Buscar

Micoses superficiais e tumores cutâneos

Prévia do material em texto

MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
1 
PRÁTICA MÉDICA IV – DERMATO 
 
 
Micoses Superficiais
 Infecção fúngica que acomete as camadas superficiais 
da pele, pelo e unha; 
→ Superficial propriamente dita X cutânea X 
cutâneo-mucosa; 
 Alta prevalência; 
 Acomete todas as faixas etárias; 
 
 
FATORES DE RISCO: 
 Individuais: 
→ Condições socioeconômicas; 
→ Contato com animais; 
→ Sudorese; 
→ Promiscuidade; 
→ Condições de higiene; 
→ Imunidade; 
→ Atividade ocupacional; 
 Geográficos: 
→ Intensidade solar; 
→ Índice pluviométrico; 
→ Umidade do ar; 
→ Características do solo e vegetação; 
 
FUNGOS DERMATÓFITOS (FILAMENTOSOS): TINEA 
 Trichophyton; 
 Microsporum; 
 Epidermophyton; 
 
Fômites = contato indireto 
Transmissão = contato direto 
 Fonte humana (antropofílico); 
 Solo (geofílico); 
 Animais (zoofílico); 
 
LEVEDURAS: 
 Malassezia spp; 
 Candida spp 
 
 
 
 
 
 
 
 
PTIRÍASE VERSICOLOR 
 Máculas/ placas eritematosas, hipocrômicas ou 
hipercrômicas com descamação fina; 
 Assintomáticas/prurido leve; 
 Localização preferencial 
→ Pescoço, ½ superior do tórax e braços 
 Sinal de Zireli e Sinal da unha 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
 O diagnóstico é clínico; 
 Exame direto (raspagem): pseudo-hifas curtas, curvas e 
elementos leveduriformes arredondados: aspecto de 
“espaguete com almôndegas “; 
 Lâmpada de Wood: lesões de cor amarelada ou 
prateada; 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
 
TRATAMENTO: 
 Evitar fatores predisponentes; 
 Tópico em creme, loções ou spray 
→ Derivados imidazólicos ou morfolílicos, 2x ao dia, por 
4 semanas; 
→ Sulfeto de selênio ou agentes queratolíticos também 
são opções; 
 Sistêmico 
→ Casos resistentes ou muito extensos; 
→ Derivados azólicos – Itraconazol ou fluconazol; 
 Após tratamento, sol para repigmentar as 
lesões 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
2 
PRÁTICA MÉDICA IV – DERMATO 
DERMATOFITOSES (TINEAS): 
 Fungos queratinofílicos; 
 Crescimento centrífugo da lesão – aspecto circular; 
 Gêneros: Trichophyton, Microsporum e 
Epidermophyton; 
 
TINEA CAPITIS (TINHA DO COURO CABELUDO) 
 Quase exclusiva das crianças; 
 Etiologia: espécies de Trichophyton e Microsporum; 
 Transmissão: animais contaminados; contato direto 
interpessoal; contato indireto através de máquina de 
cortar cabelos, pentes, escovas; 
 Diagnóstico diferencial: DS, psoríase, alopecia areata, 
impetigo, foliculite; 
 
TINEA TONSURANTE: 
 Placas eritematodescamativas com fios tonsurados, 
bem demarcadas; 
 Única (microspórica) ou múltiplas (tricofítica); 
 
KERION CELSI: 
 Forma aguda, inflamatória da tinea capitis 
provocada por fungo não antropofílico: placa 
elevada, dolorosa, com pústulas e microabcessos; 
 Deixa cicatriz; 
 
 
TINEA CORPORIS (TINHA DO CORPO): 
 Etiologia: espécies dos gêneros Trichophyton, 
Microsporum e Epidermophyton; 
 Transmissão: animais, pessoa a pessoa ou fômites; 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
 
 
 
 
 
 
FORMA ANULAR: 
 Placas circulares eritematodescamativas 
pruriginosas, bordas circinadas, que cresce 
centrifugamente; 
 Sinonímia: impinge 
 
FORMA VESICULAR: 
 Vesículas que confluem, se rompem, formando 
lesões exulceradas, crostas; 
 Cresce centrifugamente; 
 
EM PLACAS: 
 Não há tendência à cura do centro da lesão; 
 
 
TINEA CRURIS (TINHA INGUINOCRURAL): 
 Envolve a dobra crural, sendo mais comum em homens; 
 Etiologia: Trichophyton e Epidermophyton; 
 Transmissão: auto-contágio (tinha perdis do próprio 
paciente) ou fômites (toalhas, máquinas de exercício 
contaminadas); 
 Fator de risco: obesidade, DM e imunossupressão; 
 Lesão eritematodescamativas a partir da prega inguinaç, 
circinada; 
 Muito pruriginosa; 
 Liquenificação é frequente; 
 Pode acometer períneo, região glútea e parede 
abdominal; 
 Diagnóstico diferencial: candidíase intertriginosa, 
psoríase invertida, eritrasma, dermatite seborreica; 
 
 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
3 
PRÁTICA MÉDICA IV – DERMATO 
TINEA PEDIS (TINHA DO PÉ) 
 Etiologia: espécies do gênero Trichophyton e 
Epidermophyton; 
 Transmissão: pessoa a pessoa ou fômites: 
 Formas: 
→ Vesiculosa: fungos não antropofílicos, vesículas 
eritematosas e pruriginosas; 
 
→ Escamosas: mais comum, descamação difusa 
crônica. Pode ter mão comprometida também; 
 
→ Em placas: anulares com crescimento centrífugo e 
cura central; 
→ Interdigitais: fissura e maceração interdigital, porta 
de entrada para bactérias (erisipela); 
 
 Comum a associação com onicomicose; 
 
DERMATOFITOSES (TINEAS) II: 
 Erupções secundárias em locais distantes: 
DERMATOFÍTIDES → ERUPÇÃO VESICULAR ESTÉRIL; 
→ EX.: Lesões vesiculosas nas laterais dos dedos 
da mão, consequentes a tinha do pé vesiculosa; 
 
DIAGNÓSTICO DAS DERMATOFITOSES: 
 O diagnóstico é clínico; 
 Exame micológico direto do pelo ou da borda da lesão; 
 E/ou cultura (Ágar-Sobouroud) podem isolar o fungo e 
confirmar o diagnóstico; 
 
TRATAMENTO: 
 Antifúngico tópico: tinhas com lesões isoladas 2x por 
dia, por 4 semanas ou até melhora da lesão; 
 Lesões extensas, refratária ao tto tópico pode utilizar a 
terapêutica sistêmica; 
 Indicação absoluta de tratamento sistêmico: 
imunossuprimidos e tinha do couro cabeludo 
→ Couro cabeludo: griseofulvina ou terbinatina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ONICOMICOSE 
a) Eponíquio ou cutícula: dobra da pele na porção proximal 
da unha; 
b) Raiz ungueal ou lúnula: parte branca convexa da unha; 
c) Dobra proximal ou paroníquia: dobra de pele acima da 
unha; 
d) Lâmina ungueal: porção rígida e translúcida, composta 
de queratina e formada pelo leito ungueal e pela matriz; 
e) Dobra lateral ou paroníquia: dobra da pele nos lados da 
unha; 
f) Borda livre: faz parte da lâmina ungueal mais não fica 
preza sob o leito ungueal e sim acima do hiponíquio 
solta da pele; 
 
 Etiologia mais comum: dermatófitos; 
→ Trichophyton, Epidermophyton, raramente 
Microsporum; 
 Apresentação mais comum: distal subungueal; 
 Onicomicose por Candida albicans: 
→ Frequente associação com 
exposição ocupacional à 
umidade; 
→ Unha das mãos: 
 
 Preocupação cosmética; em indivíduos 
imunocomprometidos por aumentar o risco de 
erisipela/celulite; 
 3 tipos: ungueal distal, ungueal proximal e superficial 
branca 
 Coloração amarelada, esbranquiçada ou acastanhada; 
 Hiperceratose subungueal e onicólise; 
 Diagnóstico diferencial: psoríase, líquen plano, trauma; 
 
 Diagnóstico: exame micológico direto e cultura; 
 Tratamento → taxas de falha e recorrência altas 
→ Tópico: uma unha com <50% do leito acometido e 
matriz sem lesão ou superficial branca 
o Esmaltes ciclopiroz e amorolfina até 
melhorar; 
→ Sistêmico: matriz ungueal acometida ou >50% da 
unha ou mais de uma unha 
o Terbinafina 250mg/d até melhorar: 
dermatófitos; 
o Itraconazol 200mg/d: dermatófitos e 
leveduras; 
o Fluconazol 150 mg/semana: menos 
efetivo; 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
4 
PRÁTICA MÉDICA IV – DERMATO 
CANDIDÍASE: 
 Infecção cutânea, mucosa ou sistêmica causada por 
leveduras do gênero Candida; 
 Saprófita → oportunista 
→ Aumento da colonização (ex.: atb prolongado) 
→ Quebra da barreira; 
→ 4Imunossupressão 
 Tipos: 
→ Cutâneo-mucosa: frequente e a maioria dos 
paciente são imunocompetentes; 
→ Candidíase oral: frequente em RN (contágio pelo 
canal de parto, berçários e amamentação), DM, 
idosos e imunossuprimidos; 
Placas cremosas esbranquiçadas com eritema difuso 
sobre a língua e orofaringe; 
 
→ Queilite angular: lesão no ângulo da boca (prótese 
dentária e chupetas) 
 
→ Intertriginosa: acomete dobras cutâneas e são 
desencadeada pela umidade, má higiene, 
obesidade, gestação e DM; 
Lesões eritematosas, úmidas, com delicada 
descamação periférica e pápulo-pústulas satélites, 
com eventual exsulceração e fissura; 
 
 Diagnóstico: exame micológico direto e/ou cultura em 
Ágar Sabouraud; 
 Diagnóstico diferencial: dermatite seborreicae de 
contato, psoríase inversa, tinha; 
 Tratamento: 
→ Afastar os fatores que favorecem a patogenicidade 
da levedura; 
→ Cutânea: antifúngicos tópicos 2x/dia até 
desaparecerem os sintomas; 
→ Candidíase oral: nistatina suspensão de 6/6h por 14 
dias, bochechar e engolir; 
→ Formas extensas ou resistentes: antifúngico 
sistêmico; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
5 
PRÁTICA MÉDICA IV – DERMATO 
Tumores Cutâneos 
 
 Carcinoma basocelular; 
 Tumor maligno cutâneo mais frequente; 
 Patogênese relacionada a exposição à radiação 
ultravioleta B: dano ao DNA; 
→ Áreas expostas, fototipos mais baixos; 
 Risco baixo de metástase porem localmente invasivo e 
destrutivo; 
 Tratamento cirúrgico deve ser adotado sempre que 
possível; 
 
CARCINOMA BASOCELULAR 
 Várias formas clínicas, mas á dois aspectos em comum: 
telangiectasias e aspecto perláceo; 
 Lesão ulcerada ou não: pápula, placa, nódulo (mais 
comum), infiltrativo, normocrômico, eritematoso, 
castanho escuro, negro; 
 
 
CARCINOMA ESPINOCELULAR 
 2º tumor maligno cutâneo mais frequente; 
 Lesão prévia mais frequente: queratose actínica (áreas 
expostas ao sol); 
→ Proliferação de queratinócitos epidérmicos 
citologicamente aberrantes em resposta a 
exposação prolongada a radiação UVB; 
 Correlações do CEC: 
→ Oral: tabagismo e etilismo / genital: HPV / 
úlcera crônica ou cicatriz: úlcera de Marjolin; 
→ Imunossupressão por medicamentos é um 
importante fator de risco; 
 
→ Pápula, pápula queratósica, nódulo (ulcerado 
ou não), placa, lesão verrucosa; 
→ Possibilidade de metástase não é rara; 
→ Tratamento cirúrgico sempre que possível; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELANOMA: 
 Câncer cutâneo de maior morbimortalidade; 
 Transformação maligna a partir de um nevo (1/3 dos 
casos) ou lesão nova (2/3); 
 Fatores de risco: 
→ Exposição solar; 
→ Múltiplos nevos melanocíticos; 
→ Nevos áticos (melanócitos atípicos na 
patologia, porém não melanoma); 
→ História pessoal e familiar prévia de melanoma; 
 Tratamento cirúrgica sempre que possível; 
 Subtipo mais comum: extensivo superficial; 
→ Outros: nodular, acral, entigo maligno, 
amelanotico 
 ABCD do melanoma: 
A. Assimetria; 
B. Bordas irregulares; 
C. Cor variável; 
D. Diâmetro > 6mm; 
E. Evolução (tamanho, forma, cor) 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
6 
PRÁTICA MÉDICA IV – DERMATO 
 
1. Cite o diagnóstico provável das imagens abaixo:

Continue navegando