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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO DE OPERAÇÕES PRODUÇÃO E SERVIÇOS Resenha Crítica de Caso Trabalho da disciplina Gestão de Pessoas e Competências Tutor: Prof. Marcelino Tadeu de Assis Salvador 2019 http://portal.estacio.br/ 2 ESTUDO DE CASO DE HARVARD: A GUARNIÇÃO DE REMO DO EXÉRCITO Referência: SNOOK, Scott; POLZER, Jefrey T.. A Guarnição de Remo do Exército: Harvard Business School, 406 \u2013 P01, 2004. Podemos observar a situação ocorrida com o Treinador da guarnição de remo da Academia Militar de Wets Point do exército dos Estados Unidos, o Coronel Preczewski, mais conhecido como “Treinador P”. Este, possuía nove anos de experiência como treinador desse esporte. Depois de uma longa série de testes objetivos, que avaliaram diversos fatores preponderantes, foram escolhidos oito dos melhores remadores para composição dos membros do barco Varsity. Já os oito remadores com ranking mais baixo da equipe iriam compor o barco Varsity Junior. Ocorre que o improvável aconteceu, durante o treino em algumas regatas, a guarnição do barco do Varsity Junior estava ganhando do Varsity, deixando o treinador P. em total frustração. A pergunta que ele fazia a si próprio era: Como era possível que a guarnição do Varsity Junior ganhasse do Varsity? Pois em todos os todos testes eles (Varsity) demonstraram serem os melhores. O treinador P. passou a temporada tentando descobrir informações que o auxiliasse na resolução dessa questão, mas sem êxito. Faltando uma semana para o campeonato nacional, onde participavam mais de 100 escolas, o treinador P. tinha algumas opções, uma delas seria promover toda a equipe do Varsity Júnior para o barco Varsity e a outra opção, não menos importante, seria alternar os membros dos barcos ou tentar intervir a situação para melhorar o desempenho do barco Varsity. Individualmente os oito atletas em cada barco precisavam ter extrema força, resistência e bastante condicionamento físico para poder se sair bem nas provas, alcançando ótimos resultados, conseguindo lugar na equipe. Mas somente as habilidades individuais não era o suficiente para garantir a vitória nas competições. 3 É crucial para os oito atletas sincronizarem suas remadas, pois nesse tipo de esporte não há recompensa no desempenho individual, é preciso o trabalho de equipe, se atentar ao trabalho árduo e minucioso. Todos os atletas têm que permanecerem em perfeita harmonia e sincronismo a cada remada, com um único objetivo que é cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. A confiança entre os membros do grupo é ingrediente fundamental para o sucesso da guarnição. O Trabalho em equipe exige confiança entre os participantes, contribuindo com esforço em remar como equipe, percebendo sempre que uma guarnição de remo é tão forte quanto seu elo mais fraco. Qualquer pequena mudança no barco da regata afeta o barco inteiro. Em geral, quando uma pessoa muda, as outras sete tentam reagir de diversas maneiras. É preciso confiar que a pessoa fora do ritmo se corrigirá, que ninguém da equipe será o elo mais fraco daquela guarnição, e sim que o elo mais fraco estará no barco do concorrente. O Treinador P. havia selecionado os oito melhores remadores para o barco do Varsity e oito para o Varsity Junior, achou ter sido uma decisão fácil, pois a disputa pelos carrinhos ficou claro quais eram os oito indivíduos corretos para o Varsity. Foram feitas considerações pontuais sobre a escolha e o desenvolvimento das equipes. Ocorreu o último treino da semana, as duas equipes recém-selecionadas competiram pela vez, e, conforme esperado, o barco do Varsity venceu o VJ facilmente, pois eles experimentaram o swing quase de imediato, eles também estavam entusiasmados por ser a primeira experiência juntos como equipe Varsity. Ao retornar ao campus, alguns membros do barco Varsity demonstravam infelicidade, criticando uns aos outros por não terem derrotado o barco VJ com uma vantagem maior. O treinador P. viu, mas achou que era algo positivo, e que a equipe queria lutar pela excelência, até mesmo pelo longo histórico e em seu conhecimento como treinador, entendendo que era algo mais que natural. 4 Mas foi durante o primeiro treino da equipe no rio Hudson que o Treinador P. ficou completamente perplexo, pois o barco do VJ venceu imediatamente o Varsity. Porém isso aconteceu novamente outras vezes, deixando-o bastante intrigado. Ele percebeu que a equipe do VJ remava mais rapidamente do que a equipe do Varsity. Analisando os fatores, ele verificou que a equipe VJ não estava se tornando mais rápida, era a equipe Varsity que estava ficando mais lenta. Essas afirmações foram obtidas com base na atenção e o cuidado dedicado ao posicionamento de cada membro nos barcos. O treinador P. elaborou uma matriz dos 16 remadores utilizando as informações coletadas sobre os membros da equipe, relacionado seus pontos fortes e fracos. Os fatores incluíam as pontuações no ergômetro, limites de levantamento de peso, técnica de remo e se a pessoa era um líder e liderado, otimista ou pessimista, formador ou desagregador. Vamos lá, o Treinador P. havia tentado de diversas formas entender o que aconteceu e quais fatores foram decisivos para a derrota do Varsity, sendo que esta derrota foi da equipe inferior. Ele conhecia a pesquisa do comitê olímpico que enfatizava a importância dos fatores psicológicos. Mas o que podia está errado? De forma positiva, ele sempre incentivava os treinadores na troca de e-mails e até mesmo uma comunicação direta com ele, a fim de abordar pontos a melhorar, desenvolvendo uma mentalidade de vencedor e que se tivesse alguma crítica fosse enviada diretamente para ele. Foi perceptível a postura da equipe do VJ, pois em todos os e-mails trocados existiam palavras positivas, sempre pensando no resultado da equipe como um todo. Menções de seriedade, comprovando a real intenção do esporte, o trabalho em equipe. Tendo visão de que eles deveriam se preparar individualmente, mas todo o trabalho deveria ser em equipe, um confiando no outro e que se existisse um elo fraco, seria no concorrente. 5 Por outro lado, os e-mails entre os membros da equipe Varsity eram sempre se individualizando, reclamando do outro e/ou até mesmo se diminuindo, achando ser o elo mais fraco da equipe. Enviavam e-mail ao treinador reclamando do companheiro de equipe, apontando seus erros. Faltando 4 dias para o Campeonato Nacional, o treino terminou mais uma vez com o VJ derrotando o Varsity, detalhe, o VJ saiu com um grito de guerra como “equipe”. O treinador P. decidiu juntar a equipe perdedora para reunião. Todos se reuniram, ninguém falava nada, não conseguiam ficar próximos e até mesmo olhar nos olhos um do outro. O Treinador P. expôs os argumentos lógicos quanto à avaliação objetiva e os critérios de seleção, concluiu dizendo que ninguém sairia dali até que uma solução fosse proposta. Dali em diante seguiria para explosão do vulcão. Os membros da equipe iniciaram uma grande e enorme discussão, cada um alegava que carregava o barco nas costas e que fazia tudo sozinho, mas onde estava o erro? O Treinador P. indagou a todos perguntando: Bem, e qual é a solução? Existia ruído de comunicação na equipe. O Ego de ter sido escolhido como os oito melhores subiu a cabeça, fazendo com que cada membro (o individual) se sentisse uma equipe de oito, esquecendo do próximo, esquecendo do esforço grupal, do principal objetivo do esporte – o coletivo. O Treinador P. se sentia perdido, mas precisava entender o real problema de sua equipe, para depois resolvê-lo. Era preciso ir no foco principal, a humildade e o reconhecimento do trabalho minucioso e o entendimento do sincronismo, pois ninguém teria sucesso seos oito não trabalhassem uníssonos, em um só passo. Era preciso união, pois o elo mais fraco está no barco do concorrente.
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