Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Norma culta e preconceito linguístico Prof. Dr. Guilherme Cardozo Comunicação Contemporânea Universidade Estácio de Sá Norma Culta da Língua Portuguesa • Texto (oral ou escrito) em que as regras do sistema de uma língua estão plenamente respeitadas. a) Com licença, Excelência, mas saliento a necessidade premente de se retificar a parte ulterior da decisão supracitada; b) Olá amigos, algum de vocês gostaria de ir comigo ao show? c) Minha mãe comeu brigadeiro ontem; d) Eu não me simpatizo com esses partidários radicais, tendo em vista a procedência intelectual desse discurso; e) Aos nobre colegas estendo o convite para que possais unir-vos a mim nesta efeméride natalícia. Vamos todos nesse grande evento? Variedades linguísticas • Variedades diatópicas: São variações naturais sofridas por uma língua, de acordo com as diferenças geográficas da região. →A como é o quilo do tomate? Não vou aperrear a pagar, senão amofino; →Oh nó-cego, tá rebocado que eu vô nessa festa; →Aí, parceiro, vê lá com a situação como vai ficar as parada; →Se aprochega, ser vivente, que o mate já está cevado. Quer um cacetinho? Variedades linguísticas • Variedades diastráticas: São variações que acontecem devido a diferenças sociais, econômicas, de sexo, de idade, etc. →Senhores, eu me lembro de lhes ter falado acerca do exame nacional, cujos detalhes se encontram no site de nossa empresa; →Gente, eu lembro de ter falado com vocês do exame nacional que os detalhes tão lá no site da empresa; →Ai, garoto, que isso?! / TÁ MALUCO, MERMÃO! →Espero que seje um dia para nós se lembrar / Espero que seja um dia de que nos lembremos. Variações linguísticas • Variações diafásicas: São variações que ocorrem na língua de acordo com a situação, o contexto. Os falantes com bom senso devem dominar essa capacidade de se expressar para diferentes públicos, de modo correto. →Palestrante PhD em Línguas discursando para público semianalfabeto no interior do Acre: a) Ínclitos e colendos correligionários, é mister que não divaguemos com colóquios inócuos pelo vernáculo, de acordo? b) Boa tarde, gente! Tudo bem cocês? Não vamo perdê tempo com papinho furado e vamo falá de coisa séria, que cês acham? Variações diafásicas • Um doutor da língua no Maracanã falaria como? →Por obséquio, elenco!!! Não sejam tão ignóbeis quanto ao ofício futebolístico! →Vaaaaaai, seus filha da mãe! Toca essa m... Dessa bola! • Um ministro da educação em casa com a família e amigos: →filho, tu vai querer o quê? Vai no quarto e chama sua mãe. →Oh rebento, quererás algo? Vai ao quarto chamar tua mãe. • Um rapaz com poucos estudos falando com o chefe: →Bom dia! O senhor gostaria que eu mandasse os relatórios? →E aêêê... Tu quer pragora us relatório? Marcos Bagno diz: • A língua é como um grande guarda-roupa, onde é possível encontrar todo o tipo de vestimenta. Ninguém vai só de maiô fazer compras num shopping-center, nem vai entrar na praia, num dia de sol quente, usando terno de lã, chapéu de feltro e luvas. Usar a língua, tanto na modalidade oral como na escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois eixos: o da adequabilidade e o da aceitabilidade. Quando falamos ou escrevemos, tendemos a nos adequar à situação de uso da língua em que nos encontramos: se é uma situação formal, tentaremos usar uma linguagem formal; se é uma situação descontraída, uma linguagem descontraída e assim por diante. Preconceito linguístico • Na sua visão, existe um falar “certo” e um falar “errado” na língua portuguesa? Justifique sua resposta. • Que tipo de problemas socioculturais o uso de expressões como “A gente fomos” e “Nós vai” no dia a dia podem gerar? • Qual a importância da norma culta da língua? • A norma culta está adequada a todos as situações comunicativas de uso da língua? Justifique sua resposta. • A partir de seu conhecimento prévio sobre o que é “preconceito”, imagine e descreva o que possa ser “preconceito linguístico”.
Compartilhar