Buscar

EPISTEMOLOGIA DA EDUCAÇÃO UNIDADE I -PEDAGOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICO DA EDUCAÇÃO 
 MEDIADORA: RAQUEL VASCONCELOS 
UNIDADE I 
 
OBJETIVOS: 
 Estudar as teorias epistemológicas que circundam a formação docente e 
determina a concepção de conhecimento dos profissionais de educação 
 
 CONTEÚDOS 
 As teorias epistemológicas que circundam a formação docente 
 As especificidades das ciências da educação – pedagogia. 
 A pedagogia: cientificidade, teorias e concepções 
 
 
EPISTEMOLOGIA 
 Epistemologia significa ciência, conhecimento, é o estudo científico que trata dos 
problemas relacionados com a crença e o conhecimento, sua natureza e limitações. É 
uma das principais áreas da filosofia, compreende a possibilidade do conhecimento, ou 
seja, se é possível o ser humano alcançar o conhecimento total e genuíno, e da origem do 
conhecimento. 
 A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do 
conhecimento, e também é conhecida como teoria do conhecimento e relaciona-se com a 
metafísica, a lógica e a filosofia da ciência. Estuda também o grau de certeza do 
conhecimento cientifico nas suas diferentes áreas, com o objetivo principal de estimar a 
sua importância para o espírito humano. 
 A epistemologia surgiu com Platão, onde ele se opunha à crença ou opinião ao 
conhecimento. A crença é um ponto de vista subjetivo e o conhecimento é crença 
verdadeira e justificada. A teoria de Platão diz que conhecimento é o conjunto de todas as 
informações que descrevem e explicam o mundo natural e social que nos rodeia. 
 A epistemologia provoca duas posições, uma empirista que diz que o conhecimento 
deve ser baseado na experiência, ou seja, no que for apreendido durante a vida, e a 
posição racionalista, que prega que a fonte do conhecimento se encontra na razão, e não 
na experiência. 
 Segundo Japiassu*, as epistemologias vivas e significativas estão centradas sobre 
as interações do sujeito e do objeto: a fenomenológica (Husserl), a construtivista e 
estruturalista (Piaget), a histórica (Bachelard), a arqueológica (Foucault), a racionalista 
crítica (Popper), e a epistemologia crítica, que teria por objetivo interrogar-se sobre a 
responsabilidade social dos cientistas e dos técnicos, sendo Habermas um de seus 
representantes. 
 
AS ESPECIFICIDADES DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – PEDAGOGIA. 
Na segunda metade do século XIX, indo da Alemanha aos países europeus, a 
teoria pedagógica se valida por constituir-se de um sentido amplo da ciência da 
educação. Campo este, científico de conhecimentos que tratam da “teoria e da prática e 
da formação” (Libâneo, 2003), não se limitando à instrução escolar. Nesta visão a 
pedagogia ultrapassaria a visão meramente metodológica para se instalar nas pautas de 
construção do pensar e refletir sobre a ação pedagógica realizada, sustentando um vasto 
campo de conhecimentos em que a sua natureza constitutiva trata da teoria e da prática 
da educação, incluindo a prática da formação humana (Libâneo, 2003). Como objeto de 
estudo se considera então: a reflexão sistemática do fenômeno educativo abrangendo as 
dimensões da prática educativa. 
A primeira das especificidades diz respeito aos campos cuja gênese é idêntica tais: 
ciências da saúde, ciências agrárias, ciências do ambiente, outros. Abrange também 
conhecimentos teórico-científicos em sub-campos que vão às diferentes áreas do 
conhecimento para fundamentar as reflexões da prática educativa, tais: história da 
educação, sociologia da educação, filosofia da educação, psicologia da educação. 
- Estes fundamentos contribuem para compor a teor reflexivo dos contextos da 
prática educativa. Mas não se pode afirmar que a natureza da pedagogia é solúvel em 
sua cientificidade simplesmente pela argumentação de sua composição a partir de um 
campo de estudos teórico-científico abrangente do conhecimento, como já vimos na 
primeira parte do texto. 
- A segunda especificidade apresenta o fato da pedagogia ter seu saber constituído 
no interior de suas práticas e não do exterior. Isto significa dizer que os investigadores 
terão que superar a relação de distanciamento e de exterioridade que existe entre o 
observador e o objeto observado, transpondo o referencial positivista e passar a exercer 
uma epistemologia da “escuta” em lugar da epistemologia do “olhar” (Canário 2005). 
- A terceira especificidade trata da separação da produção do conhecimento do 
processo de tomada de decisões visto que a investigação está diretamente implicada na 
prática educativa que constitui o seu objeto de estudo. 
 - A quarta especificidade está relacionada na percepção de que a investigação em 
educação quando produz conhecimentos sobre o campo das práticas deve considerar 
que este é atravessado pelos campos do debate filosófico e político, o que caracteriza a 
cultura, costurando o pólo do saber ao das práticas e das finalidades. Esta dinâmica 
permite que os questionamentos investigativos partam dos diferentes pólos e entre eles. 
- A última especificidade vai de encontro ao modo de “como” as ciências da 
educação constrói os objetos de investigação. O como questiona o campo onde atua e a 
realidade contida nele. Constituindo assim “horizonte problemático” (Charlot, 2001, apud 
Canário, 2005). 
Essas cinco especificidades contribuem para firmar o campo de investigação da 
pedagogia como sendo possível a construção de um saber rigoroso, específico e 
pertinente ao mesmo tempo. 
Diante das exposições sobre as ciências da educação e/ ou pedagogia [a 
terminologia é utilizada por diferentes autores para designar a área de campo do 
conhecimento sobre/ da e para a educação], vamos caminhar no sentido de apresentar 
alguns conceitos de pedagogia. 
O primeiro passo para se entender o que é pedagogia é fazer uma revisão 
terminológica. É preciso localizar o termo “pedagogia”, e analisar o campo de sua 
delimitação e o que escapa desse. “Para tal, a melhor maneira de agir é comparar o termo 
„pedagogia‟ com outros três termos que, em geral, são tomados – erradamente – como 
seus sinônimos: „filosofia da educação‟, „didática‟ e „educação‟”. (Ghiraldelli Jr., 2003: 01). 
 A educação é um ato que acontecido não se repete, é único e a experiência é 
intransferível. Vista desta forma pode-se dizer que a educação “é uma prática social da 
relação ensino-aprendizagem no tempo e no espaço” (Ghiraldelli Jr., 2003: 03). Mas o 
ensino-aprendizagem é permeado por uma relação em que há uma teoria que o sustente. 
O ato de “educar” então se dá na relação entre o professor e o estudante, com uma 
intencionalidade prevista e um conjunto de detalhes da prática-pedagógica envolvidos. 
 
A PEDAGOGIA: CIENTIFICIDADE, TEORIAS E CONCEPÇÕES 
A ciência da educação possui um significado particular perante seu caráter 
epistemológico ser considerado frágil. Considerar uma ciência da educação – pedagogia -
, advinda das práticas educativas significa considerar que a pedagogia não é um conjunto 
de enunciados advindos de outras ciências ou de uma dada filosofia. 
Trata-se de entender a pedagogia sob o viés da cientificidade, ou seja, quando se 
coloca o problema de saber da qualificação científica estamos nos referindo aos 
problemas da identificação do que é específico da ciência que confere-lhe a distinção 
daquilo que não é ciência. 
 O conhecimento científico é distinguido dos demais conhecimentos por duas 
características essenciais; o primado da teoria e a existência de um método consciente, 
explicitado e constantemente aberto a revisão e crítica (Canário 2005). Estas 
características imprimem que na ciência nada é “dado”, mas “construído”, firma o caráter 
conjetural e provisório dos fatos a serem refutados (Popper apud Canário, 2005). 
Para Bachelar (1984) o conhecimento científico não existe sem um 
questionamento. A sobrevivência do conhecimento científico está em se levantar os 
problemas e construiras suas respostas provisórias por meio da sistemática e do controle 
das informações empíricas. Assim, os problemas não estão presentes por si próprios, 
mas orientados e construídos pelos questionamentos orientando novos conhecimentos. 
Nessa dinâmica o método possibilita o pensamento e a explicação permanente e 
contínua do fato abrindo espaço para a simultaneidade de inferências teóricas externas, 
sujeitos a uma análise criteriosa e ao debate junto a comunidade científica. Podemos 
perceber, então, que quando o conhecimento é exposto a uma dada comunidade de 
investigadores essa comunidade estabelece em consenso coletivo que esse possui um 
caráter científico-teórico, conclui-se que o critério único de cientificidade não existe. 
 Esse princípio confere às ciências sociais e da educação a sua institucionalização 
(Canário 2005). Assim, ciência no momento em que se apresenta como uma variável 
histórica concede á ciência da educação esta regra. 
As ciências da educação apresenta a mesma dinâmica de caráter histórico como 
todos os demais domínios científicos. Nos séculos XIX e XX os sistemas educativos na 
esfera dos estados-nação passa pelo processo de institucionalização de seu campo de 
conhecimento específico: a produção dos conhecimentos dos fenômenos educativos, que 
é concomitante ao surgimento de campos profissionais no nível universitário que se 
consolida com a expansão escolar da década de 60 (Canário 2005). 
 Para Canário (2005) três dimensões referenciais determinam a cientificidade das 
ciências da educação e precisam ser esclarecidas: a dimensão das fronteiras da 
educação, a dimensão da identidade e a dimensão da pertinência. 
 A Pedagogia, nos diz Mazzotti (2001), é uma teoria científica que parte da prática 
considerando a epistemologia quando não utilizamos as lógicas clássicas para 
compreender esta área de estudos e, inclusive, reconhecer a interdisciplinaridade dos 
conhecimentos e os limites de cada ciência e do que é próprio da pedagogia. Em primeiro 
lugar tomar a pedagogia como tecnologia é confundi-la com a Didática Geral ou com a 
Psicopedagogia, em segundo a pedagogia vista como ciência pode se confundir com as 
Ciências Sociais e, por último, vista como Filosofia Aplicada pode se traduzir em uma 
dada Filosofia educativa. 
 É neste momento que retomamos as dimensões das ciências da educação – 
pedagogia (Canário, 2005). No quê as Ciências da educação diferem das ciências sociais. 
Na dimensão das fronteiras da educação a ruptura e intervenção de Canário (2005) é 
demasiada interessante, pois demonstra o paradoxo da luta na dissociação das fronteiras 
na área das ciências humanas, ou seja, a tentativa de distinção e partilha entre as várias 
ciências sociais no momento em que incidem sobre a investigação em que se dá a 
unidade do real e o caráter total dos fenômenos sociais e se têm a tentativa de segmentar 
a realidade para poder estabelecer uma “reserva de caça” (Ferraroti, 1986). Canário 
(2005) vê esse movimento de identificação como um dos problemas na área das ciências 
sociais. 
 Braudel (1972) propõe uma imagem para visualizarmos esta problemática: supõe 
que se todas as ciências se interessassem por uma única e comum paisagem, seja do 
passado, presente ou futuro. E que desta paisagem teriam que definir evidenciar e 
demonstrar. Neste contexto as ciências humanas teriam tantos observatórios, pois cada 
um com suas especificidades de visões, argumentos e evidencias diferentes. Os recortes 
da paisagem são fragmentos de cada área não ajustáveis. Por acaso cada área não exige 
uma imagem de conjunto para poder tornar válida a função da imagem? 
 O fato das áreas possuírem suas especificidades do fenômeno social não implica 
que estejam isoladas no único nicho de conhecimentos. As fronteiras nas ciências sociais 
podem ser evidenciadas a partir da forma de divisão do trabalho condicionadas as 
circunstâncias históricas e sociais, porém ao mesmo tempo de caracterizam por serem 
plásticas não tendo nenhuma disciplina em si o monopólio de conceitos, de métodos e 
técnicas, assuntos e ou coleta e tratamento de dados empíricos (Canário, 2005). 
 O outro problema decisivo apresentado por Canário (2005) é quanto a abordagem 
da realidade social. Considera que em qualquer abordagem da realidade social é 
recortada em função da exaustividade do problema, isso ressalta mais a referência ao 
problema a estudar do que a reconhecer a interdisciplinaridade das fronteiras. O mais 
importante do que tentar definir e justificar as fronteiras disciplinares, é centrar esforços 
na construção de objetos científicos, metodologias, e modos próprios de cada 
investigação com base em um patrimônio teórico e conceitual voltado às várias ciências 
sociais, contribuindo significativamente e consciente para a transgressão das fronteiras 
disciplinares. 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALARCÃO, Isabel (Org.). Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. 
Portugal: Porto Codex, 1996. ALARCÃO, Isabel. Escola Reflexiva e nova racionalidade. 
Porto Alegre: Artmed, 2001. 
 
ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar: novas formas de aprender. Porto Alegre: 
Artmed, 2002. APPLE, Michael W.; FIGUEIRA, Vinicius. Ideologia e currículo. 3. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2006. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; 
 
MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 2. ed. rev. São Paulo: 
Moderna, 2006. BARREIRO, Iraíde Marque de Freitas; 
 
GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de Ensino e Estágio Supervisionado na formação de 
professores. São Paulo: Avercamp, 2006. 
 
BARRETA, Roselange B. Zenere. O Estágio Supervisionado na formação de professores 
em cursos de Pedagogia. 2008. 110 f. Dissertação (Mestrado Educação) - Universidade 
do Oeste de Santa Catarina, UNOESC, Joaçaba, 2008. BECKER, Fernando. Educação e 
construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Continue navegando