Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Administração da Produção Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Giovana Gavioli Ribeiro da Silva Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin Processo Produtivo • Processo de Transformação • Dimensões da Produção – Os 4 Vs • Objetivos de Desempenho • Estratégias de Produção • Estratégias de Produção e Objetivos de Desempenho · Compreender o processo de transformação e como ele se relaciona com os objetivos de desempenho. OBJETIVO DE APRENDIZADO Título da Unidade Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Processo Produtivo Processo de Transformação A Administração da Produção envolve aspectos de geração e transformação de bens e serviços nas Empresas, em que os fatores de recursos humanos, materiais e de capital estão diretamente ligados. Segundo Moreira (2000), um Sistema de Produção é um conjunto de elementos planejados que visam à transformação de um insumo em produtos e serviços. Os elementos podem ser definidos como máquinas, mão de obra e ferramentas, entre outros, e eles não agem de forma sozinha e isolada no Sistema; pelo contrário. O Sistema sofre influências, tanto internas, quanto externas à organização, e elas podem afetar o seu desempenho. O Processo Produtivo, ou Processo de Transformação, relaciona quatro etapas básicas, conforme a Figura 1. Recursos Transformados Input Materiais Informações Consumidores Processo de Transformação Instalações Pessoais Input Recursos de Transformação Input Bens e ServiçosOutput Ambiente Ambiente Feedback Figura 1 – Processo do Sistema de Produção que é dividido em quatro parâmetros: o Input, o Processo, o Output e o Feedback Fonte: Slack; Chambers; Johnston, 2002 O Sistema de Produção é composto por quatro parâmetros: • 1 Entrada (também conhecida como Input): é o caminho pelo qual a Empresa recebe pessoas, materiais, capital, Tecnologia e Informação, necessários para que o processo produtivo tenha início e também conhecidos como insumos ou recursos produtivos. Na entrada podemos ter dois tipos de recursos: » Recursos de transformação: agem sobre os recursos transformados, como instalações (prédios, equipamentos, terreno, tecnologia, ferramental) e fun- cionários (operam, mantém, planejam e administram o processo produtivo); 8 9 » Recursos transformados: são os insumos tratados, transformados ou convertidos de alguma forma, como materiais, informações ou consumidores. As necessidades e as características dos inputs variam de Empresa para Empresa e do tipo de produto fabricado ou do serviço prestado; • 2 Processo: o processo é a efetiva transformação, ou seja, o caminho pelo qual os insumos serão transformados em produtos ou serviços; • 3 Saída (também conhecida como Output): resultado do processo de transformação, que pode ser bens e/ou serviços. A saída também abrange a forma pela qual os produtos ou serviços serão enviados ao Mercado, até chegarem aos seus clientes; • 4 Feedback (chamado também de retroação ou retroalimentação): é a opinião do consumidor acerca do produto consumido ou do serviço utilizado. Para entender melhor como funcionam os parâmetros do Sistema Produtivo. Vamos ver um exemplo? Imagine que você trabalha em uma fábrica de camisetas, como as da Figura 2. Figura 2 – Modelos de camisetas Fonte: iStock/Getty Images A entrada do processo produtivo nessa Empresa será caracterizada logo pela manhã, com a chegada do tecido (materiais), dos trabalhadores (recursos humanos), com as máquinas da produção (Tecnologia) e com a lista de produtos que devem ser produzidos no dia (informação), tudo isso funcionando a partir do dinheiro investido na compra de máquinas, contratação de pessoal e compra de matéria- prima, feita pelo presidente da Empresa, ou pelos acionistas, e que identifica o capital investido no processo. Logo na primeira hora do dia, os funcionários ligam suas máquinas e iniciam a produção, isto é, o processo transforma o tecido em camisetas de diversas cores e tamanhos, conforme os pedidos recebidos. 9 UNIDADE Processo Produtivo Ao final do dia, teremos vários produtos (camisetas) prontos para atenderem aos pedidos de consumidores e lojas, sendo a camiseta o resultado, a saída do Processo Produtivo. Caso o cliente encontre algum defeito ou a entrega chegue com alguma falta, a Empresa poderá receber devoluções e reclamações, que caracterizam o feedback. Recebido o feedback e, caso ele traga algo que possa ser modificado, a Empresa toma as devidas providências, melhorando o processo produtivo (por exemplo, atuando no treinamento de funcionários) ou nos insumos de produção (por exemplo, comprando matéria-prima de melhor qualidade). O feedback também pode ser positivo, ou seja, se um cliente gostar do produto, seu feedback pode ser feito em forma de elogios à Empresa ou recomendações para outros consumidores. Dessa maneira, e por meio do processo produtivo, a Empresa reúne seus conhecimentos e competências para transformar em produtos os resultados de suas operações. Agora vamos conhecer um exemplo do processo produtivo de serviços. Para serviços, os parâmetros do sistema permanecem os mesmos, mas o processo de feedback é simultâneo. Vamos entender! Quando vamos cortar o cabelo e entramos pela porta do salão, percebemos diversos profissionais, com escovas, pentes, tesouras e vários lavatórios e secadores. Todos esses materiais, inclusive eu e você, os consumidores, caracterizamos os insumos do processo produtivo de serviços, são suas Entradas ou Inputs. Esperamos até que nos atendam e finalmente nos chamam, momento no qual entramos no processo produtivo. Em serviços, o consumidor é parte essencial do processo, isto é, sem ele o serviço não pode ser produzido. O processo produtivo se inicia na lavagem dos cabelos, no corte e na secagem e, ao longo dele, participamos, palpitando se está bom ou não, se alguma modificação precisa ser feita ese o processo nos agrada, portanto, cada processo de serviço é variável de acordo com cada cliente. Veja as opções de cortes na Figura 3. 10 11 Figura 3 – Opções de corte feminino Fonte: iStock/Getty Images O resultado final, a saída ou output do processo é dado pela finalização do corte. Nesse momento, você pode gostar do seu corte, mas eu não gostei do meu resultado final. Essa é outra característica essencial no processo produtivo de serviços. O feedback é dado no momento da prestação do serviço e a qualidade é variável dependendo da percepção de um consumidor para o outro. Apesar da percepção variável de qualidade também acontecer para os produtos, o feedback de produtos será recebido somente após o cliente recebê-lo e o utilizar, o que pode levar alguns dias; já nos serviços, o feedback é imediato. Pense em um produto e em um serviço que você já tenha comprado. Como foi a sua experiência? Boa ou ruim? Você recomendaria esse produto ou serviço para outras pessoas? Por quê? Ex pl or O processo de produção deve ser avaliado estrategicamente a partir de dois fatores chave. O primeiro são as dimensões da produção e o segundo são os objetivos de desempenho. Vamos conhecê-los com mais detalhes. 11 UNIDADE Processo Produtivo Dimensões da Produção – Os 4 Vs A dimensão da produção, ou seja, o quanto ela utilizará de recursos transformados e de transformação, a velocidade do seu processo produtivo e a característica dos seus outputs, é determinada pelo que é conhecido como 4 Vs: volume de output, variedade de output, variação da demanda e visibilidade do cliente. Os exemplos a seguir nos auxiliarão a entender melhor esses conceitos. • Volume de output: caracterizado pela quantidade de produtos ou serviços que são prestados. Como exemplo, podemos comparar um restaurante que trabalha com atendimento fast food e um pequeno restaurante, que oferece seus pratos com cardápio. No primeiro caso, o volume de outputs é maior e com mais velocidade que no segundo; portanto, o processo, assim como o abastecimento de recursos, que ocorre na entrada, deve se adequar para esse volume diferenciado. Nos restaurantes fast food, existem tarefas mais repetitivas e os trabalhadores se especializam tanto na execução delas como com equipamentos específicos para agilizar a tarefa. Já em um pequeno restaurante, a cozinha é pequena e o chef, geralmente, prepara o prato do início ao fim, contando somente com alguns auxiliares; • Variedade de output: definida como as diferenças entre os consumidores e suas expectativas. Como exemplo, vamos comparar o serviço de táxi com o serviço de transporte urbano. O táxi possui vários destinos possíveis, pois depende de cada passageiro. Já no caso do transporte urbano, as rotas são programadas em intervalores pré-fixados e com pouca variação, não há personalização de atendimento, sendo mais fácil prever quais recursos, quando e onde serão utilizados. Importante! Ao compararmos o serviço de táxi ao transporte urbano, percebemos que o taxista precisa ter flexibilidade, vez que a rota de seu dia é determinada pelos clientes que necessitam do serviço. Já no transporte urbano, as rotas e horários são fixos, sem desvios. Imagine se um ônibus tivesse de deixar cada cliente no local desejado? Quem espera um serviço como esse, acaba utilizando o táxi, que, por essa personalização, possui um custo mais alto do que o transporte urbano. Importante! • Variação da demanda: consumidores diferentes esperam características di- ferentes, tanto para produtos, quanto para serviços. Nesse caso, a Empresa precisa adaptar seu sistema produtivo à sua variação de demanda. Se com- pararmos, por exemplo, a demanda de um Hotel na praia com um Hotel na cidade, percebemos que, além da sazonalidade, existe também um público diferenciado. Enquanto o da praia, geralmente, recebe turistas, o da cidade recebe, em sua maioria, executivos para eventos e reuniões. 12 13 A sazonalidade é defi nida como a variabilidade da demanda em determinadas épocas do ano. Roupas de frio, geralmente, vendem mais no inverno que no verão, enquanto sorvete tem demanda mais alta no verão que no inverno. Empresas que produzem produtos ou prestam serviços que estejam sujeitos ao impacto da sazonalidade, precisam programar estrategicamente seu processo produtivo, evitando ter máquinas ou pessoal parado em épocas de baixa demanda. Ex pl or • Visibilidade do cliente: quanto mais contato o cliente tiver com o processo produtivo, mais personalizado ele será. Empresas que geralmente produzem bens de capital, fazem-no a partir do projeto do cliente, com uma máquina totalmente adaptada para as suas necessidades. Já uma Empresa que produz lápis de cor, por exemplo, trabalha com várias cores, formatos e embalagens, tentando abranger diversos públicos. Os recursos e o processo produtivo utilizados por ambas serão diferentes e adaptados a cada realidade. A partir da definição de cada uma das dimensões da produção, podemos relacioná-las com seus impactos nos custos gerados pelo Sistema de Produção. Os 4 Vs e os custos de processamento: • Alto volume + baixa variedade + baixa variação + baixa visibilidade = custos de processamento mais baixos • Baixo volume + alta variedade + alta variação + alta visibilidade = custos de processamento mais altos Objetivos de Desempenho Os objetivos de desempenho estão diretamente ligados aos aspectos estratégicos da Organização. Podemos perceber, na Figura 5, que os objetivos relacionados promovem vantagem competitiva, se atingidos. A produção contribui para se atingir dentro das organizações cinco objetivos de desempenho. Produzir CERTO Qualidade Produzir COM RAPIDEZ Rapidez Produzir EM TEMPO Con�abilidade MUDAR o que produzir Flexibilidade Produzir MAIS BARATO Custo Figura 4 – Objetivos de Desempenho | Signifi cado dos cinco objetivos de desempenho da produção Fonte: Slack; Chambers; Johnston, 2002 13 UNIDADE Processo Produtivo O objetivo de qualidade significa produzir certo, ou seja, fabricar conforme as especificações do cliente, sem cometer erros. A má qualidade nos processos produtivos impacta não somente o aumento de custos, mas também a perda de faturamento; causa reputação prejudicada junto ao seu público, perda de tempo e retrabalhos, podendo, também, deixar os colaboradores da Empresa insatisfeitos. O objetivo de rapidez tem como foco minimizar o tempo entre o pedido do con- sumidor e o recebimento do que foi solicitado, tanto para produtos, quanto como para serviços. Ao fabricar com rapidez, a Empresa diminui o tempo de espera e deixa seus consumidores mais satisfeitos. Quando se reduz o lead time da produ- ção, é possível diminuir também estoques intermediários de materiais em processo, entre as operações, o que impacta o custo e o resultado global da produção. O termo lead time é utilizado para determinar o tempo de uma operação. Ele é empregado para se referir ao tempo de uma operação produtiva, ou seja, do momento do recebimento do pedido até a sua entrega e, também, para definir o tempo de transporte, por exemplo, do local de origem até o local de destino. Ex pl or O objetivo de confiabilidade visa a manter os tempos e compromissos de entrega que foram assumidos com os consumidores. A confiabilidade fortalece o posicionamento da Empresa em seu Mercado e a diferencia da concorrência, dando estabilidade para as suas operações, ao mesmo tempo em que economiza tempo e dinheiro. A flexibilidade basicamente significa mudar o que produzir. A maioria das Empresas está apta a alterar os seus processos, mas, a Empresa que faz isso de forma mais ágil, terá mais flexibilidade. Essas alterações podem acontecer em diversas dimensões. • Flexibilidade de produtos ou de serviços: produzir ou prestar serviçosdife- rentes em uma mesma operação; • Flexibilidade de mix: possuir uma ampla variedade ou composto de produtos e serviços para oferecer aos seus consumidores; • Flexibilidade de volume: alterar rapidamente quantidades ou volumes dife- rentes tanto para produtos como para serviços; • Flexibilidade de entrega: assumir tempos de entrega diferentes, dependendo da necessidade do cliente. Empresas que possuem flexibilidade também reforçam a sua confiabilidade. Por fim, o objetivo de custo tem como foco fazer mais barato que a concor- rência, possibilitando à Empresa ter preços competitivos no seu Mercado, além de obter lucro na sua operação. A produção deve contar com custos de funcionários, instalações, tecnologia e equipamentos e custos de materiais. Os outros objetivos de desempenho também influenciam custos. 14 15 Veja alguns exemplos: • Operações de alta qualidade não desperdiçam tempo ou esforço de retrabalho nem seus clientes internos são incomodados por serviços imperfeitos. Em outras palavras, alta qualidade pode significar custos baixos; • Operações rápidas reduzem o nível de estoque em processo, bem como diminuem os custos administrativos indiretos. Ambos esses efeitos podem reduzir o custo global da operação; • Operações confiáveis não causam qualquer surpresa desagradável aos clientes internos. Pode-se confiar que suas entregas serão exatamente como planejadas. Isso elimina o prejuízo de interrupção e permite que as outras operações trabalhem eficientemente; • Operações flexíveis adaptam-se rapidamente às circunstâncias mutantes e não interrompem o restante da operação global. Elas podem realizar trocas entre as tarefas rapidamente, sem desperdiçar tempo e capacidade, reduzindo novamente os custos. Uma das formas de melhorar o objetivo de custo é melhorar o desempenho da Empresa com relação aos outros objetivos. Alguns autores defendem a existência de um sexto objetivo de desempenho, que é a sustentabilidade. Nesse caso, a Empresa efetua a sua produção em con- formidade com as condições ambientais e visando a preservar o meio ambiente. Ser sustentável significa permitir que as gerações atuais satisfaçam suas necessi- dades, sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras. As Empresas podem buscar fontes renováveis de energia, utilizar menos recursos naturais, gerar menos resíduos ou diminuir a sua contaminação, buscando tornar a sua produção sustentável. O objetivo de desempenho determinará as estratégias de produção a serem tomadas pela Empresa. Vamos aprofundar esse conceito a seguir. Estratégias de Produção A estratégia de produção é definida por Slack; Chambers; Johnston (2002). Importante! A estratégia de produção determina o padrão global de decisões e ações, que defi ne o papel, os objetivos e as atividades da produção de forma que eles apoiem e contribuam para a estratégia de negócios da Organização. Trocando ideias... 15 UNIDADE Processo Produtivo Às políticas, aos planos e aos comportamentos que a produção escolhe para seguir damos o nome de conteúdo da Estratégia de Produção. Ambos devem caminhar de forma integrada, tanto com outras estratégias, quanto com a estratégia de negócios e a estratégia corporativa da Empresa, conforme a Figura 6. Estratégia Corporativa Estratégia do Negócio Estratégia de Produção Estratégia de Marketing Estratégia de P&D Estratégia de Finanças Estratégia e Recursos Humanos Figura 5 – Estratégias da Empresa | A Figura mostra como a estratégia de produção se relaciona com as estratégias dos demais departamentos e a estratégia de negócios e corporativa. Fonte: Slack; Chambers; Johnston, 2002 As políticas regulamentam e consideram as diretrizes de como a produção deve proceder, apoiando os planos que são a estruturação e o desenho da exe- cução das operações, tendo, por fim, os comportamentos, envolvendo a carac- terística humana. Para melhor estruturar esse pensamento, vamos entender como cada estratégia de produção influencia os objetivos de desempenho. Estratégias de Produção e Objetivos de Desempenho Algumas estratégias, que são percepções internas de como a Empresa se processa, refletem e influenciam os projetos. As atividades de projetos formam as partes da operação e compõem a forma como se relacionam. Elas são: • Estratégia de desenvolvimento de novos produtos/serviços: influencia o papel e a organização dos recursos que atualizam e geram os projetos do produto/serviço. Essa estratégia, normalmente, é utilizada em produtos de Tecnologia. Temos como exemplo os smartphones; 16 17 • Estratégia de integração vertical: influencia a direção e o grau de controle proprietário da organização com relação à rede de seus fornecedores e clientes. A integração é muito comum. Temos como exemplo a cadeia de suprimentos; • Estratégia de instalações: influencia o tamanho, a localização e as atividades de cada parte da operação. Temos como exemplo o layout e a flexibilidade criada nas fábricas japonesas para melhor responder ao cliente; • Estratégia de tecnologia: influencia o tipo de fábrica, equipamento ou outras Tecnologias de Processo que são usadas na produção. Poderíamos utilizar como exemplo Tecnologias novas de corte ou de processamento em uma indústria de confecções; • Estratégias de organização e força de trabalho: influencia a forma como são organizados e desenvolvidos os recursos humanos da produção e como contribuem para sua gestão. Poderíamos citar as montadoras e Empresas do segmento automotivo que buscam utilizar melhor a mão de obra por meio dos testes de capacitação. Segundo Krajewski et al. (2009), além do preço baixo e da boa qualidade, as Empresas apontam algumas estratégias que demonstraram sucesso, tais como velocidade de produtos, projeto (geram o diferencial de design ou o pós-venda), inovação (novas tecnologias) ou serviço (além de vender o produto, oferecem serviços que agregam valor). Slack; Chambers; Johnston (2002) afirmam que, além das estratégias de pro- jeto, algumas estratégias de planejamento e controle definem sistemas, procedi- mentos e políticas que determinam a forma como a operação realmente atuará na prática. Tratam da forma como é feita a alocação de recursos e de como são tomadas as decisões de programação e como a operação lida com as circunstân- cias nas quais opera. As estratégias na área de decisão de planejamento e controle podem ser classificadas como: • Estratégia de ajuste de capacidade: influencia a forma como a operação ajusta sua capacidade em resposta a mudanças ou à previsão de mudanças da demanda por seus produtos e serviços; • Estratégia de desenvolvimento de fornecedores: influencia a forma como a operação escolhe, desenvolve e trabalha com seus fornecedores; • Estratégia de estoques: influencia a forma como a operação planeja, monitora e controla o fluxo de materiais por meio de seus processos; • Estratégia de sistemas de planejamento e controle: influencia a filosofia e a prática da forma como a operação organiza suas atividades de planejamento e controle. 17 UNIDADE Processo Produtivo Essas estratégias acabam retrocedendo a aspectos de melhorias tratadas na produção em massa até os dias de hoje, no próprio sistema Toyota de produção. Esses aspectos são características centrais do modelo japonês de produção, com as políticas de estoque enxuto, redução de desperdícios, desenvolvimento de fornecedores e balanceamento de linha, realizando ações operacionais com reflexos estratégicos. Por fim, algumas decisões estratégias influenciam a melhoria, ou seja, são as que, medindo e aperfeiçoando o desempenho da produção, aproximam-na das metas estratégicas da organização. As estratégias na área de melhoria são classifi- cadas como: • Estratégia de processo de melhoria:influencia a forma como a produção organiza suas atividades de melhoria; • Estratégia de prevenção e recuperação de falhas: influencia a forma como a produção procura prevenir falhas e interrupções em suas atividades e a forma como reage quando ocorrem falhas. A Tabela 1 relaciona as estratégias e seus impactos em cada objetivo de desempenho. Tabela 1 – Estratégias e seu impacto nos objetivos de desempenho | A Tabela relaciona cada estratégia e seu impacto nos objetivos de desempenho. Qualidade Rapidez Confiabilidade Flexibilidade Custo Estratégia de desenvolvimento de novos produtos/serviços Estratégia de integração vertical Estratégia de instalações Estratégia de tecnologia Estratégia de força de trabalho e organização Estratégia de ajuste de capacidade Estratégia de desenvolvimento de fornecedores Estratégia de estoques Estratégia de sistemas de planejamento e controle Estratégia do processo de melhoria Estratégia de prevenção e recuperação de falhas 18 19 Conseguimos visualizar na Tabela que cada uma das estratégias possui impacto ou reflexo nos objetivos de desempenho. As estratégias organizacionais e operacionais têm como objetivo viabilizar e promover que as Empresas alcancem seus objetivos. Importante! • Um Sistema de Produção é um conjunto de elementos planejados que visam à transformação de um insumo em produtos e serviços; • O Sistema de Produção é composto por quatro parâmetros: entrada ou input, processo de transformação, saída ou output e feedback; • A entrada possui dois tipos de recursos: recursos de transformação, que agem sobre os recursos transformados, como instalações (prédios, equipamentos, terreno, tecno- logia, ferramental) e funcionários (operam, mantém, planejam e administram o pro- cesso produtivo) e recursos transformados, que são os insumos tratados, transforma- dos ou convertidos de alguma forma, como materiais, informações ou consumidores; • O feedback de produtos e serviços ocorre em momentos diferentes. Enquanto o feedback de produtos ocorre após o uso deles, portanto, com algum tempo de intervalo entre a aquisição do consumidor e a sua percepção de qualidade; o feedback de serviços é imediato; • No caso dos serviços, o consumidor é parte do processo produtivo, sendo ele um dos recursos transformados na entrada; • A dimensão da produção é caracterizada pelo quanto ela utilizará de recursos transformados ou de transformação, a velocidade do seu processo produtivo e a característica dos seus outputs. Ela é determinada pelos 4Vs; • Os 4Vs são caracterizados pelo volume de output, a variedade de output, a variação da demanda, e a visibilidade do cliente; • Empresas que possuem um alto volume, baixa variedade, baixa variação e baixa visibilidade geralmente resultam em custos de processamento mais baixos. Já em outro extremo, Empresas com baixo volume, alta variedade, alta variação e alta visibilidade possuem custos de processamento mais altos; • Os objetivos de desempenho da produção podem ser classifi cados em 5: qualidade, rapidez, confi abilidade, fl exibilidade e custo. Alguns autores defendem um sexto objetivo, a sustentabilidade; • Para atingir os objetivos de desempenho, a Empresa precisa ter uma estratégia de produção, que determ ina o padrão global de decisões e ações, que defi ne o papel, os objetivos e as atividades da produção de forma que eles apoiem e contribuam para a estratégia de negócios da Organização. Importante! 19 UNIDADE Processo Produtivo Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Administração da Produção SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da Produ- ção, 2.ed., São Paulo: Atlas, 2002. Cap. 1. Dimensões da produção, os 4Vs. p. 48-53; Vídeos Papo de Produção #3: Objetivos de Desempenho NOMUS. https://youtu.be/9mU4zoLn8v0 Leitura Os Objetivos de Desempenho da Produção e a Competitividade das Organizações de Pequeno Porte PENOF, David Garcia. https://goo.gl/ryQhQt O Processo de Transformação – Input e Output (Entrada e Saída) WANDICK, Leão. https://goo.gl/YLrRZ7 20 21 Referências KRAJEWSKI, Lee J.; RITZMAN, Larry; MALHOTRA, Manoj. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. MOREIRA, D. A. Administração de produção e operações. 5.ed. São Paulo: Pioneira, 2000; SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 21
Compartilhar