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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD Avaliação Presencial 2 (APX2) – 2020.02 PRAZO FINAL PARA POSTAGEM: 06/12, às 11h. Disciplina: Língua Portuguesa na Educação 1 Coordenadora: Profa. Janaína Moreira Pacheco de Souza Aluno(a): Cristiane Maria Diniz Amorim da Silva Matrícula: 18212080232 Polo: Angra dos Reis ANTES DE RESPONDER AS QUESTÕES, OBSERVE AS SEGUINTES INSTRUÇÕES: A prova contém três questões. Você precisará responder APENAS DUAS delas, pois cada uma vale 5,0 pontos no total. Uma questão, portanto, deverá ficar SEM RESPOSTA; É possível escolher as questões livremente, ou seja, não é obrigatória a seleção das duas proposições do mesmo texto de referência, por exemplo – as questões a serem respondidas são de sua responsabilidade e podem ser de maneira aleatória; Não se esqueça de escrever nitidamente, em sua folha de respostas, quais questões foram escolhidas/respondidas, de maneira que a equipe de LPE1 consiga identificar suas escolhas; Preste atenção ao que é solicitado no enunciado; Responda com calma e com atenção. CRITÉRIOS OBSERVADOS PARA CORREÇÃO: Todas as questões devem estar respondidas à caneta azul ou preta, caso não responda no computador; Procure respeitar o limite de linhas colocado na prova; se precisar ultrapassar, trabalhe com o bom senso; Situações de zero: Provas com respostas discursivas iguais; Responder mais de duas questões; Desenvolvimento textual totalmente fora do tema proposto; Ausência de linha argumentativa própria: cópia do texto de outro autor; Texto com incoerência generalizada; Texto com estruturação caótica de períodos; Prova feita a lápis ou com letra ilegível. Boa prova! TEXTO 1: Língua brasileira "Outro dia encontrei um mandinho, um guri desses que andam pela rua sem carpim, de bragueta aberta, soltando pandorga. Eu vinha de bici, descendo a lomba pra ir na lancheria comprar umas bergamotas...". Se você não é gaúcho, provavelmente não entendeu nada do que eu estava contando. No Rio Grande do Sul a gente chama tangerina de bergamota e carne moída de guisado. Bidê, que a maioria usa no banheiro é o nome que nós demos para a mesinha de cabeceira, que em alguns lugares chamam de criado mudo. E por aí vai. A privada nós chamamos de patente. Dizem que começou com a chegada dos primeiros vasos sanitários de louça, vindos da Inglaterra, que traziam impresso "Patent" número tal. E pegou. [...] [...] O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de dialetos diferentes. No Rio de Janeiro é “e aí merrmão! CB, sangue bom!” Até eu entender que merrmão era “meu irmão” levou um tempo. Para conseguir se comunicar, além de arranhar a garganta com o erre, você precisa aprender a chiar que nem chaleira velha: “vai rolá umasch paradasch ischperrtach”. Na cidade de São Paulo eles botam um “i” a mais na frente do “n”: “ôrra meu! Tô por deintro, mas não to inteindeindo o que eu tô veindo”. E no interiorr falam em erre todo enrolado: “a Ferrrnanda marrrcô a porrrteira”. Dá um nó na língua. A vantagem é que a pronúncia deles no inglês é ótima. Em Mins, quer dizer em Minas, eles engolem letras e falam Belzonte, Nossenhora, Doidemais da conta sô! Qualquer objeto é chamado de trem. Lembrei daquela história do mineirinho da plataforma da estação. Quando ouviu o apito, falou apontando as malas: “Muié, pega os trem que o bicho tá vindo”. No Nordeste é tudo meu rei, bichinho, ó xente. Pai é painho, mãe é mainha, vó é voinha. E pra você conseguir falar com o acento típico da região, é só cantar a primeira sílaba de qualquer palavra numa nota mais aguda que as seguintes. As frases são sempre em escala descendente, ao contrário do sotaque gaúcho. Mas o lugar mais interessante de todos é Florianópolis, um paraíso sobre a terra [...]. Os nativos tradicionais, conhecidos como Menezinhos da Ilha, têm o linguajar mais simpático da nossa língua brasileira. Chamam lagartixa de crocodilinho de parede. Helicóptero é avião de rosca (que deve ser lido rôschca). Carne moída é boi ralado. Se você quiser um pastel de carne precisa pedir um envelope de prosa e a ficha de telefone é pastilha de prosa. Ovo eles chamam de semente de galinha e motel é lugar de instantinho. [...] RAMIL, Kledir. Tipo assim. Porto Alegre: RBS Publicações, 2003. Questão 1: (valor: 5,0) “A caracterização de uma variante regional por meio de clichês e exageros costuma vir associada a um tipo de preconceito linguístico que costumamos reconhecer”. Com base nestajetivação de afirmação, disserte sobre o texto, correlacionando sua resposta com o estudo das variedades regionais e do preconceito linguístico. O preconceito linguístico é apontado pelo autor a partir da adjetividade de alguns substântivos , como: bergamota, mermão, crocodilinho de parede e assim por diante. Essas expressões é uma simples comunicação entre as pessoas, porém, por outro lado acaba sendo considerado como um preconceito linguístico. Com isso sociedade, cultura e construção linguísticas acaba de certa forma sendo uma discriminação social por meio da linguagem. Cada região do país tem o seu vocabulário próprio e específico, com expressões de trato cotidiano e seu sotaque. Isso mostra uma diversidade linguística, caracterizada pelo regionalismo, nos fazendo ser unos e múltiplos ao mesmo tempo. O ensino da língua é fundamental para os educando e o educador deve adequar a grámatica na língua de cada região, para que a aula se torne funcional e atrativa, mostrando as manifestações de linguagem significativa, para que venham se tornar cidadões concientes e com sua própria autonomia, conseguindo expandir suas análises e criando suas próprias críticas. Com isso o aluno vai se sentir à vontade e capaz de dominar a língua portuguesa. Questão 2: (valor: 5,0) Leia atentamente os textos abaixo para responder à questão seguinte: “Na escola, o aluno geralmente reescreve a informação obtida ou assimilada sem verdadeiramente dar o seu ponto de vista pessoal, o qual se enquadra no discurso erudito [...]. O contexto escolar às vezes esconde do aluno os aspectos mais comuns. Assim, a redação aparece como um exercício puramente escolar, dirigido ao mestre, o único representante dos objetivos da instituição (saber exprimir razoavelmente um pensamento, de acordo com o que se supõe serem os critérios da escola para obter boa nota, o que diminuirá os efeitos desagradáveis do fracasso escolar). Onde se percebe pois o fracasso, senão pelas notas obtidas com base nos trabalhos escritos?” (Miniac, Cros e Ruiz, 1993, p.157, tradução livre) “ [...] o desempenho linguístico na modalidade escrita revela um processo de desaparecimento da autoria à medida que a escolaridade avança.” (Geraldi, 1999, p.34) O trechos acima apresentam uma reflexão sobre o ensino da escrita como forma de expressão na escola. Tendo por base tudo que você aprendeu e discutiu com seu(sua) mediador(a) sobre o assunto, apresente um pequeno texto autoral, de 10 a 15 linhas, que demonstre sua visão sobre a “função da escrita no processo de aprendizagem”. A função da escrita na aprendizagem é um processo da língua viva em uso, que constroi seus falantes que pertencem a tempo e espaços diversos, os erros ou inadequações são efeitos variáveis. O importante na aprendizagem como processo educativo é levar o aluno a formar sua própria opinião e transmitir conhecimentos. O papel da escrita no ensino aprendizagem na formação do aluno tem que ser um estímulo gratificante e não uma aprendizagem cansativa e entediante. O aluno precisa saber que uma mesma palavra pode aprensentar diferentes formas gramaticais, dependendo do contexto que ela esta sendo empregada. O educador tem a principal função de fazer com que o aluno tenha essareflexão da grámatica, tem que procurar se reinventar e trazer para a sala de aula informações que cativem seus alunos, levando a aprendizagem uma construção de saberes. Questão 3: (valor: 5,0) Leia o trecho de um poema do cordelista Patativa do Assaré em que o eu-lírico comenta sua experiência com dois livros didáticos do professor Felizberto de Carvalho. Poetas niversitário, Poetas de Cademia, De rico vocabularo Cheio de mitologia Se a gente canta o que pensa, Eu quero pedir licença, Pois mesmo sem português Neste livrinho apresento O prazê e o sofrimento De um poeta camponês. Eu nasci aqui no mato, Vivi sempre a trabaiá, Neste meu pobre recato, Eu não pude estudá No verdô de minha idade, Só tive felicidade De dá um um pequeno insaio In dois livro do iscritô, O famoso professô Filisberto de Carvaio. Foi os livro de valô Mais maiô que vi no mundo, Apenas daquele autô Li o premêro e o segundo; Mas, porém, esta leitura, Me tirô da treva escura, Mostrando o caminho certo, Bastante me protegeu; Eu juro que Jesus deu Sarvação a Filisberto. [...] Fonte: https://contobrasileiro.com.br/tag/aos-poetas-classicos/ acesso em: 14/10/2020) No Poema, o eu lírico pede licença para, “mesmo sem o português”, falar sobre sua experiência de poeta camponês. Comente essa afirmação do ponto de vista da variação linguística. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ Não se esqueça de revisar sua prova! “A irrupção de uma pandemia não se compagina com esta morosidade. Exige mudanças drásticas. E, de repente, elas tornam-se possíveis como se sempre o tivessem sido.” (Boaventura de Sousa Santos)