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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS (1)

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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL FEDERAL DA SUBCESSÃO JUDICIÁRIA DE MARABÁ/PA
AIRTON TEIXEIRA E SILVA, brasileiro, casado, servidor público, portador da carteira deidentidade RG n° 4418/SCJ-TO e inscrito no CPF sob n° 708.686.542-72, residente e domiciliado na Rua Recife, nº 763, bairro Belo Horizonte, CEP: 68.501-525, Marabá-PA,por sua advogada que esta subscreve, constituído na forma do incluso instrumento de mandato, vem, a presença de Vossa Excelência, propor a presente.
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
em face de
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MFsob n° 00.360.305/4398-40, sediada no Bairro Cidade Nova em frente a Praça Duque de Caxias, Marabá-PA, consubstanciado nos motivos fáticos e de direito a seguir aduzidos:
	DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente, necessário verificar que o Requerente atualmente é servidor público, tendo sob sua responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não poderia arcar com as despesas processuais.
Para tal benefício junta declaração de hipossuficiência e comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento de custasjudiciais sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do art. 99 do Código de Processo Civil de 2015: 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o Requerente o benefício da gratuidade de justiça. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO – MANDADO DE SEGURANÇA- JUSTIÇA GRATUITA – Assistência Judiciária indeferida – Inexistência de elementos nos autos a indicar que o impetrante tem condições de suportar o pagamento de custas e despesas processuais sem comprometer sustento próprio e familiar, presumindo-se como verdadeira a hipossuficiência formulada nos autos principais. Decisão Reformada – Recurso provido (TJSP: Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000; Relator(a): Maria Laura Tavares; Orgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público, Foro Central – Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de Registro: 23/052019.
Cabe destacar que a Lei não exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente a “insuficiência de recursos para pagar às custas, despesas processuais e honorários advocatícios” (artigo 98 do CPC/2015). Conforme destaca a doutrina:
“Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tão pouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural mesmo com boa renda mensal , seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso à justiça, o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o processo.” (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita . 6ª edição. Editora Jupodvm. 2016,p60)
Por tais razões, com fulcro no artigo 5ª, LXXIV da Constituição Federale pelo artigo 98 do CPC, requer que seja deferida a gratuidade de justiça ao Rquerente.
	DOS FATOS
No dia 06 de Agosto de 2018 as 11:00h, o requerente dirigiu-se a agência da Caixa Econômica localizada no Bairro Cidade Nova, Município de Marabá. Ao adentrar na agência, o mesmo foi vítima de constrangimento, pois o segurança que destravou a porta giratória para ele juntamente com outra segurança o abordou falando “O Senhor não pode ficar aqui dentro portando arma de fogo”.
Ao ser abordado o Autor tentou apresentar sua Carteira Funcional e o porte de arma de fogo aos seguranças, porém não obteve sucesso, e ali com as mãos sobre as armas, os seguranças o constrangeram em frente a todos que estavam ali presentes. No dia em questão, a Agência se encontrava lotada, o que foi devastador para sua imagem, devido a forma que foi abordado, bem como as atitudes grosseiras e ilegítimas dos seguranças.
Toda esta narrativa de fatos objetiva dar a perfeita interação sobre o ocorrido, que pode ser sintetizado nos seguintes termos: O autor foi abordado de forma grosseira; foi exposto ao público, já que o fato ocorreu com agência lotada de pessoas; sem justificativa normatizada e regulamentada pela agência.
Assim, nada mais justo, venha o autor requerer judicialmente uma reparação por tal fato, uma vez que ocorreu dano à sua imagem, que fora exposta negativamente a todos os presentes na agência bancária.
DO DIREITO
Conforme demostrado pelos fatos narradose prova produzida no presente processo , o dano moral fica perfeitamente caracterizado pelo dano sofrido pelo Autor ao ser constrangido em público pelos seguranças na Agência da Caixa Econômica, expondo o mesmo a um constrangimento ilegítimo, gerando o dever de indenizar , conforme preconiza o Código Civil: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
No presente caso, o ato do Réu corresponde a conduta abusiva, causando grave constrangimento e humilhação desmedida ao Autor.
Evidente que a Conduta abusiva ao abordar o Autor em uma Agência Bancária cheia de pessoas, causou grave abalo emocional ao Autor, especialmente por humilhar e expor a sua imagem como se o mesmo fosse um meliante.
ADMINISTRATIVO. CONSUMIDOR. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL-CEF. PORTA GIRATÓRIA. TRAVAMENTO. CONDUTA ABUSIVA DOS VIGILANTES DA AGÊNCIA. DANO MORAL. OCORRÊNCIA. MANUTENÇÃO DO MONTANTE INDENIZATÓRIO FIXADO PELO MAGISTRADO DE PRIMEIRO GRAU. RECURSOS DESPROVIDOS. - Trata-se de apelações cíveis alvejando sentença (fls. 74/78) que, nos autos de ação de conhecimento, pelo rito ordinário, julgou parcialmente procedente o pleito autoral referente ao pagamento de indenização a título de danos morais. - A respeito da ocorrência de dano moral em virtude do travamento de porta giratória em agência bancária o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou no sentido de que �o dano moral poderá advir, não pelo constrangimento acarretado pelo travamento da porta em si, fato que poderá não causar prejuízo a ser reparado a esse título, mas, dos desdobramentos que lhe possam suceder, assim consideradas as iniciativas que a instituição bancária ou seus prepostos venham a tomar no momento, as quais poderão minorar os efeitos da ocorrência, fazendo com que ela assuma contornos de uma mera contrariedade, ou, de outro modo, agravá-los, degenerando o que poderia ser um simples contratempo em fonte de vergonha e humilhação, passíveis, estes sim, de reparação� (STJ, AgRg no Ag 524457, Terceira Turma, Relator Min. CASTRO FILHO, DJ 09.05.2005). - Na espécie, aduz o autor que, em 06 de novembro de 2001, encontrando-se no horário de almoço, às 11:30hs, dirigiu-se à CEF a fim de buscar informações sobre seu FGTS. Todavia, teve seu acesso a uma agência bancária da CEF obstaculizado pelo travamento de porta giratória, tendo sido submetido a tratamento rude e vexatório, embora tivesse demonstrado aos vigilantes portar apenas um aparelho celular, walkman, chaves e documentos. Acrescenta que após uma espera de mais de uma hora, agerente do Banco perguntou ao autor o que ele queria, e continuou a obstaculizar-lhe a entrada, com intuito de atendê-lo do lado de fora da agência. Sustenta, ainda, que enquanto discutia sua entrada no Banco com a gerente, outras pessoas adentravam e saíam do Banco sem precisarem apresentar seus pertences aos seguranças, mesmo quando era detectada a presença de metal em algumas pessoas que pela porta passavam. Outrossim, alega que após a retirada do cinto que segurava sua calça, teve a sua entrada permitida. - Sobre a temática, cumpre pautar-se de acordo com a premissa de que os serviços prestados pelas instituições financeiras a seus clientes configuram relação de consumo, tendo em vista que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, no verbete nº 297, sumulou o entendimento de que �o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras�. - A argumentação lançada pela parte autora na inicial, ao que tudo indica, reveste-se de verossimilhança capaz de autorizar a inversão do ônus da prova � tal como previsto no art. 6º, VIII, do CDC �, tendo em vista a reiterada ocorrência de situações vexatórias envolvendo porta giratória a que são submetidos os clientes das instituições bancárias quando do ingresso nos respectivos estabelecimentos. - Compete ressaltar que está assentado na jurisprudência que não há que se falar em prova do dano moral, mas sim em prova do fato que gerou os sentimentos íntimos que o ensejam. Demais disso, a CEF não se desincumbiu de seu ônus de provar a ocorrência de qualquer causa excludente da responsabilidade. - No que concerne à fixação do valor da indenização pelo dano moral, devem ser levadas em consideração as circunstâncias da causa, bem como a condição sócio-econômica do ofendido e do ofensor, de modo que o valor a ser pago não constitua enriquecimento sem causa. Sendo assim, a indenização devida ao autor, não pode adquirir uma conotação de prêmio, devendo, sim, restringir-se, dentro do possível, à reparação dos constrangimentos a ele injustamente inflingidos. - No caso dos autos, o MM Juiz a quo condenou a CEF ao pagamento da quantia referente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) montante que, ante as circunstâncias da causa, revela-se razoável e idôneo a reparar os danos sofridos pelo autor e, ainda, a constituir sanção educativa ao agente causador, sem configurar enriquecimento sem causa. - Recursos desprovidos.(TRF-2 - AC: 338316 RJ 2001.51.01.023435-6, Relator: Desembargadora Federal VERA LUCIA LIMA, Data de Julgamento: 30/04/2008, QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: DJU - Data::09/05/2008 - Página::778)
Trata-se de proteção constitucional, termos que dispõe a Carta Magna de 1988 que, em seu artigo 5°: 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Portanto, considerando que o Réu ultrapassou os limites razoáveis do exercício de seu direito , afetando seriamente a dignidade do autor o expondo ao ridículo, devida por indenização de danos morais.
A narrativa demonstra claramente o grave abalo moral sofrido pelo Autor em manifesto constrangimento ilegítimo. A doutrina ao lecionar sobre a matéria destaca: 
“O interesse jurídico que a Lei protege na espécie refere-se ao bem imaterial da honra , entendida esta quer como sentimento da nossa dignidade própria (honra interna, honra subjetiva) , quer como apreço e respeito de que somos objeto ou nos tornamos mercadores perante os nossos cidadãos (honra externa, honra objetiva, reputação, boa fama). Assim como o homem tem direito à integridade de seu corpo e de seu patrimônio econômico, tem-no igualmente à indenidade de seu amor-próprio (consciência do seu próprio amor moral e social ou da própria dignidade ou decoro), e do seu patrimônio moral.” (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral. 2° edição. São Paulo: Revista dos Tribunais , 1998, p. 288)
Assim, diante da evidência dos danos morais que o Autor fora acometido, resta inequívoco direito a indenização. 
E nesse sentido, a indenização por dano moral deve representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo descaso aos transtornos causados.
A perda de tempo de vida útil do consumidor, em razão da falha da prestação do serviçonão constitui mero aborrecimento do cotidiano, mas verdadeiro impacto negativo em sua vida, devendo ser INDENIZADO.
DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR
O autor pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas: 
a) Depoimento pessoal do autor, para esclarecimentos dos fatos;
b) A juntada de documentos em anexo, em especial boletim de ocorrência.
c) Reprodução cinematográfica a ser apresentada em audiência nos termos do Parágrafo único do artigo 434 do CPC.
Motivos pelos quais, requer deferimento de todas as provas admitidas em direito.
DOS PEDIDOS
Posto isso, requer a Vossa Excelência:
1) A concessão da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98 do CPC/2015;
2) A total procedência da ação para determinar a condenação do Réu a pagar ao requerente um quantum a título de danos morais não inferiora R$ 10.000 (dez mil reais) considerando as condições das partes , principalmente o potencial econômico –social da lesante, a gravidade da lesão, sua repercussão e as circunstâncias fáticas;
3) A condenação do Réu ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos no artigo 85 , § 2º do CPC/2015.
4) A citação do Réu para responder, querendo;
5) A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a testemunhal e a reprodução cinematográfica;
6) Seja acolhida de manifestação do interesse na audiência conciliatória, nos termo do artigo 319, VII do CPC/2015.
Dá-se causa de valor R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelo dano moral.
Nestes termos, pede deferimento.
Marabá, 17 de Agosto de 2020.
______________________________
HEILIANE DOS SANTOS PAIVA 
Advogada
OAB: 21.971

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