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Recursos hídricos e cidadania I

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Recursos hídricos e cidadania  
 
Há 150 anos, a possibilidade de escassez de água era algo impensável. O que 
não foi previsto era o aumento da população mundial, que triplicou no século 
XX. Mais pessoas, mais consumo. Com esse aumento, cresceu o consumo de 
água pela irrigação de lavouras e também pela indústria. O resultado foi um 
aumento de seis vezes no consumo total de água. 
 
Declaração Universal dos Direitos da Água 
 (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 22 mar. 1992) 
  
● Primeira ​– A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, 
cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é 
plenamente responsável aos olhos de todos.  
● Segunda ​– A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial 
de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não 
poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a 
cultura ou a agricultura.  
● Terceira ​– Os recursos naturais de transformação da água em água 
potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve 
ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. 
● Quarta ​– O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da 
preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer 
intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da 
vida sobre a Terra. Esse equilíbrio depende, em particular, da 
preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.  
● Quinta ​– A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, 
sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção 
constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do 
homem para com as gerações presentes e futuras.  
● Sexta ​– A água não é uma doação da natureza; ela tem um valor 
econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e 
dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do 
mundo.  
● Sétima ​– A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem 
envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com 
consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação 
de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas 
atualmente disponíveis.  
● Oitava ​– A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção 
constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que 
a utiliza. Essa questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem 
pelo Estado.  
● Nona ​– A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de 
sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e 
social.  
● Décima ​– O planejamento da gestão da água deve levar em conta a 
solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual 
sobre a Terra. 
 
 
 O ciclo da água 
 
 
 
O ciclo hidrológico mantém a quantidade de água acumulada na superfície e 
no interior do solo. Por isso, por muito tempo se pensou que a água fosse um 
recurso natural renovável e infinito. Porém, alterando-se o ciclo desse recurso 
natural, ele se torna um recurso finito. 
 
Quantidade de água no planeta 
 
A Terra possui quase 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos de água. Isso significa 
um ecossistema cerca de 200 vezes maior que o conjunto de ecossistemas 
terrestres. Apesar de representar três quartos do planeta Terra, não devemos 
esquecer que a maior parte da água está nos oceanos, ou seja, água salgada, 
e apenas 2,5% é água doce. Os rios , lagos e reservatórios de onde a 
humanidade retira a água consumida representam uma pequena quantia, 
apenas 0,26% do total. O restante da água doce está na forma de geleiras.  
 
Um exemplo de conflito moderno pelo uso da água é vivenciado por 
israelenses e palestinos. Israel depende das águas subterrâneas que estão no 
território palestino e retira cerca de 30% da disponibilidade do aquífero, 
comprometendo a capacidade de recarga desse reservatório. De um lado, 
Israel controla o uso do aquífero por parte dos palestinos, e do outro os 
palestinos reclamam a água que está em suas terras. 
 
 
Usos múltiplos da água 
 
A partir da captação, a água é utilizada para diversos fins. 70% de toda a 
água consumida no mundo é utilizada na irrigação das lavouras. Depois do 
setor agrícola, vem a atividade industrial, que é responsável por 22% do 
consumo de água no mundo. Somente depois vem o uso doméstico, que é 
responsável por cerca de 8% de toda a utilização dos recursos hídricos. 
 
 
Abastecimento público 
 
 
 
Nós, como cidadãos consumidores responsáveis, podemos ajudar mudando 
nossos hábitos e ensinando outras pessoas a fazê-lo também – por exemplo, 
diminuir o tempo de banho, fechar o chuveiro enquanto nos ensaboamos; 
não desperdiçar água lavando a calçada, pode-se apenas varrer (lavar só em 
caso de muita necessidade, afinal de contas, não tem como manter uma 
calçada limpa o tempo todo mesmo); lavar o carro usando um balde com 
água ao invés do jato de água; fechar a torneira enquanto escovamos os 
dentes; e usar descargas com caixa-tanque no vaso sanitário. 
 
 
Indústria 
 
O setor industrial utiliza muita água, representando cerca de 22% do 
consumo total do planeta. A água pode ser utilizada diretamente como 
matéria-prima na fabricação de bebidas, como os refrigerantes. Também 
serve para a transmissão de calor, ou seja, para aquecer ou resfriar algo. Na 
culinária, também utilizamos a água como meio de transmitir calor quando 
utilizamos o banho-maria. Na indústria, o vapor de água é utilizado para 
aquecer os banhos de revestimento de peças metálicas, como a 
galvanoplastia. Nos alambiques, a água gelada é utilizada para condensar o 
destilado (por exemplo, cachaça). Na fábrica de papel, a água é utilizada para 
lavar a celulose e remover a lignina.  
 
Geração de energia  
 
Em uma usina hidrelétrica, a água contida nas barragens é direcionada para 
passar pelas turbinas da usina, movimentando-as e assim gerando a energia 
elétrica. Apesar dos impactos ambientais causados durante a construção e 
operação de uma usina hidrelétrica, esta ainda é uma das formas mais limpas 
de se obter energia elétrica. 
 
Hidrovias  
 
O transporte de produtos é sempre uma questão muito importante, 
principalmente em um país tão extenso como o Brasil. Diferentemente do 
transporte rodoviário, o transporte através de barcos e navios consome 
menos combustíveis e apresenta um custo de mão de obra mais baixo. 
 
 
Aquicultura  
 
Aquicultura é o cultivo de espécies animais que vivem na água. Entre eles 
estão os peixes, os crustáceos e os moluscos. Dessa maneira, abastece-se o 
mercado de alimentos e também o lazer, através dos pesque-pagues. 
Irrigação agrícola No mundo todo, a irrigação é a atividade que mais 
consome água. Infelizmente, as técnicas utilizadas no Brasil não são 
adequadas e acabam gerando muito desperdício. Apenas 40% da água é 
efetivamente utilizada, o restante é perdido na evaporação antes de chegar à 
planta ou através do uso incorreto das técnicas, ou seja, porque a irrigação 
não é feita em horário ou período adequado. 
 
As principais causas da contaminação da água  
 
Efluentes domésticos​ – quando damos a descarga, a água que escorre pelos 
ralos de nossa casa, ou seja, a água que utilizamos todos os dias, passa pelas 
tubulações da casa e cai na rede de esgoto, quando existe. Esse esgoto 
deveria passar por um tratamento, para só então a água retornar ao 
ambiente. No entanto, no Brasil, apenas 20% do esgoto é tratado. O restante é 
despejado diretamente em rios e córregos, poluindo o ambiente e 
contribuindo para a proliferação de doenças.  
Efluentes agrícolas​ – as substâncias utilizadas na agricultura, como 
fertilizantes e defensores agrícolas, acabam contaminando rios, lagos e 
águas subterrâneas. Substâncias como nitrato de sódio, cálcio e potássio 
oriundos dos fertilizantes são altamente cancerígenos. Eles infiltram-se nos 
solos e através da chuva são carregados para rios, lagos e lençóis freáticos.  
Efluentes industriais​ – quando a indústria não dá uma destinação correta aos 
seus rejeitos,acaba poluindo as águas. Entre os rejeitos industriais estão os 
metais tóxicos, plásticos e substâncias químicas poluentes diversas, como 
pigmentos, ácidos e detergentes.  
Lixo​ – se o lixo não tiver uma destinação correta, em local adequado, os 
poluentes gerados em sua decomposição natural afetam rios e águas 
subterrâneas. 
 
 
A eutrofização  
 
A palavra eutrofização deriva do grego eu (que significa bom, verdadeiro) e 
trophein (nutrir), ou seja, bem nutrido. Dessa maneira, o processo consiste no 
enriquecimento das águas com nutrientes em um ritmo que não pode ser 
compensado pela sua eliminação definitiva através da mineralização total. 
Esses nutrientes podem vir de várias fontes, entre elas: esgotos domésticos, 
despejos industriais, drenagem urbana, escoamento agrícola e florestal, 
decomposição de rochas e sedimentos, e transporte das camadas 
superficiais do solo (erosão). 
Os efeitos da eutrofização são: prejuízos ao tratamento de águas para 
abastecimento; prejuízo ao lazer e recreação por causa de má qualidade da 
água; aumento da produtividade, e, consequentemente, proliferação de algas 
tóxicas ou não; mortandade de peixes; a água fica indisponível para o 
consumo humano.

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