Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Por: Profª Cá Cardoso Olá aluno (a)! Nesse material vamos comentar as 30 ques- tões de conhecimentos específicos da Resi- dência em Área Profissional da Saúde da USP - Farmácia, relativa ao processo seletivo de 2018/2019. Essa prova contou com questões dos seguintes assuntos: cálculo farmacêutico, farmacologia, farmacoterapia, saúde pública, farmácia clí- nica, farmacovigilância e farmacoeconomia. Ao longo da resolução das questões você en- contrará marcações em colorido, esquemas gráficos e dicas que certamente facilitarão seu entendimento e te auxiliarão na resolução de questões futuras. E, então? Vamos lá? Prof. Cá Cardoso 01. Um serviço de farmácia possui, na lista de padronização de medica- mentos, solução de cloreto de sódio a 0,9% e cloreto de sódio a 20%. Em algumas situ- ações, é necessário preparar 10 mL de so- lução de cloreto de sódio a 3% para aten- der a uma determinada prescrição médica. Qual o volume, em mL, da solução de clore- to de sódio a 0,9% e de cloreto de sódio a 20%, respectivamente, para se obter o que foi prescrito? (A) 1 e 9. (B) 6,9 e 3,1. (C) 7,9 e 2,1. (D) 8,9 e 1,1. (E) 9 e 1. 3 C o n h e c i m e n t o s E s p e c í f i c o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Comentários: Para facilitar, chamaremos a solução de cloreto de sódio a 0,9% de solução 1, a solução de cloreto de sódio a 20% de solução 2 e a solução a 3%, que deve ser obtida, de solução 3. Vejamos os dados fornecidos pelo enunciado: Solução 1: Cloreto de Sódio a 0,9% Concentração (C1) = 0,9% Volume: devemos descobrir – vamos cha- mar de V1 Solução 2: Cloreto de Sódio a 20% Concentração (C2) = 20% Volume: devemos descobrir – vamos cha- mar de V2 Solução 3: Cloreto de Sódio a 3% Concentração (C3) = 3% Volume (V3): 10 mL Agora, basta aplicar os valores elencados na fórmula abaixo: C3V3 = C1V1 + C2V2 3%.10 mL = 0,9%.V1 + 20%.V2 Agora, estamos diante de uma equação com duas incógnitas (V1 e V2). Portanto, precisamos encontrar uma relação entre V1 e V2. Note que precisamos obter 10 mL da so- lução 3 (a 3%) partindo das soluções 1 (a 0,9%) e da solução 2 (a 20%). Sendo assim, o volume da solução a 0,9% (V1) somado ao volume da solução a 20% (V2) deve ser igual a 10 mL. Assim, temos a seguinte relação: V1 + V2 = 10 mL Sabendo disso, podemos obter a seguinte relação: V1 = 10 mL – V2 ou V2 = 10 - mL Agora, é só escolher uma das relações e subs- tituir na fórmula: C3 x V3 = C1 x V1 + C2 x V2 3% x 10mL = 0,9% x V1 + 20% x V2 3% x 10mL = 0,9% x (10 mL –V2) + 20%.V2 A partir daqui omitirei as unidades, apenas para que se torne visualmente mais limpo: 3 x 10 = 0,9 x (10 –V2) + 20.V2 30 = 9 – 0,9V2 + 20V2 30 – 9 = – 0,9V2 + 20V2 21 = 19,1V2 V2 = 21 19,1 V2 = 1,1 mL Agora, para descobrir o valor de V1 é só utili- zar a relação que encontramos entre V1 e V2 (V1 + V2 =10 mL). V1 + V2 = 10 mL V1 = 10 mL – V2 V1 = 10 mL – 1,1 mL V1 = 8,9 mL 4 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Obs.: se você substituir V1 na equação por (10 - V2) você também chegará ao mesmo resultado, ok? Sendo assim, para obter 10 mL de uma solução de cloreto de sódio a 3%, deve-se utilizar 8,9 mL (V1) da solução a 0,9% e 1,1 mL (V2) da solução a 20%. Gabarito: D 02. Examine a seguinte prescrição: Dexmedetomidina ......................... 200 mcg Solução fisiológica qsp ...................... 48 mL Dados: Velocidade de infusão da solu- ção: 1,5 mL/h Apresentação da ampola dexmedetomi- dina: 200 mcg/2 mL Prime do equipo: 13 mL Peso do paciente: 6 kg Legenda: qsp: quantidade suficiente para Prime: volume do equipo que não será ad- ministrado no paciente mas que deve ser preenchido com a solução acima. A velocidade de infusão, em mcg/kg/h, de dexmedetomidina e a quantidade de ampolas necessárias para atender a essa prescrição, para um período de 24 horas, são, respectivamente, (A) 1,04 e 1. (B) 1,04 e 2. (C) 1,14 e 2. (D) 1,40 e 1. (E) 1,40 e 2. Comentários: Note que a questão solicita que sejam cal- culados: 1. a velocidade de infusão em mcg/kg/hora. 2. a quantidade de ampolas necessárias para atender a prescrição para 24 horas. Vamos realizada cada um desses cálculos separadamente: 1) CÁLCULO DA VELOCIDADE DE INFUSÃO EM MCG/KG/HORA Vamos dividir esse cálculo em 3 passos. Passo 1 – Cálculo da concentração da solução Vejamos os dados fornecidos pelo enunciado: • Dexmedetomidina – 200 mcg • Solução Fisiológica qsp – 48 mL • Apresentação da ampola de dexmede- tomidina: 200 mcg/2 mL Note que para o preparo dessa solução será utilizada 1 ampola de dexmedetomidina (200mcg) e que esta ampola tem 2 mL. Como foi prescrita solução fisiológica qsp 48 mL, serão utilizados 46 mL de solução fisiológica. 5 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o O volume final será a soma do volume da ampola de dexmedetomidina (2 mL) e da solução fisiológica (46 mL), ou seja, 48 mL. Dito isto, vamos calcular a concentração dessa solução: Concentração = 200 mcg 48 mL Concentração = 4,17 mcg / mL Ou seja, a cada 1 mL dessa solução, há 4,17 mcg de dexmedetomidina. Passo 2 – Cálculo de mcg de dexmedetomidina infundidos por hora Conforme enunciado, estão sendo infun- didos 1,5 mL/ hora. Descobrimos no passo 1 quantos mcg de fármaco há em 1 mL (4,17 mcg). Assim, aplicando uma regra de 3, temos: 1 mL ---- 4,17mcg 1,5 mL ---- x x = 6,26 mcg infundido por hora Ou seja, em 1 hora estão sendo infundidas 6,26 mcg (6,26 mcg/ hora). Entretanto, essa é a quantidade para o peso total do paciente. A questão pede a velocidade de infusão em mcg/Kg/hora – veja o passo 3. Passo 3 – Cálculo de mcg de dexmedeto- midina infundidos por Kg de peso por hora Sabemos que em 1 hora são infundidos 6,26 mcg, logo essa é a quantidade para o peso total do paciente (6 Kg). Para calcular a quanti- dade por Kg, ou seja, a cada 1 Kg, basta aplicar uma regra de 3: 6,26 mcg/ hora ---- 6 Kg X ----------------------- 1 Kg 6x = 6,26 X = 6,26 / 6 = 1,04 mcg/Kg/hora Sendo assim, encontramos a velocidade de infusão em mcg/Kg/hora: 1,04 mcg / Kg / hora 2) CÁLCULO DA QUANTIDADE DE AMPOLAS NECESSÁRIAS PARA ATENDER A PRES- CRIÇÃO PARA 24 HORAS Inicialmente, vamos calcular quantos mL da solução são necessários para 24 horas. Sa- bendo que a velocidade de infusão é de 1,5 mL/hora, aplicando uma regra de 3, temos: 1,5mL ------ 1 hora x --------------24 horas x= 36 mL Logo, em 24 horas serão utilizadas 36 mL da solução. Entretanto, devemos somar o volu- 6 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o me do prime – 13 mL (volume do equipo que não será administrado no paciente mas que deve ser preenchido com a so- lução). Sendo assim, o volume da solução necessária as 24 horas é de: Volume da solução em 24 horas: 36 mL + 13 mL (volume do prime) = 49 mL Conforme enunciado, cada solução deve ter um volume total de 48 mL e cada solu- ção contém 200 mcg de dexmedetomidina (quantidade exata de 1 ampola). Assim, temos: 1 ampola – usada para solução total de 48 mL. Para 49 mL necessários para 24 horas --- são necessárias 2 ampolas. Quantidade de ampolas necessárias para 24h = 2 ampolas Gabarito: B 03. Foi prescrito para uma criança cloreto de cálcio (CaCl2) injetá- vel. Segundo a literatura consultada, de- ve-se infundir 0,6 a 1,2 mEq do elemen- to cálcio / kg massa corpórea em 1 ho- ra. Na lista de medicamentos da Farmá- cia, consta a ampola de CaCl2 di-hidrata- do em solução a 10%. Dados: massas atômicas: cálcio = 40, cloreto = 35,5, hidrogênio = 1, oxigênio = 16 Para uma criança de 7,5 kg de massa corpórea, o intervalo, em mL de CaCl2 di-hidratado, a ser infundida em 1 hora, será: (A) 1,45 a 2,90. (B) 2,14 a 4,28. (C)2,63 a 4,23. (D) 3,31 a 6,62. (E) 26,3 a 75,3. Comentários: Note que o enunciado solicita o intervalo em mL de CaCl2 di-hidratado a ser infundido e nos fornece: • o intervalo em mEq (0,6 a 1,2) do ele- mento Cálcio. • a concentração da solução de CaCl2 di- -hidratado disponível na farmácia: 10%, ou seja, 10 g em 100 mL. Assim, o primeiro passo é converter mEq em mg, para que possamos utilizar a concentra- ção informada para encontrar o volume que deve ser infundido. 7 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Passo 1: Conversão de mEq para mg Para essa conversão utilizaremos a se- guinte fórmula: mg = mEq x peso valência • Dados para esse cálculo: ▫ Deve-se infundir 0,6 a 1,2 mEq do elemento cálcio / kg massa cor- pórea. ▫ Peso do Cálcio = 40 (massa atô- mica) ▫ Valência do Cálcio = 2 (Ca2+) Aplicando os dados à fórmula temos: Cálculo para 0,6 mEq: mg = mEq x peso valência mg = 0,6 x 40 = 12 mg 2 Cálculo para 1,2 mEq: mg = 1,2 x 40 = 24 mg 2 Sendo assim, deve-se infundir de 12 mg a 24 mg / Kg de massa corpórea. Passo 2: Cálculo da massa que deve ser in- fundida para o peso do paciente • Peso da criança (fornecido pelo enun- ciado): 7,5 kg • Deve-se infundir 12 mg a 24 mg / Kg. Cálculo para 12mg 12 mg -------1 Kg x ------------7,5 Kg x = 90 mg Cálculo para 24 mg 24 mg -------1 Kg x ------------7,5 Kg x = 180 mg Logo, para esse paciente devem ser infundi- dos de 90 mg a 180 mg do elemento Cálcio. Entretanto, o enunciado solicita o intervalo em mL da solução à 10% de CaCl2.2(H20) que deve ser infundida. Sendo assim, vamos ao passo 3. Passo 3: Cálculo da massa de Cálcio presente na solução de CaCl2 di-hidratado a 10% Inicialmente vamos calcular a massa atômica total do CaCl2.2(H2O) Massas atômicas: cálcio = 40, cloreto = 35,5, hidrogênio = 1, oxigênio = 16 8 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o • Ca = 40 • 2 Cl = 2 x 35,5 = 71 • 2 H2 = 2 X 2 = 4 • 2 O = 2 x 16 = 32 Massa atômica total = 40 +71 + 4 + 32 = 147 Massa atômica total CaCl2. 2(H2O) = 147 Considerando que temos uma ampola de CaCl2.2(H2O) em solução a 10%, temos 10g de CaCl2.2(H20) em 100 mL. Aplicando uma regra de 3: Em 147 g de CaCl2.2(H20) ---- 40 g de Cálcio Em 10 g de CaCl2.2(H20) ----- x X = 2,72 g de Cálcio Assim, temos 2,72 de Cálcio a cada 10 g de CaCl2.2(H20), ou seja, a cada 100 mL da solução disponível. Passo 4: Cálculo do intervalo, em mL de CaCl2 di-hidratado, a ser infundida Encontramos no passo 2 que o intervalo em mg do elemento Cálcio que deve ser infundido é de 90 mg a 180 mg. Encontramos no passo 3 que a cada 100mL da solução de CaCl2 di-hidratado a 10% há 2,72 g do elemento Cálcio. Sendo assim, aplicando uma regra de 3 temos: Para 90 mg (0,09 g) 2,72 g de Cálcio ------100 mL da solução de CaCl2 di-hidratado 0,09 g de Cálcio --------x 2,72 x ------9 x = 3,31 mL Para 180 mg (0,18 g) 2,72 g de Cálcio ------100 mL da solução de CaCl2 di-hidratado 0,18 g de Cálcio --------x 2,72x = 18 X = 6,62 mL Portanto, o intervalo, em mL de CaCl2 di-hi- dratado, a ser infundida em 1 hora, será de 3,31 mL a 6,62 mL Gabarito: D 04. Em hospital, o farmacêutico de-ve conferir prescrições de nutrição parenteral. Para um recém-nascido, massa corporal de 1,3 kg, estimaram-se as neces- sidades diárias de: 3,5 g /kg/dia de proteínas; 3,5 g /kg/dia de lipídeos; 120 kcal/kg/dia, que devem ser fornecidos por solução de carboidrato. 9 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Esta emulsão será manipulada em uma única bolsa, que será infundida em 24 ho- ras. As soluções disponíveis em estoque para a manipulação são: solução de aminoácidos a 10%; solução lipídica a 20%; solução glicosada a 50%. Dado: 1 g de glicose fornece 3,4 kcal. A prescrição correta a ser manipulada para este neonato, com as soluções em estoque acima descritas, é: ______ mL de solução de aminoácidos a 10%; ______ mL de solução de lipídeos; ______ mL de solução glicosada a 50%. As lacunas devem ser preenchidas, res- pectivamente, por: (A) 4,5; 270,75; 85,76. (B) 9,5; 2,75; 8,76. (C) 45,5; 22,75; 91,76. (D) 40,5; 20,75; 90,76. (E) 450; 270,75; 85,76. Comentários: Dados importantes, fornecidos pelo enun- ciado, que utilizaremos para resolver esta questão: • Massa corpórea do paciente = 1,3 Kg; • 1 g de glicose fornece 3,4 kcal; • A Nutrição Parenteral será infundida em 24 horas; Precisamos calcular o volume necessário das 3 soluções disponíveis em estoque, certo? Entretanto, antes de calcularmos o volume de cada solução precisamos saber a neces- sidade diária do paciente de cada um dos macronutrientes (aminoácidos, lipídeos e carboidratos). Para isso, utilizaremos os da- dos fornecidos no enunciado. Dito isso, vamos aos cálculos! Cálculo correspondente à solução de aminoácidos a 10% Passo 1: Cálculo da necessidade diária de proteínas Conforme o enunciado, o paciente requer 3,5 g /kg/dia de proteínas. Ou seja, a cada 1Kg do paciente são necessárias 3,5 g de pro- teínas por dia. 3,5 g de proteína ------- 1 Kg do paciente O enunciado também nos forneceu o peso do paciente (1,3 Kg). Então, conseguimos descobrir a necessidade de proteínas diária, fazendo uma regra de 3: 3,5 g de aminoácidos ------- 1 Kg X --------------------------------- 1,3 Kg X = 4,55 g 10 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Ou seja, para esse paciente são necessá- rias 4,55 g de aminoácidos por dia. Lembre-se que, conforme o enunciado, a Nutrição Parenteral será infundida em 24 horas, por isso a Nutrição Parenteral deve ter exatamente essa quantidade (4,55 g), que é a necessária para 1 dia. Agora, basta calcularmos o volume cor- respondente a essa quantidade (4,55 g), considerando a solução que possuímos em estoque (solução de aminoácidos a 10%). Veja o passo 2. Passo 2: Cálculo do volume necessário da solução disponível em estoque Conforme enunciado, temos uma solução de aminoácidos a 10%. O que significa esses 10% ? Significa que há 10 g em 100 mL. Já sabemos qual é a quantidade neces- sária de aminoácidos para esse paciente (4,55 g -> calculada no passo 1). Agora, fazendo uma regra de 3, consegui- mos descobrir qual é o volume da solução disponível em estoque correspondente a essa massa. Veja abaixo: Solução a 10% = 10 g em 100mL. Portanto: 10 g ------------- 100 mL 4,55 g ---------------X X = 45,5 mL Portanto, o volume necessário da solução de aminoácidos a 10% é de 45,5 mL. Cálculo correspondente à solução de lipídeos a 20% Passo 1: Cálculo da necessidade diária de lipídeos Conforme o enunciado, o paciente requer 3,5 g/kg/dia de lipídeos. Ou seja, a cada 1 Kg do paciente são necessárias 3,5 g de lipídeos por dia. Peso do paciente = 1,3 Kg Então, conseguimos descobrir a necessidade de lipídeos diária, fazendo uma regra de 3. 3,5 g de lipídeos ------- 1 Kg X -------------------------- 1,3 Kg X = 4,55 g Ou seja, para esse paciente são necessárias 4,55 g de lipídeos por dia. Agora, basta calcular qual é o volume corres- pondente a essa massa (4,55 g), considerando a solução que possuímos em estoque (solução de lipídeos a 20%). 11 C o n h e c i m e n t o s E s p e c í f i c o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Passo 2: Cálculo do volume necessário da solução disponível em estoque Temos em estoque uma solução de li- pídeos a 20%, ou seja, temos 20 g em 100 mL Já sabemos qual é a quantidade necessá- ria de lipídeos requerida para o paciente (4,55 g -> calculada no passo 1). Agora, fazendo uma regra de 3, conseguimos des- cobrir qual é o volume correspondente a essa massa. Veja abaixo: Solução a 20% = 20 g em 100mL Portanto: 20 g ----------- 100 mL 4,55 g ------------XX = 22,75 mL Portanto, o volume necessário da solução de lipídeos a 20 % é de 22,75 mL. Cálculo para a solução glicosada a 50%. Passo 1: Cálculo da necessidade diária de carboidratos Conforme o enunciado, o paciente requer 120 Kcal/kg/dia que devem ser forneci- dos por solução de carboidrato. Ou seja, a cada 1 Kg do paciente são necessários 120 Kcal por dia. 120 Kcal ------- 1 Kg do paciente Peso do paciente = 1,3 Kg. Então, conseguimos descobrir a necessidade de calorias diária, fazendo uma regra de 3. 120 Kcal ------- 1 Kg X ----------------- 1,3 Kg X = 156 Kcal Agora precisamos saber quantos gramas de glicose são necessários para fornecer 156 Kcal. Conforme o enunciado: 1 g de glicose fornece 3,4 kcal. Assim, aplicando uma regra de 3, temos: 1 g de glicose --------- 3,4 kcal x ------------------------- 156 Kcal x = 45,88 g de glicose Ou seja, para esse paciente são necessárias 45,88 g de glicose por dia. Agora, basta calcular qual é o volume corres- pondente a essa massa (45,88 g), conside- rando a solução que possuímos em estoque (solução glicosada a 50%). Passo 2: Cálculo do volume necessário da solução disponível em estoque 12 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Temos em estoque uma solução glicosada a 50%, ou seja, temos 50 g em 100 mL. Já sabemos qual é a massa necessária de glicose requerida por esse paciente (45,88 g -> calculada no passo 1). Agora, fazendo uma regra de 3, conseguimos des- cobrir qual é o volume correspondente a essa massa. Veja abaixo: Solução a 50% = 50 g em 100 mL Portanto: 50 g ------- 100 mL 45,88 g ------- x x = 91,76 mL Portanto, o volume necessário da solução glicosada a 50 % é de 91,76 mL. Logo, os volumes necessários são: • 45,5 mL da solução de aminoácidos a 10%; • 22,75 mL da solução de lipídeos a 20 %. • 91,76 mL da solução glicosada a 50 %. Portanto, o gabarito é a letra C. Gabarito: C 05. Um técnico de farmácia tentou divi-dir em duas partes iguais um com- primido não sulcado de 20 mg de enalapril, o qual resultou em duas partes com dife- rença de 2,5 mg entre elas. Considerando que o comprimido possui o fármaco de for- ma uniforme, a quantidade de fármaco em cada parte do comprimido foi de: (A) 10,25 mg em uma e 9,75 mg em outra. (B) 11 mg em uma e 9 mg em outra. (C) 11,25 mg em uma e 8,75 mg em outra. (D) 12,25 mg em uma e 7,75 mg em outra. (E) 15 mg em uma e 5 mg em outra. Comentários: Vamos analisar cada uma das alternativas, procurando aquela em que a diferença é de 2,5 mg. (A) 10,25 mg em uma e 9,75 mg em outra. Errada – A diferença é de 0,5 mg (10,25 mg – 9,75 mg = 0,5 mg) (B) 11 mg em uma e 9 mg em outra. Errada – A diferença é de 2 mg (11 mg – 9 mg = 2 mg) (C) 11,25 mg em uma e 8,75 mg em outra. Correta – A diferença é de 2,5 mg (11,25 mg – 8,75 mg = 2,5 mg) 13 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (D) 12,25 mg em uma e 7,75 mg em outra. Errada – A diferença é de 4,5 mg (12,25 mg – 7,75 mg = 4,5) (E) 15 mg em uma e 5 mg em outra. Errada – A diferença é de 10 mg (15 –5= 10) Gabarito: C 06. Sabendo-se que o conta-gotas libera 12 gotas/mL, quantas go- tas serão necessárias para prover a dose de 2,5 mg de um fármaco a 0,5% (p/V)? (A) 6 (B) 7 (C) 9,5 (D) 60 (E) 70 Comentários: Inicialmente, vamos converter 0,5% para uma concentração em mg/mL. Lembre-se que 0,5% quer dizer que há 0,5 g em 100 mL. Convertendo 0,5 g para mg, temos: 0,5 g = 500 mg. Assim: 500 mg ---- 100 mL X ------------- 1 mL x = 5 mg/ mL Agora, aplicando uma regra de 3, vamos cal- cular qual o volume necessário para prover uma dose de 2,5 mg: 5 mg -------- 1 mL 2,5 mg --------x x = 0,5 mL Sabendo-se que o conta-gotas libera 12 go- tas/mL, basta aplicarmos mais uma regra de 3: 12 gotas ------ 1 mL X -------------- 0,5 mL X = 6 gotas Gabarito: A 07. Um adesivo transdérmico contendo 7 mg de nicotina libera 200 mcg/ hora de nicotina. O paciente deve trocar es- te adesivo a cada 24 horas. A quantidade de nicotina, em mg, que per- manece no adesivo após 24 horas e a por- centagem do fármaco liberado são, respec- tivamente, (A) 2,2 e 68,6. (B) 4,8 e 31,4. (C) 8,4 e 100. 14 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (D) 20,0 e 72. (E) 40,0 e 70. Comentários: 1) Cálculo da quantidade de nicotina, em mg, que permanece no adesivo após 24 horas Dados fornecidos pelo enunciado: • Massa total de nicotina no adesivo: 7 mg ▫ O adesivo libera 200 mcg/ hora ▫ O adesivo deve ser trocado a cada 24 horas Logo, devemos calcular a quantidade de nicotina que é liberada em 24 horas, para depois subtrair esse valor da massa total de nicotina no adesivo (7 mg). Sabemos que são liberados 200 mcg em 1 hora. Assim, aplicando uma regra de 3, temos: 200 mcg -------- 1 hora x ------------------ 24 horas (tempo máximo de uso do adesivo) x = 4.800 mcg de fármaco liberado Convertendo para mcg para mg: x = 4,8 mg de fármaco liberado. Assim, para saber a quantidade de nicotina, em mg, que permanece no adesivo após 24 horas basta subtrair o valor do fármaco que foi liberado (4,8 mg) da quantidade total pre- sente no adesivo (7 mg). Quantidade de nicotina que permanece no adesivo = 7 mg (quantidade total no adesivo) – 4,8 mg (quantidade liberada) = 2,2 mg Quantidade de nicotina que permanece no adesivo = 2,2 mg 2) Cálculo da porcentagem do fármaco li- berado Sabemos que a quantidade total de nicotina no adesivo é de 7 mg (100%). Sabemos que foram liberadas 4,8 mg de nicotina (calculado no item 1). Assim, aplicando uma regra de 3, temos: 7 mg --------- 100% 4,8 mg -------x X = 68,6% Porcentagem do fármaco liberado = 68,6 % Gabarito: A 08. Um ajuste no intervalo de dosagem foi realizado na administração en- dovenosa de vancomicina em um grupo de 25 pacientes após introdução de protoco- lo de utilização deste antibiótico. O núme- 15 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o ro de doses por paciente, por dia de tra- tamento, foi reduzido de uma média de 3,33 para 2,51 sem prejuízos farmacote- rapêuticos. Se o preço de cada dose de vancomicina era de R$ 125,00, a redução diária de custos para o hospital foi de: (A) R$ 2.452,35 (B) R$ 2.562,50 (C) R$ 2.665,50 (D) R$ 3.656,50 (E) R$ 4.062,50 Comentários: Dados que serão utilizados para a resolu- ção da questão: • Valor do frasco de vancomicina = R$ 125,00 • Variação de doses: 3,33 para 2,51 por paciente • Número de pacientes: 25 Cálculo do valor gasto de vancomicina para média de 3,33 dose por dia por pa- ciente Aplicando uma regra de 3, temos: 1 dose --------------- R$ 125,00 3,33 doses ---------- X X= R$ 416,25 por paciente por dia Cálculo do valor gasto de vancomicina para média de 2,51 doses por dia por pa- ciente Aplicando uma regra de 3, temos: 1 dose --------------- R$ 125,00 2,51 doses ---------- X X = R$ 313,75 por paciente por dia Economia por dia por paciente Economia por paciente = R$ 416,25 – R$ 313,75= R$ 102,50 Economia por dia para os 25 pacientes Economia para os 25 pacientes = R$ 102,50 x 25 = R$ 2.562,50 Economia para os 25 pacientes = R$ 2.562,50 Gabarito: B 09. Nos serviços de Farmácia Hospita-lar, deve-se ter no arsenal farma- coterapêutico antídotos para serem utili- zados em casos de intoxicações. Relacione o antídoto com o agente tóxico: A relação correta é: álcool-desidrogenase 16 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Comentários: Vejamos cada um dos agentes causadores de intoxicação mencionados na alternativa: a) Opioide No caso de intoxicação por opioides uti- liza-se a naloxona, que é um antagonista de opioides, com afinidade pelos três re- ceptores de opioides clássicos (μ, κ e δ).Tal fármaco atua rapidamente e reverte a depressão respiratória associada às doses altas desses fármacos. Lembre-se: Antídoto: Naloxona Intoxicação por opióides b) Metanol O metanol é biotransformado pela enzima álcool-desidrogenase em formaldeído e, posteriormente, pela enzima aldeído-de- sidrogenase em ácido fórmico; Metanol álcool-desidrogenase aldeído-desidrogenase Formaldeído Ácido fórmico Note no esquema abaixo que as mesmas en- zimas também estão presentes na biotrans- formação do etanol: Etanol álcool-desidrogenase aldeído-desidrogenase Acetaldeído Acetato Assim, no caso de intoxicação por metanol uti- liza-se o etanol como antídoto, pois o etanol satura a enzima álcool-desidrogenase pre- venindo a formação de metabólitos tóxicos a partir do metanol, que será eliminado por via renal inalterado. Lembre-se: Antídoto: etanol Intoxicação por metanol c) Paracetamol O paracetamol, quando metabolizado, sofre: • Glicuronidação e sulfatação (correspon- dem a 95% do metabolismo). 17 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o • Os outros 5% ficam por conta de uma via alternativa em que o para- cetamol gera intermediários tóxicos que são conjugados com glutationa (GSH). Com essa conjugação com a glutationa não há toxicidade, pois há formação de produtos não tóxicos. Pois bem, ocorre que, quando a ingestão de paracetamol excede as doses terapêu- ticas (como no caso de uma intoxicação), as vias de glicuronidação e sulfatação ficam saturadas e a via da glutationa tem que “dar conta”. Porém, com o tempo, a glutationa é gasta mais rapidamente do que pode se regenerar. Então, há acúmulo do metabólico tóxico (n-acetilbenzoimino- quinona) que é reativo e reage com grupos nucleofílicos de proteínas celulares, levando a hepatotoxicidade. A acetilcisteína atua como substituto da glutationa, ligando-se ao metabólito tóxico à medida que é produzido, evitando, desta forma, a ocorrência da hepatotoxicidade re- lacionada ao paracetamol. Glicorunato não tóxico PARACETAMOL Sulfato não tóxico Intermediário tóxico (n-acetilbenzoimunoquinona) Acetilcisteína (antídoto) Produto não tóxico Glutationa Glicoronidação Sulfatação Via dependente de P450 Lembre-se: Antídoto: Acetilcisteína Intoxicação por paracetamol d) Inseticida anticolinesterase Os inseticidas anticolinesterase (or- ganofosforados, como por exemplo, o malation) inibem irreversivelmente a ace- tilcolinesterase. A acetilcolinesterase é a enzima responsável por degradar a acetilcolina. 18 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Assim, como a enzima responsável pela degradação está inibida, há aumento da disponibilidade de acetilcolina. Assim, na intoxicação por inseticidas anti- colinesterases tem-se um aumento de ace- tilcolina (que levará a todos os sintomas da intoxicação, como bradicardia, hipotensão, broncoconstrição, entre outros). Portan- to, os seguintes fármacos que podem ser utilizados: A atropina é um antagonista colinérgico, portanto, bloqueia os receptores muscarí- nicos de acetilcolina (que está aumentada na intoxicação). Lembre-se: Antídoto: Atropina Intoxicação por inseticida antico- linesterase e) Benzodiazepínicos No caso de intoxicação por benzodiazepínicos utiliza-se flumazenil, que é um antagonista competitivo dos benzodiazepínicos. Lembre-se que os benzodiazepínicos se ligam especificamente a um ponto regulador do receptor GABAA, e atuam alostericamente para aumentar a afinidade do neurotransmis- sor GABA pelo receptor (GABAA). O flumazenil liga-se com alta afinidade a lo- cais específicos do receptor GABAA, onde antagoniza competitivamente a ligação e os efeitos alostéricos dos benzodiazepínicos. Lembre-se: Antídoto: Flumazenil Intoxicação por benzodiazepínicos ↑ da disponibili- dade de Acetilco- lina para atuar em receptores Acetilcolines- terase inibida PralidoximaAtropina reativador da enzi- ma colinesterase Anticolinérigico 19 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o f) Ferro No caso de intoxicação por ferro utiliza- -se como antídoto a deferoxamina, um agente quelante, que se liga ao ferro livre formando um complexo hidrossolúvel, a ferrioxamina, com excreção predomi- nante renal. Lembre-se: Antídoto: deferoxamina Intoxicação por ferro Sendo assim, ficamos com as seguintes relações: Agente causador da intoxicação Antídoto Paracetamol (c) Acetilcisteína (1) Inseticida anticolinesterase (d) Atropina (2) Ferro (f) Deferoxamina (3) Metanol (b) Etanol (4) Benzodiazepínico (e) Flumazenila (5) Opióide (a) Naloxona (6) Gabarito: E 10. Relacione o fármaco com a classe terapêutica. A relação correta é: Comentários: Vamos analisar cada um dos fármacos elen- cados no enunciado da questão: 1. Vancomicina Trata-se de um antibiótico (c), da classe dos glicopeptídeos, amplamente utilizado no ambiente hospitalar, tendo como uma de suas indicações o tratamento de estafilococos (um gram positivo) resistentes a oxacilina. 2. Metformina Trata-se de um hipoglicemiante (d) oral da classe das biguanidas, que diminui os níveis de glicose sérica e aumenta a sensibilização do receptor de insulina tecidual, sendo um fármaco de escolha como terapia de primeira linha para o tratamento do Diabetes tipo II. 20 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o 3. Quetiapina Trata-se de um antipsicótico (f) atípico, tendo como uma de suas indicações o tra- tamento da esquizofrenia. 4. Prednisona Trata-se de um anti-inflamatório (b) es- teroidal (corticosteroide) amplamente utilizado. 5. Lamivudina Trata-se de um antirretroviral (e) da clas- se dos inibidores da transcriptase reversa. Atualmente no Brasil, esse fármaco faz parte do esquema inicial preferencial do tratamento do HIV no adulto, em conjunto com outros dois antirretrovirais: tenofovir e dolutegravir. 6. Propranolol Trata-se de um anti-hipertensivo (a), β-bloqueador não seletivo. Sendo assim, temos: FÁRMACO ANTÍDOTO 1. Vancomicina c. Antibiótico 2. Metformina d. Hipoglicemiante 3. Quetiapina f. Antipsicótico 4. Prednisona b. Anti-inflamatório 5. Lamivudina e. Antirretroviral 6. Propranolol a. Anti-hipertensivo Gabarito: C 11. Homem de 52 anos de idade, após consulta com endocrinologista devido ao diabetes tipo 2, diagnosticado há cerca de 4 anos. Dados do exame físico: altura = 1,70 m; IMC = 26,8 kg/m2; circunferência abdominal (CA) = 98 cm; pressão arterial (PA) = 120 x 80 mmHg. Exames laboratoriais: glicemia de jejum = 140mg/dL; HbA1c = 8,2% (VR: 4,8-5,9); crea- tinina = 0,8 mg/dL (VR: 0,7-1,3); ureia = 32,6 mg/dL (VR:15-40); colesterol total = 220 mg/ dL; HDL-c = 44 mg/dL; LDL-c = 120 mg/dL; triglicerídeos = 280 mg/dL; ácido úrico = 7,0 mg/dL (VR: 2,5-7); TGO = 92 U/L (VR: até 37); TGP = 108 U/L (VR: até 41). A alternativa que contém medicamentos em uso por este paciente é: (A) Glibenclamida (10 mg/dia, duas vezes ao dia); captopril (75 mg 1 vez ao dia). (B) Metformina (850 mg 2 x ao dia); allopurinol (300mg 1 x ao dia). (C) Insulina Asparte ao deitar; hidroclorotia- zida (25 mg 1 x ao dia). (D) Metformina (850 mg 2 x ao dia); gliclazida MR (30 mg 1 x ao dia). (E) Glibenclamida (5mg 1 x ao dia); clortalidona (12,5 mg 1 x ao dia). Comentários: Note que estamos diante de um caso clínico de um paciente com diagnóstico de Diabetes tipo II, portanto, necessariamente este pa- ciente deve estar em uso de fármacos para o controle dessa patologia. Perceba que os 21 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o valores de glicemia de jejum e de HbA1c (hemoglobina glicada) estão alterados, reforçando a necessidade de uso de fár- macos para o controle do diabetes.Va- mos analisar cada uma das alternativas: (A) Glibenclamida (10 mg/dia, duas vezes ao dia); captopril (75 mg 1 vez ao dia). ERRADA – O paciente poderia estar em uso de glibenclamida (hipoglicemiante oral) pelo diagnóstico de diabetes tipo II, entre- tanto, não se justifica o uso de captopril. O captopril trata-se de um anti-hipertensivo (inibidor da ECA). O paciente não tem diag- nóstico de Hipertensão Arterial e apre- sentou em consulta pressão arterial (PA) normal – 120 x 80mmHg, não justificando, portanto, o uso desse fármaco. (B) Metformina (850 mg 2 x ao dia); allopurinol (300mg 1 x ao dia). ERRADA - O paciente poderia estar em uso de metformina (hipoglicemiante oral) pelo diagnóstico de diabetes tipo 2, entretanto, não se justifica o uso do alopurinol. O alopurinol trata-se de um antigotoso indicado para redução de ácido úrico. Paciente em consulta apre- sentou ácido úrico normal. (C) Insulina Asparte ao deitar; hidro- clorotiazida (25 mg 1 x ao dia). Não se justifica o uso da hidroclorotiazida, um diurético tiazídico que tem como uma de suas indicações o controle da pressão arterial. O paciente não tem diagnóstico de Hipertensão Arterial e apresentou em consulta pressão arterial (PA) normal – 120 x 80mmHg, não justificando, portanto, o uso desse fármaco (D) Metformina (850 mg 2 x ao dia); glicla- zida MR (30 mg 1 x ao dia). CORRETA – Temos aqui dois hipoglicemiantes orais utilizados no Diabetes do tipo II. Assim, a metformina, uma biguanida, e a glicazida, uma sulfaniluréia (secretogogo de insulina) são indicadas nesse caso. (E) Glibenclamida (5mg 1 x ao dia); clorta- lidona (12,5 mg 1 x ao dia). Não se justifica o uso de clortalidona, um diurético tiazídico que tem como uma de suas indicações o controle da pressão arterial. O paciente não tem diagnóstico de Hipertensão Arterial e apresentou em consulta pressão arterial (PA) normal – 120 x 80mmHg, não justificando, portanto, o uso desse fármaco. Gabarito: D 12. Os corticosteroides sistêmicos apre-sentam ações anti-inflamatórias e imunossupressoras, mas também causam várias reações adversas. A alternativa que 22 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o contém apenas reações adversas causa- das por corticosteroides é: (A) ototoxicidade e redução na retenção de sais. (B) urticária e disfunção erétil. (C) artrite reumatoide e aumento de massa muscular. (D) doença de Crohn e artrite gotosa aguda. (E) osteoporose e síndrome de Cushing. Comentários: Antes de analisarmos cada uma das alterna- tivas, vamos fazer um breve resumo sobre as principais reações adversas dos corticoste- roides. De maneira geral, são reações adversas que podem ser causadas pelos corticoides: Vejamos cada uma delas: Infecções O aumento da probabilidade de infecções decorre do próprio efeito imunossupres- sor dos corticoides. Assim, há grande fa- cilitação de infecções por fungos, bac- térias, vírus e parasitas, podendo gerar infecções graves. Osteoporose Decorre da redução da atividade osteo- blástica e aumento da osteoclástica (aumenta a reabsorção óssea). Efeitos Endócrinos Os principais são: 23 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o O paciente em uso prolongado de corti- costeroide pode desenvolver a Síndrome de Cushing iatrogênica. Ulcerações Em decorrência de redução da cicatriza- ção, por inibem os fibroblastos, levando à perda de colágeno e tecido conjuntivo. Supressão da Suprarrenal Pode ocorrer com administração prolongada. É a complicação mais grave da retirada mui- to rápida dos Glicocorticoides após terapia prolongada, quando o eixo hipotálamo-pitui- tária-adrenal (HPA) é suprimido. Lembre-se de que a secreção de cortisol (corticoide endóge- no, que participa de várias funções fisiológicas) é regulada por retroalimentação. Quando o paciente está em uso de corticoide, a via é inibida, e deixa-se de secretar cortisol. Logo, se a retirada for brusca, não há tempo hábil para que a via volte a funcionar, e não são secretados níveis suficientes de cortisol para manter a homeostase. Desequilíbrio hidroeletrolítico Retenção de Sódio (Na+) e água Perda de potássio, levando à hipocalemia Diminuição de cálcio (por redução da absorção e aumento da eliminação) Outras Reações Adversas Outras reações adversas que podem ocorrer com a administração de corticosteroides, algumas dependentes da dose e duração, são: Hipomania ou psicose aguda ou depressão Aumento da pressão arterial Miopatias Atraso no crescimento de criança Lesão gástrica Catarata e glaucoma 24 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Agora vamos analisar cada uma das al- ternativas: (A) ototoxicidade e redução na reten- ção de sais. ERRADA – Ototoxicidade não se trata de uma reação adversa característica dos corticosteroides. Além disso, tais fármacos levam à retenção de Na+ e de água. (B) urticária e disfunção erétil. ERRADA – As manifestações das doenças alérgicas de duração limitada — como urticária, dermatite de contato, reações medicamentosas e picadas de abelha — podem ser suprimidas com doses ade- quadas de glicocorticoides. Disfunção erétil não se trata de uma reação adversa característica dos corticosteroides, em- bora existam literaturas que apontem para alterações gonádicas. (C) artrite reumatoide e aumento de massa muscular. ERRADA – Na verdade, a artrite reumatoi- de é uma das indicações do tratamento com corticosteroides. Além disso, tais fármacos têm como uma de suas reações adversas a diminuição de massa muscular, que ocorre por aumento do catabolismo e diminuição do anabolismo de proteínas. (D) doença de Crohn e artrite gotosa agu- da. ERRADA – Os corticoides podem ser utiliza- dos na farmacoterapia de ambas patologias. Assim, doença de Crohn e artrite gotosa agu- da são indicações para o uso os corticoides (lembre-se que tais fármacos são imunossu- pressores). (E) osteoporose e síndrome de Cushing. CORRETA- Conforme vimos, a osteoporose é uma reação adversa que decorre da redu- ção da atividade osteoblástica e aumento da osteoclástica (aumenta a reabsorção óssea); Além disso, outra reação adversa que pode ocorrer com o uso prolongado dos corticoste- roides é a Síndrome de Cushing, provocada pela exposição excessiva a glicocorticoides. Veja na figura abaixo as principais caracterís- ticas dessa síndrome: Gabarito: E Fonte: Rang & Dale 25 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o 13. O tromboembolismo venoso (TEV) gera a indicação para an- ticoagulação a longo prazo. Os fárma- cos indicados para este fim têm nume- rosas limitações, janela terapêutica es- treita e uma considerável variabilidade, na relação entre a dose administrada e o respectivo efeito anticoagulante, sendo que alguns exigem uma monitorização regular da coagulação, através da deter- minação da Razão Normalizada Interna- cional (RNI ou INR), e o correspondente ajuste na dose. Com base nessas infor- mações, é correto afirmar: (A) A varfarina é fármaco de escolha por- que a monitorização do INR é feita pelo próprio paciente e não há riscos de com- plicações, como hemorragias. (B) A hipertensão arterial sistêmica é indi- cação para o uso de varfarina, devido à segurança no controle do risco de TEV. (C) A utilização da heparina de baixo peso molecular (HBPM) na profilaxia do TEV justifica-se por ter uma posologia cô- moda e não necessitar de controle da coagulação. (D) Há um grupo de enfermidades para o qual não se justifica a profilaxia para TEV, como doença inflamatória intesti- nal, insuficiência respiratória e síndro- me nefrótica. (E) O uso de profilaxia mecânica, como compressão pneumática intermitente e Bomba venosa plantar, substitui total- mente a necessidadeda profilaxia farma- cológica de TEV. Comentários: Vamos analisar cada uma das alternativas: (A) A varfarina é fármaco de escolha por- que a monitorização do INR é feita pelo próprio paciente e não há riscos de com- plicações, como hemorragias. ERRADO – Um dos grandes riscos do uso de varfarina, fármaco anticoagulante anta- gonista da vitamina K, é justamente o risco de hemorragias (especialmente intestinal ou cerebral). O monitoramento deve ser realizado por meio do INR, que deve ficar em uma faixa-alvo pre- conizada (geralmente entre 2 e 3), sendo que tal monitorização deve ser realizada por pro- fissionais de saúde. Assim, o paciente não consegue realizar a monitorização do INR sozinho, pois trata-se de um exame laborato- rial, realizado por laboratório clínico, que deve ser monitorado e avaliado pelo profissional de saúde que decidirá pela manutenção, au- mento ou diminuição de dose da varfarina a depender do resultado obtido. Inclusive, há pacientes que não se habituam a fazer exa- mes laboratoriais de rotina ou que têm dificul- dade em acessar o local de monitoramento, por questões geográficas, o que dificulta em muito a terapia com este fármaco. Ou seja, trata-se de um fármaco que requer exames 26 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o frequentes para individualização da dose, sendo pouco conveniente para o paciente. (B) A hipertensão arterial sistêmica é indicação para o uso de varfarina, de- vido à segurança no controle do risco de TEV. ERRADO – A hipertensão arterial grave não controlada é contraindicação para o uso de varfarina, em função do risco de sangramento. (C) A utilização da heparina de baixo peso molecular (HBPM) na profilaxia do TEV justifica-se por ter uma posologia cômoda e não necessitar de controle da coagulação. CORRETA – O uso da Heparina de Baixo peso Molecular (enoxaparina) tem algumas vanta- gens tais como: • comodidade posológica e via de admi- nistração (uso intermitente e por via subcutânea); • não haver necessidade de monitoriza- ção do efeito anticoagulante, exceto em situações especiais (como obesidade e insuficiência renal), nas quais deve-se realizar a monitorização da atividade anti-Xa sempre que possível; Há ainda outras vantagens da HBPM quando comparada à HNF (heparina não fracionada). Veja no quadro esquemático abaixo: Vantagens da Heparina de Baixo Peso Molecular quando comparada à Heparina Não Fracionada: 27 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (D) Há um grupo de enfermidades para o qual não se justifica a profilaxia para TEV, como doença inflamatória intes- tinal, insuficiência respiratória e sín- drome nefrótica. ERRADO- Inicialmente, vejamos quando a profilaxia de TEV é indicada. A profilaxia do TEV é indicada em pacientes clínicos internados com mais de 40 anos, com ex- pectativa de mobilidade limitada por 3 ou mais dias, que apresentam pelo menos um fator de risco para TEV e que não tenham risco aumentado de sangramento, devendo ser mantida pelo menos até a alta hospitalar. Doença inflamatória intestinal, síndrome ne- frótica e insuficiência renal são patologias consideradas fatores de risco para TEV. Sen- do assim, justifica-se a profilaxia para TEV nestes casos. Vamos aproveitar essa alternativa para es- tudar os fatores de risco para TEV: São considerados fatores de risco para TEV: TEV prévio imobilidade terapia oncológica terapia com estrogê- nio e moduladores do seu receptor acidente vascular cerebral insuficiência renal insuficiência cardíaca congestiva classe III ou IV idade avançada paresia de membros inferiores desordens mieloproliferativas estimuladores de eritropoiese gravidez e puerpério doença reumática hemoglobinúria paroxística noturna trombofilias herdadas ou adquiridas cirurgia veias varicosas compressão venosa enfermidade aguda infarto agudo do miocárdio doença inflamatória intestinal obesidade trauma maior ou lesão de membro inferior câncer gravidez e puerpério doença infecciosa aguda doença respiratória aguda síndrome nefrótica cateter venoso central 28 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (E) O uso de profilaxia mecânica, como compressão pneumática intermitente e Bomba venosa plantar, substitui to- talmente a necessidade da profilaxia farmacológica de TEV. ERRADO- Os métodos de profilaxia me- cânica, como a compressão pneumática intermitente e a bomba venosa plantar, reduzem o risco de TEV, por reduzirem a estase do sangue nas veias. Entretanto, de maneira geral, a profilaxia mecânica é utilizada como adjuvante à terapêuti- ca anticoagulante (no paciente cirúrgi- co). Por exemplo, na profilaxia de trom- boembolismo venoso (TEV) nos pacientes vasculares de alto risco pode-se adotar a tromboprofilaxia mecânica (com meia elástica, compressão pneumática inter- mitente ou bomba plantar) associada à tromboprofilaxia farmacológica (com heparina não fracionada, heparina de baixo peso molecular ou outros anticoagulan- tes). Para o paciente clínico, geralmente a profilaxia mecânica só é utilizada nos casos em que o paciente apresenta con- traindicação à profilaxia farmacológica (ex.: sangramento ativo não controlado, plaquetopenia induzida por heparinas, entre outros). Gabarito: C 14. A insulina possui vários tipos de ação farmacológica, que podem ser classificados como de ação rápida, ultrarrá- pida, intermediária e longa. Considerando os tipos de insulina, a alternativa que des- creve sequencialmente uma insulina de ação ultrarrápida, de ação rápida, de ação inter- mediária e de ação longa é: (A) Glulisina, Asparte, Regular e Glargina. (B) Asparte, Regular, Protamina neutra de Hagedorn (NPH) e Glargina. (C) Glulisina, Asparte, Regular e NPH. (D) Glusilina, Protamina neutra de Hagedorn, Regular e Glargina. (E) Asparte, Glulisina, Protamina neutra de Hagedorn e Glargina Comentários: Antes de analisarmos cada uma das alterna- tivas vamos lembrar de quais são as insulinas de ação ultrarrápida, ação rápida, ação inter- mediária e ação longa. Veja a tabela abaixo: Insulina Início da ação Pico Duração Efetiva Ação Ultrarrápidas Asparte 10 – 15 min 1 – 2 h 3 - 5 h Glulisina 10 – 15 min 1 – 2 h 3 - 5 h Lispro 10 – 15 min 1 – 2 h 3 - 5 h Ação Rápida Regular ~ 30 min 2 - 3 h 6h e 30 min Ação Inter- mediaria NPH 1-3 h 5 – 8 h Até 18 h Ação Longa Determir ~ 90 min Não há 16 – 24 h Glargina ~ 90 min Não há Até 24 h Degludeca ~ 90 min Não há > 24 h 29 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o O gráfico abaixo representa as informações contidas na tabela: ERRADA: - Ordem solicitada no enunciado: ação ultrar- rápida, rápida, intermediária e longa. - Ordem apresentada na alternativa: Ultrar- rápida, ultrarrápida, rápida, longa. • Glulisina – Ultrarrápida • Asparte – Ultrarrápida • Regular – Rápida • Glargina - Longa (B) Asparte, Regular, Protamina neutra de Hagedorn (NPH) e Glargina. CORRETA: - Ordem solicitada no enunciado: ação ultrar- rápida, rápida, intermediária e longa. - Ordem apresentada na alternativa: ultrar- rápida, rápida, intermediária e longa. • Asparte – Ultrarrápida Sendo assim, precisamos encontrar a al- ternativa que apresente a seguinte ordem de insulinas: • ação intermediária • ação ultrarrápida • ação longa • ação rápida 1. LISPRO ou ASPART ou GLULISINA 2. REGULAR 3. NPH 4. DETEMIR ou GLARGINA ou DEGLUDECA Dito isso, vamos analisar cada uma das alternativas. Apontarei em vermelho os erros: (A) Glulisina, Asparte, Regular e Glar- gina. 30 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o • Regular – Rápida • NPH – Intermediária • Glargina - Longa (C)Glulisina, Asparte, Regular e NPH. ERRADA: -Ordem solicitada no enunciado: ação ul- trarrápida, rápida, intermediária e longa. -Ordem apresentada na alternativa: Ul- trarrápida, ultrarrápida, rápida, inter- mediária. • Glulisina – Ultrarrápida • Asparte – Ultrarrápida • Regular – Rápida • NPH – Intermediária (D) Glusilina, Protamina neutra de Ha- gedorn, Regular e Glargina. ERRADA: -Ordem solicitada no enunciado: ação ul- trarrápida, rápida, intermediária e longa. -Ordem apresentada na alternativa: Ul- trarrápida, intermediária, rápida, longa. • Glulisina – Ultrarrápida • NPH – Intermediária • Regular – Rápida • Glargina – Longa (E) Asparte, Glulisina, Protamina neutra de Hagedorn e Glargina ERRADA: -Ordem solicitada no enunciado: ação ultrar- rápida, rápida, intermediária e longa. -Ordem apresentada na alternativa: Ultrar- rápida, ultrarrápida, intermediária e longa. • Aspart – Ultrarrápida • Glulisina – Ultrarrápida • NPH – Intermediária • Glargina – Longa GABARITO: B 15. O farmacêutico pode desempenhar um papel fundamental no proces- so de controle da asma, por meio de progra- mas educacionais voltados para a preven- ção e para o tratamento dessa doença. So- bre a doença e seu manejo, é correto afirmar: (A) Salbutamol é um agente de ação curta e rápida, mas, quando disponível na apresen- tação de dispositivo inalatório, tem ação controlada, devendo ser utilizado um puff à noite; deve ser lavado com água corrente e sabão neutro após o uso. (B) Aerossóis dosimetrados são portáteis, liberam doses precisas, mas têm como desvantagem um intenso sabor residual, que dificulta a adesão ao tratamento, não sendo utilizados no tratamento de crianças com idade inferior a 12 anos. (C) Os inaladores de pó seco (IPS), como tur- bohaler, aerolizer e diskus, apresentam 31 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o contadores de dose e liberam doses constantes, que devem ser aspiradas, puxando o ar pela boca; devem ser la- vados com água corrente após o uso. (D) O formoterol di-hidratado agonista seletivo beta2- adrenérgico de longa duração e a budesonida, glicocorticoide têm capacidade de suprimir a inflama- ção. Essa associação apresenta efeitos benéficos no tratamento da asma. (E) Na técnica do dispositivo para aspira- ção, deverá ser realizada a respiração nasal e expiração dentro do dispositivo, em uma velocidade rápida, inferior a 3 segundos e cabeça fletida em ângulo inferior a 900, para garantir que não haverá perda de princípio ativo durante o uso. Comentários: Vamos analisar cada uma das alternativas: (A) Salbutamol é um agente de ação curta e rápida, mas, quando disponível na apresentação de dispositivo inala- tório, tem ação controlada, devendo ser utilizado um puff à noite; deve ser lavado com água corrente e sabão neu- tro após o uso. ERRADA – O salbutamol é um β2 –agonista de ação curta e rápida. Sua ação rápida é mantida na apresentação de dispositivo inalatório. Assim, pode ser utilizado no broncoespasmo agudo (na crise) para alí- vio dos sintomas e antes do exercício ou da exposição inevitável ao alérgeno. Na crise, por exemplo, podem ser utilizados até 400 a 800mcg/dose (4 a 8 jatos) a cada 20 minutos por três doses; após, a cada 1 a 4 horas. (B) Aerossóis dosimetrados são portáteis, liberam doses precisas, mas têm como desvantagem um intenso sabor residual, que dificulta a adesão ao tratamento, não sendo utilizados no tratamento de crian- ças com idade inferior a 12 anos. ERRADA – Uma das vantagens dos aerossóis dosimetrados é o fato de serem portáteis. Têm como algumas de suas desvantagens: va- riação da porcentagem de aerossol liberado após dias sem uso ou no final das doses do dispositivo e também sua técnica refinada de uso. São utilizados em crianças com auxílio do espaçador (dispositivo que facilita o uso dos aerossóis dosimetrados) Aerossol dosimetrado O gosto desagradável, ou sensação de pó na garganta, é uma desvantagem dos Inaladores de Pó, principalmente o pulvinal, e não dos aerossóis dosimetrados. espaçador 32 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (C) Os inaladores de pó seco (IPS), como turbohaler, aerolizer e diskus, apresentam contadores de dose e li- beram doses constantes, que devem ser aspiradas, puxando o ar pela boca; devem ser lavados com água corrente após o uso. ERRADA – Turbohaler, aerolizer e diskus realmente são inaladores de pó. Entretanto a alternativa está errada pois a limpeza dos IPIs não deve ser efetuada com água, pois a umidade degrada o pó, comprometendo a degradação de partícu- las. Pode-se usar um lenço ou guardanapo de papel para limpar o bucal. Diskus Aerolizer Turbohaler (D) O formoterol di-hidratado agonista seletivo beta2- adrenérgico de longa du- ração e a budesonida, glicocorticoide têm capacidade de suprimir a inflamação. Essa associação apresenta efeitos benéficos no tratamento da asma. CORRETA – Vamos analisar essa alternativa ponto a ponto: • É correto afirmar que o formoterol di-hidratado é um agonista seletivo beta2 de longa duração. Lembre-se: agonista β2 de ação curta agonista β2 de ação prolongada salbutamol fenoterol terbutalina salmeterol formoterol A budesonida é um corticosteroide, sendo que tais fármacos são usados no tratamento da asma devido à sua ação anti-inflamatória. • A associação agonista seletivo β2 de longa duração (LABA) + corticosteroide inalatório (CI) apresenta efeitos bené- ficos no tratamento da asma, já que a adição do LABA ao CI reduz o tempo para obtenção do controle da doença. 33 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (E) Na técnica do dispositivo para aspi- ração, deverá ser realizada a respiração nasal e expiração dentro do dispositivo, em uma velocidade rápida, inferior a 3 segundos e cabeça fletida em ângulo inferior a 900, para garantir que não haverá perda de princípio ativo durante o uso. ERRADA - Na técnica do dispositivo para aspiração, deverá ser realizada a respira- ção bucal de forma lenta. Gabarito: D 16. Para o tratamento da HIV/AIDS, a tendência mundial é o início pre- coce da terapia antirretroviral (TARV), com intervenções combinadas para o controle da doença. Sobre prevenção e tratamento de pessoas vivendo com HIV/AIDS, é correto afirmar: (A) Tenofovir, lamivudina, dolutegravir, es- quema para início de tratamento, pode ser classificado como uma intervenção biomédica, uma vez que é sabido que a carga viral indetectável tem redução da transmissão em mais de 90%. (B) Em pacientes em uso de TARV, o foco do monitoramento laboratorial não deve ser a carga viral mas detectar pre- cocemente a ocorrência de infecções secundárias e outras comorbidades. (C) Existe a necessidade da adoção de medi- das preventivas e rastreamento adequado para a diminuição da incidência e diagnós- tico precoce de neoplasias, com exames específicos e diferentes daqueles que são efetuados para a população geral. (D) A associação de tenofovir com lamivudina (TDF/3TC) além de ser disponível em co- formulação e permitir tomada única diária, apresenta um perfil desfavorável em ter- mos de toxidade hematológica, lipoatrofia, sendo preferível o uso AZT. (E) Considera-se como adesão suficiente a tomada de medicamentos com uma fre- quência de, pelo menos, 50% para alcan- çar a supressão viral e sua manutenção. Ressalta- se que a má adesão é uma das principais causas de falha terapêutica. Comentários: Vamos analisar cada uma das alternativas: (A) Tenofovir, lamivudina, dolutegravir, es- quema para início de tratamento, pode ser classificado como uma intervenção biomédica, uma vez que é sabido que a carga viral indetectável tem redução da transmissão em mais de 90%. CORRETO – De fato, o tenofovir (TDF), lami- vudina(3TC) e dolutegravir (DTG) compõem o esquema para o início do tratamento da HIV/ AIDS no adulto. Observe o quadro abaixo, que tem como referência o Protocolo Clínico e 34 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Realmente, o esquema pode ser consi- derado uma intervenção biomédica. As intervenções biomédicas são aquelas cujo foco está na redução do risco à exposição dos indivíduos ao HIV, a partir de estraté- gias que impeçam sua transmissão direta, na interação entre uma ou mais pessoas infectadas pelo vírus e outras pessoas não infectadas. Essas estratégias são divididas dois grupos: intervenções biomédicas clássicas, que empregam métodos de barreira física ao vírus (como por exemplo a distribuição de pre- servativos); e Intervenções Biomédicas baseadas no uso de antirretrovirais (ARV). A boa adesão à TARV (terapia an- tirretroviral) e a manutenção da CV-HIV (carga viral do HIV) indetectável reduzem o risco de transmissão sexual do HIV a níveis insignificantes, tornando o trata- mento como prevenção uma opção segura para os casais soro-diferentes. (B) Em pacientes em uso de TARV, o foco do monitoramento laboratorial não deve ser a carga viral mas detectar precoce- mente a ocorrência de infecções secun- dárias e outras comorbidades. ERRADO – Muito pelo contrário! Em pacien- tes em uso de TARV, o foco do monitoramento laboratorial deve ser a CV-HIV (carga viral do HIV) para avaliar a eficácia da TARV e detectar precocemente a falha virológica, caracteriza- da por dois exames sequenciais de CV-HIV detectáveis. (C) Existe a necessidade da adoção de me- didas preventivas e rastreamento ade- quado para a diminuição da incidência e diagnóstico precoce de neoplasias, com exames específicos e diferentes daqueles que são efetuados para a população geral. ERRADO – Realmente existe a necessidade da adoção de medidas preventivas e ras- treamento adequado para a diminuição da incidência e diagnóstico precoce de neopla- sias, entretanto, os exames são os mesmos daqueles efetuados na população em geral, podendo diferir, por exemplo, na frequência de realização. Por exemplo, para o rastreamento câncer de mama na paciente vivendo com HIV deve-se realizar a mamografia, assim como ocorre nas mulheres na população geral. Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos do Ministério da Saúde, de 2018: Esquema de TARV inicial preferencial para adultos 35 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (D) A associação de tenofovir com la- mivudina (TDF/3TC) além de ser dis- ponível em coformulação e permitir tomada única diária, apresenta um perfil desfavorável em termos de to- xidade hematológica, lipoatrofia, sendo preferível o uso AZT. ERRADO- De fato a associação de te- nofovir com lamivudina (TDF/3TC) está disponível em coformulação e permite to- mada única diária, entretanto, a alternativa está errada pois essa associação apresenta um perfil favorável em termos de toxidade hematológica, lipoatrofia e também de to- xicidade, supressão virológica e resposta de LT-CD4+ (linfócito T CD4+) quando compará- vel ao AZT (zidovudina). Lembre-se: Tenofovir com lamivudina (TDF/3TC) apresenta um perfil favorável em termos de: toxicidade hematológica lipoatrofia supressão virológica resposta de LT-CD4+ Quando comparável a: ZIDOVUDINA (E) Considera-se como adesão sufi- ciente a tomada de medicamentos com uma frequência de, pelo menos, 50% para alcançar a supressão viral e sua manutenção. Ressalta- se que a má adesão é uma das principais cau- sas de falha terapêutica. ERRADO – De fato a má adesão é uma das principais causas de falha terapêutica no tra- tamento do HIV/AIDS, sendo fundamental para o sucesso do tratamento, pois suprime a carga viral a níveis indetectáveis, previne a resistência e reduz de modo importante o ris- co de transmissão sexual do vírus. Entretan- 36 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o to, a alternativa está errada no que se refe- re ao que se considera adesão suficiente nessa patologia. A adesão ao tratamento é atualmente entendida como a utiliza- ção ideal dos antirretrovirais da forma mais próxima do prescrito, respeitando as doses e horários. Considera-se como adesão suficiente a tomada de medica- mentos com uma frequência de, pelo me- nos, 80% para alcançar a supressão viral e sua manutenção. Gabarito: A 17. O tratamento farmacológico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) constitui um dos prin- cipais pilares para o manejo da doença, associado ao incentivo à atividade físi- ca, cessação do tabagismo, reabilitação pulmonar e vacinação para prevenção de infecções virais e pneumonia. Con- siderando-se essas informações, é cor- reto afirmar: (A) A escolha do tratamento mais apro- priado não leva em consideração a in- tensidade dos sintomas, uma vez que o uso de fenoterol e de salbutamol é eficaz e interrompe a evolução do curso da doença. (B) A combinação de um β2-agonista de lon- ga duração (LABA) e um anticolinérgico de longa duração (LAMA) é benéfica no tratamento da DPOC. (C) Os LAMA, também chamados de agentes muscarínicos, incluem o tiotrópio, anlodi- pino e losartano e o brometo de glicopir- rôneo. (D) Os LABA disponíveis atualmente são o salmeterol, o flumazenil, a fisostigmina, a ceftazidina e o vilanterol. (E) Os sintomas da DPOC incluem tosse crô- nica sem produção de secreção, apenas pela manhã, e dispneia com piora do quadro obstrutivo; ocorre apenas eventualmente durante o repouso. Comentários: Vamos analisar cada uma das alternativas: (A) A escolha do tratamento mais apro- priado não leva em consideração a inten- sidade dos sintomas, uma vez que o uso de fenoterol e de salbutamol é eficaz e interrompe a evolução do curso da doença. ERRADA- Essa alternativa contém 2 erros. Vejamos cada um deles: 1) A escolha do tratamento mais apropriado deve sim levar em consideração a intensi- dade dos sintomas, além de vários outros fatores. 37 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o 2) O uso de fármacos broncodilatadores β2-agonistas, como fenoterol e o salbu- tamol não interrompem a evolução do curso da doença e sim controlam os sin- tomas. Além disso, os broncodilatadores de longa duração (ex.: salmeterol e formo- terol) são mais eficazes do que os de curta duração (como o fenoterol e o salbutamol, apresentados na alternativa) e devem ser priorizados no tratamento dos pacientes com sintomas persistentes. (B) A combinação de um β2-agonista de longa duração (LABA) e um antico- linérgico de longa duração (LAMA) é benéfica no tratamento da DPOC. CORRETA! Lembre-se que nos pulmões são ex- pressos receptores muscarínicos e β2- adrenérgicos. A broncoconstrição é mediada pelos re- ceptores muscarínicos. A broncodilatação decorre da ativação dos receptores β2-adrenérgicos. São fatores que devem ser levados em consideração na escolha do tratamento: Sendo assim, a broncodilatação, objetivo do tratamento na DPOC, pode ser obtida de duas formas: Inibição da ação da ace- tilcolina nos receptores muscarínicos relaxamento da muscula- tura brônquica indireta- mente. Sendo assim, a broncodilatação é conseguida por meio de 2 mecanismos de ação diferentes (antagonismo dos receptores muscarínicos LABA β2-agonista de longa duração EX: Salmeterol LAMA Anticolinérgico de longa duração (antagonistas muscarínicos) EX: Tiotrópio intensidade dos sintomas comorbidades intensidade dos sintomas disponibilidade dos medicamentos e seu custo a presença de DPOC exacerbada (caracterizada por sustentada piora dos sintomas respiratórios habituais) adaptação com o dispositivo Estimulação dos recepto- res β2 relaxamento da muscu- latura brônquicadireta- mente 38 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o e agonismo dos receptores β2 adrenér- gicos). A associação de broncodilatadores de longa duração com um mecanismo de ação diferente aumenta os benefícios sobre diferentes desfechos, notadamente a dispneia e a frequência e gravidade das exacerbações do DPOC. Existe evidência suficiente para sugerir que a combinação de um β2-agonista de longa duração (LABA) e um anticolinérgi- co de longa duração (LAMA) é benéfico no tratamento de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). (C) Os LAMA, também chamados de agentes muscarínicos, incluem o tio- trópio, anlodipino e losartano e o bro- meto de glicopirrôneo. ERRADA- Essa alternativa contém 2 erros: 1) Os LAMA também são chamados de agentes antimuscarínicos. Tais fármacos são antagonistas dos receptores musca- rínicos das vias aéreas. Lembre-se que a acetilcolina é um neurotransmissor do SNA parassimpático, e na musculatura lisa dos brônquios, ao agir no receptor muscarínico, leva à broncoconstrição. Assim, justifica-se tais fármacos serem antagonistas, levando à broncodilatação. 2) Anlodipino e losartano não são agentes antimuscarínicos. Ambos são anti-hiperten- sivos, sendo que anlodipino trata-se de um bloqueador dos canais de cálcio e losartano trata-se de um BRA (bloqueador dos recep- tores de angiotensina). (D) Os LABA disponíveis atualmente são o salmeterol, o flumazenil, a fisostigmina, a ceftazidina e o vilanterol. ERRADA – Flumazenil, fisostigmina e cefta- zidina não são β2-agonista de longa duração (LABA). Veja a classe farmacológica de cada um desses fármacos: Fármaco Classe Farmacológica Flumazenil antagonista dos benzo- diazepínicos Fisostigmina colinérgico de ação indi- reta (inibe a acetilcolines- terase -enzima que degra- da da acetilcolina). Ceftazidina antimicrobiano – cefalos- porina de 3ª geração. Salmeterol e vilanterol (que comercialmente é disponível na forma de associação com a fluticasona) são exemplos de LABA. Quanto à via de adm salmeterol, formeterol, vilanterol 39 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o (E) Os sintomas da DPOC incluem tosse crônica sem produção de secreção, apenas pela manhã, e dispneia com pio- ra do quadro obstrutivo; ocorre apenas eventualmente durante o repouso. ERRADA - Os sintomas da DPOC incluem tosse crônica, produção de secreção, piores pela manhã, e dispneia ao esfor- ço físico. Gabarito: B 18. Considere estas descrições: I. É um antagonista do receptor histamí- nico H2 dotado de alta seletividade e rápido início de ação. Inibe a secreção basal e estimula a secreção de ácido gástrico, reduzindo tanto o volume quanto o conteúdo de ácido e de pep- sina da secreção. II. Reduz a secreção ácida gástrica por meio da inibição específica da enzima H+ / K+ -ATPase (“bomba de prótons”) nas células parietais, e inibe a etapa fi- nal da formação de ácido no estômago, atuando exclusivamente nas células parietais, não possuindo ação sobre receptores de acetilcolina e histamina. As descrições se referem, respectivamen- te, a: (A) ranitidina e bromoprida. (B) bisacodil e lactulose. (C) bromoprida e ranitidina. (D) bromoprida e omeprazol. (E) ranitidina e omeprazol. Comentários: Vamos analisar cada um dos itens: I. É um antagonista do receptor histamínico H2 dotado de alta seletividade e rápido início de ação. Inibe a secreção basal e estimula a secreção de ácido gástrico, reduzindo tanto o volume quanto o conteúdo de ácido e de pepsina da secreção. Temos como fármacos antagonistas do re- ceptor H2 de histamina a ranitidina, cime- tidina, famotidina, entre outros fármacos. Os antagonistas do receptor H2 da histamina inibem, competitivamente, as ações da hista- mina em todos os receptores H2, agindo como inibidores da secreção de ácido gástrico. Tais fármacos diminuem tanto a secreção de ácido tanto basal quanto a estimulada por alimentos em 90% ou mais. Como há redução de volume do suco gástrico diminui também a secreção de pepsina. II. Reduz a secreção ácida gástrica por meio da inibição específica da enzima H+ / K+ -ATPase (“bomba de prótons”) nas células parietais, e inibe a etapa final da formação de ácido no 40 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o estômago, atuando exclusivamente nas células parietais, não possuindo ação so- bre receptores de acetilcolina e histamina. O item descreve o mecanismo de ação dos IBP’s. Os IBP’s (Inibidores da Bomba de Prótons) inibem a bomba H+/K+-A- tepease (bomba de prótons localizada nos canalículos nas células parietais) co- valentemente (de maneira irreversível), etapa terminal na via secretora de HCL. Tais fármacos reduzem-se as secreções de ácido gástrico basal e a estimulada por alimentos. Exemplos de fármacos des- sa classe farmacológica são: omeprazol, pantoprazol, esomeprazol, entre outros. Exemplos de Antagonistas de H2 Exemplos de IBP (inibidores da bom- ba de prótons) • Ranitidina • Cimetidina • Famotidina • Omeprazol • Pantoprazol • Lansoprazol • Esomeprazol Vejamos agora as opções de fármacos descritas nas alternativas. Devemos lo- calizar a alternativa que apresente um antagonista de H2 seguida de um IBP. (A) ranitidina e bromoprida. ERRADO: • Ranitidina: Antagonista de H2 • Bromoprida: antagonista dos recep- tores de dopamina D2 – fármaco an- tiemético e pró-cinético. (B) bisacodil e lactulose. ERRADO: • Bisacodil: laxante de ação local deriva- do do grupo difenilmetano. Esses fárma- cos provavelmente induzem inflamação branda e limitada dos intestinos delgado e grosso, o que promove o acúmulo de água e eletrólitos e estimula a motilida- de intestinal. O resultado é a estimula- ção da defecação, redução do tempo de trânsito intestinal e amolecimento das fezes. • Lactulose: trata-se de um laxativo. É um dissacarídeo sintético formado por galactose e frutose, que não é absorvida pelo trato gastrintestinal chegando ao cólon praticamente inalterada, onde é fermentada pelas bactérias, produzindo o ácido lático. A acidificação do conteú- do intestinal e o aumento na pressão osmótica causam um fluxo de líquidos para o interior do cólon, o que resulta em aumento e amolecimento do bolo fecal, acelerando, dessa forma, o trân- sito intestinal. (C) bromoprida e ranitidina. • Bromoprida: antagonista dos recep- 41 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o tores de dopamina D2 – fármaco antiemético e pró-cinético. • Ranitidina: Antagonista de H2 (D) bromoprida e omeprazol. • Bromoprida: antagonista dos recep- tores de dopamina D2; • Omeprazol: Inibidor da Bomba de Prótons; (E) ranitidina e omeprazol. CORRETO: • Ranitidina: Antagonista dos recep- tores H2 de histamina; • Omeprazol: Inibidor da bomba de prótons (IBP). Gabarito: E 19. Sobre hipertensão arterial sistê-mica, é correto afirmar: (A) O mecanismo de ação anti-hipertensiva dos diuréticos relaciona-se inicialmente aos seus efeitos diurético e natriurético, com diminuição do volume extracelular, como hidroclorotiazída e losartana. (B) Os betabloqueadores possuem, como mecanismo anti-hipertensivo, a diminui- ção inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e são exemplos de be- tabloqueadores valsartana e captopril. (C) Os bloqueadores de canais de cálcio apresentam ação anti-hipertensiva decor- rente da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vas- culares; são exemplos dessa classe diltia- zen e amilorida. (D) Inibidores da ECA agem fundamental- mente pela inibição da ECA, bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos,sendo represen- tantes dessa classe enalapril e captopril. (E) Vasodilatadores diretos atuam sobre a musculatura da parede vascular, promo- vendo relaxamento muscular com conse- quente vasodilatação e redução da resis- tência vascular periférica, sendo exemplos dessa classe minoxidil e carvedilol. Vamos analisar cada uma das alternativas: (A) O mecanismo de ação anti-hipertensiva dos diuréticos relaciona-se inicialmente aos seus efeitos diurético e natriurético, com diminuição do volume extracelular, como hidroclorotiazída e losartana. ERRADA – Losartana não é um exemplo de diurético. Losartana é um anti-hipertensivo BRA (bloqueador dos receceptores de an- giotensina). Quanto ao mecanismo de ação apresenta- do na alternativa, não houve erro. De fato, o mecanismo de ação anti-hipertensiva dos diuréticos se relaciona inicialmente aos seus efeitos diuréticos e natriuréticos e com di- 42 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o minuição do volume extracelular. Poste- riormente, após cerca de quatro a seis se- manas, o volume circulante praticamente se normaliza e há redução da resistência vascular periférica. (B) Os betabloqueadores possuem, como mecanismo anti-hipertensivo, a diminuição inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readap- tação dos barorreceptores e são exem- plos de betabloqueadores valsartana e captopril. ERRADA – Valsartana e captopril não são exemplos betabloqueadores! Valsartana Captopril BRA (bloqueador dos receptores de an- giotensina) IECA (inibidor da ECA) Exemplos de betabloqueadores são pro- pranolol, atenolol, metoprolol, carvedilol, pindolol, entre outros. Quanto aos mecanismos anti-hipertensi- vos apresentados na alternativa não houve erros. (C) Os bloqueadores de canais de cálcio apresentam ação anti-hipertensiva decor- rente da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentra- ção de cálcio nas células musculares lisas vasculares; são exemplos dessa classe diltiazen e amilorida. ERRADA – Amilorida não é bloqueador de canais de cálcio. Amilorida é um diurético poupador de potássio. São exemplos de bloqueadores de canais de cálcio: anlodipino, nifedipino, verapamil e diltiazem. (D) Inibidores da ECA agem fundamental- mente pela inibição da ECA, bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos, sendo represen- tantes dessa classe enalapril e captopril. CORRETA! Os fármacos Inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina) agem inibindo essa enzima, impedindo, dessa for- ma a transformação da angiotensina I em II. Assim, sem a formação de angiotensina II, esta não se liga ao seu receptor AT1, impe- dindo suas ações (que levam ao aumento de pressão arterial). Veja o quadro abaixo: 43 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o Captopril e enalapril de fato são exemplos de inibidores da ECA, assim como também o lisinopril, ramipril e outros fármacos. (E) Vasodilatadores diretos atuam so- bre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular peri- férica, sendo exemplos dessa classe minoxidil e carvedilol. ERRADA – Carvedilol não é um vasodilatador direto e sim um betabloqueador. Hidralazina e minoxidil são dois dos princi- pais fármacos representantes do grupo de vasodilatadores diretos. Quanto aos mecanismos anti-hipertensivos apresentados na alternativa não houve erros. Gabarito: D Inibidores da ECA 44 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o 20. A estrutura operacional das Re-des de Atenção à Saúde (RASs) possui cinco componentes: o centro de comunicação, a Atenção primária à Saú- de; os pontos de atenção à saúde secun- dários e terciários; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos; e o sistema de go- vernança. Considerando-se esses com- ponentes, é correto afirmar: (A) A atenção primária à saúde é respon- sável pela intercomunicação e coor- denação de fluxos e contrafluxos do sistema de saúde, sendo desta forma a responsável pela gestão dos pontos de atenção secundários e terciários da saúde. (B) Os pontos de atenção secundária e terciária são nós das RASs em que se ofertam determinados serviços espe- cializados, que se diferenciam por suas respectivas densidades tecnológicas, sendo os pontos de atenção terciária mais densos tecnologicamente que os pontos de atenção secundária. (C) Os sistemas de apoio são os lugares institucionais das RASs para serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde, nos campos do apoio diagnóstico e terapêutico, e sistemas de informa- ção em saúde, localizados no mesmo espaço geográfico para o atendimento de toda a rede. (D) O sistema de assistência farmacêutica envolve o grupo de atividades relacionadas com os medicamentos, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade, sendo responsável por todos os sistemas logísticos das RASs. (E) A governança das RASs é o arranjo organi- zativo uni ou pluri-institucional que permite a gestão de todos os componentes des- sas redes, de forma a gerar um excedente cooperativo entre os atores sociais que podem ser destinados ao apoio da atenção terciária. Comentários: Vamos analisar cada uma das alternativas. (A) A atenção primária à saúde é responsá- vel pela intercomunicação e coordenação de fluxos e contrafluxos do sistema de saúde, sendo desta forma a responsável pela gestão dos pontos de atenção secun- dários e terciários da saúde. ERRADA – Vamos analisar essa alternativa em duas partes: 1) A atenção primária à saúde é responsável pela intercomunicação e coordenação de fluxos e contrafluxos do sistema de saúde... De fato, a atenção primária à saúde é respon- sável pela intercomunicação e coordenação de fluxos e contrafluxos do sistema de saúde, ou seja, a atenção básica deve fazer a ligação 45 C o n h e c im e n t o s E s p e c íf ic o s P o r : P r o f ª C á C a r d o s o entre os demais pontos de atenção, de modo a garantir a integralidade e conti- nuidade da atenção à saúde dos usuários. A figura abaixo ilustra a Atenção Básica como centro de comunicação da RAS: Vamos dar um exemplo de uma gestan- te que faz o acompanhamento pré-natal em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Esta UBS tem como responsabilidade – entre outras - fazer a articulação com os serviços de apoio diagnóstico para rea- lização de exames necessários durante a gestação, a programação do parto na ma- ternidade mais próxima da residência da usuária, e ainda fazer o acompanhamento pós-parto. 2) ... sendo desta forma a responsável pela gestão dos pontos de atenção se- cundários e terciários da saúde. ERRADO - Não cabe à atenção primária ser responsável pela gestão da atenção secundária e terciária. Ora, não cabe à Uni- dade Básica de Saúde (atenção primária) a responsabilidade pela gestão de uma UPA (atenção secundária) ou de um hospital es- pecializado (atenção terciária). (B) Os pontos de atenção secundária e ter- ciária são nós das RASs em que se ofertam determinados serviços especializados, que se diferenciam por suas respectivas densidades tecnológicas, sendo os pontos de atenção terciária mais densos tecno- logicamente que os pontos de atenção secundária. CORRETA – Tanto na atenção secundária quanto na atenção terciária são ofertados serviços especializados, sendo que os pontos da atenção terciária (exemplo: hospital) têm uma maior densidade tecnológica do que os pontos de atenção secundária (exemplo: UPA, ambulatório especializado). A densidade tecnológica nada mais é do que a sofisticação da tecnologia empregada nos serviços e equipamentos utilizados. Quanto maior a densidade tecnológica, mais sofisti- cada e mais atual ela é (tecnologia de ponta), e está
Compartilhar