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1 PROFA. ROSNELLI MARIA ALVES MOREIRA SILVA Campus Machado Setembro/2020 CURSO ASSISTENTE DE SECRETARIA ESCOLAR CONHECIMENTOS DE HABILIDADES PROFISSIONAIS NA SECRETARIA ESCOLAR UNIDADE II 2 Caros cursistas, Esperamos encontrá-los bem e motivados para concluirmos mais esta etapa sobre “Conhecimentos de Habilidades Profissionais na Secretaria Escolar”. Nesta semana abordaremos assuntos polêmicos que envolvem o trabalho do (a) assistente de secretaria escolar, tais como: “É correto cobrar a carteira de estudante?”; “A escola pode vender produtos alimentícios?”; “A escola é como uma empresa? Como gerenciá-la?”; “Como motivar os funcionários e tirar este clima ruim na escola? O que está influenciando para que isto aconteça?”. Essas são apenas algumas das questões sobre as quais iremos discutir nesta unidade. São assuntos diversificados, mas que giram em torna da secretaria escolar. Para responder e compreender a essas questões, você deverá ler atentamente o material didático, assistir às videoaulas e explorarem os meios virtuais. Veremos: Noções de direitos do consumidor; Motivação pessoal e profissional; Noções básicas de gerenciamento; Noções básicas de comercialização. Quaisquer dúvidas, estou à disposição. 3 1. Noções de Direito do Consumidor O consumidor é a parte vulnerável na relação de consumo, devido a isto, a instauração da Lei 8.078/90 vem proteger os direitos que norteiam as relações de consumo. O artigo 4º estabelece os princípios básicos do consumidor, com intuito de proteger o consumidor nas relações de consumo tanto na área econômica quanto na qualidade de vida buscando uma relação transparente de respeito, dignidade, segurança e saúde. O artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor traz em seu contexto a definição clara de consumidor como “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final” (Código de Defesa do Consumidor, 1990). Já o fornecedor se enquadra no conceito de "pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços (Código de Defesa do Consumidor, 1990). Na escola, o (a) assistente de secretaria escolar junto com a equipe diretiva deverá manter contato com diversos fornecedores para manter e preservar a conservação do prédio seja com pequenos reparos, pinturas, materiais elétricos, como também, fornecedores de alimentos, mobiliários e prestadores de serviços. Ora a escola será consumidora, ora será fornecedora de serviços como nos casos de escolas particulares que oferecem o ensino e aprendizagem aos alunos em troca de mensalidades. No ambiente escolar a parte financeira segue normas rígidas que devem ser cumpridas. A escola é como uma casa: lâmpada queimada, cano estourado, liquidificador travado, portão com defeito, mesa com defeito, e outros reparos. São muitos os problemas de uma escola no dia a dia. ✓ Consumidora de serviços terceirizados A escola para manter a escola funcionando, adquire muitos materiais diversificados. O processo de busca pelos melhores preços e ofertas faz a diferença no valor final, mas a qualidade também deve ser avaliada. Não adianta pagar menos em um 4 produto ruim. Vamos exemplificar, o banheiro precisa trocar a válvula de descarga que está vazando muita água. Há escolas que já possuem pessoas preparadas para fazer a troca da válvula, economizando com o encanador. Já em outras, é necessário contratar um encanador e depois as peças para trocar a válvula da descarga. Este processo de contratação do encanador deve ser visto com atenção, muitas escolas particulares possuem um encanador que já possui nota fiscal para oferecer, após o serviço prestado. Toda escola deve prestar conta da parte financeira demonstrando notas fiscais e/ou recibos fiscais para comprovar os gastos. Na falta de comprovação, a equipe diretiva e financeira poderá ser responsável e devolver o montante à escola. É comum que muitos consumidores busquem seus direitos apenas ao comprar produtos no comércio ou ao contratar pacotes de telefonia ou TV a cabo. Todavia, o consumidor também tem direitos ao fazer a contratação de serviços gerais, como marcenaria, pintura, reforma do imóvel, fotógrafos, prestadores de serviços entre outros. Algumas dicas são importantes: • Busque referências e indicações com pessoas conhecidas, outras escolas; • Antes da contratação, peça pelo menos três orçamentos de profissionais ou firmas especializadas; • Também antes da contratação, solicite a opinião do profissional sobre a prestação do serviço, o número de profissionais envolvidos e o material necessário; • Informe de forma bem detalhada ao prestador de serviço qual é o problema apresentado e qual é o serviço que deve ser efetuado por ele; • Exija o orçamento por escrito, com a discriminação do valor, do prazo e da garantia, além da especificação sobre a forma de cobrança, se será por empreitada, por dia ou hora; • Exija o recibo de todo o pagamento efetuado, além da nota fiscal de serviço do material utilizado; • Nunca efetue o pagamento antecipado. Caso o prestador de serviços exija um adiantamento, nunca pague mais que 50% do valor combinado; • Depois de executado o serviço, verifique se ele ficou conforme o solicitado. Em caso de vício ou dúvida, não pague até que o serviço seja refeito. O fornecedor bem como o consumidor deverá estabelecer um contrato com 5 cláusulas claras, a fim de evitar desequilíbrio entre as partes. Portanto, o prestador de serviços deve finalizar o trabalho combinado. Caso o conserto ou reparo não seja feito ou o serviço ficar inacabado, a escola, neste caso consumidora, deve buscar uma solução amigável através de acordo e caso não obtenha êxito, recorra a parte jurídica da escola e/ou aos órgãos de defesa do consumidor. Na hora de pagar caso o fornecedor de serviços não cumpra o combinado (ou seja, caso não tenha sido efetuado em sua totalidade o serviço contratado), a escola neste caso consumidora, não deve deixar de pagar pelo serviço. Ele deve procurar seus diretos, pois o Código de Defesa do Consumidor garante o cumprimento do contrato. (PROCON, 2019- grifo nosso). ✓ Consumidora de produtos A escola compra muitos materiais de consumo (materiais de expediente, limpeza, construção, etc.) e bens permanentes (eletrodomésticos, materiais pedagógicos, computadores, mobiliário, etc.) para manter a escola funcionando e oferecendo o ensino-aprendizagem aos alunos. Ao adquirir produtos sejam materiais de consumo e/ou permanentes, toda atenção é necessária e algumas dicas do Procon são essenciais: o Exija sempre a nota fiscal e guarde-a. Ela é a prova do lugar e da data em que você comprou o produto. Se tiver algum defeito, é o único jeito de provar que o produto foi comprado naquele estabelecimento comercial. o O consumidor tem direito de escolher se quer trocar, receber o dinheiro de volta ou pedir um abatimento caso compre algum produto com defeito. o Sempre use o produto comprado ou serviço adquirido de acordo com a finalidade dele, porque caso venha acontecer algum acidente de consumo, quem fabricou, vendeu ou prestou o serviço será responsabilizado. o Exija que o produto que você for comprar seja exatamente igual a o anunciado na publicidade, caso não seja, não compre! 6 o Quando for comprar pela internet, telefone ou correio veja se o fornecedor é conhecido. É bom observar também a variedade das formas de pagamento, quanto mais, melhor! É uma forma de garantir um retorno,caso haja algum problema. o Toda vez que você pensar nos verbos COMPRAR ou USAR, deve se fazer duas perguntas: 1 – Será que eu preciso mesmo disso? 2 – Onde vou pôr o que sobrar do que já usei? Isto é chamado de consumo responsável, ou seja, só consumir até os limites das nossas necessidades básicas. o No caso de defeitos nos produtos e serviços, que lhe diminuam o valor ou os tornem impróprios ao consumo, ocorridos dentro do prazo de garantia, o fornecedor não será obrigado a realizar a troca de imediato, salvo exceções. O CDC determina que o fornecedor tenha o prazo de até 30 dias para resolver o defeito, sem custos para o consumidor, por isso, é comum a empresa não realizar a troca de imediato e solicitar que o consumidor leve o produto até a assistência técnica para o reparo, sem custos. Caso o defeito não seja sanado dentro deste prazo, o consumidor poderá escolher uma das seguintes opções: a troca do produto por outro; a ré execução do serviço (quando cabível); o abatimento proporcional do preço; ou a restituição imediata do valor pago sem prejuízo de eventuais perdas e danos. (PROCON, 2020) o O direito de arrependimento é o direito que o consumidor tem, sem custos, de desistir da compra de um produto ou da contratação de um serviço em até 7 dias contados a partir do recebimento do produto ou da contratação do serviço, somente quando a compra ocorrer fora do estabelecimento empresarial, ou seja, por catálogo, por telefone, a domicílio, pela internet (e-commerce). Não se trata de defeito no produto ou serviço. (PROCON, 2020) o No direito de arrependimento, o consumidor tem um prazo de reflexão, podendo desistir da compra. Caso o consumidor exerça o direito de arrependimento, o fornecedor deverá custear o frete da devolução do produto e devolver ao consumidor a quantia paga corrigida monetariamente. (PROCON, 2020) 7 ✓ Escolas particulares e a pandemia Desde março de 2020 estamos passando por uma grande crise mundial de saúde pública devido ao Covid-19. A pandemia sem precedentes trouxe uma necessidade urgente de renovação no meio de ensino, passando de aulas presenciais para aulas virtuais. O que está causando uma queda considerável no rendimento mensal dos pagamentos nas escolas particulares, gerando transferências das escolas particulares para públicas. Neste contexto, cabe refletir um pouco sobre esta questão de mensalidade em tempo de pandemia, como fica? A fonte de renda da família do aluno também diminuiu diante desta pandemia de Coronavírus, resultando em cancelamentos e transferências de matrículas deixando muitas escolas particulares em situação crítica. A prestação de serviço educacional é regulamentada pelo MEC e por outras legislações, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que instituiu a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e a Lei da Mensalidade Escolar. Essas leis determinam alguns atos no âmbito da gestão escolar, como os reajustes de mensalidades em escolas particulares e os requisitos para a elaboração do calendário acadêmico. A Lei da Mensalidade Escolar foi instituída em 1999 com o intuito de normatizar a prática de cobrança em instituições de ensino. A prestação de serviço é anual, mas pode ser parcelada na forma de mensalidades. O valor total pode ser parcelado, desde que em mensalidades iguais, ou seja, em 6, 12 ou mais parcelas que não podem ultrapassar o valor total. Além disso, em caso de atraso de pagamento das mensalidades, a multa não pode ultrapassar 2%. Aos alunos cujos pais ou responsáveis estão inadimplentes, é proibida a suspensão de provas, retenção de documentos, exposição de caráter vexatória, ameaça, constrangimento ou qualquer tipo de penalidade pedagógica. Além disso, é obrigatória a expedição, a qualquer tempo, de documentos de transferência dos alunos, ainda que haja inadimplência, independentemente se forem adotados procedimentos legais de cobranças judiciais. Em relação a determinação do preço das mensalidades é preciso que a escola avalia vários fatores como a relação entre os custos e a capacidade da escola (número de alunos, quantidade de turmas simultâneas por turno etc.), qual o lucro que a escola obterá, as despesas serão devidamente supridas no final do mês. https://travessaeducacional.com.br/bncc/ https://travessaeducacional.com.br/bncc/ https://travessaeducacional.com.br/lideranca-em-gestao-escolar/ 8 As matrículas em escolas particulares podem ocorrer apenas uma vez ao ano para proteger o consumidor. As mensalidades escolares terão por base o índice inflacionário, no entanto, por tratar-se de relação de direito privado nada impede que tais valores sejam um pouco aquém dos índices estabelecidos, desde que a instituição de ensino comprove o aumento. Esta comprovação de aumento da mensalidade está adequadamente de acordo com o princípio da transparência e da informação. Assim, os reajustes das mensalidades se extrapolados os limites inflacionários (deve-se recorrer à pesquisa do índice de cada Estado), a instituição deverá informar o real motivo deste aumento. No caso de reajuste abusivo, se comprovado, deverá a escola devolver os valores pagos indevidamente, se possível em dobro conforme artigo 42 do CDC. Noutro ponto em relevo, destaca-se a cobrança de mensalidades. Aplica-se ao disposto do “caput” do artigo 42 do CDC: Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. (CDC, art. 42) Entretanto, a escola pode se negar a fazer a rematrícula e negativar o nome do estudante ou de seu responsável legal em órgãos de proteção de crédito, desde que essa ação esteja prevista no contrato de prestação de serviços. É importante ressaltar também que o desligamento do aluno inadimplente só pode ocorrer no final do ano letivo. Uma vez ocorrido esse desligamento, sua próxima matrícula deverá ocorrer, obrigatoriamente, em estabelecimentos públicos de ensino. Ainda que os pais ou responsáveis não efetuem essa matrícula, a secretaria de educação, municipal ou estadual é compelida a providenciar a vaga para que o aluno continue seus estudos, em curso, série e período letivo correspondentes aos cursados na escola de origem, conforme o art. 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente. 2. Motivação pessoal e profissional A maioria de nós já teve seus dias de não querer ir ao trabalho, seja por causa de um chefe chato, de um colega complicado ou até mesmo porque o clima no local de trabalho está “pesado”. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601910/artigo-42-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10611481/inciso-v-do-artigo-53-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990 9 Aliado a estas questões ainda temos a vida pessoal que nem sempre está a “mil maravilhas”. Administrar este conteúdo de sentimentos e situações pessoais e ainda ter um local de serviço pouco atraente é desanimador. Contudo, cabe a nós acharmos motivação, impulso interno que nos faz movimentar e partir para uma direção desejada. Mas, a motivação profissional é muito importante para o ambiente de trabalho e cabe aos diretores da escola descobrir como motivar seus funcionários seja com cursos, saber ouvir o que o outro tem a dizer, julgar menos e colocar-se no lugar do outro, elogiar e incentivar. A satisfação no trabalho não é algo facilmente alcançável, ainda mais no atual cenário social que vivemos com números cada vez maiores de vítimas de Síndrome de Burnout. O que é Síndrome de Burnout? É a síndrome do esgotamento profissional que causa exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultando de situações de trabalho desgastante, que demanda muita atenção, responsabilidade e autocontrole. A principalcausa da doença é o excesso de serviço. O estresse e a responsabilidade se confundem, fazendo com que a pessoa pense não ter capacidade suficiente para cumprir sua obrigação e acaba por se esforçar acima do seu limite. Os profissionais de secretaria escolar apresentam exaustão quando acumulam muitos serviços e responsabilidade, para isto é necessário conversar com a direção da escola e dividir o serviço entre outros colegas. Por isso, é importante que as escolas acolham os funcionários e ofereça condições favoráveis de trabalho, o que reflete diretamente na qualidade do trabalho num todo. O assistente de secretaria escolar motivado é fundamental (não esqueça: a secretaria é o coração da escola) para uma escola bem sucedida, o ambiente fica mais leve. Funcionário bem tratado, respeitado, transforma o trabalho em algo prazeroso. Vamos apontar algumas dicas de motivação no ambiente escolar: 10 ✓ Reconhecer os esforços dos funcionários, valorizarem o trabalho de cada um; ✓ Que tal organizar uma cerimônia de agradecimento na frente de todos os funcionários e agradecê-los por todo o trabalho realizado! ✓ Como auxiliar de secretaria, você também pode ser um (a) motivador (a), elogie o trabalho do colega, ouça o que ele tem a dizer, seja grato, ajude seu companheiro de trabalho; atitudes como esta fortalece o laço de confiança e amizade no trabalho; ✓ Reconhecer os gatilhos de estresse na secretaria e na escola. A secretaria escolar lida com muitas pessoas, cada uma com seu problema, sua forma de tratamento, pensamento e lidar com diferentes questões é estressante. Às vezes os pais chegam à secretaria solicitando uma declaração de escolaridade e precisam para aquele momento. Como assistente de secretaria escolar, você não tem como parar o que está fazendo para emitir a declaração, então, aí está um momento desagradável, mas saber lidar com ele faz toda a diferença. Que tal explicar o que está fazendo e que conforme as regras da escola a declaração poderá ser emitida apenas no dia seguinte. Se não resolver, chame a secretária escolar ou a diretora. ✓ Incentivar a colaboração entre a equipe, afeta positivamente a motivação; ✓ Discutir oportunidades de melhorias em processos. Investir em novas ferramentas e softwares que auxiliem a execução das tarefas na secretaria é muito bom, otimiza as tarefas diárias, é gera motivação, empenho visto que o funcionário ficará feliz pois seu serviço está sendo facilitado. ✓ Trate a todos de forma igual; ✓ Oferecer cursos, palestras e treinamentos; ✓ Crie um relacionamento com cada um dos funcionários, você ganha a confiança e amizade; ✓ Não faça reunião apenas para dar broncas e sim, para falar dos bons resultados, elogiar o trabalho. 11 SÍNDROME DE BURNOUT Muitas pessoas não buscam ajuda médica por não saberem ou não conseguirem identificar todos os sintomas e, por muitas vezes, acabam negligenciando a situação sem saber que algo mais sério pode estar acontecendo. Amigos próximos e familiares podem ser bons pilares no início, ajudando a pessoa a reconhecer sinais de que precisa de ajuda. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e estilos de vida. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem ser rotineiros, para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença. A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é diminuir o estresse e a pressão no trabalho. Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início tais como descansar adequadamente pelo menos oito horas. As principais formas de prevenir a Síndrome de Burnout são: * Definir pequenos objetivos na vida profissional e pessoal; * Fuja da rotina; * Evite pessoas negativas; * Converse com alguém sobre o que está sentindo; * Fazer caminhada, corrida, bicicleta, etc. “Não esqueça de usar máscara e higienizar as mãos!” * Nunca se automedique * Evite consumo de bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de droga. Quer saber mais? Acesse: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout https://saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout 12 3. Noções básicas de gerenciamento A escola é uma instituição muito complexa. A escola é um espaço de relações e produção constante cujos agentes nela inseridos (alunos, professores, comunidade, diretor, vice-diretor, especialista, funcionários, fornecedores, etc.) são importantes para a sua organização. Para lidar com todos os processos administrativos, financeiros, pessoal um bom gerenciamento escolar é fundamental. Historicamente, a administração escolar não se desvincula dos métodos empresariais, ou seja, os diretores tornam-se déspotas com seus funcionários, fazendo do ambiente escolar um campo de disputas. Esquecem-se da sua principal função, que é garantir o atendimento às necessidades educacionais dos seus alunos e assegurar que sua equipe esteja com os mesmos objetivos e em harmonia. Os gestores educacionais são importantes para o desenvolvimento do ambiente e do contexto escolar, incentivando e implementando o planejamento participativo por meio de formação docente continuada, além de agir diretamente com pais, alunos e professores, contribuindo dessa maneira com uma ação reflexiva de ação conjunta. O gestor escolar tem como função básica organizar e administrar a instituição, buscando a interação entre servidores, pais e sociedade. Mas por que falar em gestão ou gerenciamento, e não em administração escolar? As escolas estão num campo disputado de ensino e focaram suas energias em promover a melhoria do ensino. O surgimento de exames nacionais e uma cobrança maior da sociedade fizeram com que as escolas buscassem o aprimoramento do ensino- aprendizagem. Houve realmente uma ênfase no pedagógico, e muitos diretores demonstraram certa dificuldade para enxergar a escola também como uma empresa e administrá-la como tal. A princípio, parece que esse “foco no pedagógico” garante um ensino de melhor qualidade e a consequente aprendizagem dos alunos. O que aconteceu, de fato, foi o contrário. Ao analisar a performance de escolas e faculdades com públicos muito semelhantes e resultados totalmente discrepantes, especialistas tiveram uma surpresa. 13 A qualidade de da gestão escolar é um ponto essencial para despertar o potencial dos alunos e garantir melhores resultados nos exames nacionais, atendendo aos anseios dos pais. A gestão escolar se diferencia da administração à medida que traz para o contexto educacional os conceitos e práticas do mercado com o objetivo de trazer eficiência aos processos, melhorar o ensino e apresentar bons resultados. Portanto, o gerenciamento escolar prevê uma atuação focada em: • promover a organização; • mobilizar e articular condições fundamentais para o avanço do processo socioeducacional; • possibilitar o aprendizado efetivo dos estudantes; • priorizar as ações que geram resultados; • motivar professores e equipe a alcançarem objetivos; • repensar o currículo com a finalidade de enfatizar sua qualidade; • estimular a participação dos pais para atingir a excelência do ensino. Os principais pilares do gerenciamento escolar buscam garantir a autonomia administrativa, financeira e pedagógica. Além disso, eles estimulam a otimização do tempo e processos nas instituições de ensino, assim como ocorre nas empresas. Segundo Marcia Andrea Groshoska (2013, p 35), “a atuação do profissional da educação na gestão requer o desenvolvimento de determinadas competências/habilidades que precisam ser tematizadas e experenciadas no decorrer do programa de formação que articule de forma sistemática teoria e prática”. O gestor escolar deve ser o motivador de sua equipe, saber liderar, buscarcondições melhores para que a equipe escolar e alunos possuam meios e métodos de ensino-aprendizagem. Como auxiliar de secretaria escolar terá que filtrar informações e garantir que somente os problemas mais sérios sejam levados ao conhecimento do gestor escolar, deverá gerenciar as informações para saber como processá-la e o que passar adiante. Tornando-se uma gerenciadora de suas funções na secretaria escolar, ou seja, deverá que atender as necessidades da comunidade escolar, alunos, profissionais que atuam na escola. Atuar nos processos internos obtendo uma visão sistêmica de seus processos, missão, valores, objetivos e planejamento estratégico a fim de contribuir com os https://escolaweb.com.br/blog/motivar-os-professores-da-sua-escola/ https://escolaweb.com.br/blog/gestao-escolar/quer-otimizar-a-gestao-escolar-7-motivos-para-deixar-as-planilhas-de-lado/ https://escolaweb.com.br/blog/gestao-escolar/quer-otimizar-a-gestao-escolar-7-motivos-para-deixar-as-planilhas-de-lado/ 14 resultados e com a qualidade do serviço. É fundamental que o (a) assistente de secretaria escolar saiba gerenciar os seus próprios processos rotineiros. Deve-se sempre manter o foco na otimização do tempo, trazendo técnicas eficientes que economize o próprio tempo e o tempo do gestor. 4. Noções básicas de comercialização Comercialização compreende “o conjunto de atividades na transferência de bens e serviços desde o ponto de produção inicial até que eles atinjam o consumidor final...”. A comercialização envolve uma série de atividades ou funções através das quais bens e serviços são transferidos dos produtores e prestadores de serviços aos consumidores. Cobrar por provas xerocadas ou pelo acesso à internet, tornar obrigatório o uso de carteirinha escolar e vendê-la aos alunos, comercializar uniforme e material ou pedir uma taxa para efetuar a matrícula. Nas escolas públicas, essas ações ferem tanto a Constituição Federal, de 1988, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, uma vez que ambos os documentos prevêem a total gratuidade do ensino público. Nenhum aluno pode ser coagido a pagar por produtos e serviços ou receber sanções pela falta de pagamento (como ser excluído de atividades e copiar provas a mão, enquanto os colegas compram versões xerocadas) ou receber tratamento diferenciado porque os pais não deram determinado valor à secretaria ou à Associação de Pais e Mestres (APM) no início do ano. Ainda assim, denúncias vindas de diferentes regiões do país revelam que esse "comércio" é comum. A justificativa, sempre, é a escassez de verba recebida do governo. Porém a prática deve ser banida. (LOPES, 2011) A exigência de melhores condições de ensino precisa ser feita, mas aos responsáveis pela aplicação das políticas públicas, e nunca pesar no bolso dos pais. "A escola pode receber apenas contribuições voluntárias. Cabe às famílias decidir como podem colaborar e quando. Se for com dinheiro, os valores devem entrar na instituição apenas por meio da APM, direto na conta bancária", esclarece Maria Isabel Faria, dirigente da Diretoria de Ensino Região Centro-Sul da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 15 A regra vale ainda para vendedores de livros, alimentos e brinquedos. Para comercializar produtos na porta da escola ou dentro dela, alguns pedem permissão e oferecem brindes. Outros simplesmente se instalam nas imediações. É preciso, então, esclarecer que a escola não é local de comércio. Se houver insistência, todo cidadão pode recorrer ao Conselho Escolar, à Secretaria de Educação ou ao Ministério Público a fim de reverter o quadro. (LOPES, 2011) Para compreender melhor sobre a proibição da venda de alimentos; doces, salgadinhos, lanches, entre outros, alimentos poucos saudáveis tem sido uma polêmica, veja na íntegra o artigo de Vanessa Sardinha dos Santos: A polêmica proibição da venda de doces em escolas Em muitos lugares do nosso país, a venda de doces em cantinas escolares é proibida, assim como frituras, refrigerantes e biscoitos recheados. Essa proibição pode não agradar muito aos alunos e até mesmo os pais, mas saiba que ela tem, sim, sua importância. → O exemplo do Distrito Federal No Distrito Federal (DF), por exemplo, a legislação determina que as cantinas de escolas públicas e privadas não podem comercializar produtos como balas, pirulitos, gomas de mascar, biscoitos, chocolates, confeitos em geral, refrigerantes, bebidas achocolatadas, frituras e pipoca com corante artificial. No DF, essa proibição estende-se também a comércios que ficam a uma faixa de 50 metros da escola. A legislação do DF determina ainda que as cantinas devem oferecer opções de frutas e alimentos saudáveis. Sucos naturais ou de polpa, iogurtes, vitaminas, sanduíches naturais sem maionese, bolos de frutas, salgados assados, biscoitos integrais e barras de cereais sem chocolate são os produtos permitidos e recomendados. Observa-se, portanto, que a lei visa modificar a alimentação dos alunos, procurando estimular o consumo de produtos mais saudáveis, pelo menos durante o horário escolar. Com isso, espera-se que os hábitos alimentares de crianças e adolescentes sejam melhorados. https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/acucar-na-alimentacao-diabetes-obesidade.htm 16 → Essa lei é realmente necessária? Infelizmente, o que vemos hoje em nosso país é um aumento crescente da obesidade e, consequentemente, de doenças relacionadas a esse problema, como diabetes e problemas vasculares. Estima-se que uma em cada três crianças brasileiras, com idade compreendida entre 5 anos e 9 anos, esteja acima do peso. A obesidade, apesar de estar relacionada a fatores genéticos, também está ligada ao sedentarismo e a uma alimentação inadequada. Como é dever do Estado zelar pela saúde da população, e a escola tem como um de seus papéis a promoção da saúde, a criação dessas leis é completamente justificada. Apesar de sofrer duras críticas, as leis que proíbem a venda de alimentos não saudáveis em cantinas escolares devem ser encaradas como uma forma de educar melhor nossas crianças sobre hábitos alimentares saudáveis. Essas medidas são essenciais para evitar que elas se tornem adultos com doenças graves que podem até mesmo levar à morte. Devemos ter em mente que nossos jovens estão levando uma vida cada vez menos saudável, e que isso refletirá na vida adulta. Portanto, do que adianta explicar às crianças que, para ter uma alimentação saudável, deve-se reduzir o consumo de frituras e doces e oferecer a elas esse tipo de alimento no intervalo das aulas? Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos QUER SABER MAIS? O projeto de Lei nº 2015 de 2019 que disciplina a prevenção da obesidade infantil e a promoção da alimentação adequada nas escolas de educação básica das redes públicas e privadas encontra-se disponível no site https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/- /materia/136156 https://brasilescola.uol.com.br/saude/obesidade.htm https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/diabetescuidados-com-saude.htm https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/obesidade-doencas-cardiovasculares.htm https://brasilescola.uol.com.br/saude/obesidade-infantil.htm https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/136156 https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/136156 17 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Portal da Educação. O atendimento na secretaria escolar, Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/o-atendimento-na- secretaria-escolar/40067 Acesso: 14/09/2020 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 05 de outubro de 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acesso em: 15/09/2020 BRASIL,Lei 8078 de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm Acesso: 16/09/2020 FERREIRA, Maria Cristina. MENDONÇA, Helenides. Saúde e bem-estar no trabalho: dimensões individuais e culturais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012 GROSHOSKA, Marcia Andrea. Organização Escolar: perspectivas e enfoques. Curitiba: Intersaberes. 2ª Edição. 2013 LOPES, Noêmia. Fazer comércio na escola? Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/522/fazer-comercio-na-escola Acesso: 17/09/2020 PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_secretario.pdf Acesso: 15/09/2020 PEREIRA, Luiz Fernando. As mensalidades escolares e o Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: https://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/159969890/as-mensalidades- escolares-e-o-codigo-de-defesa-do-consumidor Acesso: 16/09/2020 SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "A polêmica proibição da venda de doces em escolas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/saude-na- https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/o-atendimento-na-secretaria-escolar/40067 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/o-atendimento-na-secretaria-escolar/40067 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm https://gestaoescolar.org.br/conteudo/522/fazer-comercio-na-escola http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_secretario.pdf https://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/159969890/as-mensalidades-escolares-e-o-codigo-de-defesa-do-consumidor https://drluizfernandopereira.jusbrasil.com.br/artigos/159969890/as-mensalidades-escolares-e-o-codigo-de-defesa-do-consumidor 18 escola/a-polemica-proibicao-venda-doces-escolas.htm. Acesso em 17 de setembro de 2020.
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