira possível seu aluno e seus pais, 
utilizando de todos os meios e métodos de que possuí, formando parcerias 
com todos os envolvidos no processo educativo para que se cumpram seus 
objetivos éticos e sociais. 
2. Escola e Família – O início da relação 
Ao analisarmos os primórdios da educação percebemos através da obra 
de Manacorda (1997) que a família foi a primeira responsável pelo ensino dos 
seus filhos, a educação sistematizada era privilégio de poucos nobres, mesmo 
assim, apenas os filhos do sexo masculino. Retomando a história social da 
infância e da família, percebemos que a partir do século XVII surge um modelo 
de familiar nuclear, firmando uma visão de família como algo natural na 
organização humana, juntamente com a visão de grande parte das escolas que 
toma tal estrutura como parâmetro de normalidade em nossa sociedade. Mais 
adiante com a Revolução industrial as mães tomam seus postos nos serviços 
4
fora de casa e já não podem acompanhar pessoalmente e em tempo integral a 
educação dos filhos, ficando assim para a escola a função de ensinar o que o 
mundo do trabalho mais a frente irá cobrar do indivíduo, neste momento a 
escola assume também o papel de educar para a vida, ministrando 
ensinamentos de filosofia, sociologia dentre outros que anteriormente eram 
passados pela família. (ARIÈS, 2006)
A aprendizagem neste momento se dava através de uma prática onde 
muitas vezes não havia um limite entre a profissão e a vida do indivíduo e 
esses conhecimentos eram transmitidos por via dos serviços domésticos. O
currículo era simplesmente a cultura passada de geração após geração, a 
partir de uma aprendizagem contextualizada e direcionada especificamente a 
uma profissão. Assim sendo, a responsabilidade pela educação poderia ser 
transmitida para outra família ou até mesmo a igreja assumiria tal tarefa, como 
foi durante toda a Idade Média. Perdia-se o vínculo familiar entre pais e filhos, 
a criança crescia longe da própria família muitas vezes até a idade adulta “a 
família era uma realidade moral e social, mais do que sentimental” (ARIÈS, 
2006).
Na Idade Moderna, vemos surgir às primeiras instituições voltadas ao 
ensino dando início a uma eminente preocupação dos pais em terem seus 
filhosmais por perto para assim cuidarem melhor de sua educação. Essas 
novas instituições permitiam que os pais visitassem seus filhos e durante as 
férias escolares colocavam as crianças em maior contato com sua família. 
Conforme afirma Ariès (2006, p. 159), “o clima sentimental era agora
completamente diferente, e mais próximo do nosso, como se a família moderna
tivesse nascido ao mesmo tempo em que a escola, ou ao menos, que o hábito
geral de educar as crianças na escola”. Como vimos o crescimento das 
instituições escolares significaram também um aumento de qualidade na 
relação dos pais e filhos, diferentemente do que acontece atualmente. 
Durante os séculos XVIII e XIX ocorre um maior rigor na disciplina
escolar, com o surgimento dos primeiros internatos. De acordo com Ariès 
(2006), essa instituição de ensino “aprisionou a infância” com um sistema que a 
cada dia tornava-se mais arcaico e rígido. A escola começa a castigar a criança 
com grande rigidez não só fisicamente, mas também privando-a da liberdade 
que outrora desfrutava entre os adultos.
5
A escola que hoje temos, é a fruto dessas mudanças e concepções que 
foram sendo acumuladas ao longo dos séculos. No novo modelo a instituição
absorveu todas as características das famílias educadoras da idade média, 
pois cada vez toma mais para si funções familiares como a educação e as 
responsabilidades dos pais vão cada vez se restringindo mais. Os resultados 
são muitas crianças abandonadas à própria sorte, pois os genitores assumiram 
seus papéis sociais no mundo globalizado e a escola sozinha não consegue 
abranger todo o processo educacional. Lahire (2008), menciona que a criança 
vive uma “solidão” escolar, pois não tem com quem contar e mesmo que a 
família possua um “capital cultural”, que segundo o autor é a possibilidade de 
ter ou não acesso aos bens da cultura escolar ou informal, muitas vezes a 
rotina cada dia mais corrida os impede de transmitir a criança, assim o fato de 
ter pais com alto nível de instrução escolar já não assegura o sucesso escolar 
de seus filhos, pois além da existência deste “capital” é necessária a disposição 
de um tempo para a transmissão do mesmo. Ariès (2006) questiona a questão 
da função da família de proteção ao indivíduo, pois para uma criança 
despreparada à ausência de sua base familiar pode ser muito desafiadora, 
cabe somente a família preparar o sujeito para viver fora dela, ou seja, cabe a 
família e não a escola a função de educar para a vida.
No entanto encontramos uma grande dicotomia na escola atual: os 
professores querem os pais na escola, mas tem receio que esta presença 
possa ser de certa forma evasiva. De acordo com Lahire (2008), “os pais se 
vêem sendo aconselhados sobre a maneira de agir com seus filhos, mas os 
professores não gostam que lhes digam o que devem fazer.” 
A pesquisa de Paro (2000), se remete a resultados bem parecidos, 
quando analisa o discurso dos professores e dos pais, 
principalmente naquilo que se refere à continuidade e 
descontinuidade da educação. O autor afirma que os professores 
pretendem que a família dê continuidade à educação oferecida na 
escola, principalmente auxiliando as crianças nos deveres escolares, 
o que ele denomina como “uma continuidade de mão única”, 
enquanto os pais, embora cheguem a conceber a escola como 
‘segunda família’, vivenciam “a timidez diante dos professores, o 
medo da reprovação dos filhos e a distância que sentem da cultura 
da escola...” (p.33). (Caetano, S/D1 p.04)
Vemos então, que o problema não se concentra apenas na família, mas 
também, nos professores que estão mal formados e principalmente, não 
6
conseguem conceber uma forma de receber essas famílias em um momento 
que não seja para falar sobre notas e faltas.
(...) mesmo que a ida dos pais ao espaço escolar pareça ser 
desejada por grande parte dos professores, isso não será desprovido 
de ambigüidade. Os pais podem ser vistos como que se 
intrometendo um pouco demais num domínio pedagógico 
considerado reservado e, assim despertar relações de defesa.” 
(Lahire, 2008 p. 337)
Caetano (S/D)1 afirma que esta não é uma relação saudável, pois é 
necessário que se crie um respeito mútuo entre educadores e genitores “para 
que os pais garantam as possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os 
professores sem receio de serem avaliados, criticados, trocarem pontos de 
vista.”(p.07). Assim sendo, a parceria que se formaria seria permeada no afeto 
e na confiança.
3. Um projeto para unir a função educadora da família e escola
Buscamos então desde o início do ano entender qual a clientela que 
iríamos atender. Através de uma entrevista feita no primeiro dia de aula 
juntamente com os familiares, pudemos entender melhor a comunidade na qual 
a escola está inserida. Após as entrevistas, constatamos que por parte dos pais 
a principal queixa sempre era com relação a como colocar limites nos próprios 
filhos em casa.
A fim de tornar os alunos participativos como cidadãos no desempenho 
do seu papel, frente aos seus direitos e deveres, e respeitosos perante seus 
semelhantes, foi elaborado então um plano de ação, que tinha como principal 
atividade um projeto para promover na escola e consequentemente transferir 
ao âmbito familiar a construção de uma cidadania sadia, crítica, comparativa e 
consciente. Para Bennet (1993, p. 10 in Lemos e Morés): 
A grande maioria das pessoas compartilha do respeito por certos 
traços fundamentais do caráter: honestidade, compaixão, coragem e 
perseverança. São as virtudes. Como não nascemos com esses 
conhecimentos, precisamos aprender o que são. Podemos 
apreender e apreciar esses traços por meio da leitura. Podemos 
convidar os jovens a discernir as dimensões morais de histórias, 
eventos históricos, vidas heróicas.
A definição de um projeto interdisciplinar foi necessária para um enfoque 
global nos conteúdos didáticos e uma inserção no tema valores que seria 
7
necessário desenvolver naquele momento. “Somente é possível atuar na 
complexidade quando se é capaz de utilizar diferentes instrumentos de 
conhecimento existentes de maneira inter-relacionada.” (Zabala 2002, p.36).
Partindo desse pressuposto, o projeto foi elaborado passando por diversas 
áreas do conhecimento.
Hernandez & Ventura (1998) consideram os projetos de trabalho como 
articulação de conhecimentos escolares. A perspectiva do conhecimento é 
global e relacional, esta ferramenta possibilita a criação de estratégias de 
organização do conhecimento considerando as informações buscadas e a 
amplitude de busca para a resolução do problema levantado. Entretanto, para 
conseguir esses resultados com um trabalho inovador é necessário romper 
com o tradicional ensino fragmentado em matérias.
Contamos com um saber culturalmente constituído em matérias e 
não com algum outro, mas dificilmente se produzirão os avanços 
necessários para interpretar a realidade do mundo da ciência, e em 
especial no ensino, se, aceitando essa situação de partida, não 
forem criadas as condições que possibilitem, cada vez mais, um 
trabalho de relativização dos diferentes pontos de vista de cada uma 
das disciplinas e a busca de fórmulas que, em primeiro lugar, 
permitam as relações entre elas como um passo prévio à construção 
de modelos ou fórmulas integradoras. (Zabala, 2002 p.77)
Assim sendo, concluímos que o trabalho com projetos dá um novo 
sentido ao currículo, tornando-o mais expressivo para a realidade escolar,
propondo que no processo de aprendizagem, os saberes sejam incorporados 
por meio do diálogo, de pesquisas e produções, confirmando que o 
conhecimento não é estático nem imutável, buscando no fazer científico o 
sentido de instigar novas descobertas em um ambiente cooperativo e um 
espaço especial de aprendizagem.
4. O Projeto
O trabalho inicial foi selecionar em uma reunião de HTPC (Hora de 
Trabalho Pedagógico Coletivo) os valores que as professoras consideravam 
fundamentais seremtrabalhados com as crianças do Ensino Fundamental I e 
da Educação Infantil. Após uma seleção, ocorreu uma eleição de onde 
surgiram então os seis valores que seriam trabalhados pelos grupos, ficando 
distribuídos da seguinte maneira:
8
 Amizade (Educação Infantil)
 Respeito (1º ano)
 Honestidade (2º ano)
 Amor (3º ano)
 Humildade (4º ano)
 Solidariedade (5º ano)
Cada educadora poderia escolher a metodologia que iria utilizar dentro 
do espaço da sala de aula, entretanto, os valores deveriam ser trabalhados de 
forma a englobar diversos campos do conhecimento. Assim, foram utilizados 
livros de literatura infantil, músicas e ocorreram momentos de socialização e 
partilha entre as crianças para que pudessem entender na prática esses 
valores.
Cada sexta-feira, uma turma se apresentava no pátio da escola 
demonstrando para as demais qual era o seu valor e como poderiam praticar 
aquela virtude. Algumas classes apresentaram musicais, outras teatros e
jogral. No fim de algumas apresentações ocorreu a distribuição de flores e 
balas para as crianças, que estava assistindo, em uma demonstração de amor 
ao próximo e principalmente estimulando a partilha.
Como as apresentações ocorriam no início do período de aulas os pais 
que traziam seus filhos e sentissem vontade de assistir poderiam sentar-se e 
contemplar, mas não foi realizado um convite formal, pois este início era um 
trabalho de conscientização interna da escola com os alunos.
Durante este primeiro momento, os familiares participaram de atividades 
de leitura com as crianças, pois elas levavam livros para casa e traziam uma 
crítica escrita por um familiar em um caderninho da classe.
Todo esse trabalho feito em etapas, tinha o objetivo de cativar os pais 
com o trabalho da equipe escolar para mais adiante recebê-los dentro da 
escola de uma forma mais completa. Quando os responsáveis conhecem e 
respeitam o espaço aonde seus filhos estudam a aproximação da equipe torna-
se mais fácil.
Durante meses, a escola foi recebendo pais de forma bem tímida.
Conforme avançavam os projetos em sala de aula e eles nos procuravam para
relatar os avanços eram bem recebidos. Estabeleceu-se então, uma relação de 
9
confiança entre as partes que havia sido buscada desde o início. Finalmente,
os pais começaram a entender que a escola tem sua função e que eles 
enquanto mantenedores de suas crianças necessitam fornecer a educação 
básica para que se inicie o conhecimento sistematizado oferecido pela 
instituição escolar.
Como este é um projeto que tem duração prevista de um ano letivo, ele 
ainda não está encerrado. Para o mês de agosto que se comemora o dia da 
família está agendado uma recepção, dentro do ambiente escolar, onde a 
equipe pretende abrir as portas de forma mais significativa e receber a 
comunidade para um novo diálogo. Cada turma preparou atividades como 
confecção de livros, peças teatrais, música, dentre outras para este momento, 
com o intuito de concretizar a ideia de espaço coletivo. Este momento, que 
acontecerá no dia da família, visa transpor as últimas barreiras que nos restam 
para uma maior integração com os pais desses alunos para finalmente iniciar 
um novo caminho em busca do sucesso escolar baseado em parcerias entre 
escola e família.
5. Considerações Finais
Este projeto faz um resgate do papel da família dentro do seio escolar,
demonstrando aos alunos e seus pais que a escola pode formar de uma forma 
diferenciada, englobando conteúdos e valores morais e éticos. Quando um pai 
manda seu filho para a escola, pressupõe que ele irá aprender conteúdos 
sistemáticos para assim possibilitar sua entrada em uma boa universidade no 
futuro. Está chegando o momento em que as famílias perceberão que a escola 
faz muito mais por seus filhos e que elas também podem participar desse 
trabalho.
A escola sozinha não é capaz de formar um ser humano completo para 
a vida. Apenas com uma parceria entre as duas instituições será possível 
atingir um pleno desenvolvimento físico e intelectual do sujeito que está se 
formando. A partir do momento que esse ideal for alcançado teremos também 
uma sociedade mais justa, pois uma criança bem formada será um adulto 
completo, com valores e ideais de cidadania.
Com a realização deste projeto, já é possível notar resultados em sala 
de aula em relação à aprendizagem dos alunos, pois eles passaram a dar 
10
maior significado ao espaço escolar. Contamos também com diversos relatos 
de pais que nos procuram para falar o quanto seus filhos mudaram em casa. 
Através desse sucesso, podemos então constatar que não são grandes 
projetos que mudam uma escola, mas sim projetos significativos para a 
comunidade na qual a instituição está inserida.
Notas
1. S/D: Sem referencial de data na publicação.
Referências Bibliográficas
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LTC. 2006.
CAETANO, L. M. Relação Escola e Família: Uma Proposta de Parceria. 
USP. Disponível em: http://www.seufuturonapratica.com.br/ intellectus/_ 
Arquivos/Jul_Dez_03/PDF/Luciana.pdf Acesso: Agosto de 2011
HERNÁNDEZ, Fernando & VENTURA, Montserrat. A Organização do 
Currículo por Projetos de Trabalho: O Conhecimento é um Caleidoscópio.
Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1998.
LAHIRE, B. Sucesso escolar nos Meios Populares: As razões do 
improvável. 1ª Ed. São Paulo, SP: Editora Ática, 2008.
MANACORDA, M. A.; História da Educação: da Antiguidade aos nossos 
dias, 6ª Ed. São Paulo: Cortez, 1997.
NERO, C., Escola de Pais. São Paulo: Editora Melhoramentos, 1967.
WACHOWICZ, L. A. & MACHADO, O. A escola que toda criança merece ter. 
1º ed. Brasília, DF: Líber Livro, 2011.
ZABALA, A. Enfoque Globalizador e Pensamento Complexo. 1ª Ed. Porto 
Alegre: Artmed Editora, 2002.
LEMOS, H. D. D.; MORÉS, A. A vivência de valores através da literatura 
infanto-juvenil: a pedagogia de projetos como estratégia de ensino
Disponível em: http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2006/02/a16.htm Acesso: 
Março de 2011
11
NOGUEIRA, N. A Relação Entre Escola e Comunidade na Perspectiva dos
Parâmetros Curriculares Nacionais. Revista Pátio, ano 3, n. 10, p.13-17, 
ago./out. 1999.

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