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O A M B I E N T E D O S N E G Ó C I O S I N T E R N A C I O N A I S – C E N Á R I O S A C O R D O S T I P O L O G I A D E E N T R A D A E M M E R C A D O S P R O F . M A T H E U S S O U Z A U N I J O R G E 2 0 2 0 . 2 O B J E T I V O S D A S A U L A S • Conhecer as principais características estruturais do ambiente de negócios internacionais. • Identificar ferramental analítico para construção de cenários em negócios internacionais; identificar principais arranjos institucionais no âmbito dos negócios internacionais. • Classificar e comparar as possibilidades de acesso a mercados Internacionais. • Classificar e comparar as variáveis impactantes em acesso a mercados • Internacionais; identificar e comparar os critérios de competitividade de diferentes regiões/países do mundo; comparar as diferentes razões que motivam distintos atores a efetuar investimentos em outros países. • Introdução • Tema 1: Globalização e os ambientes internacionais de negócios • Relações Internacionais, política internacional e globalização na atualidade. • Noções fundamentais sobre negócios internacionais: definições, conceitos e atores. • Análise de cenários para atuação no mercado internacional: aspectos geopolíticos, econômicos e comerciais. • Os diferentes ambientes do mercado internacional: cultural, político, normativo e tendências. • Tema 2: Estratégias de internacionalização de empresas • A internacionalização do ambiente doméstico e a inserção de empresas nacionais no mercado internacional. • A inserção internacional via comércio exterior (importações e exportações). • A inserção internacional via investimento estrangeiro direto e empreendimentos colaborativos. • A inserção internacional via licenciamento, franquias. Global sourcing. • Referências S U M Á R I O RELAÇÕES INTERNACIONAIS POLÍTICA INTERNACIONAL VIDA INTERNACIONAL GLOBALIZAÇÃO NA ATUALIDADE I N T R O D U Ç Ã O • Globalização pode ser compreendida como um fenômeno multidimensional que retrata e influencia mudanças amplas na organização da atividade humana assim como um desdobramento do poder político em padrões trans ou inter-regionais (HELD, 2000). • Pode também ser descrita como um processo associado a grandes transformações que envolvem a crescente intensificação das trocas comerciais, comunicacionais e de outros tipos através das fronteiras nacionais (DELLA PORTA, 2005). • Therborn (2000): processos históricos e políticos situados em períodos muito anteriores ao século XX e compreensíveis a partir de distintas categorias, as “ondas históricas”. • o espalhamento das religiões mundiais; • as conquistas coloniais; • as lutas políticas na Europa; • o imperialismo no século XIX; • a formação de instituições e agências internacionais com forte poder de influência em países, regiões, regimes políticos e econômicos etc.; • a globalização financeira, dentre outros aspectos. G L O B A L I Z A Ç Ã O E C A D E I A S G L O B A I S D E V A L O R • Bartelson (2000) afirma que, uma vez que não há consenso acerca do que seja globalização, faz-se interessante discutir e definir o que é o global. • Globalização enquanto fenômeno compreendido a partir de três conceitos distintos: • globalização como transferência – transferência ou troca de coisas entre unidades políticas através das fronteiras nacionais (conceito que não se diferenciaria tanto dos de internacionalização ou de interdependência); • globalização enquanto processo transformador que ocorre ao nível sistêmico, transformando o próprio sistema e influenciando a identidade das unidades políticas que mantém interações em escala internacional; • globalização enquanto processo que promove ou implica na transcendência do doméstico e do internacional, dissolvendo as fronteiras entre ambos e até possibilitando o desgaste da soberania do Estado Moderno e a própria configuração sistêmica internacional fundada a partir do mesmo. G L O B A L I Z A Ç Ã O E C A D E I A S G L O B A I S D E V A L O R • Wallerstein (2000) afirma que o que se compreende como globalização já está em curso há mais de 500 anos. • Outras fontes: Milton Santos (2011), Sassen (2002; 2010)... • Intensificação das interdependências nas esferas políticas, normativas, econômicas, produtivas etc. G L O B A L I Z A Ç Ã O E C A D E I A S G L O B A I S D E V A L O R “A cadeia produtiva de bens, que anteriormente concentrava-se dentro de um determinado país e na maioria das vezes nas mãos de uma única empresa, hoje se encontra dispersa geograficamente e fragmentada em diversas etapas, nas chamadas ‘cadeias globais de valor (CGV)’” (OLIVEIRA, 2015, p. 38). GLOBALIZAÇÃO E CADEIAS GLOBAIS DE VALOR Fonte: Foreign Affairs and International Trade Canada, 2010, in Oliveira (2015, p. 73). BENEDETTI, 2015 Vinholes, 2017. • “[...] as mudanças no comércio internacional são uma resultante da junção de forças sistêmicas globalizantes aliadas às estratégias empresariais de reorganização da produção em cadeias produtivas globais em busca de maior competitividade. Os países, por meio de suas políticas comerciais, podem maximizar ou minar sua participação nesses novos padrões de comércio, mas possuem cada vez menos instrumentos para frear ou reverter a dispersão geográfica e a fragmentação dos processos produtivos nas cadeias produtivas globais” (OLIVEIRA, 2015, p. 31). • Que papel as instituições locais, líderes em seus respectivos setores e atentas ao desenvolvimento socioeconômico de sua comunidade, devem ter no enfrentamento dos desafios e no aproveitamento das oportunidades que o atual estágio da globalização apresenta? • A qualificada inserção internacional de empresas pode ser um caminho. G L O B A L I Z A Ç Ã O E C A D E I A S G L O B A I S D E V A L O R • “Os negócios internacionais referem-se ao desempenho de atividades de comércio e investimento por empresas, através das fronteiras entre os países” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 3). • Uma grande diversidade de atores compõem o ambiente dos negócios internacionais: • Estados Nacionais; • Organizações Internacionais – OMC, BM, FMI, UNCTAD, UNIDO, WEF. OCDE... • Organizações não governamentais – World Fair Trade Organization, ONG participantes do ECOSOC etc.; • Cooperativas e outros tipos de organizações produtivas; • Empresas de variados tipos, tamanhos, setores e origens. N O Ç Õ E S F U N D A M E N T A I S S O B R E N E G Ó C I O S I N T E R N A C I O N A I S : D E F I N I Ç Õ E S , C O N C E I T O S E A T O R E S • Na área dos negócios internacionais, as empresas chamadas de “focais” são aquelas que iniciam e implementam, de maneira direta, atividades naquele seguimento (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010). Destacam-se alguns tipos de empresas focais: • A multinacional: “[...] caracteriza-se por ter recursos substanciais, realizando negócios por meio de uma rede de subsidiárias e afiliadas localizadas em diversos países” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 11). Tipicamente possui, além da unidade matriz, uma rede mundial de subsidiárias e afiliados (parceiros independentes no exterior). • Ranking das Multinacionais Brasileiras. • Fortune Global 500. N O Ç Õ E S F U N D A M E N T A I S S O B R E N E G Ó C I O S I N T E R N A C I O N A I S : D E F I N I Ç Õ E S , C O N C E I T O S E A T O R E S https://www.fdc.org.br/conhecimento-site/nucleos-de-pesquisa-site/centro-de-referencia-site/Materiais/internacionalizacao_empresas_brasileiras.pdf http://fortune.com/global500/visualizations/?iid=recirc_g500landing-zone1 • As pequenas e médias empresas: também desempenham papel importante no cenário dos negócios internacionais, especialmente através das exportações. • “Elas respondem por cerca de um terço das exportações da Ásia e de um quarto das de nações ricas da Europa e da América do Norte.Em países como Itália, Coreia do Sul e China, as pequenas e médias empresas contribuem com mais de 50 por cento do total das exportações nacionais” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 11). • “Em 2016, as exportações das micro e pequenas empresas somaram US$ 2,2 bilhões, um crescimento de 10,6% (ou US$ 218 milhões) em comparação a 2015. Desde 2013, o montante de embarques de produtos de micro e pequenas empresas vem crescendo, passando de US$ 1,7 bilhões (2013) para US$ 1,9 bilhões em 2014 e US$ 2 bilhões em 2015. [...] Apesar desse crescimento, as grandes empresas ainda concentram 94,1% do valor das exportações brasileiras, que somaram US$ 185,2 bilhões em 2016. A participação das micro e pequenas empresas nas exportações ainda é de apenas 1,2%, mas esse é o maior percentual desde 2008” (MDIC, 2017). N O Ç Õ E S F U N D A M E N T A I S S O B R E N E G Ó C I O S I N T E R N A C I O N A I S : D E F I N I Ç Õ E S , C O N C E I T O S E A T O R E S • As empresas born global: “[...] jovem empreendimento [de pequeno e médio porte] que inicia negócios internacionais muito cedo em seu ciclo de vida, movendo-se rapidamente para mercados estrangeiros” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 11). • Casos brasileiros. • Outros atores dos negócios internacionais: • empresas/intermediário do canal de distribuição – oferece “[...] serviços logísticos e de marketing a empresas focais, como parte da cadeia internacional de suprimentos, tanto no país de origem quanto no exterior” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 48). • Facilitador: “[...] uma empresa ou um indivíduo com experiência em consultoria jurídica, bancária, despacho aduaneiro ou em serviços correlatos de apoio, que prestam assistência a empresas focais na realização de transações internacionais” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 48). N O Ç Õ E S F U N D A M E N T A I S S O B R E N E G Ó C I O S I N T E R N A C I O N A I S : D E F I N I Ç Õ E S , C O N C E I T O S E A T O R E S http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-26032012-205850/pt-br.php • Porque adotar estratégias de internacionalização (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 14)? • Buscar oportunidades de crescimento com a diversificação de mercado; • Obter maiores margens e lucros; • Adquirir novas ideias sobre produtos, serviços e formas de negociação; • Atender melhor a clientes importantes que se internacionalizaram; • Ficar mais próximo das fontes de suprimento, beneficiar-se das vantagens do global sourcing ou ganhar flexibilidade no fornecimento de suprimentos; • Obter acesso a fatores de produção com menor custo ou melhor valor; • Desenvolver economias de escala em suprimentos, produção, marketing e P&D; • Enfrentar a concorrência internacional com eficácia ou frustrar o crescimento da concorrência no mercado doméstico; • Investir em um relacionamento potencialmente vantajoso com um parceiro estrangeiro. N O Ç Õ E S F U N D A M E N T A I S S O B R E N E G Ó C I O S I N T E R N A C I O N A I S : D E F I N I Ç Õ E S , C O N C E I T O S E A T O R E S I N T E R N A C I O N A C I O - N A L I Z A Ç Ã O V I A C O M É R C I O D E P R O D U T O S • “The tariff schedules follow the format called the Harmonized Commodity Description and Coding System (“Harmonized System”), established by the World Customs Organization (WCO) (opens in new window). This system for classifying goods trade internationally entered into force in 1988 for those countries which were members of WCO and contains more than 5,000 six-digit subheadings, which may be subdivided further to reflect national administrative and statistical requirements” (WTO, 2020). • “The Harmonized System consists of 21 sections covering 99 chapters. These are: Section I (Chapters 1-5, live animals and animal products); Section II (Chapters 6-14, vegetable products); Section III (Chapter 15, animal or vegetable fats and oils); Section IV (Chapters 16-24, prepared foodstuffs, beverages and spirits, tobacco); Section V (Chapters 25-27, mineral products); Section VI (Chapters 28-38, chemical products); Section VII (Chapters 39-40, plastics and rubber); Section VIII (Chapters 41-43, leather and travel goods); Section IX (Chapters 44-46, wood, charcoal, cork); Section X (Chapters 47-49, wood pulp, paper and paperboard articles); I N T E R N A C I O N A C I O - N A L I Z A Ç Ã O V I A C O M É R C I O D E P R O D U T O S • The Harmonized System consists of 21 sections covering 99 chapters. These are: Section XI (Chapters 50-63, textiles and textile products); Section XII (Chapters 64-67, footwear, umbrellas, artificial flowers); Section XIII (Chapters 68-70, stone, cement, ceramic, glass); Section XIV (Chapter 71, pearls, precious metals); Section XV (Chapters 72-83, base metals); Section XVI (Chapters 84-85, electrical machinery); Section XVII (Chapters 86-89, vehicles, aircraft, vessels); Section XVIII (Chapters 90-92, optical instruments, clocks and watches, musical instruments); Section XIX (Chapter 93, arms and ammunition); Section XX (Chapters 94-96, furniture, toys, miscellaneous manufactured articles); Section XXI (Chapter 97, works of art, antiques)” (WTO, 2020). I N T E R N A C I O N A C I O - N A L I Z A Ç Ã O V I A C O M É R C I O D E P R O D U T O S I N T E R N A C I O N A C I O - N A L I Z A Ç Ã O V I A C O M É R C I O D E S E R V I Ç O S O A M B I E N T E D O S N E G Ó C I O S I N T E R N A C I O N A I S Atores “As empresas envolvidas em negócios internacionais operam em ambientes caracterizados por uma singularidade nas condições econômicas, nos sistemas políticos e jurídicos e na cultura nacional” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 3). ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA ATUAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS, ECONÔMICOS E COMERCIAIS O ambiente internacional é, muitas vezes, desconhecido das empresas que buscam internacionalizar-se. Por conta disso, podem ser perdidas oportunidades e negligenciados desafios, afetando-se direta ou indiretamente o desempenho da firma. Deste modo, com vistas a minimizar os riscos e potencializar as oportunidades, empresas e governos constroem análises do mercado a ser explorado, buscando conhecê-lo ao máximo possível. No Brasil, ministérios como o das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços já realizaram um grande trabalho na redação de guias para o exportador brasileiro. Vide série “Como Exportar”, do Invest & Export Brasil. http://www.investexportbrasil.gov.br/serie-como-exportar ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA ATUAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS, ECONÔMICOS E COMERCIAIS Outra maneira de conhecer o ambiente internacional de negócios é através da construção de cenários prospectivos. “Para auxiliar a elaboração de estratégias em ambientes complexos e marcados pela incerteza, uma técnica possível é a elaboração de cenários. Wright e Spers (2006) afirmam que elaborar cenários não é um exercício de predição, mas sim um esforço de fazer descrições plausíveis e consistentes de situações futuras possíveis, apresentando os condicionantes do caminho entre a situação atual e cada cenário futuro, destacando os fatores relevantes às decisões que precisam ser tomadas” (SILVA; SPERS; WRIGHT; COSTA, 2013, p. 727). ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA ATUAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS, ECONÔMICOS E COMERCIAIS Cenário: “Conjunto formado pela descrição da situação futura de um sistema e da cadeia de acontecimentos que permite que se passe da situação presente à situação futura. Configura um conjunto coerente e plausível de acontecimentos, seriados e simultâneos (fatos portadores de futuro e eventos futuros), aos quais estão associados atores – pessoas, grupos e instituições” (MAFRA, 2006, p. 102). Tal cenário será alcançadoatravés da aplicação de estratégia traçada para a conquista dos objetivos estabelecidos pela política, sendo, assim, o cenário desejado (MAFRA, 2006). ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA ATUAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS, ECONÔMICOS E COMERCIAIS Um cenário deve estruturar, portanto: • “Um conjunto de variáveis representativas do sistema; • Um conjunto de atores – Estados Nacionais, Organizações (internacionais, regionais e não-governamentais), grupos de pressão etc.; • Uma trajetória – eventos, comportamento de atores, variáveis etc.; • Cenas – descrição do sistema em um momento considerado (corte)” (HECK, 2004 apud MAFRA, 2006, p. 103). ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA ATUAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS, ECONÔMICOS E COMERCIAIS Existem diversas metodologias para a construção de cenários prospectivos. In: Silva; Spers; Wright; Costa, 2013, p. 729. ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA ATUAÇÃO NO MERCADO INTERNACIONAL: ASPECTOS GEOPOLÍTICOS, ECONÔMICOS E COMERCIAIS IPEA identificou 6 megatendências para a Economia Mundial até 2030 (MARCIAL, 2015, p. 117): “1) O crescimento econômico mundial, com maior concentração de renda, será sustentado pelos países emergentes. 2) O desenvolvimento da economia de inovações está criando uma nova divisão social em países desenvolvidos. 3) Aumento dos fluxos de capital em uma economia global interconectada, com novas regulamentações financeiras e bancárias. 4) A responsabilidade fiscal dos governos permanecerá como uma das principais questões de governança global. 5) Crescimento da demanda por energia e de sua oferta por meio de uma matriz energética diversificada, com aumento do peso das energias renováveis. 6) Crescimento da demanda mundial por alimentos”. OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS • Marketing Internacional: • Gestão Mercadológica com foco mais amplo, devendo além dos 4 Ps tradicionais, considerar fatores externos como cultura, política e economia internacionais. OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS Objetivos do Marketing Internacional: Reconhecer e desenvolver oportunidades no mercado mundial, estando consciente das ameaças de concorrentes estrangeiros em todos os mercados e usando eficazmente as redes de distribuição internacionais. O Ambiente do Marketing Internacional: Consiste em agentes e forças externas que afetam a habilidade da empresa em desenvolver e manter transações e relacionamentos bem-sucedidos com os consumidores-alvo (KOTLER, 2000). OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS Ambiente Econômico Tipos de estrutura industrial Economias de subsistência Economias exportadoras de matérias-primas Economias em fase de industrialização Economias industrializadas ESTRUTURA INDUSTRIAL DISTRIBUIÇÃO DE RENDA OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS Ambiente Econômico OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS Ambiente Cultural A empresa deve verificar os seguintes fatores antes de planejar um programa de marketing em um determinado país. O que os consumidores pensam de determinados produtos e como o utilizam Tradições, preferências e comportamentos culturais Normas e comportamentos de negócios OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS Ambiente Político-legal: Pelo menos quatro fatores político-legais devem ser considerados ao se decidir se a empresa deve ou não fazer negócios com determinado país: Atitudes em relação à compra interna- cional Burocracia governamental Estabilidade política Regulamentações monetárias OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS Ambiente Político-legal: Manifestações possíveis do risco político para a internacionalização de empresas (COSTA; FIGUEIRA, 2017, p. 83): • “regulação de incentivo à internacionalização; • critérios vagos na aprovação oficial do IDE; • conteúdo local de regras de exigência; • limites de remessas; • tributação discriminatória; • perda de proteção de direitos autorais; • controle de preços de produtos; • distância cultural; • atitudes hostis de elites e da sociedade em relação ao IDE e atitude hostil para com os estrangeiros (violência, intolerância e restrições sobre o trabalho); • guerra, revolução, golpe de Estado, expropriação, tributação, desvalorização, controles de câmbio e restrições às importações”. OS DIFERENTES AMBIENTES DO MERCADO INTERNACIONAL: CULTURAL, POLÍTICO, NORMATIVO E TENDÊNCIAS Ambiente Político-legal: Regulamentação publicitária • Na África do Sul, as propagandas comparativas são proibidas. • No Brasil, propagandas de cerveja não podem trazer personagens infantis. • Na Itália é proibido passar propagandas durante os desenhos animados. A INTERNACIONALIZAÇÃO DO AMBIENTE DOMÉSTICO E A INSERÇÃO DE EMPRESAS NACIONAIS NO MERCADO INTERNACIONAL FORÇAS PROPULSORAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS: • Acordos econômicos regionais; • Necessidades e desejos do mercado; • Tecnologia; • Melhorias de comunicação e transporte; • Custos de desenvolvimento do produto; • Qualidade. FORÇAS RESTRITIVAS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS: • Miopia gerencial e Cultura organizacional; • Controles e Barreiras Nacionais tarifárias e não tarifárias; • Monopólio de comunicações; • Xenofobia; • Protecionismo; • Controle de comunicações; • Padrões técnicos diferentes (NTSC, e PAL). A INTERNACIONALIZAÇÃO DO AMBIENTE DOMÉSTICO E A INSERÇÃO DE EMPRESAS NACIONAIS NO MERCADO INTERNACIONAL Fonte: Cavusgil; Knight; Riesenberger, 2010, p. 10. A INTERNACIONALIZAÇÃO DO AMBIENTE DOMÉSTICO E A INSERÇÃO DE EMPRESAS NACIONAIS NO MERCADO INTERNACIONAL Estratégias de entrada e expansão internacional: critérios de decisão • Objetivos da empresa; • Risco político; • Acesso ao mercado; • Custos e condições dos recursos; • Condições de transporte; • Infraestrutura do país (mercado-alvo); • Câmbio. A INTERNACIONALIZAÇÃO DO AMBIENTE DOMÉSTICO E A INSERÇÃO DE EMPRESAS NACIONAIS NO MERCADO INTERNACIONAL Análise competitiva global: Avaliar o ambiente de marketing global Decidir se ingressa ou não no mercado internacional Decidir em que mercados ingressar Decidir como ingressar no mercado Decidir o programa de marketing global Decidir a organização para o marketing global F o n te: K o tab e; H elsen , 2000, p . 245 Possui produtos que podem ser vendidos no exterior? Deve-se pesquisar mercados estrangeiros? Triagem preliminar mostra potencial nos países-alvo? Análise de dados secundários indica alto potencial de vendas? Dados primários (campo) dá validade aos secundários? O modo de entrada é o mais apropriado à empresa e ambiente? Plano de marketing é mais adequado face aos recursos e objetivos? Devemos entrar no agora no mercado estrangeiro? Deve pesquisar novos mercados? O desempenho é satisfatório? SIM - Operação Retirar-se Exclusivo Reprogramar a estratégia Retardar o processo de entrada Refazer o plano de marketing Reprogramar ou mudar o modo de entrada Continua no mercado doméstico SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM A INTERNACIONALIZAÇÃO DO AMBIENTE DOMÉSTICO E A INSERÇÃO DE EMPRESAS NACIONAIS NO MERCADO INTERNACIONAL Dados sobre os ambientes domésticos e internacionais para negócios Ranking Doing Business do Banco Mundial. Perfil do Brasil. http://portugues.doingbusiness.org/rankings http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/brazil/#trading-across-borders A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA COMÉRCIO EXTERIOR(IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES) Exportação é a operação de remessa de bens e serviços, nacionais ou nacionalizados para outro território aduaneiro, após cumprida as exigências legais e comerciais, gerando a entrada de divisas. Por que exportar? • Necessidade de operar em um mercado de volumes; • Pedidos casuais de importadores; • Dificuldades no mercado interno; • Melhor aproveitamento das estações; • Possibilidades de melhores preços; • Melhor programação da produção; • Prolongamento do ciclo de vida de um produto. A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA COMÉRCIO EXTERIOR (IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES) Exportação: opção inicial para a maioria das empresas. – Exportação indireta; – Exportação direta. A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO E EMPREENDIMENTOS COLABORATIVOS Principais características do IED (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 328): 1. Representa um comprometimento maior de recursos; 2. Implica presença e operações no local; 3. Possibilita alcançar eficiência na escala global – escolha dos locais de operação com base nas suas vantagens comparativas; 4. Envolve riscos e incertezas substanciais; 5. Os investidores diretos devem lidar mais intensamente com as variáveis sociais e culturais presentes no mercado que os recebe; 6. Muito em decorrência do ponto anterior, as multinacionais tendem a se esforçar para se comportar de maneira socialmente responsável nos países que as recebem. A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO E EMPREENDIMENTOS COLABORATIVOS In: CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 332). A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO E EMPREENDIMENTOS COLABORATIVOS Tipos de investimento estrangeiro direto: • Investimento greenfield: “ocorre quando uma empresa investe para construir uma nova fábrica ou uma nova instalação administrativa ou de marketing, em vez de comprar instalações existentes. Como o nome indica, greenfield (lote baldio), a empresa normalmente investe em um lote de terreno vazio e constrói uma fábrica de produção, de comercialização controlada ou outras instalações para seu uso próprio” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 332). • Aquisição: “implica um investimento direto ou a compra de uma empresa já existente” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 332). 7 – A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO E EMPREENDIMENTOS COLABORATIVOS • Subsidiárias (greenfield ou aquisições) • Benefícios: • Controle total da operação pela matriz; • Apropriação total do lucro; • Interação completa com o mercado; • Incentivos fiscais. • Limitações: • Enormes investimentos de tempo e capital; • Os riscos políticos e econômicos são maiores que todas as outras opções de entrada. • Fusão: “tipo especial de aquisição em que duas empresas se juntam para formar uma empresa nova e maior” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 332). • Caso Embraer – Boeing. A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO E EMPREENDIMENTOS COLABORATIVOS Tendências internacionais dos investimentos e novas políticas industriais. https://unctad.org/en/pages/PublicationWebflyer.aspx?publicationid=2769 A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO E EMPREENDIMENTOS COLABORATIVOS Iniciativas colaborativas internacionais: “Um empreendimento colaborativo é essencialmente uma parceria entre duas ou mais empresas e inclui tanto joint ventures com participação acionária quanto investimentos não acionários, baseados em projetos” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 335). Acordo de interlicenciamento: “é um investimento não acionário, baseado em um projeto, no qual um parceiro tem acesso à tecnologia licenciada desenvolvida pelo outro em condições preferenciais. [...] duas empresas poderiam fazer um acordo de distribuição cruzada em que cada parte tem o direito de distribuir os produtos ou serviços produzidos pelo outro em condições preferenciais” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 337). Exemplo: Star Alliance. Franchising: forma de licenciamento em que o franqueador dá ao franqueado o direito de uso do negócio e a marca registrada. O pacote pode incluir o plano de marketing, manuais, treinamento, etc. A I N S E R Ç Ã O I N T E R N A C I O N A L V I A L I C E N C I A M E N T O , F R A N Q U I A S . G L O B A L S O U R C I N G https://www.franchisedirect.com/top100globalfranchises/rankings?page=1 A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA LICENCIAMENTO, FRANQUIAS. GLOBAL SOURCING Outros tipos de contratos internacionais: • Turnkey: “são acordos em que a empresa focal ou um consórcio de empresas planeja, financia, organiza, gerencia e executa todas as fases de um projeto no exterior e, em seguida, o entrega ao cliente estrangeiro após capacitar o pessoal local” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 361). Exemplo: obras infraestruturais (metrôs). • Acordos de build-operate-transfer (BOT): similar ao turnkey, mas a empresa contratada explora o empreendimento durante algum tempo antes de passá-lo à administração do contratante. Usado em obras de infraestrutura de transportes, telecomunicações e outros (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 362). • Contratos administrativos ou de gestão: envolvem know-how especializado para a gestão de um empreendimento determinado – hotel, hospital, aeroporto etc. • Leasing A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA LICENCIAMENTO, FRANQUIAS. GLOBAL SOURCING Global sourcing: “é a aquisição de produtos ou serviços de fornecedores independentes ou de subsidiárias da própria empresa localizadas no exterior para o consumo no país de origem ou em outro país” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 375). Integração às cadeias globais de valor. A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA LICENCIAMENTO, FRANQUIAS. GLOBAL SOURCING In: CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 376. A INSERÇÃO INTERNACIONAL VIA LICENCIAMENTO, FRANQUIAS. GLOBAL SOURCING Outsourcing: “as empresas normalmente compram de fornecedores externos os produtos ou serviços que são periféricos às ofertas principais da empresa, têm um custo mais baixo ou quando o fornecedor é especializado na prestação de serviços muito específicos” (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010, p. 376). Contrato de produção: empresa negocia com fabricante local a produção de partes ou do produto inteiro. O marketing é de responsabilidade da empresa internacional. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Ricardo. Bases teóricas do planejamento estratégico. Apresentação em Power Point, 2009. BARTELSON, Jens – Three concepts of globalization. International Sociology, 15(2): 180-196, 2000. BENEDETTI. Força Aérea Brasileira – olhando para o futuro. XII Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional, 2015. Apresentação em Power Point. BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. Defesa 2035 – visão prospectiva. Apresentação de Power Point. Disponível em: <defesa.gov.br/arquivos/ensino_e.../defesa.../cenarios_defesa2 035.pptx>. Acesso em setembro de 2015. CAVUSGIL, S. Tamer; KNIGHT, Gary; RIESENBERGER, John R. Negócios internacionais: estratégia, gestão e novas realidades. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. REFERÊNCIAS COSTA, Luiz Paulo da Silva; FIGUEIRA, Ariane Cristine Roder. Risco político e internacionalização de empresas: uma revisão bibliográfica. Fundação Getúlio Vargas. Cadernos EBAPE.BR, v. 15, nº 1, Artigo 4, Rio de Janeiro, Jan./Mar. 2017. DELLA PORTA, Donatella. Globalizations and Democracy. 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