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16/09/2019 1 Profª Flávia Ikeda e Araújo / Prof Douglas Albernaz AULA 14 MALÁRIA MALÁRIA Doença infecciosa febril aguda, causada pelo Plasmodium, caracterizada por febre alta acompanhada de calafrios, suores e cefaleia, que ocorrem em padrões cíclicos (a depender da espécie do parasito infectante). https://www.youtube.com/watch?v=A9VY4xW6Inc http://www.ucb.br/ https://www.youtube.com/watch?v=A9VY4xW6Inc https://www.youtube.com/watch?v=A9VY4xW6Inc 16/09/2019 2 MALÁRIA Nomes populares no Brasil: Paludismo Impaludismo Febre intermitente Febre palustre Febre terçã benigna Febre terçã maligna Maleita Sezão MALÁRIA OMS 2 bilhões de pessoas (40% da população mundial) sob o risco de infecção 300 - 500 milhões infectados Óbitos anuais: 1,5 - 2,7 milhões 90% das mortes ocorrem na África Subsariana 70% das mortes são de crianças com menos de 5 anos Áreas de transmissão de Malária - Foto: Ministério da Saúde 16/09/2019 3 Na história da humanidade, a malária matou mais que todas as outras infecções em conjunto A cada 30 segundos morre uma criança devido a malária EPIDEMIOLOGIA ESPÉCIE FEBRE CICLO SANGUÍNEO Plasmodium falciparum Febre terçã maligna Maior mortalidade (malária grave) Ciclo 36 a 48h Plasmodium vivax Febre terçã benigna Ciclo 48h Plasmodium ovale Febre terçã benigna Ciclo 48h Plasmodium malarie Febre quartã Ciclo 72h MALÁRIA Espécies que parasitam o homem 16/09/2019 4 MALÁRIA VETOR - Anopheles darlingy: principal transmissor da malária na Amazônia https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 Plasmodium sp - CICLO DE VIDA FASE PRÉ ou EXOERITROCÍTICA - Se processa nos hepatócitos, conhecida como fase tissular FASE ERITROCÍTICA - Se processa nos eritrócitos. Reprodução assexuada ou esquizogonia - Ocorre a divisão do núcleo e do citoplasma do parasito, produzindo merozoítos. Reprodução sexuada ou esporogonia - Ocorre no mosquito com a fecundação do macrogameta pelo microgameta, produzindo esporozoítos. https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 16/09/2019 5 Paciente picado por fêmea de Anopheles Inoculação de esporozoítos na corrente sanguínea Desaparecem cerca de 30 a 60 minutos após a picada Penetração de esporozoítos nos hepatócitos, se transformam em esquizontes, contendo merozoítos P. vivax (10.000 merozoítos) P. falciparum (40.000 merozoítos) CICLO TISSULAR (HEPATÓCITOS) Este ciclo dura cerca de uma semana em P. falciparum e P. vivax e duas semanas para P. malariae. Plasmodium sp - CICLO DE VIDA CICLO ERITROCÍTICO Merozoítos penetram nos eritrócitos Transformação em trofozoíto jovem e em seguida trofozoíto maduro Transformação em esquizonte, após em rosácea Rompimento da hemácia e liberação de merozoítos que invadirão novas hemácias Este ciclo processa-se a intervalos regulares para cada espécie: - 48 horas para a terçã benigna - 36 a 48hs para a terçã maligna - 72 horas para a quartã Durante o ciclo eritrocítico, alguns merozoítos penetram em hemácias jovens (M.O.) e diferenciam-se para se transformar em gametócitos. Plasmodium sp - CICLO DE VIDA 16/09/2019 6 1. Mosquito inocula esporozoítos 2. Esporozoítos infectam hepatócitos Hepatócitos CICLO TISSULAR 3. Esquizontes contendo merozoítos 4. Merozoítos CICLO ERITROCÍTICO 5. Merozoítos penetram nos eritrócitos 6. Trofozoíto jovem 7. Trofozoíto maduro 8. Esquizonte 4. Merozoítos 7. Gametócito 8. Mosquito ingere gametócitos 9. Microgameta 9. Macrogameta 10. Ovo ou Zigoto 11. Oocisto 12. Esporozoítos Plasmodium falciparum Plasmodium vivax Trofozoíta jovem Trofozoíta maduro Esquizonte Rosácea Gametócitos FORMAS DE VIDA 16/09/2019 7 Apenas o ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clínicas e patologia da malária. A passagem do parasito pelo fígado (ciclo exoeritrocítico) não é patogênica e não determina sintomas. A destruição dos eritrócitos e a consequente liberação dos parasitos e de seus metabólitos na circulação provocam uma resposta do hospedeiro, determinando alterações morfológicas e funcionais observadas no indivíduo com malária. PATOGENIA Consequências do ciclo eritrocítico: • destruição dos eritrócitos parasitados • toxicidade resultante da liberação de citocinas • sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar • lesão capilar por deposição de imunocomplexos https://www.contagionlive.com/news/cost-discrimination-are-common-barriers-to-malaria-prophylaxis-among-us-travelers-to-west-africa PATOGENIA 16/09/2019 8 Hemoglobina (Hb) - A fonte de nutrição de trofozoítos e esquizontes sanguíneos é a Hb - A digestão ocorre dentro de um vacúolo digestivo, com a formação do pigmento malárico ou hemozoína - O pigmento malárico acumulado no citoplasma do eritrócito é liberado no plasma e posteriormente fagocitado pelas células de Kupffer ou pelos macrófagos do baço e de outros órgãos Plasmodium sp - FISIOLOGIA P. falciparum e P. malariae: digitações ou protrusões na superfície, ricas em Ag parasitários incorporados à membrana celular do eritrócito. P. falciparum: aumento da adesividade das hemácias entre si ou às células endoteliais dos pequenos vasos, podendo formar pequenos êmbolos ou trombos que obliteram a circulação local. Alterações morfológicas das hemácias parasitadas 16/09/2019 9 Durante a migração dos esporozoítos para o fígado, alguns são reconhecidos e fagocitados pelas células de Kupffer, que irão se dirigir para o linfonodo mais próximo onde apresentarão fragmentos de antígeno para células Th0. Para a modulação de uma resposta efetiva a essa infecção, células dendríticas irão produzir IL-12 que direciona para um perfil de resposta imune Th1, com estimulação de linfócitos T CD8+ e macrófagos na destruição de células infectadas pelo parasita. Já na fase sanguínea do parasita, a produção de anticorpos é essencial para o controle da infecção por impedir o crescimento da densidade parasitária. RESPOSTA IMUNE ANOXIA falta de oxigênio (lise das hemácias, fagocitose de eritrócitos, redução das taxas de Hb). perturbações circulatórias: adesão das hemácias às paredes dos vasos → obstrução dos pequenos vasos → formação de trombos e anóxia tecidual. acúmulo de pigmento: pigmentação escura dos órgãos → hemozoína. NECROSES ISQUÊMICAS PERTURBAÇÕES RENAIS Formação de imunocomplexos PATOLOGIA 16/09/2019 10 1) Fase hepática 2) Fase eritrocitária ◦ Início da doença (sintomas precursores) ◦ Dores de cabeça ◦ Mal-estar ◦ Dores pelo corpo ◦ Elevação da temperatura http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL980024-5603,00-DISSEMINACAO+DA+MALARIA+NO+CAMBOJA+PREOCUPA+E+REMEDIO+PERDE+SUA+POTENCIA.html SINTOMATOLOGIA Acesso malárico ou paroxismo: ◦ Calafrios ◦ 15 min - 1h ◦ Palidez, pele fria, tremores, náuseas, vômitos ◦ Febre (39 - 41ºC) ◦ 2 - 4h◦ Cefaleia intensa, pele seca, delírio ◦ Sudorese (alívio) ◦ Fadiga ou recuperação total SINTOMATOLOGIA 16/09/2019 11 MALÁRIA GRAVE - Crianças ou adultos de regiões não-endêmicas são mais susceptíveis - Malária cerebral ◦ 10% dos infectados ◦ 80% dos óbitos devido à malária Malária grave em lactentes e crianças ◦ Início pode ser benigno pela imunidade passiva da mãe ◦ Alta mortalidade até os 5 anos, comprometendo desenvolvimento físico e mental Malária grave na gestação ◦ Morte materna, aborto, prematuridade, baixo peso, predisposição a eclampsia, edema pulmonar, sofrimento fetal devido a contrações uterinas Febre hemoglobinúrica ◦ Crises hemolíticas de intensidade e frequência variáveis CLÍNICO Fatos sugestivos relacionados a malária: febre de caráter intermitente, anemia, etc. LABORATORIAL Gota espessa Gota estendida Imunológicos DIAGNÓSTICO 16/09/2019 12 O Ministério da Saúde, por meio de uma política nacional de tratamento da malária, orienta a terapêutica e disponibiliza gratuitamente os medicamentos antimaláricos utilizados em todo o território nacional, em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). TRATAMENTO O tratamento visa tingir o parasito em pontos-chave do seu ciclo evolutivo: interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas; destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) evitando recaídas; interrupção da transmissão do parasito, impedindo a formação dos gametócitos. TRATAMENTO 16/09/2019 13 TRATAMENTO Melhores condições de vida, habitação, situação econômica e hábitos Inseticidas Utilização de mosquiteiros, de preferência tratados com inseticida Monitorização das populações de mosquitos O tratamento inclui: utilização de medicamentos e assegurar a disponibilidade Informação e educação CONTROLE DA MALÁRIA 16/09/2019 14 • NEVES, DP; MELO, AL; LINARDI, PM; ALMEIDA VITOR, RW. Parasitologia humana. 11a ed. São Paulo: Atheneu, 2005. • NEVES, DP; MELO, AL; LINARDI, PM; ALMEIDA VITOR, RW. Parasitologia humana. 12a ed. São Paulo: Atheneu, 2011. • REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. BIBLIOGRAFIA
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