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Teoria dos Jogos na Mediação de Conflitos

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Teoria dos Jogos na Mediação de Conflitos
A mediação pode ser definida como uma negociação facilitada ou conseguida por
um terceiro¹. Há quem prefira uma definição mais completa dizendo assim que a
mediação é "um processo auto-compositivo segundo o qual as partes em disputa
são auxiliadas por uma terceira parte neutra ao conflito ou por um painel de pessoas
sem interesse na causa, para se chegar a uma composição".
De maneira simples, conforme o Manual de Mediação Judicial do Conselho Nacional
de Justiça, a mediação é um método de resolução de disputas onde é
desenvolvido um processo composto por vários atos que são entendidos como
procedimentos e, através de tais atos, o terceiro imparcial vai facilitar a negociação
entre as pessoas em conflito, permitindo que elas compreendam melhor suas
posições e a encontrem soluções que se possam ir de encontro aos seus interesses
e necessidades.
A Teoria dos Jogos traz uma visão interdisciplinar do estudo do comportamento
humano e fornece as bases teóricas necessárias para que se entenda a interação
entre os agentes envolvidos em um contexto de disputa. O objeto de sua análise
pode ser compreendido através da matemática, economia, além de outras ciências
sociais e comportamentais.
Aborda dois aspectos que merecem relevância: o cooperativo e o competitivo.
Assim, a Teoria dos Jogos pode ser vista como ferramenta de análise de condutas a
serem observadas em situações conflitantes entre agentes racionais.
https://www.researchgate.net/publication/322620971_Aplicacao_da_Teoria_dos_Jogos_na_Mediacao_de_Conflitos_O_Equilibrio_de_Nash_como_Estrategia_de_Maximizacao_de_Ganhos
https://www.researchgate.net/publication/322620971_Aplicacao_da_Teoria_dos_Jogos_na_Mediacao_de_Conflitos_O_Equilibrio_de_Nash_como_Estrategia_de_Maximizacao_de_Ganhos
https://www.researchgate.net/publication/322620971_Aplicacao_da_Teoria_dos_Jogos_na_Mediacao_de_Conflitos_O_Equilibrio_de_Nash_como_Estrategia_de_Maximizacao_de_Ganhos
Comportamentos competitivos são alvos de objetivos pessoais; comportamentos
cooperativos ensejam ganhos mútuos.
É nessa perspectiva que se busca analisar a eficácia da mediação com base nessa
teoria, uma vez que esse método de solução de conflitos se destacados demais pela
valorização dos interesses e sentimentos dos indivíduos inseridos num ambiente de
controvérsia.
Dessa forma, o presente estudo objetiva examinara Teoria dos Jogos e sua
vinculação ao conflito, de maneira a estabelecer como e em que situações a
mediação será a solução que mais se aproxima à plena satisfação das partes.
A Teoria dos Jogos faz parte de um dos ramos da matemática aplicada e da
economia que tem como objeto de estudo a análise de situações estratégicas em
que os envolvidos baseiam a sua conduta na expectativa de comportamento da
pessoa com a qual interage. (AZEVEDO, 2013, p.53)
A definição trazida por Tavares (2012, p. 10 e 11), aduz que:
conflito, com o objetivo de indicar as estratégias ótimas para cada uma dela e
alcançar os melhores resultados possíveis[...] A Teoria dos Jogos pressupõe que os
jogadores estabeleçam um programa de jogo que lhes possibilite alcançar
resultados ótimos sem deixar de levar em conta que os concorrentes também
tentariam estabelecer planos similares.
Na visão de Marinho (2011,p.41):
A Teoria dos Jogos é um método matemático para abordar formalmente os
processos de tomada de decisão por agentes que reconhecem sua interação mútua
do tipo: "penso que você pensa o que eu penso sobre você mesmo". Ou seja,
sempre que minha decisão é baseada no que eu acho que você vai fazer, em
função do que você entende que eu mesmo vou decidir, a Teoria dos Jogos entra
em ação.
Essa teoria, conforme Almeida(2003, p. 183),tem como objeto a análise matemática
de qualquer situação que envolva um conflito de interesses, de maneira a descobrir
as melhores opções, diante de condições específicas, para que se alcance o
objetivo desejado por um jogador racional.
Salienta Oliveira Filho (2011, p.251) que:
O uso de experimentos por modelos de jogos para formalizar situações de conflito,
visa detectar os aspectos mais importantes de cada circunstância, e que influenciam
as deliberações, bem como o comportamento dos agentes
O objeto do estudo é conflito em si. Sabemos que o conflito ocorre quando temos
duas situações incompatíveis e que precisam ser resolvidas. E, nessa teoria, o
conflito é a situação onde duas pessoas têm que desenvolver uma estratégia para
conseguir alcançar seus objetivos.
Se fizermos uma analogia ao porque, de como a teoria dos jogos pode ser aplicada.
Por exemplo: quando alguém utiliza o blefe, para induzi a jogada do adversário
fazendo com que ele jogue de acordo com o seu planejado, visando o seu ganho.
Essa ideia é vista da seguinte maneira: basear suas ações no pensamento que eu
tenho a respeito da jogada do meu concorrente, que também se baseia nas ideias
das minhas possíveis jogadas.
Isso pode ser chamado de “Equilíbrio de Nash”, que nada mais é do que fazer com
que as pessoas entendam que, se ambas cooperarem, ambas terão um resultado
positivo. Diferente do que acontece quando se há competição e o resultado não é o
esperado. Com esse entendimento, “vencer a dinâmica” deixou de ser ganhar mais
do que o oponente” para tornar- se “otimizar ou maximizar os ganhos diante de um
determinado contexto”.
Segundo dispõe Almeida (2003, p.177), John von Neumann foi considerado o pai
da Teoria dos Jogos, por ter sido o primeiro a aprofundar os estudos sobre a referida
teoria, além de ter fornecido o arcabouço teórico para a sua construção. Como dito,
foi responsável pela afirmação da economia como ciência exata, nos seguintes
termos:
Essa noção econômica foi introduzida na teoria de John von Neumann, na medida em
que toda a sua teoria é voltada a jogos de soma zero, i.é, aqueles nos quais um dos
competidores, para ganhar, deve levar necessariamente o adversário à derrota.
Não obstante John von Neumann, para fundamentar que todos os jogos de várias
pessoas podem ser reduzidos a jogos de duas pessoas, ter considerado o papel da
comunicação entre os envolvidos (para produzir coalizões e garantir que cada jogo possa
ser transformado em jogos de duas pessoas), sua teoria é totalmente não-cooperativa.
Observa-se que a ideia de competição era a base estratégica para o
comportamento humano.Assim, com o matemático John Forbes Nash, rompe-se
com o paradigma da economia, trazendo a ideia de cooperação como possibilidade
de maximizar ganhos individuais.
Depreende-se da análise de Tavares (2012, p.12) que:
John Nash mostrou que, mesmo sob o prisma das hipóteses da teoria
neoclássica, a interação entre indivíduos pode possibilitar o alcance de
seus objetivos individuais, ou seja, o alcance de um resultado estável,
em que nenhum dos jogadores teria incentivo para se desviar dele.
Dessa forma, enquanto Neumann evidenciava a ideia de competição, John Nash
inovou com o elemento cooperativo na Teoria dos Jogos, que, para ele, não seria
incompatível com o pensamento de ganho individual.
A teoria dos jogos se mostra especialmente importante para a mediação e demais
processos auto-compositivos por apresentar respostas a complexas perguntas como
se a mediação produzisse bons resultados apenas quando as partes se comportam
de forma ética ou ainda se a mediação funciona apenas quando há boa intenção das
partes².
A maneira como cooperação e competição se relacionam em um processo de
resolução de disputas, deve ser vista através do pensamento de racionalidade que
visa otimizar resultados e não deve ser entendida como um aspecto ético da
conduta das pessoas envolvidas.
Isto é, se em uma relação continuada uma das partes age de forma não cooperativa,
esta postura deve ser examinada como um desconhecimento da forma mais
eficiente de ação para seu conflito³, seja por um alto envolvimento emocional ou seja
pela ausência de um processo concreto de onde se usar o racional e a ação
executar tal tarefa4.Importante mencionar que a negociação deve ser justa e
sensata e deve envolver o interesse de ambas as partes.
Pode- se afirmar então, que nas dinâmicas conflituosas de relações continuadas as
a tendência é que as partes sempre ganhem com soluções cooperativas. Merece
destaque também que, por um prisma puramente racional, as partes tendem a
cooperar não por razões altruístas5, mas visando a otimização de seus ganhos
individuais.
O estudo da Teoria dos Jogos tem como fundamento analisar situações de conflito,
nas quais os envolvidos baseiam suas decisões conforme a utilidade que se
pretende atingir.
Para tanto, deverá escolher a melhor estratégia, a partir do que se espera daqueles
que estão inseridos no mesmo contexto, de maneira a encontrar um equilíbrio que
seja a melhor opção para se obter ganhos.
A relevância da Teoria dos Jogos é reconhecida, já que pode ser aplicada a
situações do cotidiano, onde precisa-se adequar o comportamento individual à
previsibilidade das condutas das pessoas com as quais se interage, de maneira a
agir competindo ou cooperando.
Assim, através dos fundamentos da Teoria dos Jogos pode-se melhor compreender
a função da mediação, que é fazer com que as partes envolvidas num conflito
entendam que a conduta cooperativa pode ser a melhor opção para maximizar seus
próprios ganhos, o que trará como consequência a geração de benefícios mútuos.
A mediação de conflitos destaca-se,entre os métodos adequados de resolução de
conflitos, como instrumento de efetivação da paz social, uma vez que trata os
envolvidos no litígio de maneira diferenciada, educando-o para que seja capaz de
resolver suas próprias demandas, presentes ou futuras.
O mediador, através de suas habilidades cognitivas e aplicação de técnicas de
mediação, atua como facilitador do diálogo entre as partes, com o intuito de tornar a
comunicação possível e produtiva, além de evidenciar e auxiliá-las a resolver os
reais interesses e necessidades, vinculados aos sentimentos. A ideia é empoderar
os mediandos, para que se sintam aptos e capazes de pensar na melhor solução,
que atenda a justiça de cada um.
A ausência de diálogos tem como consequência, muitas vezes, processos
competitivos com resultados destrutivos, onde fatalmente os ganhos serão
minimizados.
Podemos concluir que a teoria dos jogos aplicada na mediação faz com que as
partes entendam que basear suas decisões na decisão do outro é um método de
cooperação, para que no final o seu resultado seja satisfatório.
REFERÊNCIAS
MOORE, Cristopher W. O Processo De Mediação: Estratégias Práticas Para A
Resolução De Conflitos. 2. ed. Porto Alegra: Artmed, 1998. Páginas 102-104
MANUAL DE MEDIAÇÃO JUDICIAL. Conselho Nacional de Justiça. Página 20, 62
e 63. Disponível Em -
http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbf
ec54.pdf>.
Manual de Mediação Judicial – CNJ
1 item página 20
AZEVEDO, André Gomma de (Org.). Manual de mediação judicial. Brasília, DF:
Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), 2013.
TAVARES, Jean Max. Teoria dos Jogos Aplicada à Estratégia Empresarial. Rio de
Janeiro: LTC, 2012.
MARINHO, Raul. Prática na Teoria: aplicações da teoria dos jogos e da evolução
aos negócios. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
OLIVEIRA FILHO, José de. Teoria dos Jogos. Vivendo e aprendendo a jogar.Um
encaminhamento aos jogos da vida. Aracaju: Info Graphics, 2011.
Manual de Mediação Judicial – CNJ
2 item, página 62
3 item, página 63
4 item, página 63
Guia de Conciliação para Magistrados, Ministério da Justiça – página 79
5 item
https://jus.com.br/tudo/processo
http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.pdf
http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.pdf
	A mediação pode ser definida como uma negociação f

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