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Aluno: Jônatas Corrêa Jacob RESENHA – Pregação Cristocêntrica CHAPELL, Bryan. Pregação Cristocêntrica. São Paulo: Cultura Cristã, 2002. O livro Pregação Cristocêntrica, uma completa obra a respeito do resgate da exposição bíblica, foi composta pelo Dr. Bryan Chapell, atual Presidente Emérito e Professor Adjunto de Teologia Prática no Covenant Theological Seminary e pastor sênior da Grace Presbyterian Church (PCA) em Peoria, no estado americano de Illinois. Tendo mais de quarenta anos no ministério pastoral e trinta como professor de seminário, devido a grande experiência e profundidade adquiridas lecionando homilética, Chapell tem grande autoridade e competência para tratar a respeito de exposição bíblica. Chapell divide sua obra Pregação Cristocêntrica em três partes principais: Princípios para a pregação expositiva, preparação de sermões expositivos e uma teologia de mensagens cristocêntricas. Ao final do livro, o autor ainda traz uma seção com apêndices úteis para um expositor bíblico em aprendizado, com dicas valiosas de alguém já passou muitas experiencias como expositor da palavra. No primeiro capítulo, Chapell começa a esboçar a base da pregação. Segundo o autor, a pregação que é fiel “converte, convence e amolda o espírito de homens e mulheres” (p. 19), pois tem sua base firmada e centrada na Escritura, na Palavra de Deus. O poder da pregação bíblica está no carácter divino da mensagem e não no arauto – que é falho – portador da mensagem. A Palavra de Deus detém o poder de criar e controlar toda a existência, de persuadir o coração mais endurecido, ela sempre cumpre o seu propósito e está soberanamente acima do realizar humano. E, por isso, Cristo, a Palavra encarnada de Deus, deve receber todo o mérito, honra e glória da pregação, pois somente Ele é capaz de renovar o espirito do homem. Por causa desta centralidade na Palavra, Chapell assevera que “significado da passagem é a mensagem do sermão” (p. 24). Para que a pregação transponha a barreira entre o texto bíblico e o ouvinte, Chapell propõe que o sermão deve cumprir com algumas obrigações. Para ele “todas as características do sermão completo devem sustentar o conceito que unifica o todo” (p. 38), o sermão deve ter uma unidade e sempre apontar para uma única ideia central. Esta ideia central deve ser norteada pelo propósito o qual o texto indica. Chapell, sugere a ideia de cada texto a ser pregado possuí o seu “Foco da Condição Decaída”, que é a condição humana recíproca entre os crentes de hoje tem em comum com os ouvintes e receptores primários do texto. Uma vez que o FCD da passagem resgatado do texto, o pregador tem a obrigação de torná-lo relevante ao seu público através de uma aplicação. A pregação expositiva, segundo Bryan Chapell, tem como prioridade máxima o próprio texto bíblico. Segundo ele, “no púlpito somos expositores, não autores”. (p. 55). Por causa da prioridade no texto bíblico, o expositor bíblico deve escolher bem a passagem e sua extensão. Chapell, discorre a respeito de algumas formas de se escolher um texto, assim como precavê o leitor sobre alguns riscos ao se escolher um texto. Além de fornecer considerações para se escolher a passagem para um sermão, Chapell fornece alguns recursos e princípios para interpretação do texto. Finalizando esta parte do livro sobre os princípios da pregação expositiva, Bryan Chapell afirma, embasando na própria Escritura, que o objetivo da exposição bíblica é apresentar a Palavra ao ouvinte, explica-la e exortar por meio dela. Para isso, o expositor deve compor sua mensagem contendo os seguintes elementos: exposição, ilustração e aplicação. “A aplicação responde à pergunta: o que diz o texto? A ilustração responde a: Mostre-me o que o texto diz. A aplicação responde a: o que o texto significa para mim?” (p. 90). O pregador deve cuidar para que esses elementos da pregação estejam em equilíbrio, cada um cumprindo a sua parte. Chapell sugere que, quando engajado no processo de preparação de sermões expositivos, o expositor da palavra precisa responder seis questões o auxiliarão. As três primeiras perguntas referem-se à pesquisa que o pregador faz sobre o significado do texto bíblico e as três últimas determinam como o pregador narrará o significado do texto bíblico. Chapell ainda sugere que o pregador deve seguir 4 passos que o pregador deve exercitar para melhorar sua investigação do texto bíblico: observação, interrogação (exegese e estudo gramaticais), narração (perguntas que orientam a respeito do conteúdo/ouvinte) e organização (estruturar o sermão). Na sequência, o autor, faz a distinção entre esboço exegético e homilético e como os dois se relacionam. O esboço do sermão é, segundo Chapell, como “o mapa que todos seguem” (p. 141), ele orienta tanto o pregador como os ouvintes, desde o início da mensagem ao seu fim. Para um esboço bem elaborado, o autor sugere sete princípios gerais: Unidade (cada parte se relaciona com o todo), brevidade (concisão), harmonia (todos os pontos do sermão refletindo-se); simetria (tempo equilibrado para cada ponto); progressão; distinção (evitar repetição de ideias entre pontos diferentes); culminância (apontando para um clímax da pregação). Ainda, sugere algumas características que devem fazer parte de um esboço de sermão expositivo: a proposição e os pontos principais e secundários. Para Chapell, um sermão expositivo, além de ter um esboço bem estruturado, precisa usar boas ilustrações para facilitar a assimilação do ouvinte, e define as razoes pelas quais o pregador deve se esforçar nessa árdua tarefa de ilustrar o sermão: a ilustração traz brilho a pregação que já não perdeu interesse do ouvinte; cria uma passagem para o entendimento do ouvinte pós-moderno; grande pregadores bíblicos e da história da igreja e contemporânea utilizaram recursos ilustrativos; a ilustração ajuda a envolver os ouvintes com a mensagem; a própria Escritura e o Senhor Jesus são exemplos do uso de recursos ilustrativos para comunicar verdades. O sermão não somente deve fornecer luz ao conceito bíblico exposto, mas deve aplica-lo a realidade do ouvinte. Para Chapell, a aplicação tem importância vital no sermão, tanto quando as outras partes. Por meio dela o sermão cumpre as suas obrigações de desafiar o povo com as verdades bíblicas expostas. Para Chapell ela é a própria justificativa para todo a exposição bíblica, afinal ela é o alvo de toda a exposição bíblica. A aplicação, então, deve responder ao ouvinte aos questionamentos provenientes da exposição bíblica: “o quê?”, “onde?”, “porque?” e “como?”. O autor ainda propõe uma estrutura para aplicação e lida com dificuldades que são comuns na aplicação da exposição bíblica. Chapell dedica um capítulo para abordar três importantes peças para a assimilação do sermão, que são a introdução, a conclusão e as transições. Cada uma delas é parte importante no processo de exposição e tem sua utilidade. Chapell detalha cada uma delas, especificando seus objetivos e tipos, assim como aproveita para fazer precauções no uso delas. Os dois últimos capítulos compõem a terceira parte da obra de Bryan Chapell expondo uma Teologia de Mensagens Cristocêntricas. Chapell expõe sobre a importância de utilizar o Foco da Condição Decaída para demonstrar a realidade do ouvinte e a necessidade que tem da redenção. A pregação deve trazer essa mensagem de redenção, trazendo o ouvindo da sua condição decaída para a redenção que há Cristo. Chapell, concluindo, sugere como se desenvolver sermões que sejam redentores, expondo métodos e também a marca de um sermão redentor. Bryan Chapell compôs uma excelente obra e possivelmente a mais completa sobre exposição bíblica. Pode-se ver claramente que o autor tem grande paixão pela exposição bíblica e profundo embasamento. Ele expõe não apenas detalha cada parte da exposição bíblica, masdá o respaldo bíblico para aquilo que argumenta. Este é o livro que certamente lerei com regularidade, pois me desafia a buscar com maior excelência a exposição da palavra de Deus. Recomento fortemente a leitura deste livro para quem almeja pregar a Bíblia, crendo ser a palavra de Deus!
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