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Teoria das Penas e Iter Criminis

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Faculdade Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo
ALUNO: Marcos Eduardo F. da Silva
N° de Matricula: 02320007743 
Turma: DR4Q32 
Curso: Direito 
Período: 4°
Matéria: Teoria das Penas
Professor: André Guedes
ATIVIDADE
1- Estabeleça as diferenças entre as circunstâncias judiciais, as qualificadoras, as agravantes e atenuantes e as causas de aumento e de diminuição, indicando em que momentos da aplicação da pena devem ser considerados e os critérios para a respectiva dosagem.
R: As circunstâncias são; atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima.
Com relação às qualificadoras é possível que o juiz reconheça duas ou mais em um mesmo crime e, segundo a doutrina, a primeira deverá servir como qualificadora e as demais como agravantes genéricas
As atenuantes; ser o agente menor de 21 (vinte e um), o desconhecimento da lei, ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral, ter o agente procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano, ter o agente cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vitima, ter o agente confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ter o agente cometido o crime sob influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
As agravantes são; reincidência, ter o agente cometido o crime por motivo fútil ou torpe, ter o agente cometido o crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, à impunidade ou vantagem de outro crime, ter o agente cometido o crime à traição, por emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido, ter o agente cometido o crime com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum, ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge.
A pena será calculada obedecendo ao critério trifásico, onde primeiramente caberá ao magistrado efetuar a fixação da pena base, de acordo com os critérios do artigo 59, do CP (circunstâncias judiciais), em seguida aplicar as circunstâncias atenuantes e agravantes e, finalmente, as causas de diminuição e de aumento.
2- Discorra sobre o iter criminis, abordando, no mínimo:
R: A) A definição do termo Iter criminis é uma expressão em latim, que significa caminho do crime, utilizada no direito penal para se referir ao processo de evolução do delito.
B) uma fase interna (cogitação) o autor apenas imaginar em sua mente como vai ele pratica o delito, e de uma fase externa (atos preparatórios, executórios e consumação).
C) A natureza jurídica da tentativa a o inicio da execução, mas não à consumação por circunstâncias alheias ou por vontade do agente e o dolo em relação ao crime total.
D) Tentativa perfeita ou acabada ou crime falho: quando o agente faz todos os atos executórios, porém não consegue consumar por circunstâncias alheias a sua vontade. Tentativa imperfeita ou inacabada: iniciados os atos executórios, o agente não consegue esgotá-lo.
E) Contravenções penais, Crimes habituais, Crimes unissubsistentes, Crimes omissivos próprios, Crimes culposos, Crimes praticados com dolo eventual, Crimes preterdolosos. 
F) Critério de diminuição da pena, conforme na doutrina e na jurisprudência, critério para a redução da pena, pela tentativa, deve considerar o iter criminis percorrido, ou seja, quanto mais à conduta se aproximar da consumação, menor será o percentual de redução da pena.
G) A consumação é o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo penal. A consumação se dá quando o agente pratica todas as elementares que compõe o crime.
H) O exaurimento ocorre quando o agente alcança, de maneira efetiva, o objetivo que motivou a sua conduta delituosa. É a etapa final, o esgotamento do iter criminis.
3- Cite os limitadores e modificadores da imputabilidade penal e da capacidade civil.
R: Limitadores e modificadores da imputabilidade penal: a idade, o gênero, os estados emotivos, o alcoolismo, a associação, a doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
4- Conceitue, indique a natureza jurídica e as principais diferenças entre condições objetivas de punibilidade, escusas absolutórias e comportamento pós delitivo positivo.
R: A natureza jurídica é um conceito que busca explicar o princípio ou a essência de um instituto jurídico, ou seja, de uma medida, situação ou um fato que existe no Direito.
As condições objetivas de punibilidade são eventos futuros e incertos exteriores ao crime que condicionam a punibilidade da conduta criminosa e independem do dolo ou culpa do agente
Escusas absolutórias são circunstâncias de caráter pessoal do agente atinente a relações familiares ou afetivas entre os sujeitos ativo e passivo expressamente estipulado pela lei que, por razão de política criminal, excluem a punibilidade da conduta criminosa.
Comportamento pós delitivo positivo são condutas do agente que acarretam atenuação ou isenção de pena se cumpridos os requisitos legais previstos.
5- Estabeleça a distinção entre o desconhecimento da lei, o erro sobre a ilicitude do fato e as descriminantes putativas, indicando as respectivas conseqüências jurídico-penais.
O desconhecimento da lei é a ignorância do agente frente existência de norma que criminalize alguma conduta. O Art. 21 do CPB dispõe que o desconhecimento da lei é inescusável, ou seja, ninguém pode deixar de ser responsabilizado penalmente por alegar que desconhece a lei, que aquela conduta é tipificada como crime. Entretanto, o desconhecimento da lei pode funcionar como circunstância atenuante, nos termos do Art. 65, II, CPB.
O mesmo Art. 21 traz o erro sobre a ilicitude do fato, que ocorre quando o agente não tem conhecimento da ilicitude do ato que praticou. O agente acredita que a sua conduta ilícita é lícita, como o turista holandês que vem ao Brasil, e ao desembarcar confecciona um cigarro de maconha, fumando o baseado ainda dentro do aeroporto, na frente dos agentes federais, pois acredita que tal conduta seja permitida aqui no Brasil. Nesse caso, o turista atuou em erro sobre a ilicitude do fato, conhecido como erro de proibição, tendo como conseqüência penal, segundo o CPB, a isenção da pena, quando o erro for plenamente justificável, desculpável, inevitável, escusável, pois falta um dos elementos da culpabilidade, a potencial consciência da ilicitude; ou responderá a título de dolo, com redução de pena de um sexto a um terço, quando o erro for evitável, indesculpável, inescusável, na situação em que não houve, por parte do agente, a diligência necessária a evitar o erro que poderá ter sido evitado.
As discriminantes putativas são situações em que o agente atua acreditando erroneamente está acobertado por uma situação justificante. As discriminantes putativas podem ser,de acordo com a teoria adota pelo CPB, erro de tipo permissivo, quando o erro recair sobre a circunstância fática, ou erro de proibição, quando o erro recair sobre os limites da justificação.
6- O que são antefatos e pós-fatos impuníveis e como são eles interpretados pelos princípios normativos do direito penal. EXEMPLIFIQUE.
R: O referido princípio prevê uma relação entre crime meio e crime fim, trazendo a idéia de antefatos e pós fatos impuníveis, condutas que são absorvidas por um crime principal de acordo com o contexto em que estão inseridas. O fato anterior não punível é considerado uma preparação, um caminho necessário para obtenção do resultado de outra conduta, em geral mais grave, um crime principal. Não recebe punição pelo Direito Penal, pois estará absorvido pelo crime-fim. É o que ocorre nos chamados crimes progressivos. O crime é considerado progressivo quando contém implicitamente outro quedeve necessariamente ser realizado para se alcançar o resultado. O crime anterior é uma simples passagem para o posterior sendo, assim, absorvido. Por exemplo, a lesão corporal ocorrida antes do homicídio; o porte de arma para o cometimento de um homicídio.
7- Discorra sobre a teoria da tipicidade, abordando, no mínimo: a) O significado do termo; b) A evolução histórica (fases); c) A tipicidade na atual teoria do crime; d) O fato concreto e o tipo penal.
R: A) O significado do termo tipicidade é a conformidade do fato praticado pelo agente com a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora.
B) A evolução histórica: Independência (Beling); não havia qualquer ligação entre o fato típico, a ilicitude e a culpabilidade.  A tipicidade era a simples avaliação sobre a adequação do fato à norma penal. Caráter indiciário da ilicitude – ratio cognoscendi (Mayer): a independência entre tipicidade e ilicitude permanece, mas o fato típico representa um indício da ilicitude, ou seja, é presumido que quem pratica a conduta prevista no tipo infringiu o Direito. Mas a ilicitude pode ser afastada, caso ocorra alguma de suas excludentes (estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular de um direito e estrito cumprimento do dever legal). Essência da ilicitude ratio essendi (Mezger): a tipicidade integra a ilicitude. Então, a tipicidade não possui nenhuma autonomia, de forma que todas as condutas típicas também são ilícitas. 
C) A tipicidade na atual teoria do crime: A tipicidade do fato se dará quando presentes conduta, resultado, nexo causal e a tipicidade propriamente dita, onde o fato, além de adequar ao previamente descrito no tipo penal, deve produzir resultado significativo, ocasionando ofensa substancial ao bem jurídico tutelado.
D) O fato concreto é algo real que pode ser comprovado, Tipo penal é como se chama, no Direito Penal, a descrição de um fato ilícito em um código ou lei e que, portanto, implica a cominação de uma pena.
8- O que se entende por tipicidade conglobante? Exemplifique.
R: Quando a conduta do agente não é imposta ou fomentada pela norma e afeta bens penalmente relevantes.
9- No âmbito da hierarquia das normas, qual patamar normativo dos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil e parte, considerando decisões recentes do Supremo Tribunal Federal e a posição da doutrina?
R: Blocos de constitucionalidade. Segundo posicionamento do STF os tratos de direitos humanos tem status de norma constitucional. Os blocos de constitucionalidade é um conjunto de normas de nível constitucional que tem o papel de ampliar os dogmas do controle de constitucionalidade. Sem precisar estar descrita na constituição.
10- Existe alguma norma no Código de Processo Penal Brasileiro que preveja modalidade de imputação alternativa superveniente?
O parágrafo único do art. 384 do CPP, prevê claramente uma imputação alternativa superveniente, vez que o Juiz poderá condenar o réu, tanto que pelo que consta originalmente na denúncia ou queixa, como pelo que lhe foi imputado no aditamento. Porem art. 384 do CPP foi substancialmente alterado, acrescido o § 4°, que havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até três testemunhas, no prazo de cinco dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. Ocorrendo aditamento, a nova imputação necessariamente substituirá a que foi feita originalmente, devendo o juiz decidir com base exclusivamente na nova imputação. Portanto não é possível, no sistema processual penal brasileiro, a chamada imputação alternativa superveniente. O que existe é uma nova e diversa imputação, substitutiva da imputação originária.

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