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Ação de investigação de paternidade

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AO JUÍZO DA __ VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE MANAUS – ESTADO DO AMAZONAS
JOÃO FELIPE, brasileiro, menor impúbere, nascido no dia (×××) do mês (×××)do ano de (×××), neste ato representada por sua genitora, MARIA DA SILVA SOARES, brasileira, solteira, do lar, portadora da cédula de identidade de nº (×××) inscrita no CPF de nº (×××), sem endereço eletrônico residente e domiciliada à Rua (×××), nº (×××), bairro (×××), CEP (×××), cidade/UF, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio do seu advogado que esta subscreve, propor a presente ação:
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS
Em face de JOSE MARIO DA ROCHA, brasileiro, casado, profissão, RG e CPF desconhecidos, residente e domiciliado à Rua (×××), nº (×××), bairro, CEP (×××), cidade/UF, pelos fatos e direitos a seguir perfilados:
DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA
A Requerente não possui condições de arcar com os encargos decorrentes do processo sem que ocorra prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Desta forma, requer os benefícios da justiça gratuita, preceituados no artigo 5.º, LXXIV da Carta Magna e do Art. 98 da Lei 13.105/2015.
DA REALIZAÇÃO PRÉVIA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Com fulcro no artigo 319, VII, do código de processo civil, é requerida a realização prévia de conciliação, com a finalidade de celeridade processual, como também, uma resolução pacífica entre as partes sem o desgaste oriundo da via processual.
DO NÃO INDEFERIMENTO
Tratando-se a Requerente de indivíduo economicamente hipossuficiente e juridicamente vulnerável, não possuindo endereço eletrônico nos termos do art. 319, II do CPC, bem como não possui todas as informações acerca da parte adversa. Não obstante, a fim de garantir o total e pleno acesso à justiça, de acordo com o disposto no art. 319, §§ 2º e 3º do CPC, a ausência de tais informações na inicial não implicam o indeferimento da mesma.
DOS FATOS
O autor, filho de MARIA DA SILVA SOARES, ora representante e JOSÉ MARIO DA ROCHA, mantiveram um relacionamento durante dois anos, ao descobrir a gestação comunicou ao réu, porém o mesmo rompeu o relacionamento e negou a autoria da paternidade.
Desta relação adveio JOÃO FELIPE, que figura como parte autora da presente ação, menor impúbere nascido no dia ____ do mês de ____ do ano de ____, que está com seis meses de idade, não foi reconhecido espontaneamente pelo réu como sendo seu filho, tendo o réu abandonado ainda na gestação, a genitora sem qualquer auxilio a registrou sem o nome do pai.
Desde então, o Réu não presta nenhum tipo de auxílio para com o sustento da criança, passando a genitora a arcar com todos os gastos oriundos a criação de seu filho, tais como despesas de alimentação, saúde.
Descartada a possibilidade de uma solução consensual, não resta outra opção a não ser a via processual, pleiteando assim a concessão do Reconhecimento da Paternidade, bem como seja concedido o pedido de Alimentos, uma vez que a genitora não possui condições financeiras de promover o sustento de seu filho e por se tratar de um dever dos pais. 
DO DIREITO
1- AO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE
Trata-se de direito indisponível, amplamente reconhecido pelo ordenamento jurídico brasileiro, em especial pela Carta Magna de 1988, ao qual aduz que:
Art. 227 (...)
§ 6º - “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. ”
Da mesma forma, a luz da legislação específica de proteção aos direitos da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069 de 1990 (ECA) que rege em seu artigo 27 a importância do direito de personalidade:
Art 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
O tocante a prova de filiação, diante dos fatos narrados é perceptível que a presunção de filiação se encaminha para a conclusa verdade e segundo o comando do artigo 1.605 do Código Civil de 2002, quando os fatos por sí só já são capazes de demonstrar a verdade, serão válidos como meio de prova da filiação. O artigo 1.605, inciso II do CC/02 dispõe que:
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
II – Quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
Cumpre ressaltar que a necessidade do exame de DNA, no caso em questão, é meramente para dar formalidade e segurança ao pedido postulado e as decisões proferidas. Assim também entende o egrégio Tribunal de Justiça do Maranhão, em decisão a seguir exposta:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. INDÍCIOS E PRESUNÇÕES. BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. 1. Não obstante o exame de DNA seja recomendável e consubstancie prova segura na investigação de paternidade, a sua ausência não impede o julgamento com base nos indícios e presunções, corroborados com as demais provas produzidas. 2. Além disso, a plausibilidade prevista no Código Civil, no art. 1.605, dispõe que na falta da paternidade reconhecida espontaneamente no assento de nascimento, a condição de filiação poderá ser provada por qualquer outro modo admissível em direito, aqui incluídos indícios e presunções. 3 Agravo de Instrumento conhecido e improvido. 4. Unanimidade. (TJ-MA - AI: 0254112015 MA 0004402-52.2015.8.10.0000, Relator: RICARDO TADEU BUGARIN DUAILIBE, Data de Julgamento: 09/11/2015, QUINTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 17/11/2015)
É salutar mencionar, ainda que seja verificada a necessidade da realização do Exame de DNA, a negativa por parte do Réu em submeter-se a este procedimento, enseja no entendimento sumulado do Egrégio Superior Tribunal de Justiça adiante descrito:
Sumula 301 – STJ – “Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. ”
Desta forma, requer a parte autora a devida realização do Exame de DNA como forma de obter o devido reconhecimento de paternidade sem que paire no ar qualquer dúvida quanto a sua filiação com o réu.
2- AOS ALIMENTOS
A genitora, encontra-se economicamente impossibilitada de prestar toda a assistência necessária para uma criação digna do Requerente, que vai além das necessidades básicas de habitação, alimentação, vestuário e saúde, inclui-se o mínimo para o lazer, essencial ao desenvolvimento regular e sadio do menor.
Sabendo-se do dever de mútua responsabilidade no que diz respeito a assistência, não é justo apenas a Genitora arcar sozinha com todos os gastos, ainda mais por não ter tal condição. No que diz respeito ao dever assistencial dos pais para com os filhos, a matéria legal encontra-se perfilada, por exemplo, nos art. 22 do ECA e o art. 229 da Constituição Federal:
Art. 22 – “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”
Art. 229 – “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, na carência ou enfermidade”.
Ademais, é preciso atentar-se para a importância da prestação alimentícia, visto que aquele que possui obrigação material e não a presta está sujeito as sanções previstas no art. 244 do Código Penal Brasileiro:
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover à subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único.Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
Tratando-se de uma obrigação bilateral, a Requerente pleiteia quantia em 30% dos valores líquidos do salário do reclamado a título de alimentos provisórios em caráter de urgência, devendo ao final ser convertido em alimentos definitivos, visto que está arcando sozinha com todas as despesas inerentes a criação de seu filho, como alimentação, saúde, gastos relativos a lazer sem ter as devidas condições.
Salienta-se que a Genitora não sabe mencionar com exatidão a quantia mensal percebida pelo réu como remuneração, mas considera o valor pedido o suficiente para satisfação das necessidades da criança sem causar prejuízo ao mesmo, respeitando assim o binômio necessidade e possibilidade. A obrigação alimentar tem como pilar sólido a fixação percentual do valor da pensão na proporção da necessidade de quem a reclama e da possibilidade do alimentante, coaduna com este entendimento a jurisprudência. Confira-se:
DIREITO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. VERBA ALIMENTÍCIA ARBITRADA COM MODERAÇÃO. 
1. Nos termos do art. 1.694 do CC, os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do alimentando e dos recursos financeiros do alimentante. 2. Demonstrado nos autos que o alimentante, em face de seus rendimentos, tem condições de cumprir com a obrigação alimentícia fixada na sentença e sendo esse valor condizente com as necessidades da alimentada, deve ser mantida. 3. Apelação conhecida, mas não provida. Unânime (TJ-DF - APC: 20141210040348, Relator: FÁTIMA RAFAEL, Data de Julgamento: 12/08/2015, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 26/08/2015 . Pág.: 140)
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) O benefício da justiça gratuita, por ser economicamente hipossuficiente, conforme declaração anexa;
b) A realização de exame pericial de DNA, às expensas do Poder Público, em relação ao qual as partes deverão ser intimadas para comparecimento, na data e horário designados;
c) A intimação do ilustre representante do Ministério Público para intervir no feito como fiscal da lei, nos termos do art. 82, II, do CPC;
d) A citação do réu para apresentar resposta no prazo legal, caso queira, sob pena de sofrer os efeitos da revelia;
e) A procedência do pedido de investigação de paternidade, para declarar que o réu é pai da parte autora, e em consequência determinar:
f) A averbação, à margem do registro de nascimento do autor, do nome do pai e dos avós paternos (art. 102, § 4º da Lei 6.015/73);
g) O acréscimo do sobrenome paterno ao nome do autor (art. 29, § 1º, d, da Lei 6.015/73);
h) A procedência do pedido de alimentos provisórios, para condenar o réu a pagar ao autor alimentos no valor correspondente a 30 % do salário liquidos, devidos desde a citação, a serem depositados todo o dia 10 de cada mês na conta bancária da genitora.
i) Ao final, após o reconhecimento da paternidade, sejam deferidos alimentos definitivos, correspondente a 30 % do salário líquido, devidos desde a citação, a serem depositados todo o dia 10 de cada mês na agência: XXX, operação, conta: XXXXX-X, nos termos da lei 5.478/6 em nome da genitora do autor.
j) Decidir pela condenação do réu ao pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais, e exames de DNA utilizados na veracidade do relato da genitora isto é, custas processuais e exames, honorários advocatícios, estes na base de 20% ( vinte por cento) sobre o valor da condenação, os quais deverão ser retidos ao advogado outorgado da requerente, banco XXXXX, agência Nº XXXXX, conta nº XXXXXX-X, em conformidade com a lei 1.146/87. 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em Direito, em especial prova documental, oitiva de testemunha e depoimento pessoal do Réu.
Dar-se-á causa o valor de R$ 10.000.00 para os devidos fins legais.
Nestes termos,
Pede deferimento,
LAÍS SOCORR FROTA DA SILVA
OAB-2.777 
Manaus-AM, 20 de setembro de 2020

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