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Slides - Aula 35 (informativos 961 a 967 do STF) - Novo Curso de Informativos e Questoes

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DIREITO PENAL 
 
 
 
 
Inf. 961 STF 
 
A Primeira Turma, por maioria, concedeu a ordem de 
habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de 
ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para afastar 
a execução provisória de título condenatório. 
 
A Turma rememorou que, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54, o 
Plenário fixou entendimento pela impossibilidade de 
execução provisória da pena. 
 
 
 
 
Inf. 964 STF 
 
O contribuinte que, de forma contumaz e com dolo de 
apropriação, deixa de recolher o ICMS cobrado do 
adquirente da mercadoria ou serviço incide no tipo penal 
do art. 2º, II, da Lei 8.137/1990 
 
 
 
 
 
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza (contra a 
ordem tributária): 
 
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou 
de contribuição social, descontado ou cobrado, na 
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria 
recolher aos cofres públicos; 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 
multa. 
 
 
 
 
 
 
Na situação dos autos, sócios e administradores de uma 
empresa declararam operações de venda ao Fisco, mas 
deixaram de recolher o ICMS relativamente a diversos 
períodos. 
 
Por três vezes, a empresa aderiu a programas de 
parcelamentos da Fazenda estadual, mas não adimpliu as 
parcelas. 
 
 
 
 
Prevaleceu o voto do min. Barroso, que estabeleceu 3 
premissas importantes no equacionamento da matéria: 
(i) o Direito Penal deve ser sério, igualitário e moderado; 
(ii) o pagamento de tributos é dever fundamental de 
todo cidadão, na medida em que ocorra o fato 
gerador e ele exiba capacidade contributiva; e 
(iii) o mero inadimplemento tributário não deve ser tido 
como fato típico criminal, para que seja reconhecida a 
tipicidade de determinada conduta impende haver 
um nível de reprovabilidade especial que justifique o 
tratamento mais gravoso. 
 
 
 
 
 
 
O sujeito ativo do crime é o sujeito passivo da obrigação, 
que, na hipótese do ICMS próprio, é o comerciante. 
 
 
Objeto do delito: o valor do tributo. No caso, a quantia 
transferida pelo consumidor (contribuinte de fato) ao 
comerciante. 
 
 
 
 
 
O valor do ICMS cobrado em cada operação não integra o 
patrimônio do comerciante, que é depositário desse 
ingresso de caixa. 
 
Dessa maneira, a conduta não equivale a mero 
inadimplemento tributário, e sim à apropriação indébita 
tributária. A censurabilidade está em tomar para si valor 
que não lhe pertence. Para caracterizar o tipo penal, a 
conduta é composta da cobrança do consumidor e do 
não recolhimento ao Fisco. 
 
 
 
 
O crime de apropriação indébita tributária 
não comporta a modalidade culposa. 
Dolo da apropriação apurado a partir de circunstâncias 
objetivas, como: 
a. a inadimplência reiterada, 
b. a venda de produtos abaixo do preço de custo, 
c. a criação de obstáculos à fiscalização, 
d. a utilização de “laranjas”, 
e. a falta de tentativa de regularização de situação fiscal, 
f. o encerramento irregular de atividades com aberturas 
de outras empresas. 
 
 
 
 
Inf. 965 STF 
 
Primeira Turma. 
 
O colegiado reafirmou entendimento de que o acórdão, 
mesmo o confirmatório da condenação, interrompe o 
curso da prescrição. 
 
 
 
 
Inf. 965 STF 
2ª Turma deu provimento a agravo regimental em HC e 
concedeu parcialmente a ordem para determinar ao juízo 
de origem que: 
 
a) proceda a nova dosimetria da pena, para aplicar a 
causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 
11.343/2006, em patamar a ser fixado motivadamente; e 
b) analise a possibilidade de abrandamento do regime 
inicial de cumprimento da pena e a substituição da 
reprimenda por medidas restritivas de direitos. 
 
 
 
 
 
No caso, a paciente foi condenada, em regime inicial 
fechado, pelos crimes previstos nos arts. 33 e 35 da Lei 
11.343/2006. 
 
A paciente foi condenada por tráfico de drogas e 
associação para o tráfico juntamente com seu marido, em 
razão de terem sido encontrados entorpecentes em sua 
residência. De acordo com a sentença, testemunhas 
apontaram que ela somente seguia as ordens do marido, 
em uma relação de dependência. 
 
 
 
 
 
 
A condenação não contemplou o redutor previsto no art. 
33, § 4º, da Lei 11.343/2006, em razão do delito de 
associação para o tráfico, muito embora o cenário fosse 
de relação doméstica, em que a mulher é influenciada a 
participar do tráfico. 
 
Não há, na hipótese, verdadeira organização criminosa. 
 
 
 
 
 
 
A previsão da redução de pena contida no § 4º do art. 33 
da Lei 11.343/2006 tem como fundamento distinguir o 
traficante contumaz e profissional daquele iniciante na 
vida criminosa, bem como do que se aventura na vida da 
traficância por motivos que, por vezes, confundem-se 
com a sua própria sobrevivência e/ou de sua família. 
 
 
 
 
Lei 11.343/06 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, 
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, 
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda 
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar: 
 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e 
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa. 
 
 
 
 
 
 
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, 
as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois 
terços, vedada a conversão em penas restritivas de 
direitos , desde que o agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas 
nem integre organização criminosa. 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim 
de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes 
previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: 
 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento 
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. 
 
 
 
 
Inf. 966 STF 
Paciente reincidente e absolvição pelo p. da insignificância 
 
1ª Turma deu provimento a recurso ordinário em HC para 
absolver, com base no princípio da insignificância, 
paciente, que possui antecedentes criminais por crimes 
patrimoniais, da acusação de furto de um carrinho de 
mão avaliado em R$ 20,00 (vinte reais). 
 
 
 
 
 
 
Inf. 967 STF 
1ª Turma deferiu HC para determinar a aplicação da causa 
de diminuição de pena, prevista no § 4º do art. 33 da Lei 
11.343/2006, a paciente condenada por tráfico de drogas, 
não obstante a existência de outra ação penal, pela 
prática do mesmo delito, ainda não transitada em julgado. 
 
A existência de IPs e processos criminais sem trânsito em 
julgado não pode ser considerado mau antecedente para 
fins de dosimetria, de modo que não é fundamento 
idôneo para afastar causa de diminuição da pena.

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