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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
 
 
BEM-VINDO AO CURSO
Nas últimas décadas, a indústria química desenvolveu-se a ritmo acelerado e em muitos países 
representa um dos principais fatores de progresso econômico. Por outro lado, além dos benefícios 
potenciais desta situação, os acidentes incrementaram-se significativamente durante a produção, 
manipulação, utilização, transporte, armazenagem e disposição dse substâncias químicas, com o 
subseqüente dano à saúde da população, ao meio ambiente e às propriedades. 
Com freqüência acontecem acidentes nos países da Região da América Latina e Caribe com 
produtos perigosos, os quais requerem precauções e cuidados específicos para controlar e diminuir 
seu impacto. Por tal motivo, torna-se necessária a intervenção de pessoas devidamente treinadas.
Neste curso, você como usuário, começará uma experiência de Auto-instrução que lhe permitirá 
conhecer os temas relacionados com a prevenção, preparação e resposta aos acidentes 
envolvendo produtos perigosos.
Qual é o objetivo deste curso?
Objetivo geral do curso 
Fornecer os elementos teóricos e práticos, bem como a metodologia para implementar as ações no 
âmbito nacional e regional referentes aos preparativos para emergências e desastres químicos nos 
países da Região de América Latina e Caribe.
Objetivos específicos
● Analisar o impacto dos acidentes químicos na Região das Américas;
● Analisar as políticas, estratégias, organização e responsabilidades dos grupos envolvidos 
nos acidentes químicos;
● Conhecer as principais técnicas de análise de risco nas instalações perigosas para a 
prevenção de acidentes e planejamento de ações de resposta;
● Aplicar os conceitos de prevenção e planejamento em situações de emergência 
relacionadas com substâncias químicas;
● Conhecer os diferentes equipamentos de proteção individual utilizados quando se trabalha 
com produtos perigosos;
● Descrever as ações de mitigação e remediação nas situações de emergência;
● Conhecer os principais recursos de informação para serem usados nas emergências 
químicas;
● Realizar exercícios práticos relacionados com simulações de acidentes químicos.
Quem fez possivel este curso?
Este curso é o resultado de um trabalho conjunto entre o Centro Colaborador OPAS/OMS visando 
o atendimento de emergências em casos de desastres, com sede na CETESB, São Paulo, Brasil e 
a Organização Pan-Americana da Saúde através do Programa de Preparativos para Casos de 
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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
Desastres (PED), a Divisão de Saúde e Ambiente (HEP) e o Centro Pan-Americano da Engenharia 
Sanitária e Ciências do Ambiente (CEPIS/OPAS).
O conteúdo técnico do material apresentado foi desenvolvido por uma equipe de profissionais da 
Região vinculados com este tópico. A tradução ao português foi feita pelo CEPIS/OPAS com o 
apoio de FUNASA/Brasil e da Representação de OPAS/OMS em Brasil. O desenho das páginas do 
curso foi um trabalho desenvolvido pela equipe de informática do CEPIS/OPAS.
A quem está direcionado?
O curso está direcionado a pessoas como você que tem interesse na prevenção, preparação e 
resposta aos acidentes quimicos.
O que esperamos de você?
O nosso propósito é que o material deste curso lhe ajude a melhorar o seu desempenho como 
participante nos programas que o seu país esteja fazendo sobre este tema. Esperamos os seus 
comentários e sugestões para melhorar este trabalho.
Seus comentários e sugestões por favor envia-los a: Dr. Diego González Machín
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mailto:dgonzale@bra.ops-oms.org
mailto:dgonzale@bra.ops-oms.org?subject=Curso%20de%20Auto-instru%E7%E3o%20Preven%E7%E3o,%20Prepara%E7%E3o%20e%20Resposta%20para%20Desastres%20envolvendo%20Produtos%20Qu%EDmicos
CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
 
 
GERAIS
Acidentes ambientais - conceitos básicos
Edson Haddad, CETESB - Brasil
Os acidentes químicos na América Latina 
Lilia A. Albert - México
Responsabilidades na prevenção, preparação e resposta às emergências 
químicas
Diego González Machín, CEPIS/OPAS
Organizações internacionais envolvidas em ações de prevenção, preparação 
e resposta a emergências químicas
Diego González Machín, CEPIS/OPAS
Centro colaborador OPAS/OMS para emergências químicas
Edson Haddad, Nilda Fernícola & Ricardo Rodrigues Serpa CETESB-Brasil
Os Centros de Informação Toxicológica nas emergências químicas
Diego González Machín, CEPIS/OPAS
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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
 
 
 
ACIDENTES AMBIENTAIS: CONCEITOS BÁSICOS
Edson Haddad
 
Introdução | Identificação e avaliação de riscos| Planejamento de um sistema para 
atendimento a acidentes ambientais de origem tecnológica | Considerações gerais | Anexo 1 | 
Anexo 2 | Bibliografia
 
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1. Introdução
Os Acidentes Ambientais podem ser definidos como sendo eventos inesperados que afetam, direta 
ou indiretamente, a segurança e a saúde da comunidade envolvida, causando impactos ao meio 
ambiente como um todo. 
Os Acidentes Ambientais podem ser caracterizados de duas formas distintas:
a. Desastres Naturais: 
Ocorrências causadas por fenômenos da natureza, cuja maioria dos casos independe 
das intervenções do homem. Incluem-se nesta categoria os terremotos, os 
maremotos, os furacões, etc.
b. Desastres Tecnológicos: 
Ocorrências geradas pelas atividades desenvolvidas pelo homem, tais como os 
acidentes nucleares, vazamentos durante a manipulação de substâncias químicas, 
etc.
Embora estes dois tipos de ocorrências sejam independentes quanto às suas origens (causas), em 
determinadas situações pode haver uma certa relação entre as mesmas, como por exemplo uma 
forte tormenta que acarrete danos numa instalação industrial. Neste caso, além dos danos diretos 
causados pelo fenômeno natural, pode-se ter outras implicações decorrentes dos impactos 
causados nas instalações da empresa atingida. 
Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem contribuir para a ocorrência dos 
acidentes naturais, como por exemplo o uso e ocupação do solo de forma desordenada pode vir a 
acelerar processos de deslizamentos de terra.
No entanto, os acidentes naturais, em sua grande maioria são de difícil prevenção, razão pela qual 
diversos países do mundo, principalmente aqueles onde tais fenômenos são mais constantes, têm 
investido em sistemas para o atendimento à estas situações.
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http://www.cepis.ops-oms.org/apquimicos-pt/tutorial.exe?tema=14&file=index.html&GlobalLink=apquimicos-pt
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Já, no caso dos acidentes de origem tecnológica, podemos dizer que a grande maioria dos casos é 
previsível, razão pela qual há que se trabalhar principalmentena prevenção destes episódios, sem 
esquecer obviamente da preparação e intervenção quando da ocorrência dos mesmos.
Assim, pode-se observar que para os acidentes de origem tecnológica, aplica-se perfeitamente o 
conceito básico de gerenciamento de riscos, ou seja, um risco pode ser diminuído atuando-se tanto 
na "probabilidade" da ocorrência de um evento indesejado, como nas "conseqüências" geradas por 
este evento. 
Entre os diversos tipos de acidentes, pode ser destacado como de especial interesse o acidente 
químico, que pode ser definido como um acontecimento ou situação que resulta da liberação de uma 
ou várias substâncias perigosas para a saúde humana e/ou o meio ambiente, a curto ou longo 
prazo. 
As conseqüências dos acidentes químicos estão associadas a diferentes tipos de impactos no meio 
ambiente, as pessoas ou o património (público e privado). Desta forma, a seguir, resumem-se os 
danos causados por eventos:
● Perda de vidas humanas
● Impactos ambientais
● Danos à saúde humana
● Danos económicos
● Efeitos psicológicos na população
● Compromisso da imagem na indústria e o governo
Na década de 80, a preocupação com os acidentes industriais ganhou grande ênfase, no tocante à 
prevenção destas ocorrências, principalmente após os casos de Chernobyl, Cidade do México e 
Bhopal, quando diferentes programas passaram a ser desenvolvidos, contemplando não só os 
aspectos preventivos, mas também os de intervenção nas emergências. Dentre estes programas 
pode-se destacar The Emergency Planning and Community Right-to-Know Act; CAER-Community 
Awareness and Emergency Response; APELL - Awareness and Preparedness for Emergency at 
Local Level e International Metropolis Committee or Major Hazards, entre outros.
No transcorrer deste trabalho serão apresentadas algumas linhas básicas para a identificação e 
avaliação de riscos e para prevenção de acidentes ambientais de origem tecnológica, bem como 
para a adoção de medidas, rápidas e eficientes, quando da ocorrência destes episódios.
2. Identificação e avaliação de riscos
O primeiro passo, tanto para a prevenção, como para uma intervenção eficiente, deve ser a 
identificação e avaliação dos riscos a que uma região está exposta, de modo que ações possam ser 
desenvolvidas para a redução destes riscos, seu gerenciamento e planejamento de intervenções 
emergenciais.
No caso dos acidentes tecnológicos envolvendo substâncias perigosas deve-se desenvolver os 
trabalhos seguindo a sequência abaixo, a qual obviamente pode ser adaptada às condições 
específicas de uma determinada região:
a. Levantamento estatístico de acidentes com substâncias perigosas na região em estudo;
b. Levantamento das atividades que manipulam substâncias perigosa
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● indústria; 
● comércio; 
● terminais; e 
● sistemas de transportes: rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e por dutos. 
c. Caracterização das substâncias e respectivas quantidades;
d.Identificação dos riscos e das possíveis conseqüências causadas por eventuais acidentes 
envolvendo as atividades e produtos identificados;
e. Implantação de medidas para a redução dos acidentes e gereciamento de riscos.
Estas atividades, além de propiciarem resultados do ponto de vista preventivo (redução e 
gerenciamento dos riscos), fornecerá informações de fundamental importância para o planejamento 
de um sistema para atendimentos aos acidentes tecnológicos na região em estudo (Figura 1). 
Figura 1 - Atividades Preventivas Iniciais para a 
Elaboração de um Sistema para Atendimento a 
Acidentes Ambientais
Dependendo da região a ser estudada, esta etapa pode ser bastante demorada e complexa, razão 
pela qual é importante a criação de um Grupo de Trabalho, envolvendo todos os segmentos da 
sociedade envolvidos com o assunto, de forma que os trabalhos possam ser agilizados e 
contemplem, de forma detalhada, os itens anteriormente mencionados.
3. Planejamento de um sistema para atendimento a acidentes ambientais de 
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origem tecnológica
Da mesma forma que na etapa anterior, o planejamento de um sistema para atendimento a 
acidentes deve ser desenvolvido por grupo de trabalho multi-disciplinar que contemple os diversos 
segmentos da sociedade envolvidos com o assunto, razão pela qual o grupo deve contar com 
especialistas das diferentes áreas envolvidas.
Antes do início dos trabalhos para a elaboração de um sistema para o atendimento aos acidentes 
deverão ser identificados os diferentes sistemas de emergência existentes na região, ou seja:
● Corpo de Bombeiros;
● Polícia;
● Assistência médica; etc.
O sistema de emergência a ser elaborado e implantado deve contemplar as peculiaridades da região 
e dos órgãos participantes; assim, deve-se procurar aproveitar ao máximo as estruturas já 
existentes, adaptando-se quando necessário.
O sistema para atendimento a acidentes deve contemplar os seguintes aspectos:
a. Recursos Humanos
Especialistas nas diferentes áreas envolvidas (defesa civil, médicos, meio ambiente, 
etc) e disponibilidade de materiais e equipamentos em quantidades suficientes para 
atender aos possíveis acidentes previamente estudados.
b. Sistema de Comunicação
Definido o sistema para acionamento dos órgãos, de acordo com o tipo e porte do 
acidente, deve-se implantar, ou mesmo adaptar os sistemas existentes, de modo 
que, quando do acionamento, também durante o atendimento aos acidentes, possam 
ser estabelecidas as comunicações necessárias de forma rápida e com a 
confiabilidade necessária.
O sistema de comunicação deve contemplar telefones (linhas discadas e privadas), 
rádios e fac-símiles, entre outros.
c.Rotinas Operacionais
Para cada um dos possíveis acidentes estudados deverão ser definidas rotinas de 
procedimentos para o combate aos sinistros prevendo sempre a organização 
hierárquica durante a emergência, bem como as funções a serem desempenhadas 
pelos diferentes órgãos participantes e os recursos a serem mobilizados.
d. Treinamentos
A implantação do sistema de atendimento deverá ser precedida por treinamentos de 
diferentes tipos e em diversos níveis, dentre os quais pode-se destacar:
● treinamento de coordenadores;
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● treinamento dos participantes;
● treinamento de jornalistas;
● treinamento da comunidade.
e. Manutenção do Sistema
Periodicamente o sistema deverá ser reavaliado, atualizado e aperfeiçoado, com 
base nas experiências vividas, de forma que o mesmo mantenha o nível desejado do 
ponto de vista de eficiência ao longo do tempo. Da mesma forma, é importante 
lembrar que a realização de treinamentos periódicos contribui de forma significativa 
para a manutenção de um sistema eficiente, razão pela qual deve-se prever 
programas periódicos para a realização destes eventos.
4. Considerações gerais
Não se pode ignorar a possibilidade da ocorrência de acidentes ambientais envolvendo produtos 
químicos. No entanto, deve-se procurar reduzir ao máximo possível a probabilidade de ocorrência 
destes episódios, procurando portanto desenvolver ações preventivas adequadas.
Da mesma forma, é necessário o desencadeamento de ações corretivas eficazes para a redução 
dos impactos causados ao meio ambiente, quando da ocorrência dos acidentes.
Com base no anteriormente exposto, pode-se dizer que o gerenciamento de acidentes ambientais 
passa por duas etapas distintas, para cada qual cabem ações diferenciadas,conforme mostrado no 
quadro da Figura 2.
P
R
E
V
E
N
Ç
Ã
O 
IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS
AVALIAÇÃO DOS RISCOS E DE SUAS CONSEQÜÊNCIAS
REDUÇÃO DOS RISCOS
PLANO DE EMERGÊNCIA
TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO
 
I
N
T
E
R
V
E
N
Ç
Ã
O 
AVALIAÇÃO DO ACIDENTE
ACIONAMENTO
MOBILIZAÇÃO
ASSISTÊNCIA EMERGENCIAL
RECUPERAÇÃO
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A prevenção de acidentes ambientais, bem como a minimização dos seus impactos, só poderá ser 
realizada de forma eficaz através da elaboração de um sistema adequado, que deverá ser 
permanentemente atualizado e aperfeiçoado, tendo sempre como objetivos:
a. Preservar a vida humana;
b. Evitar impactos significativos ao meio ambiente;
c. Evitar ou minimizar as perdas materiais.
Nas situações emergenciais deve-se procurar agir de forma coordenada com a participação de 
todos os envolvidos, razão pela qual o estabelecimento de planos específicos, associados a 
treinamentos regulares, são importantes para o sucesso destas operações.
As seguintes entidades são as que geralmente atuam nas emergências químicas:
● Defesa civil
● Ministério/Secretaria da Saúde
● Instituições relacionadas com o ambiente
● Polícia militar
● Corpo dos bombeiros
● Indústrias
● Representantes da comunidade
Essa forma de ação integrada normalmente contempla a coordenação por parte da Defesa Civil, à 
qual compete-lhe atuar como órgão facilitador para a movilização dos recursos de materiais e 
especialistas, deste modo, a resposta à situação de emergência poderá ser rápida e eficaz, 
diminuindo assim os impactos resultantes do acidente.
Anexo 1. Principais Acidentes Ambientais no Brasil 
Data Local Atividade Produto Causa Consequências 
21/9/72 
Rio de 
Janeiro Estocagem GLP BLEVE 37 mortes, 53 feridos 
26/3/75 
Rio de 
Janeiro Navio Petróleo Colisão Vazamento de 6.000 ton. 
9/1/78 
São 
Sebastião Navio Petróleo Colisão Vazamento de 6.000 ton. 
31/5/83 Porto Feliz Estocagem 
Resíduos 
clorados 
Colisão de 
veículo 
Vazamento de 500 ton. 
Contaminação de 
rio/poços 
14/10/83 Bertioga Duto Petróleo 
Queda de rocha 
no duto 
Vazamento de 2.500 ton.
Impactos em manguezal 
25/02/84 Cubatão Duto Gasolina 
Corrosão
Erro humano 
Vazamento de 1200 m3
Incêndio - 93 mortes 
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25/5/84 São Paulo Duto Nafta Rompimento 
Vazamento de 200 m3
2 mortes 
25/1/85 Cubatão Duto Amônia Rompimento 
Evacuação de 6.500 
pessoas 
18/3/85 
São 
Sebatião Navio Petróleo Colisão 
Vazamento de 2.500 ton.
Contaminação de 
praias/ilhas 
10/10/91 Santos Estocagem Acrilonitrila 
Explosão
Incêndio 
Poluição do ar e do mar 
25/2/92 Cubatão Indústria Cloro Vazamento 
300 kg
37 intoxicados 
3/9/98 Santos Armazenamento DCPD 
Explosão
Incêndio 
Contaminação/Fogo no 
Estuário de Santos 
8/9/98 Araras Caminhão tanque 
Gasolina/
Óleo diesel 
Explosão
Incêndio 
55 mortes 
Anexo 2. Principais Acidentes Ambientais no Mundo
Data Local Atividade Produto Causa Consequências 
16/4/47 Texas City, USA Navio Nitrato de 
Amônio 
Explosão 552 mortes
3000 feridos 
4/1/66 Feyzin, França Estocagem Propano BLEVE 18 mortes, 81 feridos
Perdas de US$ 68 
milhões 
13/7/73 Potchefstroom, 
África do Sul 
Estocagem Amônia Vazamento 18 mortes
65 intoxicados 
1/6/74 Flixborough, UK Planta de 
Caprolactama 
Ciclohexano Explosão
Incêndio 
28 mortes, 104 
feridos
Perdas de US$ 412 
milhões 
10/7/76 Seveso, Itália Planta de 
processo 
TCDD Explosão Contaminação de 
grande área, devido 
a emissão de dioxina 
6/3/78 Portsall, UK Navio Petróleo Encalhe 230.000 ton.
Perdas de US$ 85,2 
milhões 
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11/7/78 San Carlos, 
Espanha 
Caminhão-tanque Propeno VCE 216 mortes, 200 
feridos 
19/11/84 Mexico City Estocagem GLP BLEVE
Incêndio 
650 mortes, 6400 
feridos
Perdas de US$ 22,5 
milhões 
3/12/84 Bhopal, Índia Estocagem Isocianato de 
metila 
Emissão 
tóxica 
4000 mortes
200000 intoxicados 
28/4/86 Chernobyl, Rússia Usina nuclear Urânio Explosão 135.000 pessoas 
evacuadas 
3/6/89 Ufa, Rússia Duto GLN VCE 645 mortes
500 feridos 
24/3/89 Alasca, USA Navio Petróleo Encalhe 40.000 ton.
100.000 aves 
11/3/91 Catzacoala Planta de 
processo 
Cloro Vazamento
Explosão 
Perdas de 
US$ 150 milhões 
22/4/91 Guadalajara, 
México 
Duto Gasolina Explosão 300 mortes 
15/2/96 Mill Bay, UK Navio Petróleo Falha 
operacional 
70.000 ton.
2300 pássaros 
mortos 
5. Bibliografia consultada
● ROSSIN, Antonio C. Prevenção de Acidentes Ambientais, CETESB, São Paulo, 1986.
● OPS. Manual sobre Preparacion de Los Servicios de Agua Potable y Alcantarillado para 
Afrontar Situaciones de Emergencia, 1990.
● METROPOLIS. Metropolis International Major Hazard Committee World Association of the 
Major Metropolises, Paris, 1988.
● UNEP. Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level (APELL), Paris, 1988.
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http://www.cepis.ops-oms.org/tutorial1/p/acciambi/acciambi.ppt
http://www.cepis.ops-oms.org/apquimicos-pt/tutorial.exe?tema=14&file=index.html&GlobalLink=apquimicos-pt
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OS ACIDENTES QUÍMICOS NA AMÉRICA LATINA
Lilia A. Albert
 
Introdução| Quem se prejudica com os acidentes químicos? | Quais são os custos para os 
governos? | Alguns dados específicos |Panorama Geral | Alguns fatores comuns | Algumas 
deficiências do registro de acidentes químicos na América Latina | Situação atual 
 
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1. Introdução
As substâncias químicas podem ser perigosas por diversas razões. Podem, por exemplo, ser tóxicas 
a curto e longo prazo; podem ser explosivas, inflamáveis, corrosivas, radiotivas ou reativas. Porém, 
a presença simultânea de várias substâncias em um mesmo local acresce de maneira considerável 
o risco de acidentes, com conseqüências graves.
Os acidentes químicos são o resultado de emissões não controladas, ao ambiente, de uma ou várias 
substâncias nocivas para a saúde, para o ambiente ou bens materiais.
Ainda que estes acidentes tenham se iniciado com o desenvolvimento tecnológico da humanidade, o 
seu número aumentou na Europa e nos Estados Unidos a partir da Revolução Industrial. Também 
aumentaram no mundo todo, após a Segunda Guerra Mundial, com o impressionante 
desenvolvimento industrial que se seguiu, com o incremento em número e quantidade de 
substâncias químicas, e com o consumo de energia, e portanto de combustíveis de diversos tipos. 
Tudo isso contribuiu para elevar o número de acidentes químicos no mundo e aumentar também a 
sua gravidade.
Os acidentes químicos estão associados a vazamentos, derramamentos, explosões, incêndios, etc, 
de substâncias perigosas,tanto devido pela libração desses materiais quanto por eventuais reações 
químicas que podem resultar na formação de outros materiais. Muito freqüentemente acontecem 
ambas as coisas; ou seja, no início pode ocorrer um vazamento, derramamento, explosão, etc, com 
a qual está associada uma ou mais substâncias químicas, o que propicia que se formem outras 
substâncias e estas entrem no ambiente. Portanto, os acidentes químicos são acontecimentos 
perigosos para a comunidade da redondeza, não somente no momento em que ocorrem, como 
também podem causar graves danos a longo prazo e em locais relativamente afastados.
Os riscos de que aconteçam estes acidentes e de que as suas conseqüências sejam graves ou 
mesmo irreparáveis, dependem das características e quantidades da substância ou substâncias 
envolvidas, as condições de manipulação, a natureza dos processos associados, a vulnerabilidade 
do entorno e as condições das populações potencialmente expostas.
As conseqüências destes acidentes depende em grande parte da eficiência na atuação frente a 
estas emergências. Os acidentes químicos são basicamente de dois tipos:
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1. Agudos: Estão associados com a explosão, fuga, derramamento ou incêndio de uma ou mais 
substâncias químicas dentro de uma instalação, tal como uma fábrica ou um armazém, ou 
durante o transporte. Os seus efeitos são imediatos. Geralmente estes acidentes são motivo 
de uma ampla cobertura nos meios de comunicação porque causam um dano considerável e 
às vezes afetam um número significativo de pessoas.
Exemplos deste tipo de acidentes abundam na literatura mundial. É só lembrar os casos de 
Bhopal, Seveso, Chernobyl e Basiléia (outros continentes), e na América Latina os de San 
Juanico e Guadalajara no México, Goiânia no Brasil e aquele que aconteceu na estrada de 
Caracas a Valência na Venezuela. Vale lembrar também, os repetidos casos de 
contaminação de alimentos com praguicidas como o "paratión", que provocaram um número 
elevado de vítimas em países como a Colômbia e México desde fins dos anos 60 até 
meados da década de 70.
2. Crônicos: Estão associados com a emissão contínua ao ambiente, por um tempo 
prolongado, de uma substância que causa a contaminação da água, incorpora-se na cadeia 
alimentar ou contamina os solos e/ou os alimentos da região. Os acidentes deste tipo são 
difíceis de controlar oportunamente, uma vez que seus efeitos podem demorar anos até 
serem evidentes. Nestes casos também é muito difícil determinar com certeza o número de 
vítimas e a magnitude dos efeitos adversos a longo prazo sobre o ambiente e a saúde.
Entre os acidentes deste tipo em outras regiões do mundo estão os muito conhecidos 
da Baía de Minamata no Japão e as doenças conhecidas como Itai-Itai e Yusho 
também no Japão, bem como a síndrome de óleo tóxico na Espanha.
Na América Latina aconteceram vários casos similares ao de Minamata; entre eles, 
os da contaminação com mercúrio da Baía de Cartagena; a Lagoa de Maracaibo; a 
Lagoa de Manágua e Salvador na Bahia, Brasil. Porém com relação a este eventos, a 
informação que se soube a seu respeito foi parcial e não foi amplamente divulgada. 
Em todos estes casos, o mercúrio chegou ao ambiente como resultado da operação 
de fábricas de cloro que usavam tecnologia antiga. É importante lembrar que estas 
fábricas foram vendidas (ou passadas) à América Latina pela companhia Pennwalt, 
quando viu-se a necessidade de substituir este tipo de tecnologia nas suas indústrias 
nos Estados Unidos, pelas quais requerem o uso de diafragma.
A contaminação de solos e águas ao redor da fábrica "Cromatos do México" 
localizada ao norte da cidade do México, que aconteceu no princípio dos anos 
cinqüenta e cujos efeitos ainda perduram, foi um dos primeiros casos de 
contaminação ambiental por detritos perigosos na América Latina e causou um 
número elevado de vítimas por motivo da exposição prolongada a cromatos, bem 
como a poluição ambiental da região, que ainda persiste.
Outro caso de tipo crônico foi o causado pela ingestão de sementes tratadas com 
fungicidas constituídos por mercúrio na Guatemala, similar aos casos prévios, do 
Iraque e Paquistão. Este último demorou em ser corretamente diagnosticado por falta 
de conhecimento por parte dos responsáveis pela solução do problema.
2. Quem se prejudica com os acidentes químicos?
2.1 Os de tipo agudo
a. Em primeira instância, os empregados que estão perto do local do acidente, além da 
primeira equipe a chegar no local; isto é, os bombeiros e o pessoal de emergências 
de saúde como a Cruz Vermelha. Mesmo assim, estes riscos podem ser reduzidos se 
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os indivíduos acima receberem capacitação específica e contarem com equipamento 
adequado de proteção.
b. As comunidades próximas. Os casos de Bhopal, Seveso, San Juanico e Guadalajara 
são uma amostra clara de que os riscos destes acidentes extendem-se além dos 
limites da empresa e que afetam, às vezes gravemente, as comunidades próximas.
c. As gerações seguintes. O que poderá acontecer como resultado do acidente de 
Chernobyl, e nos casos da vara radiativa na Cidade Juarez, México e Goiânia, Brasil? 
Ainda que estes casos sejam menos documentados e não tenham um 
acompanhamento adequado, a exposição de grande número de pessoas às 
substâncias radioativas por um período prolongado, antes de que as autoridades 
tivessem controle sobre o problema, permite pensar que também nestes locais 
poderão ocorrer efeitos transgeracionais.
d. Os outros paises. A explosão que ocorreu na Basiléia em 1986 e provocou a 
contaminação do rio Ri com diversos praguicidas, mostrou o potencial da 
contaminação além-froteiras destes acidentes.
2.2 Os de tipo crônico
Dependendo das características geográficas da região e do tempo que dure o vazamento ou 
emissão do agente tóxico, o dano pode chegar a um local relativamente pequeno ou maior e, em 
função do nível da poluição ambiental que resulte, pode afetar uma ou mais gerações.
Por exemplo, ainda que em Minamata tenha-se reconhecido oficialmente 439 mortes e 1.044 
afetados irreversivelmente pela ingestão de peixe contaminado por mercúrio ou pela exposição 
indireta na etapa pré-natal devido a que as mães ingeriram peixe contaminado com mercúrio, 
diversos autores calculam que o número de pessoas afetadas na área ao redor da baía foram pelo 
menos 10.000. Outros afirmam que o coeficiente intelectual (QI) das crianças da região que 
nasceram durante o episódio é aproximadamente vinte pontos menor que o QI das crianças da 
mesma idade nascidas nas regiões do Japão afastadas de Minamata.
3. Quais são os custos para os governos?
A partir dos dados disponíveis sobre os custos da reparação nos acidentes de Seveso, Bhopal, 
Basiléia e Guadalajara, pode-se concluir que seria uma economia considerável para os governos e 
inclusive um magnífico investimento, começar a tomar precauções básicas para evitar os acidentes 
químicos nos seus respectivos países ou, pelo menos, reduzí-los, bem como para minimizar os 
danos imediatos e a longo prazo que afetarão a população por um tempo considerável.
No caso dos acidentes químicos isto significa que, sem importar onde nem como aconteçam, 
PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR.
4. Alguns dados específicos
Ainda que muito poucas, as informações que se dispõem indicam que, atualmente, os acidentes 
químicos são um problema de grande magnitude na América Latina. Assim, entre 1978 e 1985, só 
no estado de São Paulo, Brasil, registraram-se 90 episódios, dos quais 72%foram causados por 
petróleo e seus derivados. No México, entre novembro de 1984 e outubro de 1985 (um ano depois 
do acidente de San Juanico) apareceram nos jornais nacionais informação sobre 34 episódios, a 
maioria deles, associados com praguicidas e metais pesados; 28 destes eventos causaram 2.321 
casos de intoxicação e 271 mortes, o que dá uma taxa de mortandade de 12%.
Também no México, entre fevereiro de 1991 e dezembro de 1992, de acordo com os jornais 
nacionais, aconteceram 113 acidentes químicos, nos quais predominaram os vazamentos e os 
derramamentos de substâncias químicas, com uma freqüência total de 72%. Porém neste, como no 
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caso de São Paulo, segundo os registros disponíveis, é impossível obter o número de pessoas 
afetadas assim como as taxas de mortandade e mortalidade associadas com o acidente.
Segundo dados colhidos pelo Centro de Informação Química para Emergências (CIQUIME) na 
Argentina – sem contar os acidentes causados pela contaminação de vinho com álcool metílico que, 
formalmente, deveriam ser considerados como acidentes químicos – durante 1992 houve 15 
acidentes com um total de 89 lesionados e 6 mortes. Em um deles, inclusive, houve risco de 
exposição de 700.000 pessoas. Nestes acidentes, assim como nos do México, também 
predominaram fugas e derramamentos, com uma proporção total de 60,0%.
Na Argentina, a maior porcentagem destes acidentes (73,33%) aconteceu nas instalações fixas, o 
que coincide com o informado pela Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR) dos 
Estados Unidos, segundo a qual a proporção de acidentes nas instalações fixas nesse país foi 
calculada em 71,3%. É importante dizer que, segundo dados do CIQUIME, 40% dos acidentes antes 
citados foram causados por substâncias consideradas como tóxicos agudos (classificação 6.1 das 
Nações Unidas).
5. Panorama Geral
Em 1987 foi realizada uma oficina no Rio de Janeiro, sob o patrocínio da Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) e do seu Centro Pan-Americano de Ecologia Humana e Saúde (ECO-
OPAS/OMS), no qual os especialistas da Região analisaram algumas das características que podem 
influir sobre a freqüência dos acidentes químicos.
Em 1987, entre os principais dados ali reunidos, destacam-se:
a. 40% do comércio mundial de produtos químicos nos países em vias de desenvolvimento 
realizava-se nos países da América Latina.
b. 70% da indústria química da Região encontrava-se no Brasil, no México e na Argentina.
c. 50% das instalações da indústria localizava-se em áreas de alta densidade populacional, 
seja nas próprias cidades ou, como no caso de San Juanico no México, nas redondezas 
destas, nas zonas marginais, de baixo poder econômico, escassa cultura e pouca influência 
política.
d. Na América Latina, as áreas de higiene e segurança industrial muito freqüentemente são 
adiadas nos planos de investimento das empresas, quando não definitivamente deixadas de 
lado perante outras prioridades.
e. Não existe uma consciência clara dos riscos entre o pessoal das empresas (gerentes, 
supervisores, trabalhadores) nem entre as autoridades.
f. Não existe suficiente participação ativa do setor saúde nos planos de segurança e resposta 
aos acidentes químicos. Quando chega a existir, geralmente são secundárias ante as 
decisões dos outros setores, por exemplo, no caso do México, os setores de governo, defesa 
e ambiente têm, por lei, a competência para agir nestes casos.
g. Em termos gerais, não se deu importância suficiente aos planos, orçamentos, nem na 
prática, à conscientização dos dirigentes (oficiais ou privados), à capacitação dos 
responsáveis diretos pelo controle e supervisão, nem obviamente, adotar equipamento de 
proteção adequado ao pessoal de primeira resposta e a capacitá-lo.
6. Alguns fatores comuns
Se analisarmos os acidentes químicos que aconteceram na América Latina até o presente, conclui-
se que há vários fatores comuns.
a. Na maioria dos casos houve, pelo menos, uma manipulação pouco cuidadosa – ou pouco 
informada – sobre as substâncias cujo potencial de dano é extremamente alto. Predomina o 
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desconhecimento geral sobre os riscos que cada tecnologia específica pode representar 
para a saúde e o ambiente. Isto faz com que as autoridades não estejam conscientes dos 
riscos em sua zona de influência ou que não se encontrem preparadas para enfrentar os 
acidentes ou as conseqüências.
b. Estes acidentes começam a reduzir-se, em número e gravidade, nos países desenvolvidos; 
especialmente depois do que aconteceu em Seveso, Itália, que motivou a Comunidade 
Européia a emitir o chamado Diretivo de Seveso. Não obstante, chama a atenção que estes 
acidentes estejam aumentando em vez de diminuir nos países em desenvolvimento, e 
particularmente em alguns dos conhecidos como recentemente industrializados (newly 
industrialized countries ou NIC, pelas suas siglas em inglês). Estes são principalmente 
Argentina, Brasil, México e Venezuela. Além disso, como se comprovou no caso de 
Guadalajara, México, cada vez mais vem aumentando o número de vítimas e a magnitude 
dos danos materiais que os acidentes causam.
c. Além disso, na América Latina os problemas associados com a industrialização acelerada 
são relativamente novos, e ainda não houve tempo de estabelecer medidas realmente 
eficientes para a prevenção e controle destas emergências.
d. Também é possível que a falta de um registro correto dos dados disponíveis sobre estes 
acidentes impeça que seja feito um acompanhamento correto, que permita identificar 
tendências e causas, e avaliar corretamente os dados.
e. Em termos gerais, sem contar com as atividades imediatas para o controle do acidente, é 
muito pouco o que se faz na Região para conhecer e reduzir as suas conseqüências a longo 
prazo.
7. Algumas deficiências do registro de acidentes químicos na América Latina
Entre as principais deficiências encontram-se as seguintes:
a. Não existe um critério homogêneo nos diferentes países sobre o que considera-se um 
acidente químico. Por isso, as discrepâncias entre os países impedem realizar uma 
avaliação sistemática integral e chegar a conclusões úteis. Por exemplo, dependendo dos 
países, pode-se integrar sob este item os acidentes individuais, intoxicações ocupacionais e 
catástrofes.
b. É notória a falta de um registro organizado e computadorizado dos acidentes químicos que 
cubra pelo menos os acidentes mais importantes que aconteçam na Região, incluindo a 
perda de vidas humanas, danos materiais ou magnitude da contaminação ambiental 
resultante do acidente.
c. Um problema adicional é a falta de um sistema uniforme para o registro destes acidentes. 
Assim, em alguns países existe algum sistema, enquanto que em outros não há nada;
d. Os registros de morbidade e mortandade relacionados com estes casos variam, geralmente 
de deficientes a inexistentes, além disso, a maioria dos que existem não são sistemáticos.
e. Os dados sobre produção, transporte e uso de substâncias químicas nos países não são 
completos nem atuais, ou estão dispersos, o que faz difícil o seu recolhimento, integração e 
análise.
f. Com freqüência, os melhores dados sobre acidentes químicos na Região são obtidos na 
imprensa cotidiana, ainda que, como é de se esperar, a maioria destas notícias refiram-se a 
casos críticos, nos quais a mortandade ou os outros danos materiais imediatos são elevados.
g. Praticamente não se realizam pesquisas sistemáticas depois dos acidentes. Isto impede que 
os dados disponíveis sejam analisados em conjunto, dificultando a avaliação dos casos e 
freqüentemente interferindono diagnóstico da causa dos acidentes originando qundo muito, 
resultados de baixa qualidade.
h. Em qualquer caso, e indepente da qualidade dos registros, a participação do setor saúde é 
mínima ou inexistente. Quando existe, reflete um grau importante da falta de informação das 
autoridades respectivas sobre este tipo de problemas e as suas repercussões no setor 
saúde.
Sobre isto, é interessante ressaltar que nos Estados Unidos a Agência de Substâncias 
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Tóxicas e Registro de Doenças (ATSDR) iniciou um programa para registrar os acidentes 
químicos em cinco Estados desse país.Para surpresa dos responsáveis do programa, 
encontrou-se que:
1. Embora três diferentes agências estivessem empenhadas em realizar registros de 
acidentes, nem todas registravam todas as ocorrências. Da mesma forma, um 
mesmo evento era registrado por mais de uma vez gerando dessa forma, banco de 
dados sobre ou subestimado.
2. O segundo achado de importância neste estudo foi que, contra a idéia geral, a maior 
parte dos acidentes não acontecia durante o transporte, mas sim dentro das 
instalações das empresas que fabricavam, armazenavam ou utilizavam as 
substâncias químicas.
Este segundo achado permite supôr que, muito freqüentemente, as empresas não informam sobre 
seus acidentes quando os controlam antes de que causem um dano ao exterior.
8. Situação atual
Com estes antecedentes é possível imaginar qual é o panorama atual na América Latina quanto à 
prevenção de acidentes químicos e a sua atenção eficiente –imediata, e a longo prazo. Além disso, 
pode-se vislumbrar o panorama quanto ao controle do próprio acidente, o atendimento de feridos e 
evacuados, a reabilitação do local (se ficou contaminado) sem colocar em risco excessivo os 
empregados, o pessoal de primeira resposta, e a população próxima.
O panorama da Região sobre os acidentes químicos não mudou de maneira importante desde a 
Oficina que se realizou em 1987. Portanto, pode-se afirmar que continua sendo práticamente o 
mesmo e que, nestes casos, o mais freqüente é que ocorram juntamente a ignorância, a 
irresponsabilidade e o risco.
Pelo exposto, considera-se que a previsão da citada Oficina ainda é válida em afirmar que o próximo 
acidente químico de importância na Região acontecerá no México, no Brasil ou na Argentina.
Portanto, é responsabilidade dos governos, dos organismos internacionais, das associações de 
industriais e dos cidadãos como um todo, trabalhar para reduzir este tipo de riscos e suas 
conseqüências adversas para a população e o meio ambiente.
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RESPONSABILIDADES NA PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E 
RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS
Diego González Machín
 
Introdução| Responsabilidades e funções| Conclusão | Bibliografia
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1. Introdução
A prevenção, preparação e resposta a um acidente químico é responsabilidade de todos nós. A 
eficiência no cumprimento das atribuições de cada instituição ou nível participante, permitirá que um 
plano coordenado de resposta à emergência seja desenvolvido, o que contribuirá na diminuição das 
conseqüências.
As atribuições variam de acordo com o alcance geográfico, internacional nacional, regional e local, e 
de acordo com o tipo de atividade que desempenhe a instituição, a qual pode ser, reguladora, 
assistencial, preventiva, acadêmica, etc. 
As responsabilidades de cada participante na prevenção, preparação e resposta a um acidente 
químico, objetivo principal desta apresentação, foram definidas pelo PNUMA (Programa das Nações 
Unidas para o Meio-Ambiente) através da Metodologia APELL, que define o rol das autoridades 
nacionais e locais, da industria e da comunidade. Por outro lado, a OCDE (Organização de 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) enfatiza o papel das autoridades públicas, dos 
trabalhadores e da empresa. Além disso, a OMS (Organização Mundial da Sáude), através do 
Programa Internacional de Segurança de Substâncias Químicas (IPCS), cumpre as funções do setor 
saúde nas diferentes instâncias. A seguir, serão mencionadas as principais atribuições descritas por 
instância ou entidade à qual pertencem.
2. Responsabilidades e funções
2.1 Das autoridades públicas 
(Fonte: Principios guías de la OCDE para la prevención, preparación y respuesta a acidentes 
químicos)
● Motivar todos os setores da sociedade sobre a necessidade das ações de prevenção, 
preparação e resposta a acidentes químicos. 
● Estabelecer objetivos de segurança e garantir que estes sejam atingidos. 
● Definir uma estrutura de controle clara e coerente. 
● Monitorar a segurança em instalações perigosas. 
● Incentivar a pesquisa e informe dos acidentes; gerar e executar os instrumentos que os 
facilitem. 
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● Estabelecer procedimentos apropriados para a avaliação de impacto ambiental de 
instalações perigosas cuja construção seja projetada. 
● Defender o "direito a saber da comunidade" para garantir ao público potencialmente afetado, 
o acesso à informação adequada sobre instalações perigosas. 
● Criar programas de preparação para as emergências incluindo o desenvolvimento de 
simulações. 
● Propiciar o desenvolvimento, execução, implantação e atualização dos planos de 
emergência na localidade e fora dela, em coordenação e participação de todos os 
envolvidos, incluindo os administradores de instalações perigosas, empregados e 
comunidades vizinhas. 
● Garantir que os sistemas de alarme de acidentes sejam disponíveis para avisar ao público 
potencialmente afetado. 
● Facilitar e promover a disseminação de informações e intercâmbio de experiências ligadas à 
prevenção, preparação e resposta a acidentes. 
Para cumprir estas responsabilidades as autoridades públicas no nível nacional e local, devem 
possuir uma equipe técnica devidamente capacitada, além de recursos adequados. 
As responsabilidades acima mencionadas competem a todas as autoridades públicas, incluídas 
aquelas de saúde em todos os níveis (nacional, regional e local). Porém, há algumas 
responsabilidades que são específicas das autoridades públicas de saúde, como:
● Gerar planos do setor saúde para a resposta a acidentes, incluindo as funções.
● Normalizar os elementos básicos do Plano de Resposta, tais como:
● Determinar as funções de todas as partes envolvidas na resposta a acidentes.
● Identificar as possíveis situações de emergência.
● Fazer um inventário dos perigos.
●Identificar os recursos.
● Garantir a disponibilidade e subministração de antídotos.
● Examinar as necessidades de comunicação.
● Avaliar as necessidades de informação: bibliotecas básicas
● Usar os centros de informação toxicológica e centros de resposta química nas 
emergências.
● Identificar os laboratórios toxicológicos
● Criar um sistema de aviso de casos de emergências.
● Fornecer locais alternativos para a assistência das vítimas
● Desenvolver sistemas para a recepção e o manejo de grandes quantidades 
de pacientes ("triagem").
● Estabelecer um sistema de alerta para os profissionais da saúde.
● Desenvolver e executar programas de capacitação dos profissionais da 
saúde, incluindo as simulações.
● Estabelecer comunicação com o público.
● Fomentar a pesquisa.
● Criar mecanismos de cooperação internacional.
● Fomentar os programas de conscientização e preparação local, por exemplo, 
mediante a aplicação do processo de Conscientização e Preparação para 
Emergências no nível Local (APELL) do PNUMA ou outras entidades 
semelhantes.
2.2 Dos produtores de substâncias químicas
Promover a administração segura de qualquer substância perigosa que for produzida por eles 
através do ciclo de vida total da substância, consistente com o princípio de "acompanhamento do 
produto".
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2.3 Dos administradores de instalações perigosas
● Função principal: projetar, construir e operar uma instalação perigosa de forma segura. 
Desenvolver os meios para realizá-los e incorporar a proteção à saúde e ao meio-ambiente 
como parte integral das atividades economicas da empresa.
● Tentar atingir o objetivo: "zero acidentes".
● Garantir que os perigos sejam identificados e classificados, e que os meios para reduzi-los e 
eliminá-los estejam estabelecidos.
● Garantir que os procedimentos de segurança de operações estejam documentados.
● Garantir que todos os empregados, incluindo os temporários, recebam o treinamento 
adequado para desempenhar suas tarefas.
● Executar as medidas de segurança, tais como: evitar ou minimizar o uso de substâncias 
potencialmente perigosas, substituir substâncias mais tóxicas por outras menos tóxicas, 
simplificar os processos, reduzir ao mínimo as exposições , etc.
● Assegurar a qualidade durante a construção da instalação perigosa.
● Garantir a transferência de informação.
● Garantir a disponibilidade dos equipamentos de proteção individual.
● Supervisar e garantir a conveniência dos armazéns de substâncias perigosas.
● Monitorar regularmente a segurança das instalações.
● Fornecer, em cooperação com as autoridades públicas, informações adequadas sobre ações 
que serão tomadas em caso de acidentes.
● Desenvolver, executar, implantar e atualizar os planos de emergência.
● Identificar e avaliar os acidentes que possam ocorrer nas instalações e suas possíveis 
conseqüências.
● Implantar no local sistemas de detecção de acidente ou ameaça de acidente de forma que a 
equipe de resposta a emergências tome ciência imediata do ocorrido.
● Pesquisar todos os incidentes significativos para identificar as causas e implantar ações para 
corrigir qualquer deficiência na tecnologia ou procedimentos.
2.4 Dos empregados
Fazer o trabalho de forma segura e contribuir ativamente ao desenvolvimento de políticas e práticas 
de segurança.
2.5 Das agências de ajuda financeira
● Ajudar na redução da probabilidade de acidentes com substâncias potencialmente perigosas 
e oferecer assistência técnica, educação e treinamento para desenvolver a capacidade e 
infra-estrutura institucional.
● Filtrar as propostas de ajuda de maneira adequada para minimizar a possibilidade que estes 
projetos de ajuda possam contribuir a criar, sustentar ou acrescentar um risco irracional de 
um acidente relacionado às substâncias perigosas.
● Monitorar e fazer o acompanhamento dos projetos com o objetivo de garantir que os 
requisitos de segurança essenciais sejam cumpridos.
● Fornecer ajuda financeira para desenvolver políticas e procedimentos que reduzam os riscos 
de acidentes em instalações perigosas.
Muitas das responsabilidades, embora recaiam com maior força sobre uma entidade específica, 
precisam do trabalho coordenado de várias instituições. Alguns exemplos que justificam esta 
informação podem ser:
● A realização de inventários de perigos. Nesse caso pode-se solicitar a participação das 
autoridades locais, os responsáveis pelo órgão ambiental e de medicina preventiva, polícia, 
corpo de bombeiros, hospitais, centros de controle de emergências, defesa civil e 
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autoridades militares, indústria, etc.
● Os programas de conscientização e preparação local, por exemplo, a aplicação do processo 
de conscientização e Preparação para Emergências no nível Local (APELL) do PNUMA que 
precisam do trabalho conjunto do governo, da indústria e a comunidade.
● A capacitação do pessoal através de simulações deve-se aproximar ao máximo à realidade e 
contar com a participação de todos os setores envolvidos.
2.6 Dos organismos internacionais
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio 
de Janeiro, Brasil, em junho de 1992, adotou a Agenda 21. No capítulo 19, dedicado somente às 
substâncias químicas reconheceu-se a necessidade de fomentar a cooperação internacional 
eficiente com relação à prevenção, preparação e resposta às emergências químicas. Além disso, 
ressaltou-se a necessidade que os organismos internacionais, incluída a Organização Mundial da 
Saúde / Organização Pan-Americana da Saúde, Organização de Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE), Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (PNUMA) Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) e outros, juntem os seus esforços a fim de melhorar a preparação 
dos países para enfrentar os acidentes químicos. Para fazê-lo, estes esforços deverão estar 
dirigidos a:
● Fornecer uma base científica avaliada internacionalmente para que os países desenvolvidos 
possam realizar suas próprias medidas de segurança química e fortalecer a capacidade 
nacional para prever, controlar os efeitos danosos, dos produtos químicos e operar os 
aspectos de saúde frente as emergências químicas; 
● Desenvolver princípios, procedimentos e guias para enfrentar às emergências químicas. 
● Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que facilitem o acesso rápido à 
informações sobre substâncias químicas e operações de emergências.
● Estabelecer programas de capacitação e instrumentos que facilitem ações de prevenção, 
preparação e resposta em todos os níveis.
● Elaborar listas de centros de resposta a emergências e de profissionais com experiência na 
área.
● Incentivar a padronização para a apresentação de informes e pesquisa de acidentes.
● Estimular o intercâmbio de informação entre os países.
3. Conclusão
A maioria dos acidentes que envolvem substâncias químicas podem ser previstos e o êxito 
obtido na prevenção destes acidentes depende da cooperação que há entre os atores 
envolvidos. Por isso, é importante que cada participante conheça suas funções e saiba agir 
em cada uma das etapas de prevenção e resposta. 
4. Bibliografia
● Duncan, Ellison. Organización y responsabilidades en la prevención y planificación de 
emergencias que involucran sustancias químicas. Simposio Regional sobre Preparativos 
para Emergencias y Desastres Químicos: Un Reto para el Siglo XXI, México, D.F. 30 oct –1 
nov. 1996. Washington: OPS; 1996.11p
● OCDE. Guidance concerning health aspects of chemical accidents. Paris: OCDE; 1996. 62 p.
● OCDE. Guiding principles for chemical accident prevention, preparedness and response. 
http://www.cepis.ops-oms.org/tutorial1/p/respprev/index.html (4 de 5) [20/4/2004 10:55:32]
CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
Environment Monograph Nº 51, Paris: OCDE; 1992. 123 p.
● OCDE. Workshop on the provision of information to the public and the role of workers in 
accident prevention and response. Environment Monographs Nº 29. Paris: OCDE; 1990. 81 
p.
● OMS. Proceedings of the African Workshop on Health Sector Management in Technological 
Disasters, Addis Ababa, 26-30 Nov. 1990. Finland: National Public Health Institute; 1991. 237 
p.
● PED/OPS. Curso Regional sobre Planificación, Prevención y Respuesta de los Accidentes 
Químicos en América Latina y el Caribe, México, 15-19 nov. 1993. México, D.F.: OPS; 
1993, 171 p.
● PNUMA. Un proceso para responder a los accidentes tecnológicos. París: PNUMA; 1989. 70 
p.
● PNUMA; OIT; OMS. Programa Internacional de Seguridad sobre Sustancias Químicas 
(PISSQ). Accidentes químicos : aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y 
respuesta. Washington.
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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
 
 
 
ORGANIZAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE 
COLABORAÇÃO EM ACIDENTES QUÍMICOS
Diego González Machín
Introdução | Responsabilidades das organizações internacionais | Principais organizações 
internacionais 
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1. Introdução
A cooperação existente entre as instituições que participam na resposta a um acidente químico, 
unido ao grau de preparação que estas possuem, é o que garante o êxito das ações e a diminuição 
das conseqüências. Nessas tarefas são muitas as organizações (nacionais e internacionais) que 
prestam apoio, para que os países possam ter uma boa resposta, quando da ocorrência de uma 
emergência envolvendo produtos perigosos.
Nessa apresentação mencionamos algumas organizações envolvidas, bem como as suas principais 
atribuições e a forma de acessá-las. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA), a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) definiram em diversos documentos as responsabilidades das 
organizações nacionais e internacionais.
2. Responsabilidades das organizações internacionais
● Fornecer uma base científica avaliada internacionalmente para que os países desenvolvam 
as suas próprias medidas de segurança química, com o objetivo de fortalecer a capacitação 
nacional, a fim de prever, bem como operacionalizar os efeitos danosos dos produtos 
químicos, além dos aspectos de saúde frente as emergências químicas. 
● Desenvolver princípios, procedimentos e guias para enfrentar as emergências químicas. 
● Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que facilitem o acesso rápido à 
informação sobre substâncias químicas e operações de emergências.
● Estabelecer programas de capacitação e instrumentos que facilitem ações de prevenção, 
preparação e resposta em todos os níveis.
● Criar centros de resposta a emergências, bem como, base de dados com informações sobre 
profissionais com experiência no tema.
● Incentivar a normatização para a apresentação de informes e pesquisas sobre acidentes.
● Estimular o intercâmbio de informação entre os países.
3. Principais organizações internacionais
● Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde 
(http://www.paho.org) 
❍ Programa de Preparativos para Casos de Desastres (PED/OPAS) 
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http://www.paho.org/
CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
http://www.disaster.info.desastres.net
❍ Centro Regional de Informações sobre Desastres na América Latina e Caribe (CRID) 
(http://www.crid.desastres.net/crid/index.htm)
❍ A Divisão de Saúde e Ambiente através do Centro Pan-Americano de Engenharia 
Sanitária e Ciências do Ambiente (http://www.cepis.ops-oms.org)
● Organização Mundial da Saúde (OMS) 
❍ Programa Internacional de Segurança de Substâncias Químicas:
http://www.who.int/pcs/index.htm
Principais atribuições: Estabelecer as bases científicas para o uso seguro de 
produtos químicos e fortalecer as capacidades nacionais para a segurança química.
Principais atividades:
Avaliação de riscos à saúde e ao meio ambiente. 
Desenvolvimento de metodologias de avaliação de riscos e perigos.
Prevenção e operação de exposições tóxicas e emergências químicas.
Desenvolvimento de recursos humanos.
Centros Colaboradores da OMS:
A Organização Mundial da Saúde, tem além destes, diversos centros colaboradores 
que desenvolvem múltiplas atividades em torno do tema prevenção, preparação e 
resposta a acidentes químicos. Um destes centros está situado no Brasil e é a 
CETESB (http://www.cetesb.sp.gov.br)
● Escritório de Coordenação de Assuntos humanitários das Nações Unidas 
http://www.reliefweb.int/ocha_ol/ 
❍ Alerta e mobiliza a comunidade internacional.
❍ Prepara e dissemina informes para às agências doadoras.
❍ Fornece um acesso rápido à informações.
❍ Facilita a avaliação inicial e pós-emergência.
● Organização Internacional do Trabalho
http://www.ilo.org/public/spanish/index.htm
● Apoia projetos de cooperação técnica para melhoria do meio-ambiente e condições de 
trabalho.
● Reforça a capacitação dos paises na prevenção de acidentes.
● Promover ações dirigidas à segurança no uso de substâncias químicas.
● Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente
http://www.unep.org
http://www.cepis.ops-oms.org/tutorial1/p/orgainte/index.html (2 de 4) [20/4/2004 10:55:45]
http://www.disaster.info.desastres.net/
http://www.crid.desastres.net/crid/index.htm
http://www.cepis.ops-oms.org/
http://www.who.int/pcs/index.htm
http://www.cetesb.sp.gov.br/
http://www.reliefweb.int/ocha_ol/
http://www.ilo.org/public/spanish/index.htm
http://www.unep.org/
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● APELL. Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level: Process for 
responding to technological accidents. http://www.unepie.org/apell
Os objetivos principais são:
Conscientizar o público da problemática dos acidentes químicos.
Estimular o desenvolvimento de planos cooperativos que envolvam à comunidade, o 
governo e a industria.
Promover ações de prevenção de emergências que envolvamprodutos perigosos.
● O PNUMA tem um Escritório Regional para América Latina, sua sede está localizada no 
México DF http://www.rolac.unep.mx/ cuja missão é: fornecer a liderança e promover os 
esforços conjuntos para a proteção do meio ambiente, além de estimular, capacitar e 
informar às nações e os povos, com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida, sem 
comprometer aquela das gerações futuras.
● UNEP/Chemicals http://www.chem.unep.ch/irptc/
É o centro das atividades relacionadas às substâncias químicas do PNUMA. As 
principais funções são: ajuda aos governos nas ações globais para o manejo de 
produtos químicos, promover o intercâmbio de informações e apoiar o fortalecimento 
de capacitações.
● Organização Marítima Internacional http://www.imo.org
É a agência responsável pela segurança e prevenção de contaminações marítimas.
● Agência Internacional de Energia Atómica http://www.iaea.org/worldatom/ 
É a agência responsável pelo estabelecimento de Normas e de apoio na execução de 
Normas nacionais de proteção radiológica.
● Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) 
http://www.unido.org
É a Organização que fornece assistência técnica em segurança industrial, incluindo 
sistemas de planejamento para as emergências.
● Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE/Chemical Accidents) 
http://www.oecd.org/ehs/accident.htm
Entre outras atribuições, elabora guias para a prevenção, preparação e resposta a 
acidentes químicos.
Existem outras organizações nacionais que têm papéis importantes nas emergências 
químicas tais como:
● Centro para a Prevenção e Controle de Doenças (CDC) 
http://www.cdc.gov/niosh/ipcs/icstart.html
http://www.cepis.ops-oms.org/tutorial1/p/orgainte/index.html (3 de 4) [20/4/2004 10:55:45]
http://www.unepie.org/apell
http://www.rolac.unep.mx/
http://www.chem.unep.ch/irptc/
http://www.imo.org/
http://www.iaea.org/worldatom/
http://www.unido.org/
http://www.oecd.org/ehs/accident.htm
http://www.cdc.gov/niosh/ipcs/icstart.html
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● OSHA (Occupational Safety & Health Administration) http://www.osha-
slc.gov/SLTC/emergencyresponse/index.html
● Agência de Proteção Ambiental de Estados Unidos (EPA) http://www.epa.gov/swercepp/ 
Concluindo, há muitas organizações às quais se pode buscar auxílio, tanto nas etapas de 
prevenção, quanto nas de preparação e resposta às emergências químicas. Estas organizações 
podem colaborar no fortalecimento das capacidades de nossos países, a fim de enfrentar as 
catástrofes que incidem de maneira importante na saúde e no ambiente.
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http://www.cepis.ops-oms.org/tutorial1/p/orgainte/index.html (4 de 4) [20/4/2004 10:55:45]
http://www.osha-slc.gov/SLTC/emergencyresponse/index.html
http://www.osha-slc.gov/SLTC/emergencyresponse/index.html
http://www.epa.gov/swercepp/
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CENTRO COLABORADOR OPAS/OMS NA PREPARAÇÃO PARA 
EMERGÊNCIAS EM CASOS DE DESASTRES- CETESB 
 
Edson Haddad, Nilda Fernícola & Ricardo Rodrigues Serpa 
Resumo | Introdução | Acidentes ambientais no estado de São Paulo, Brasil | Prevenção dos 
acidentes ambientais | Atendimento a acidentes ambientais | Centro colaborador da OPAS/OMS | 
Integração da área ambiental com área de saúde | Conclusões | Bibliografia 
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1. Resumo
Os acidentes ambientais, causados por vazamentos de produtos químicos, são objeto de preocupação, 
tanto para indústria quanto para os órgãos de governo e para as comunidades, como um todo.
Este trabalho tem por finalidade apresentar as atividades da CETESB para a prevenção e o atendimento 
a acidentes com produtos químicos, bem como suas ações como Centro Colaborador OPAS/OMS, 
ressaltando-se a importância da integração das áreas de Meio Ambiente e Saúde para gerenciar os 
riscos associados a esses episódios.
2. Introdução
Os acidentes químicos podem ser definidos como eventos inesperados e indesejáveis que afetam, direta 
ou indiretamente, a seguridade e a saúde da comunidade envolvida, causando impactos no meio 
ambiente.
Os acidentes ambientais podem ser caracterizados de duas formas:
a. Naturais
São causados por fenômenos naturais que são independentes da intervenção humana. Incluem-
se nesta categoria: terremotos, maremotos, furacões e erupções de vulcões.
b. Tecnológicos
São produzidos pela atividade desenvolvida pelo homem, tais como acidentes nucleares 
e vazamentos de produtos químicos, entre outros.
Mesmo que estes dois tipos de acidentes sejam praticamente independentes, em relação com as suas 
causas, em determinadas situações pode haver alguma relação entre as mesmas; por exemplo, uma 
tormenta forte que produz danos numa instalação industrial. Neste caso, além dos danos diretos 
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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
causados pelo fenômeno natural, pode haver outras complicações como conseqüência do impacto 
causado na instalação afetada.
Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem contribuir para que aconteçam os 
acidentes naturais; por exemplo, o uso e a ocupação do solo, de forma desordenada, podem acelerar os 
processos de deslizamento da terra.
Apesar disso, os acidentes naturais, em sua grande maioria, são de difícil prevenção; motivo pelo qual 
diversos países do mundo, principalmente aqueles onde tais fenômenos são mais constantes, já 
investiram em sistemas para o atendimento a estas situações.
Em casos de acidentes de origem tecnológica, é possível prevenir grande quantidade deles; por essa 
razão, deve-se trabalhar principalmente na prevenção destes episódios, sem esquecer-se da 
preparação necessária para intervir quando estes aconteçam.
Na década de 80, a preocupação com a prevenção de acidentes foi muito maior, sobretudo depois dos 
casos de Chernobil, Cidade do México e Bhopal, oportunidade em que aconteceram diferentes 
programas para cuidar dos aspectos preventivos e de intervenção nas emergências. Entre estes 
programas, pode-se ressaltar: The Emergency Planning and Community Right-to-Know Act (USEPA); 
CAER-Community Awareness and Emergency Response (Canadá) e APELL - Awareness and 
Preparedness for Emergency at Local Level (UNEP), entre outros.
A Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB), desde o final da década de 70, atua 
na prevenção e no atendimento a acidentes ambientais de origem tecnológica, causados por 
substâncias químicas e, até o momento, já atendeu mais de 3.000 casos.
Como reconhecimento ao trabalho realizado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização 
Pan-Americana da Saúde (OPAS) designaram a CETESB como Centro Colaborador da OPAS/OMS na 
Preparação para Emergências em Casos de Desastres, com a finalidade de transferir a tecnologia 
adquirida ao longo dos anos a outros países, em especial os da América Latina.
Este trabalho visa apresentar as atividades desenvolvidas por este Centro Colaborador e também as 
formas de integração entre as área de ambiente e saúde,para a prevenção e resposta aos acidentes 
ambientais que envolvem substâncias químicas.
3. Acidentes ambientais no estado de São Paulo, Brasil
No Estado de São Paulo, a CETESB contribui, desde 1978, nos aspectos preventivos e corretivos para 
evitar que aconteçam acidentes maiores nas atividades que compreendem a manipulação de 
substâncias químicas e também para diminuir os impactos ambientais, quando estes eventos 
acontecem.
No periodo comprendido entre 1978 e 1999, a CETESB, junto com outras entidades envolvidas na 
resposta a acidentes, atendeu um total de 3.360 casos, de acordo com o demosntrado na figura 1.
A figura 1 apresenta a distribuição percentual dos casos, de acordo com as atividades que causaram os 
acidentes, e a figura 2 apresenta a distribuição percentual das classes de risco dos produtos envolvidos.
Figura 1. Acidentes ambientais no Estado de São Paulo, 1978-1999
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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
 
Figura 2. Acidentes ambientais no Estado de São Paulo, classificados pelas classes de risco dos 
produtos
Nas figuras, pode-se ver que a participação da CETESB no atendimento aos acidentes ambientais com 
substâncias químicas foi crescendo a cada ano. Este fato não somente pode ser justificado em função 
das solicitações da comunidade como também porque, atualmente, existe uma maior conscientização 
em relação aos assuntos ambientais, e também, como resultado das atividades desenvolvidas por 
CETESB junto às outras áreas envolvidas no tema.
Com relação a algumas das atividades que causam acidentes, se observa que o transporte terrestre de 
produtos químicos é o responsável pela grande maioria dos acidentes e que a principal classe de risco é 
a dos líquidos inflamáveis.
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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
4. Prevenção dos acidentes ambientais
A prevenção dos acidentes ambientais com produtos químicos está íntimamente associada às ações 
inerentes às atribuições das entidades públicas que outorgam as licenças. Desta maneira é importante 
que, antes que seja autorizada a operação de uma empresa, cujas atividades representam um risco 
para a saúde da população e para o ambiente, se façam estudos de análise de riscos para garantir a 
segurança das instalações.
Em geral, um estudo de análise de risco pode ser dividido em quatro grandes etapas, que são:
a. Caraterização da empresa
Esta etapa tem por finalidade obter dados e informações relativas à empresa e à sua localização 
para auxiliar o desenvolvimento do estudo, além de permitir a familiarização dos técnicos com a 
empresa e com as características ambientais do local onde a mesma está ou será localizada.
b. Identificação dos riscos.
Esta etapa contempla a aplicação de técnicas para a identificação das possíveis causas e 
conseqüências dos acidentes, de forma que possam ser identificados e devidamente analisados 
os cenários ambientais mais significativos.
c. Análise de conseqüências e de vulnerabilidade
Nesta terceira etapa do trabalho, devem ser estimadas as possíveis conseqüências geradas 
pelos cenários acidentais identificados na etapa anterior. Por tanto, devem ser utilizados modelos 
matemáticos para a representação dos possíveis fenômenos, tais como: explosões, incêndios e 
vazamentos de gases tóxicos.
A avaliação da vulnerabilidade consiste em estudar os impactos causados ao ser humano e ao 
ambiente expostos a essas conseqüências, possibilitando, assim, estimar o risco da instalação 
ou da atividade em estudo.
d. Avaliação e gerenciamento de riscos
A última etapa do trabalho compreende a estimativa e a avaliação dos riscos associados 
à empresa, a partir de critérios de aceitabilidade previamente estabelecidos para a 
definição de medidas a serem utilizadas no gerenciamento destes riscos.
5. Atendimento a acidentes ambientais
As ações de resposta, para as situações de emergência que envolvam produtos químicos, devem 
contemplar os procedimentos gerais de ação e avaliação, bem como as rotinas específicas de controle, 
de acordo com os tipos dos possíveis cenários de acidentes.
Desta maneira, a resposta a uma situação de emergência que envolva produtos químicos deve 
contemplar, de forma geral, as seguintes etapas:
● Acionamento
● Avaliação
● Ações de combate
● Medidas posteriores à emergência
http://www.cepis.ops-oms.org/tutorial1/p/centcola/index.html (4 de 7) [20/4/2004 10:55:54]
CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"
A atuação da CETESB em situações de emergência pelo vazamento de produtos químicos no ambiente, 
tem por finalidade diminuir os impactos causados por esses episódios, tanto nas atividades do processo 
industrial quanto no transporte e na armazenagem. Esta atividade é realizada pelo Setor de Operações 
de Emergência, da Divisão de Tecnologia de Riscos Ambientais, em conjunto com as Agências 
Ambientais instaladas nas diversas regiões do Estado de São Paulo.
Para atender a estes acionamentos, a CETESB mantém um sistema de plantões permanentes, durante 
as 24 horas do dia, para permitir a movimentação rápida do seu corpo de técnicos especializados, na 
resposta às emergências.
As ações desenvolvidas pela CETESB, durante o atendimento a acidentes ambientais, contemplam:
● Orientação a outros órgãos, tais como Defesa Civil, Vigilância Sanitária, Vigilância 
Epidemiológica, Corpo de Bombeiros e Órgãos de Trânsito, entre outros, com relação aos riscos 
existentes no local onde aconteceu o acidente, a fim de que se tomem as ações pertinentes para 
isolar e evacuar as áreas que apresentam risco e, desta maneira, controlar a situação;
● Monitorar o ar, a água e o solo das áreas afetadas ou onde exista risco potencial;
● Coordenar, em conjunto com as outras entidades, as ações para a contenção, neutralização e 
remoção dos produtos envolvidos, bem como dos resíduos gerados no evento; 
● Aprovar e supervisionar os trabalhos de campo, a serem realizados pela fonte responsável pela 
poluição, para a recuperação das áreas impactadas;
● Aplicar as punições cabíveis, de acordo com a legislação vigente (Lei N0 997 do Estado de São 
Paulo, de 1997, regulamentada pelo Decreto Estadual N0 8.468, de 1976).
6. Centro colaborador da OPAS/OMS
Em reconhecimento à notória especialização da CETESB na prevenção e resposta aos casos de 
acidentes ambientais com produtos químicos, a OMS e a OPAS designaram a CETESB como "Centro 
Colaborador na Preparação de Emergências em Casos de Desastres", para que a experiência adquirida 
ao longo dos anos possa ser partilhada com outros países e, desta maneira, se cumpra uma das 
missões da OMS e OPAS no que se refere à transferência de tecnologia na área de controle ambiental.
Desde a sua designação como Centro Colaborador, em 1992, a CETESB realiza uma série de 
atividades, em conjunto com o Programa de Preparativos para Casos de Desastres (PED) da 
OPAS/OMS, com a finalidade de transmitir a experiência a outras instituições dos países da América 
Latina.
A atribuições do Centro Colaborador são as seguintes:
● Apoiar institucionalmente os programas e políticas adotadas pelos organismos diretivos da OMS, 
a níveis mundial e regional;
● Prover ajuda para a formulação de planos para os casos de desastres tecnológicos que possam 
afetar o ambiente;
● Desenvolver metodologias e propiciar treinamentos para a administração dos casos de desastres 
tecnológicos que afetem o ambiente, incluindo-se exercícios simulados e material visual, entre 
outros;
● Apoiar outras entidades na resposta aos casos de acidentes com materiais perigosos;
● Elaborar guias para as respostas às emergências

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