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Doença autoimune de etiologia ainda quase desconhecida, que determina alterações estruturais e funcionais de vasos de médio e pequeno calibre, evoluindo para fibrose cutâneo-visceral progressiva. Apresentação clássica: espessamento da pele Doença rara Incidência de 20 casos/ 1 milhão de habitantes Sexo feminino 4:1 30-50 anos Indivíduo geneticamente predisposto + fator ambienta → lesão vascular → gerada por ativação imunológica → vasculopatia obliterante progressiva + ativação descontrolada de fibroblastos e síntese de matriz extracelular com deposição de colágeno → fibrose. 1. Forma localizada: Morfeia Linear Golpe de sabre 2. Forma sistêmica: Esclerose sistêmica cutânea difusa: lesões de pele em qualquer parte do corpo, incluindo tronco e abdome; Esclerose sistêmica cutânea limitada: lesões se limitam as regiões distais aos cotovelos e joelhos e face. Esclerose sistêmica sine escleroderma: envolvimento visceral, sem espessamento da pele. Forma localizada: Morfeia: o Áreas/placas irregulares e bem delimitadas de pele espessada o Uma ou múltiplas lesões Linear: o Linha de pele espessada o Geralmente nas extremidades o Mais comum em crianças o Pode atrasar o desenvolvimento do membro afetado e/ou causar contratura de flexão nas articulações subjacentes (“encurta a pele e causa dificuldade de mobilização”). Golpe de sabre o Quando envolve a pele frontoparietal o Sulco profundo no couro cabeludo e na testa o Geralmente de um lado da linha média Forma sistêmica: Pele fica espessa, perdendo linhas de expressão e paciente perde mobilidade. Pele: Fase edematosa: o Edema difuso, depressível, inicialmente em mãos e pés, com progressão centrípeta (em direção ao tronco). o Inespecífico (cursa com outras doenças de tecido conjuntivo) o Pode ser precedida por prurido cutâneo Fase indurativa o Após regressão do edema = endurecimento progressivo da pele, inicialmente nas extremidades. Fase atrófica: o Espessamento cutâneo acentuado o Retrações tendíneas = contratura em flexão (garra esclerodérmica, microstomia, afilamento de nariz, perda de sulcos perilabiais, ausência de rugas) Na mão = esclerodactilia Fácies esclerodémica Rágades periorais (rugas periorais acentuadas) com afilamento do lábio superior e nariz, restrição da abertura oral e perda das rugas na testa. Perda de elasticidade da pele Telangectasias Em face, lábios, língua, dedos da mão e periungueal Acrosteólise: Reabsorção óssea das extremidades (dedos mais curtos). Leucomelanodermia Hiper ou hipopigmentação em áreas de esclerose, preservação de regiões perifoliculares (“sal e pimenta”) Mais comum no couro cabeludo, tórax, parte superior das costas e sobre áreas de pressão (dorso da mão e região pré-tibial). Calcinose: Acúmulo de cristais de cálcio ou hidroxiapatita em locais de uso excessivo ou trauma (cotovelos e joelhos) Raynaud: Pode surgir como primeira manifestação da doença, anos antes dos demais sintomas Pitting Scars: Pequenas úlceras digitais Úlceras digitais grandes: Ocorre por isquemia (raynaud) Infecção secundária é comum Autoamputação A incidência reduz muito com o tratamento Gastrointestinal o Envolvimento esofágico: 90% dos pacientes Manifestação visceral mais frequente Dismotilidade com disfagia de condução (atrofia de musculatura lisa por fibrose) Incoordenação da peristalse e relaxamento de esfíncter esofágico inferior o Envolvimento gástrico: Menos frequente Telangectasias, ectasias = sangramento (“estômago em melancia”) Saciedade precoce, empachamento, náuseas, êmese, anorexia, pirose e perda de peso o Intestino: Menos frequente : 1. Prurido (pela proliferação dos fibroblastos) 2. Fadiga 3. Artralgia 4. Mialgia 5. Atrofia muscular Síndrome má-absortiva: dismotilidade causada por dilatação e atonia intestinais que cursa com supercrescimento bacteriano, diarreia e caquexia. Há lentidão da motilidade colônica causando constipação Pulmonar o Pneumonia intersticial Importante causa de mortalidade. Acontece em até 70% dos pacientes. Fibrose pulmonar o Hipertensão pulmonar: Importante causa de mortalidade 5-50% Assintomático até hipertensão pulmonar grave, evoluindo com dispneia rapidamente progressiva aos esforços e insuficiência cardíaca direita. Cardíaco o Observado clinicamente em 5-20% dos pacientes o O acometimento sintomático e fator de mau prognóstico o Pericardite, miocardite e arritmia cardíaca, derrame pericárdico Renal: o Geralmente leve, de curso benigno Proteinúria leve, aumento de creatinina sérica e/ou hipertensão Geralmente não são progressivas, melhora com tratamento o Crise renal esclerodérmica Hipertensão arterial grave, de início súbito, com insuficiência renal rapidamente progressiva. Pode ter: hematúria microscópica, proteinúria, retinopatia, convulsões, insuficiência cardíaca esquerda e anemia hemolítica. Capilaroscopia periungueal o Avaliação de paciente com fenômeno de Raynaud e/ou suspeita de esclerose sistêmica. o A técnica consiste na visualização direta da microcirculação, através de capilares da região periungueal dos dedos das mãos. o Alterações: dilatação, deleções e capilares gigantes. o Hemorragia na cutícula o Padrão de esclerose sistêmica se chama PADRÃO SD. Autoanticorpos o Anti-scl-70 (DNA topoisomerase I) = doença pulmonar, com pior prognóstico, mais prevalente o Anti-RNA polimerase III = renal, pior prognóstico o Anti-U3 RNP = HAP e miosite o Anti-U1 RNP = HAP o Antiproteínas centroméricas = HAP, úlcera digital, telangectasias o ANti-Pm/Scl = doença pulmonar, miosite e sd. De sobreposição Espessamento dos dedos das mãos (proximal as metacarpofalangianas) Medidas gerais: Exercício físico Cessar tabagismo Medidas para DRGE Evitar frio e trauma (raynoud) Hidratação cutânea Baseia-se no tipo de acometimento, extensão e gravidade da doença: Pele = metotrexato Raynaud e úlcras digitais o 1ª linha: bloqueador do canal de cálcio – anlodipino e nifedipino o 2ª linha: sildenafil (relaxa musculatura lisa dos vasos = vasodilatação) HAP = sildenafil Fibrose pulmonar o Imunossupressores = micofenolato, azatioprina e ciclofosfamida Tratamento autólogo de células-tronco Ablação do sistema imune disfuncional com erradicação de céls. B e T autoagressivas, aumento dos linfócitos T regulatórios, tentando restabelecer a resposta imune normal. Resultados parecem promissores: melhora da fibrose cutânea, melhora/estabiliza função pulmonar e qualidade de vida Pacientes não responsivos a outro tratamento Risco x benefício: imunossupressão Sobrevida média: o 60-70% em 5 anos o 40-50¨em 10 anos o Não é um prognóstico tão bom Acometimento visceral grave costuma dar nos primeiros 5 anos de doença, depois o ritmo de acometimento visceral grave costuma diminuir de maneira substancial. Referência: Reumatologia Diagnóstico e Tratamento, 4a Edição, Carvalho et al. Uptodate.
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