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Aluno: Jônatas Corrêa Jacob – RESENHA O Sermão Cristocêntrico CHAPELL, Bryan. O Sermão Cristocêntrico. São Paulo: Cultura Cristã, 2017. Divido em três partes e sendo uma obra que tem como finalidade a apresentação e estudo de treze modelos sermões, O Sermão Cristocêntrico foi composto pelo Dr. Bryan Chapell, atual Presidente Emérito e Professor Adjunto de Teologia Prática no Covenant Theological Seminary e pastor sênior da Grace Presbyterian Church (PCA) em Peoria, no estado americano de Illinois. Tendo mais de quarenta anos no ministério pastoral e trinta como professor de seminário, por sua grande experiência e profundidade adquiridas pregando e lecionando homilética, Chapell tem grande autoridade e competência para tratar a respeito de exposição bíblica e que transmite graça ao ouvinte. Chapell introduz esta obra relembrando alguns dos princípios abordados em seu livro Pregação Cristocêntrica e reafirmando suas convicções do papel do sermão na santificação da igreja de Cristo. Ele desenvolve afirmando que o pregador cristão não deve ser um mero palestrante com discursos que apenas visam informar e cativar. Pelo contrário, deve ser um instrumento para a transformação do coração e mente de seus ouvintes, expondo a graça de Deus em cada sermão. O autor conta que, certa feita, estava profundamente incomodado com a esterilidade dos seus sermões, ao perceber o não crescimento em santificação por parte seus ouvintes. Ele começou a repensar a forma como vinha fazendo seus sermões. Chapell chegou à conclusão de que seus sermões eram demasiadamente moralistas, apesar do conteúdo dos sermões ser bíblico. Ele, então, percebeu que o que faltava era uma percepção mais profunda a respeito do contexto redentor das Escrituras, a graça de Deus na história da redenção. Faltava-lhe perceber que todos os discursos, ordenanças e princípios bíblicos apontavam para a grande necessidade humana: um redentor – Cristo Jesus. É baseado na pregação da obra de redentora de Cristo, que o ouvinte é constrangido e motivado a viver em obediência pela graça. Então, com intuito de exemplificar a ideia de sermões cristocêntricos – que transmitam a graça de Cristo, o redentor –, o autor organizou o livro em três partes contendo, ao todo, treze sermões exemplos. A primeira parte é formada por quatro sermões, um a cada capítulo, e exemplifica o quesito estrutural. Os dois primeiros sermões são exemplos de exposições de abordagem dedutiva em 2 Timóteo 4.1-5. O primeiro demonstra uma exposição formal aos moldes clássico, onde a proposição e as transições são bem construídas, com frases completas e com linguagem formal. Os pontos principais carregam parte da proposição, remetendo sempre à ideia central do sermão. O segundo, por sua vez, demonstra uma redução na formalidade da proposição e dos pontos principais, aplicados no sermão anterior, tornando-o mais natural e menos formal, como se fosse uma conversa. O autor usa uma pergunta analítica e um painel após a proposição, assim como em capa ponto principal, usa a ideia do painel, onde introduz os subpontos que se seguirão, dando maior fluidez na entrega do sermão. O terceiro capítulo é um exemplo de sermão de abordagem indutiva, uma exposição bíblica baseada na narrativa de Gideão, em Juízes 6 a 8. Chapell, neste exemplo, valoriza a mais a narrativa bíblica, tecendo o enredo da narrativa com os relatos e vinculando cada ato da narrativa com perguntas analíticas. Como é uma narração, a proposição também dá lugar a uma pergunta analítica que pretende instigar no leitor o interesse em ouvir o sermão e obter essas respostas de forma indutiva. O autor mescla o a narrativa bíblica com histórias ilustrativas facilitar o ouvinte a entender o ensinamento que o texto e o sermão se propõem. O quarto e último exemplo desta parte é de um sermão tópico que foi entregue a uma ocasião especial em uma igreja afro-americana. Baseado no Salmo 126, esse comovente sermão aplica o referido salmo para a realidade vivida por aqueles ouvintes de uma comunidade negra, em memória a Martin Luther King. A forma como o autor construiu e expôs o seu sermão deixou bem clara a estrutura tópica, baseada no argumento do texto, e aplicada a realidade dos ouvintes durante maior parte do desenvolvimento do sermão. Na segunda parte, o autor exemplifica como aplicar a teologia bíblica, através do método redentivo-histórico, em cinco sermões com abordagens diferentes, direcionando a uma compreensão mais ampla da necessidade e do propósito de Cristo por parte do ouvinte. O primeiro sermão desta parte é uma exemplificação de uma interpretação preditiva cristocêntrica, um exemplo de como interpretar um texto profético que sugere uma ponte para a obra de Cristo. O texto base é o de Jeremias 33.14-16, a partir do qual o autor trouxe grande implicações aos seus ouvintes por meio de um sermão com a temática natalina. No sermão seguinte, também baseado num texto profético, mas que, ao invés de sugerir uma ponte para aplicação cristológica, aponta para a necessidade humana de um redentor, a necessidade da obra de Cristo. Portanto, o sermão não tem o interesse de forçar a sua centralidade em Cristo, mas de encaminhar o ouvinte até mensagem da graça redentora. O Sermão foi baseado no livro do profeta Isaias, nos versículos 44.9 a 23. Deslocando-se, então, dos textos de cunho profético, Chapell expõe um texto narrativo, em Números 20.1-13, onde procurou valorizar a narratividade do texto, fugindo da formalidade e rigidez. Nessa passagem, no segundo relato de que Deus provê água por meio de uma rocha, demonstra que um texto narrativo pode ser cristocêntrico, sem tornar-se meramente moralista. Deixando o Antigo Testamento, então, passa a explorar a macroperspectiva e a microperspecitva de textos teológicos do Novo Testamento. No primeiro sermão, visando a macroperspectiva, baseando-se em Romanos 15.4, o autor utiliza o contexto maior do texto base, o cânon sagrado. A mensagem da graça redentora é conseguida a partir deste grande contexto histórico passagem. Diferentemente, no ultimo sermão desta parte, baseado na narrativa de Lucas 7.1-19, o autor exemplifica que o pregador não é obrigado a recorrer ao contexto mais amplo da passagem para demonstrar a graça de Deus em seu sermão. Na parte três desta obra, Chapell desenvolve sermões que exemplificam a aplicação do Evangelho faz comentários pertinentes sobre os detalhes em que trabalhou. Para os primeiros dois sermões desta parte, desenvolve e exemplifica a dinâmica existente os indicativos e os imperativos que constituem boa parte das passagens bíblicas. O primeiro sermão, enfatizando o uso dos indicativos verbais, os quais dão maior profundidade para as ordens contidas nos imperativos verbais do trecho em questão. Nesse caso, ressaltar os indicativos da graça de Deus reforça a motivação de responder positivamente aos imperativos de Deus. O seguinte sermão, baseado em Tito 2.11-15, expõe a denuncia de Paulo àqueles que abusam da graça de Deus, dando atenção apenas aos indicadores (constatações da graça de Deus) e ignorando os imperativos (ordenanças de Deus) como pretexto para a imoralidade. Continuando na abordagem prática ao ouvinte, neste próximo sermão em Romanos 6.1-14, o autor expõe uma pregação focada na motivação e capacitação da parte de Deus para que o ouvinte seja encorajado a obedecer a Cristo baseado em sua redentora graça. E por fim, no ultimo sermão do livro, Chapell faz uma exposição a respeito de um dos meios pelos qual Deus capacita o seu povo para a vida piedosa: a própria pregação da palavra. Expondo em 2 Timóteo 3.16 a 17, Chapell relembra o ensino de Paulo, de que pela Palavra ouvimos a voz de Deus, vemos as mãos de Deus e nos tornamos conhecedores do coração de Deus. Este livro é muito inspirador e muito enriquecedor. Nos treze sermões, pude enxergar na prática aquiloque já havia lido em seu livro Pregação Cristocêntrica. Isso me fez reavaliar a forma como eu enxergava alguns tipos de abordagens e formatos de sermões assim como me encorajou a pregar mais em textos narrativos e de cunho profético. Recomendo fortemente este livro a quem tiver interesse em enriquecer os seus sermões, visando a melhor comunicação da graça de Deus em Cristo Jesus.
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