Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Juliana Cardoso Campanati M-6 1 OSCE PRÁTICA MÉDICA IV Juliana Cardoso Campanati M-6 2 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ● Infarto agudo do miocárdio é necrose miocárdica resultante de obstrução aguda de uma artéria coronária. ● Alterações no ECG: Isquemia miocárdica subendocárdica: onda T positiva e apiculada transmural: onda T negativa e apiculada corrente de lesão subendocárdica: infra de ST transmural: supra de ST Necrose miocárdica subendocárdica: infarto sem Q -transmural : em D2, D3, aVF → onda Q patológica (>3mm) Juliana Cardoso Campanati M-6 3 em V1, V2, V3, V4 → padrão QS (o R desaparece e forma uma única deflexão negativa) ● Diagnóstico Diferencial.: ✔ Dissecção de aorta ✔ Pericardite ✔ EAP ✔ Pneumotórax ✔ Pneumonia ✔ Dor musculo esquelético ✔ Herpes ✔ Coleciste ✔ Úlcera refluxo e espasmo esofagiano Assim, podemos subdividir os quadros anginosos em três principais: 1. Angina estável. 2. Síndrome coronariana aguda com supra de ST (SCACSST). 3. Síndrome coronariana aguda sem supra de ST (SCASSST). Angina estável: É uma breve isquemia. Angina típica durando entre 2 e 15 minutos, que alivia com repouso e/ou nitrato. Também pode haver equivalente anginoso. ECG e enzimas normais. SCASSST: Angina Instável: Isquemia prolongada sem necrose. Angina típica, geralmente de duração maior que 20 minutos. ECG normal ou com alterações isquêmicas. Não eleva enzimas SCASSST: IAM sem supra: Isquemia acarretando necrose subendocárdica. É semelhante a angina instável, porém com elevação das enzimas cardíacas. SCACSST: IAM com supra: Principal evento é a necrose transmural. Clínica geralmente parecida com a angina instável e IAM sem supra, nos casos mais graves pode abrir quadro com edema agudo de pulmão ou choque cardiogênico. ECG com supra de ST e elevação das enzimas cardíacas. Tratamento: trombolítico ou angioplastia INFARTO CSST (placa instável + trombo oclusivo) Juliana Cardoso Campanati M-6 4 - Quadro clínico: opressão retroesternal em repouso contínua e sem resposta ao nitrato sublingual - ECG: supra de ST → infarto com Q (onda Q patológica, padrão QR, R que não cresce) após 60 minutos de oclusão Obs.: Angina de Prinzmetal é um tipo especial de angina instável provocada por vasoespasmo coronariano súbito, de caráter oclusivo, e que se apresenta com síndrome coronariana aguda (dor anginosa de forte intensidade) e supra de ST no ECG. Como regra, tanto a dor quanto o supra de ST são transitórios, durando alguns minutos e podem ser revertidos com o uso de nitrato sublingual ou nitroglicerina venosa. Este tipo especial de angina predomina entre homens de 45 e 55 anos, sem fatores de risco para aterosclerose, a não ser o tabagismo. Exame V H S: É um exame de sangue que avalia a velocidade da hemossedimentação podendo indicar se há alguma inflamação no organismo, como por exemplo uma simples gripe ou resfriado ou inflamações mais graves como pancreatite aguda, por exemplo. O exame VHS significa velocidade de sedimentação das hemácias ou velocidade de hemossedimentação. Por não indicar o local e a gravidade da inflamação, o exame VHS é pouco específico e, por isso, somente este exame não deve ser utilizado para diagnosticar alguma doença; Para que serve o exame VHS: O exame VHS serve sobretudo para avaliar e controlar a evolução de algumas doenças como: Polimialgia reumática que é uma doença inflamatória dos músculos; Arterite temporal que é uma doença inflamatória dos vasos sanguíneos; Artrite reumatóide que é uma doença inflamatória das articulações; Osteomielite que é uma infecção dos ossos; Tuberculose que é uma doença infecciosa. Para realizar o exame VHS, não é necessário nenhum preparo, e o jejum não é obrigatório. Juliana Cardoso Campanati M-6 5 Exame VHS alto O exame VHS alto pode indicar a presença de: Qualquer inflamação, como inflamação da garganta ou resfriado; Qualquer infecção como infecção urinária; Insuficiência cardíaca, respiratória ou hepática; Síndrome nefrótica, uma doença dos rins; Diarreias; Obesidade; Diabetes; Pancreatite aguda, que é uma inflamação do pâncreas; Vasculite, que é uma inflamação da parede dos vasos sanguíneos; Gravidez. Doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatóide, tuberculose, câncer e anemia severa podem aumentar muito o valor do exame VHS, podendo este ser maior que 100 mm na primeira hora. Exame VHS baixo O exame VHS baixo pode indicar a presença de: Policitemia que é o aumento das células do sangue; Leucocitose severa que é o aumento de glóbulos brancos no sangue; Anemia falciforme em que ocorre destruição dos glóbulos vermelhos; Uso de corticosteroides; Hipofibrinogenia que é um distúrbio da coagulação do sangue; Esferocitose hereditária que é um tipo de anemia que se passa de pais para filhos. O médico deve ver o valor do exame VHS e analisá-lo de acordo com a história clínica da pessoa, pois ele pode estar alto e a pessoa não ter nenhum problema de saúde. Juliana Cardoso Campanati M-6 6 Exame Hemograma Células vermelhas ou hemácias: são responsáveis pela oxigenação do corpo Juliana Cardoso Campanati M-6 7 Células brancas ou glóbulos brancos: Que são os leucócitos , que são células de defesa do seu corpo. Juliana Cardoso Campanati M-6 8 Plaquetas que são fragmentos de células e cariótipos, responsáveis pela coagulação valores normais 150,000-450,000 O ECG NORMAL E AS ALTERAÇÕES RELACIONADAS AO IAM E AS ARRITMIAS CARDÍACAS. CORRELAÇÃO CLÍNICO LABORATORIAL. ECG é o registro gráfico da atividade elétrica do coração. RITMO CARDÍACO: O ritmo normal do coração é o RITMO SINUSAL, ou seja, aquele gerado no nó sinusal, regularmente, a uma frequência entre 60 e 100 estímulos por minuto, em repouso. É confirmado ao ECG pela presença de onda P positiva em DI, DII e aVF, Juliana Cardoso Campanati M-6 9 FC: É o número de batimentos em cada minuto (bpm). Normal: entre 60 e 100 bpm > 100 = taquicardia < 60 = bradicardia, Onda P :Representa a despolarização (ativação) atrial desde a origem do estímulo no nó sinusal Complexo QRS: Representa a despolarização (ativação) ventricular Onda T: Representa a maior parte da repolarização ventricular Intervalo PR Representa o tempo gasto pelo estímulo para atingir os ventrículos desde sua origem no nó sinusal. É a soma da onda P + espaço PR. Segmento ST: Representa o início da repolarização ventricular Espaço ou segmento PR Corresponde ao retardo fisiológico no nó AV Intervalo QT: Representa a atividade elétrica ventricular completa Juliana Cardoso Campanati M-6 10 DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC): A DAC é uma das principais afecções do aparelho cardiovascular, sendo responsável pela síndrome de angina estável (curso crônico), síndromes coronarianas agudas e pela cardiopatia isquêmica, que pode levar à insuficiência cardíaca congestiva (ICC). ATEROSCLEROSE: A DAC é causada pela aterosclerose coronariana. Aterosclerose: é definida como uma resposta inflamatória ao aprisionamento excessivo de LDL-C no endotélio das artérias, fazendo uma placa fibrosa que, ao ulcerar, expõe material trombogênico. Disfunção endotelial: lesão / injúria vai formando um núcleo lipídico e uma placa fibrosa. Juliana Cardoso Campanati M-6 11 Se esta placa ficar instável, fica sujeita à ruptura. Quando rompe, há contato da gordura com o sangue, que faz um tampão plaquetário (trombo plaquetário). Mas se o trombo for muito grande, vai fazer um trombo sub oclusivo ou oclusivo. Fisiopatologia: Quando aumenta o LDL o HDL nãoaumenta junto. Aí passa a ter oxidação do LDL, que produz PTN quimioterápica para monócitos (MCP-1: proteína que atrai monócito). O LDL oxidase se junta com monócito, que fagocita esse LDL e forma macrófago. Vários macrófagos juntos formam as células espumosas. OBS.: O HDL faz transporte reverso de colesterol, tenta inibir oxidação de LDL, inibe expressão de moléculas de adesão (que também atraem monócitos) e tenta restaurar função endotelial (leva o colesterol da célula de volta para o sangue -> fígado ->fezes). Explicação da imagem: primeiro forma-se a estria aterosclerótica, depois a placa aterosclerótica, que tem: núcleo lipídico: hipocelular e rico em lipídeos extracelulares – conteúdo altamente trombogênico. capa fibrosa: que representa 70% do tamanho total da placa; e quanto maior, menos propensa é ao rompimento (céls musculares lisas sobem e formam essa placa protetora – proteção do epitélio pela migração do m. liso). Juliana Cardoso Campanati M-6 12 Apenas quando a placa chega a 70% ela é obstrutiva, então o paciente tem angina de esforço progressiva = angina estável progressiva. Ruptura da placa fibrosa: são desencadeados fenômenos de adesão e agregação plaquetárias; as placas vulneráveis (com capa fibrótica fina e excêntrica e núcleo lipídico extenso). A ruptura destas placas com deflagração de trombose são as responsáveis pelas síndromes coronarianas agudas. Endotélio vascular: tem papel fundamental na fluidez do sangue, do tônus vascular e da permeabilidade da parede vascular. O NO é a principal substância vasodilatadora/ hipotensora, anti-aterogênica, anti-agregante plaquetária e anti-inflamatória secretada pelo endotélio. Assim, sua deficiência forma um ambiente propício para a aterosclerose. Medidas preventivas: Hábitos alimentares saudáveis; Cessação do tabagismo; Prática de atividade física; Controle da PA, do DM e das dislipidemias; Uso profilático de alguns fármacos; Outros fatores de risco: homem>45 anos e mulher >55 anos, redução do C-HDL, IMC>30kg/m², circunferência da cintura >88cm em mulheres e >102 cm em homens, etc. Estatina (estabiliza a placa , pois ataca a inflamação quando esta na placa, além de diminuir o colesterol):prevenção primária está indicada em todos os indivíduos de alto risco e a prevenção secundária para indivíduos já portadores de doença cardiovascular (independente dos níveis de colesterol basal). Antiplaquetário: aspirina em dose baixa (100mg/dia) reduz a morbimortalidade cardiovascular de pacientes com DAC, AVE e arteriopatia periférica. Assim, indivíduos com risco moderado/alto é recomendado o uso de aspirina profilática (100mg/dia), após controle ideal de PA (< 140/90MMHG). Juliana Cardoso Campanati M-6 13 Em indivíduos de alto risco, considera-se também beta-bloqueadores (pós- infarto e angina), IECA (diabéticos e com nefropatia) INSUFICIÊNCIA CORONARIANA CRÔNICA: Acontece pelo desequilíbrio entre a oferta e o consumo de O2 pelo miocárdio. Ela pode ser o resultado de alterações em qualquer ponto da circulação coronariana levando a isquemia celular com perda gradativa de músculo cardíaco. Quando o desequilíbrio é pela redução de fluxo coronariano por um obstáculo fixo (geralmente placa aterosclerótica), temos insuficiência coronariana crônica. Consumo de O2: depende da FC, inotropismo (contratilidade cardíaca) e tensão sistólica da parede do VE. Oferta de O2: depende da capacidade de transporte de sangue oxigenado e do fluxo sanguíneo coronário. Causas de Insuficiência coronariana Quadro clínico: 4 formas: angina pectoris, isquemia silenciosa, o equivalente isquêmico e a insuficiência cardíaca pela cardiopatia isquêmica. A principal manifestação é a angina do peito: chamada de angina estável e geralmente se apresenta por desconforto ou dor torácica na face anterior do tórax (retroesternal ou precordial), em aperto, queimação, opressão ou constrição, normalmente desencadeada pelo esforço físico e aliviada pelo repouso ou nitrato. Pode ser irradiada para um ou ambos os braços, pescoço, mandíbula ou região posterior do tórax. Normalmente dura 5 – 20 minutos, com intensidade variável. Manifestações associadas: dispneia, cansaço, palpitação. A isquemia silenciosa ocorre pela presença de alteração isquêmica detectadas por exames complementares (ECG ou imagem) na ausência de sintomas. O equivalente isquêmico ou anginoso é caracterizado pelas manifestações relacionadas ao episódio de isquemia, mas não constituem o quadro da dor torácica clássica. Apresentação mais frequente é a dispneia e sudorese desproporcionais ao esforço realizado. Juliana Cardoso Campanati M-6 14 Diagnóstico: ⮡ História Clínica: o exame geralmente é normal, mas pode haver alterações como sopro cardíaco ou sinais de congestão pulmonar. ⮡ Eletrocardiograma de repouso: obrigatório, mas pouco sensível. Apenas em 50% dos casos é encontrado anormalidades (a mais comum é a alteração de repolarização ventricular). ⮡ Eletrocardiograma de esforço: um dos melhores exames para avaliar/confirmar o diagnóstico, já que aumenta o consumo de O2 pelo miocárdio no esforço em um leito vascular com limitação de fluxo. Sensibilidade: 55%-70%, especificidade: 85%. ⮡ Medicina nuclear: cintilografia é útil no diagnóstico e avaliação do tratamento e prognóstico. Mas tem alto custo, então seu uso é limitado para: pacientes assintomáticos, mas que tem teste de esforço positivo, ECG não interpretável (BRE) e pacientes com impossibilidade física de fazer teste de esforço. A cintilografia de estresse: usa-se dipiridamol, dobutamina ou adenosina. Pode ser realizado com radionuclídeos como tálio-201 ou tecnécio-99m. Essas técnicas elevam a sensibilidade para 90% e especificidade para 80%. ⮡ Ecocardiografia de repouso: pode mostrar alterações da contratilidade, compatível com sequela da DAC. Avalia-se função diastólica do VE (alteração no relaxamento do VE pode ser encontrado). No entanto não é específico; este ECO não afasta possibilidade de DAC. -Ecocardiografia de estresse (físico ou químico): principalmente se usar a dobutamina, pode mostrar alterações da contratilidade miocárdica sugestiva da DAC – vem sendo cada vez mais usado, com boa sensibilidade e especificidade. Indicado em impossibilidade ou dúvida no ECG de esforço. ⮡ Holter 24h: indicada na suspeita de angina vasoespástica e no diagnóstico e quantificação da isquemia silenciosa. Juliana Cardoso Campanati M-6 15 ⮡ ressonância magnética nuclear (RMN): possível detectar necrose e diferencia-la de isquemia. A TC pode fornecer o escore do cálcio e imagens coronarianas – identificar estratificação de risco. A TC de coronária ainda não conseguiu dados suficientes para substituir com precisão a coronariografia. ⮡ Cineangiocoronariografia (CAT): padrão-ouro. Indicado em indivíduos de alto risco Tratamento: o Controle dos sintomas; o Identificação e tto de condições que provoquem/piorem a angina; o Prevenção das complicações; o Controle dos fatores de risco/prevenção secundária. o 1° opção: tto medicamentoso com beta-bloqueadores (arritimias e HAs), nitratos(disfunção do VE e espasmo coronário e/ou inibidores de canais de cálcio(espasmo coronário, doença pulmonar, doença vascular periférica e HAs). Em casos não controlados pode se usar bi ou tri terapia. Mas a associação do nitrato com o beta-bloqueador é a mais efetiva, aumentando a tolerância aos exercícios. -Beta-bloqueadores: antagonistas competitivos dos receptores das catecolaminas. Diminuem consumo miocárdico de O2 por reduzir FC, a contratilidade e a PA, além de melhorar tolerância ao exercício. -Nitrato: atua primariamente na vasculatura venosa, fazendo vasodilatação, diminuindo a pré carga e volume diastólico final e tensão de parede do VE, diminuindo o consumomiocárdico de O2. (nitroglicerina – ação arterial, bom para angina de prizmetal). Usar sobre forma intermitente, pois desenvolvem tolerância rapidamente. -Trimetazidina: droga metabólica sem ação hemodinâmica; inibe a enzima 3- acetil-Coa tiolase, impedindo a oxidação dos ácidos graxos e produção dos íons Juliana Cardoso Campanati M-6 16 idrogênio, aumentando produção de ATP e diminuindo o dano metabólico das isquemias por desvio metabólico para a glicose. (vastarel). Prevenção das complicações: terapia antiplaquetária. O AC. Acetilsalicílico inibe formação de tromboxano A2, diminuindo agregação plaquetária. Se o pcte não pode tomar AAS (160- 325mg/dia), usar clopidogrel 75mg/dia ou ticlopidina 250mg 2x dia. SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA DO ST: - Angina instável: a diminuição do fluxo sanguíneo coronariano produz isquemia miocárdica em repouso; no entanto não há necrose (então os marcadores de necrose miocárdica são normais). Nesse caso, diferentemente do IAM instalado, normalmente há uma recanalização mais precoce da artéria coronária agudamente ocluída, sem haver comprometimento duradouro suficiente para provocar necrose. -IAM sem-supra ST: o trombo é do tipo não oclusivo e se oclusivo ocorre recanalização espontânea. O infarto é incompleto com necrose subendocárdica (então há elevação dos marcadors de necrose), pois essa região da parede cardíaca é mais vulnerável à isquemia. -Angina variante de Prizmetal ou vasoespástica: Angina de repouso com supradesnivelamento do segmento ST, que regride rapidamente com resolução da dor. Normalmente tem padrão cíclico, predominando no início da manhã. Espasmo coronariano numa artéria coronária normal ou com mínima lesão – tto:nitrato e/ou antagonistas do cálcio. Quadro clínico da SCA: Dor torácica, crescente( ocorre com esforços cada vez menores), normalmente dura mais de 10 min. A dor torácica é descrita na maioria das vezes com sensação de aperto, esmagamento ou constrição em região retroesternal, Juliana Cardoso Campanati M-6 17 podendo irradiar para o ombro esquerdo, braços, pescoço ou mandíbula. Com frequência há náuseas, vômitos, sudorese, palpitação, ansiedade e sensação de morte iminente. O aspecto clínico é de rápido agravamento dos sintomas, com aumento da intensidade da dor,maior frequÊncia de aparecimento e/ou duração mais prolongada. A dor não é aliviada com nitratos. A diferença de IAM SSST e angina instável é muito parecida, sendo muitas vezes diferenciada pela apresentação dos marcadores de necrose (como CK-MB e troponina).Caso não haja alteração no ECG, mesmo com marcadores de necrose sendo elevados, o paciente é tido como tendo um microinfarto. Diagnóstico: -Anamnese e exame físico: avaliar principais fatores de risco (como DM, HAs, obesidade...). ver se tem sinais de gravidade (como B3 e estertores creptantes) -ECG de repouso: evidenciar alterações do segmento ST ou onda T (infra de ST ou T invertido) que sugere angina instável ou IAM SSST.No entanto o ECG não diagnostica em cerca de 40-50% -Marcadores de Necrose Miocardicas (MNM): deve ser colhido a cada 4-6h nas primeiras 24h de internação. Os marcadores recomendados são a CK-MB(mais precoce; começa a se elevar em 4h após o IAM) e a troponina I(mais específica, porém pouco sensível nas primeiras horas – porém se elevada em portador de SCA SSST denota pior prognóstico e alto risco. Obs.: a troponina I pode estar elevada em embolia pulmonar, insuficiência renal, ICC descompensada, lesão neurológica grave. -Teste provocativo: quando paciente permanece sem dor após admissão e com marcadores de risco ausente. Juliana Cardoso Campanati M-6 18 Testes mais usados: ECG e cintilografia de esforço e ECO com estresse farmacológico. -Ecocardiograma: avaliação do VE num paciente de SCA.Disfunção no VE é indicativo de alto risco e pior evolução. Cineangiocoronariografia (CAT): padrão ouro. Definição da anatomia coronariana, do risco coronariano e da avaliação da indicação de revascularização. Indicada em casos mais graves. Tratamento geral das SCA: É chamado de MONA: Morfina (diminuição do esforço e do trabalho respiratório ), Oxigênio(usar nas primeiras 3-6h por suspeita de isquemia miocárdica aguda), Nitratos e Aspirina. Tratamento específico da SCA SSST: Início: Nitrato para alívio da dor, AAS e beta-bloqueador. Risco intermediário au alto deve ser mantido em regime hospitalar com monitorização ECG contínua. Administração de AAS, clopidogrel, hepoarina não fracionada (HNF) IV ou heparina de baixo PM (HPM)subcutânea(possui certo gral de inibição direta da trombina, boa biodisponibilidade , efeito anticoagulante previsível) , nitratos e beta-bloqueadores. Alto risco: adicionar inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (tirobifan ou abciximab) e em geral são submetidos ao CAT/angioplastia precoce (até 24h de admissão). Tto de angina refretária: podem ser manejados com o balão intra-aórtico, pois aumenta a perfusão do miocárdio e reduz consumo de O2 miocardica, reduzindo a isquemia miocárdica. Obs.: pode haver isquemia de MMII, tendo que retirar o dispositivo. Juliana Cardoso Campanati M-6 19 SÍNDROME CORONARIANA AGUDA COM SUPRA DO ST: DA: Descendente anterior; São em geral o resultado da oclusão total de um ramo coronariano por um trombo vermelho. Pode ser com onda Q ou sem onda Q. Quadro clínico: A decisão de administrar trombolítico ou submeter o paciente a angioplastia depende do ECG (elevação do segmento ST>1 mm em 2 ou mais derivações ou o surgimento de novo bloqueio de ramo esquerdo (BRE). A dor é profunda e visceral, muito intensa, semelhante a dor da angina, porém mais intensa e de maior duração. Localiza-se tipicamente na região precordial, retroesternal ou epigástrica e se irradia para os braços (e com menor frequência para abdome, dorso, mandíbula e pescoço). Pode vim acompanhada de ansiedade, náuseas, vômitos e iniciar-se no repouso. Mas pode haver infarto sem dor, mais comum em diabéticos, negros, em uso de beta-bloqueadores, Juliana Cardoso Campanati M-6 20 portadores de fibrilação atrial, pacientes anestesiados e idosos(nos idosos pode iniciar por dispneia e evoluir para edema agudo de pulmão). O infarto pode ocorrer a qualquer momento, sendo mais comum pela manhã. A dor precordial persiste por mais de 30 min e palidez, extremidades frias e sudorese sugere fortemente IAM. Garra de Levine= mãos espalmadas sobre o pericárdio (sinal clássico). Exames complementares: -Eletrocardiograma: com ele se vê a necessidade de fazer terapia de reperfusão imediata ou não. Outros achados do ECG, além do Supradesnivelamento de ST ou BRE é a onda Q e redução da amplitude da onda R. O ECG pode indicar localização do infarto e o provável ramo obstruído. A trombose do ramo de DA resulta em infarto da parede anterior do VE e do septo IV; oclusão da a.circunflexa, em infarto Antero-lateral ou postero-lateral; da a.coronariana direita, infarto de parede póstero-anterior do VE, podendo envolver VD e o septo interventricular e,ainda, provocar BAV e/ou outros distúrbios do nó sinusal. Tratamento: Inicialmente prescrever AAS e clopidogrel seguidos da anticoagulação e terapia de reperfusão. Medidas iniciais: 1. mastigar 100 ou 200mg de AAS; 2. Clopidogrel: ataque de 300 mg VO para 75anos; 3. repouso, o2, cateter nasal, oximetria, monitor cardíaco, acesso venoso, ex. complementares; 4. Iniciar curva enzimática de 6/6h ou 8/8h (troponinas e CKMB massa); 5. reperfusão coronariana: angioplastia primária ou trombolítico (estreptoquinase ou rTPA); 6. Anticoagulação: heparina não-fracionada ou enoxaparina; 7. betabloqueadores:se não houver contra-indicação; Juliana Cardoso Campanati M-6 21 8. morfina: bolus de 2 a 4 mg conformea dor do pcte; 9. inibidores da glicoproteína IIb-IIIa plaquetários: deve-se usar em pctes tratados com angioplastia primária. Obs.: quando se tem disponível a angioplastia e o trobolítico, a angioplastia primária é sempre a melhor terapêutica. Obs.: nitratos não devem ser usados de rotina, apenas na dor torácica persistente, hipertensão persistente, edema agudo de pulmão ou insulfiuciência cardíaca. Obs.: IECA: obrigatório se a fração de ejeção do paciente é menor ou igual a 40ou com sinais/sintomas de IC. Deve ser iniciado nas primeiras 24 h do infarto. Os antagonistas de aldosterona devem ser prescritos para pacientes pós-IAM que evoluem com IC, FE <40% ou diabetes. Recomenda-se iniciar estatinas nas primeiras 24h. A meta é que o LDLc<100mg/dl. A principal complicação da terapia trombolítica é a hemorragia (aumenta numero de AVC, principalmente se combinar t-PA e heparina). Se houver sangramento pela terapia trombolítica, utiliza-se: Crioprecipitado (hemoderivado rico em fibrinogênio e fator VIII), plasma fresco congelado, concentrado de hemácias e plaquetas, ácido épsilon-aminocapróico. Com a terapia de reperfusão esperamos: pico precoce de MNM, alívio da dor e resolução do supra de ST. Porém ainda ocorre arritmias de reperfusão como a taquicardia ventricular lenta, também chamada de ritmo ideoventricular acelerado. Complicações do IAM: Juliana Cardoso Campanati M-6 22 -30% dos pacientes irão apresentar angina pós-IAM: fazer terapia agressiva precoce; -Insuficiência cardíaca e choque cardiogênico; -IAM de VD complica em 1/3 dos infartos inferiores; -Pericardite -Ruptura da parede livre de VE seguida de tamponamento cardíaco; -Distúrbios do ritmo Caso 01: Um homem de 25 anos chegou à emergência apresentando dor torácica intensa, em pontada, que melhora ao se sentar e piora ao se deitar. No exame físico apresentou atrito pericárdico à ausculta cardíaca, sem demais alterações. Pericardite aguda. Pericardite: O supra quase sempre é difuso (exceto aVR e V1) e “concordante” - Concavidade para baixo - Causa frequente em jovens com infecção viral prévia e queixa de dor no peito. - Presença do atrito pericárdico na ausculta. Pericardite aguda. Juliana Cardoso Campanati M-6 23 Caso 02: Homem, 60 anos, deu entrada no hospital com dor no peito em caráter de opressão, sem irradiação que já durava 1 hora e não havia respondido aos nitratos sublinguais. Estava caminhando quando ocorreu o aparecimento da dor. Relata que 3 anos antes teve um infarto do miocárdio seguido de angina leve. HPP: HAS diagnosticada desde os 50 anos. H. Familiar: pai falecido de IAM com 70 anos. IAM inferior antigo e agudo anterior Juliana Cardoso Campanati M-6 24 Ondas Q Supra de ST Juliana Cardoso Campanati M-6 25 Cascata isquêmica 1- Alterações primárias na repolarização ventricular (onda T) 2- Segmento ST 3- Complexo QRS (onda Q) ✓ Ondas Q patológicas: (ondas Q com duração > 40ms) infarto com supra -> trombo oclusivo Cascata isquêmica 1- Alterações primárias na repolarização ventricular (onda T) 2- Segmento ST 3- Complexo QRS (onda Q) SD CORONARIANA COM SUPRA: ''Dor torácica ou equivalente anginoso agudo (novo ou piora do padrão), com elevação persistente (>20 min) do segmento de ST ou bloqueio de ramo esquerdo novo'' Juliana Cardoso Campanati M-6 26 MANEJO Antiagregante/ Anticoagulante Angioplastia primária Trombólise AAS 150 a 300 mg VO antes da intervenção Prasugrel ou Ticagrelor após intervenção Clopidogrel caso haja contraindicação AAS 150 a 300 mg VO antes da intervenção Clopidogrel após trombolítico CASO CLÍNICO 3 Paciente masculino, 40 anos, chega a emergência com relato de dor torácica em queimação que iniciou há aproximadamente 10 minutos em repouso. Refere já ter sentido essa dor antes, mas na ocasião não foi ao hospital devido a melhora do quadro em alguns minutos. HPP: nada a declarar. Segue ECG: Angina Variante de Prinzmetal Juliana Cardoso Campanati M-6 27 Vasoespasmo da musculatura lisa de artérias epicárdicas capaz de causar supra do segmento ST no ECG. Sintomas em repouso Mais comum em jovens Tratamento - BCC (Diltiazem ou Anlodipina) CAUSAS DE INFRA-DESNÍVEL DE SEGMENTO ST 1. Síndrome Coronariana Aguda Sem Supra de ST (SCASSST) 2. Bloqueio de Ramo Esquerdo Grau III (BRE III) 3. Sobrecarga Ventricular Esquerda (SVE do tipo sistólica) O que são arritmias? São consideradas Arritmias Cardíacas todas as alterações da formação e/ou condução do impulso elétrico através do coração. 1) Distúrbios na geração do estímulo no nó sinusal 2) Distúrbios na geração do estímulo fora do nó sinusal (Taquiarritmias supraventricular e ventricular) 3) Distúrbios da condução do estímulo elétrico através do coração (Ritmo normal, FC normal e o problema é apenas na condução – Bloqueios intraventriculares ou atrioventriculares. OBS: Em arritmias apenas a onda P e o QRS têm valor. Desprezar a onda T. Juliana Cardoso Campanati M-6 28 - Átrios (NSA) – Feixes intermodais – NAV – Junção AV – Tronco do feixe de His – Ramos D e E do feixe de his – Redede Purkinje – Músculo ventricular - Obs: O Ramo Esquerdo é composto por um hemi-ramo anterior e por um hemi-ramo posterior. Assim que o ramo esquerdo surge, ele se bifurca nesses dois hemi-ramos. - Obs 2: O diagrama acima é o de Lewis, que reflete como está a atividade elétrica do coração em cada situação. Taquicardia Sinusal Conceito: Ritmo sinusal com FC > 100 bpm - Ritmo sinusal: Onda P positiva em DI, DII e aVF. Mecanismo: regulação simpática exacerbada, geralmente compensatória. Nunca é uma doença, e sim um reflexo. Etiologia: - Fisiológica (esforço, emoções). Sem causa fisiológica, investigar patologia. Patológica (insuf. cardíaca, anemia, ansiedade, hipóxia, febre, hipertireoidismo) Quadro clínico: no sadio - palpitações - No doente: predominam os sinais e sintomas da doença de base - Importância: depende da causa da resposta simpática aumentada -Tratamento: doença de base. Juliana Cardoso Campanati M-6 29 É a primeira tentativa de compensação diante de uma insuficiência cardíaca. Bradicardia Sinusal - Se presente na fase aguda de um IAM é considerada um sinal de alerta, já que a bradicardia sinusal tende a evoluir com focos ectópicos no ventrículo, gerando extra-sístoles, que por sua vez podem se transformar em uma taquicardia ventricular e por fim numa fibrilação ventricular - Conceito: ritmo sinusal. FC < 60 bpm - Mecanismo: regulação vagal (parassimpática) exacerbada - Etiologia: fisiológica (atletas treinados), medicamentosa (betabloqueadores), patológica (hipotireoidismo, isquemia do nó sinusal) - Quadro clínico: geralmente benigna, mas pode causar hipotensão e choque Importância: no IAM favorece o aparecimento de arritmias ventriculares - Tratamento: casos graves atropina IV, marca-passo provisório (infrequente). Juliana Cardoso Campanati M-6 30 Arritmia Sinusal - Atividade simpática variando com a respiração. Mais comum em crianças, pouco frequente nos adultos. No ECG: Ritmo sinusal (onda P positiva em DI, DII e aVF) “Fásica ou respiratória”: a FC varia de acordo com a respiração, aumentando durante a inspiração (mais comum) “Não fásica”: a FC varia sem relação com a respiração (menos comum). Nesse caso não há como diferenciar da taquiarritmia sinusal. - Conceito: ritmo sinusal. FC variável geralmente com a respiração Juliana Cardoso Campanati M-6 31 - Mecanismo: regulação autonômica variável com a respiração (“respiratória ou fásica”) ou não (“não fásica”) - Etiologia: não tem patologia associada. Comum em jovens - Quadro clínico: nenhum- Importância: nenhuma - Tratamento: não necessita. No diagrama de Lewis pode ser visto apenas a aceleração da frequência durante a inspiração. Parada Sinusal - O estímulo nasce na junção AV equidistante de átrios e ventrículos e se propaga para cima e para baixo provocando sístoles atriais e ventriculares simultâneas, entre 40 e 60 bpm. O NAV é o 2º na hierarquia de geração de estímulos. Com a parada sinusal essa região assume o controle. 1 – FC entre 40 e 60 bpm 2 – Ondas P não visualizadas por estarem encobertas pelo QRS 3 – QRS normais Juliana Cardoso Campanati M-6 32 - ECG: Ausência de onda P, mas ocorre a despolarização atrial. Esta despolarização ocorre simultaneamente com a ventricular no diagrama a parte vermelha indica que o estímulo está partindo de baixo para cima, o que não é o habitual. A despolarização ventricular é normal, ou seja, anterógrada. Caso a onda P fosse visível, seria negativa pela despolarização retrógrada. - A onda a “em canhão” é explicada pela contração simultânea atrial e ventricular. Com a contração atrial ao mesmo tempo que a ventricular, o sangue encontra as válvulas átrio-ventriculares fechadas, ocorrendo uma maior repercussão à veia Juliana Cardoso Campanati M-6 33 jugular, evidenciada pela onda a em canhão. Nesse caso ocorrem 50 ondas a “em canhão”, caso a frequência do NAV seja de 50bpm. Esse fenômeno é diferente de onda a “gigante”, que ocorre por uma contração atrial mais forte por um aumento patológico de pressão. Situações especiais - Ritmo de escape juncional “baixo” Nesse caso o estímulo nasce na junção AV, mais precisamente no tronco do feixe de His, porém mais próximo dos ventrículos que serão despolarizados primeiro. O ritmo não é sinusal por não ter onda P antes do QRS Juliana Cardoso Campanati M-6 34 - Ritmo de escape juncional “alto” – mais frequente. Nesse caso o estímulo nasce na junção AV, porém mais próximo dos átrios que serão despolarizados primeiro. 1 – FC entre 40 e 60 bpm 2 – Ondas P negativas aparecem antes do QRS. O fato de serem negativas fazem o ritmo não ser sinusal. 3 – QRS normais - Conceito: Com a interrupção da produção do estímulo pelo nó sinusal o coração utiliza o nó AV (junção AV) como o novo gerador principal (marcapasso acessório). Este novo ritmo será chamado ritmo “de escape “ou “de substituição” juncional. - Etiologia: igual bradicardia sinusal - Quadro clínico: ao exame do pulso venoso teremos ondas a “em canhão” regulares coincidindo com o pulso radial. - Importância: igual bradicardia sinusal - Tratamento: igual bradicardia sinusal Obs: Independente se a onda P é um pouco antes ou depois do QRS, nesses casos sempre há onda a em canhão Distúrbios na condução do estímulo dentro dos ventrículos (Bloqueios intraventriculares) Juliana Cardoso Campanati M-6 35 Bloqueio de Ramo Direito - A despolarização do VE veio a partir dos átrios. Já a do VD é proveniente do VE e pacientes sem cardiopatias são assintomáticos. O diagnóstico se dá pela positividade do QRS em V1. 1 - Ritmo sinusal normal e PR normal. Ao atingir o ramo direito do F. de His o estímulo é bloqueado descendo somente pelo ramo esquerdo e só depois atinge o VD depois de atravessar o septo interventricular. A despolarização se altera, gerando um QRS deformado. - No diagrama de Lewis é visto apenas a alteração na despolarização do VD. A repolarização não entra no diagrama. Juliana Cardoso Campanati M-6 36 BRD de 3º grau (“Orelha de coelho”) 1) Em V1: padrão rsR’ com R’>r 2) Em V1: onda T sempre negativa. 3) Em V1: pode haver infra de ST 4) Em DI e V6: onda S espessada e aumentada 5) QRS ≥ 120 ms – Indica que o QRS está alargado, já que o estímulo precisa passar pelo septo. No de 2º o QRS é normal (110 ms) - No bloqueio de 3º grau nenhum estímulo chega ao ventrículo. OBS: A principal causa de BRD é o IAM de parede anterior por acometimento das artérias septais. Presença de padrão QS e depois R’. Conceito: bloqueio parcial ou total à passagem do estímulo através do ramo direito do feixe de His - Mecanismo: aumento do período refratário local - Etiologia: Coronariopatia aguda e crônica, Miocardiopatia Chagásica, Comunicação Inter-atrial (CIA), Embolia Pulmonar, Degenerativa (S. Lev e Lenégre), Não Cardiopata Juliana Cardoso Campanati M-6 37 - Quadro clínico: doença de base, se houver. À ausculta pode-se ouvir desdobramento “amplo” de B2, mesmo na expiração - Importância: seu aparecimento em paciente com IAM pode ser o início de BAVT ao nível dos ramos - Tratamento: doença de base, se houver. No IAM apenas observação armada (unifascicular), Hemibloqueio Anterior Esquerdo (HBAE) ASMA ASMA ∙ Doença inflamatória crônica das vias aéreas, gerada por uma hiperresponsividade que promove obstrução do fluxo aéreo com o estreitamento brônquico pela hipersecreção da mucosa. DIAGNÓSTICO: - Dispneia, tosse crônica, sibilos, desconforto torácico, sobretudo a noite e após acordar são manifestações que sugerem Asma. - O desencadeamento do quadro por fumaças, odores fortes, exercício físico também reforçam a hipótese. DIAGNÓSTICO EM MENORES ATÉ 2 ANOS: Primeira hipótese diagnóstica. - Laringotraqueomalácia - Anel vascular - Refluxo gastroesofágico A seriografia é o exame ideal para diferenciar refluxo de anel vascular Juliana Cardoso Campanati M-6 38 Adulto: - Disfunção da corda vocal - Refluxo gastroesofágico DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: a) < 5 anos: Rinossinusite, Má formação congênita, Fibrose cística, DRGE, Tuberculose, Laringotraqueobroncomalacia, Anel Vascular. b) > 5 anos e adultos: Rinossinusite, Neoplasias, DPOC, Insciência cardíaca, Hipertensão pulmonar, Embolia Pulmonar. EXAME FÍSICO: Quando alterado o exame físico encontra-se diagnostico como? Elasticidade: diminuida Expansibilidade: diminuida FTV: diminuido Percussão: hipersonoridade Ausculta: MV diminuído e sibilos Podendo apresentar também na inspeção sinais de esforço respiratório Orientação sobre a técnica e uso de inalatórios: • Homogeneizar o conteúdo da bombinha. • Sentar o paciente sem cruzar as pernas. • Pedir para fazer a expiração total • Posicionar a bombinha na boca, entre os dentes fixando na boca, • Pressionar a bombinha e fazer a inspiração profundamente, enchendo os pulmões de ar. • Retirar o inalador e contar 10 segundos em apneia • Lavar a boca, sempre que for usar ou manipular, para retirar os vestígios do medicamento para que não fique acumulado na boca ou no estômago. ABCD da Asma Juliana Cardoso Campanati M-6 39 A Abordar os fatores desencadeantes e agravantes e orientar como evitá-los B Buscar medicamentos apropriados e com técnica adequada C Colocar em prática a execução de um plano de ação, aprendendo a monitorar o controle da asma D Descrever a diferença entre medicação controladora e de resgate, conhecer os efeitos colaterais dos medicamentos usados e saber como minimizá-los. ESPIROMETRIA: As variáveis/medidas importantes para o diagnóstico de limitação ao fluxo de ar são: VEF1 e CVF. O diagnóstico de limitação ao fluxo aéreo é estabelecido pela redução da relação VEF1/CVF (inferior a 75%) A resposta ao broncodilatador é considerada significativa e indicativa de asma quando o VEF1 aumenta, pelo menos 200ml e 12% do valor pré-broncodilatador O diagnóstico de asma é confirmado não apenas pela detecção da limitação ao fluxo de ar,mas principalmente pela demonstração da reversibilidade parcial ou completa, após o BD de curta ação. Abordagem no ambulatório Juliana Cardoso Campanati M-6 40 TRATAMENTO: (LAMA inibidores de acetilcolina. CI Corticoide inalatório, Formoterol: Beta2 agonista.) ETAPA 1 e 2 : Dose baixa de corticoide inalatório e B2 agonista de LONGA duração. Formoterol . Caso não tem o B2 de longa ação. Usar o SABA (salbutamol) e CI. Não usar o SABA sozinho. ETAPA 3: Dose baixa de Corticoide inalatório + B2 de longa duração (Inicia-se para o tratamento da ASMA NÃO CONTROLADA) ETAPA 4: Dose média de corticoide + B2 de longa duração ETAPA 5: Etapa 4 + CO oral SABA B2 DE CURTA DURAÇÃO LABA: B2 DE LONGA DURAÇÃO Juliana Cardoso Campanati M-6 41 Abordagem na Emergência: DISPOSITIVOS INALATÓRIOS: a) Inaladores pressurizados: Geralmente propelentes, compactos e para medicação de resgate como Broncodilatadores (Aerolin ®) Juliana Cardoso Campanati M-6 42 b) Inaladores em Pó: Certeza de inalação da dose e com uso de corticosteroides inalatórios. (Alenia ®) c) Nebulizadores de Jato: Uso com volume corrente e com mistura de medicamentos. DIFERENÇA ASMA X DPOC DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ∙ A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é constituída pela presença de Bronquite Crônica + Enfisema Pulmonar, a qual promove a limitação do fluxo aéreo, de forma NÃO REVERSÍVEL, graças à destruição do parênquima pulmonar. ∙ É uma resposta PROGRESSIVA e associada a uma resposta inflamatória por partículas ou gases nocivos. FATORES DE RISCO: a) Fumo (PRINCIPAL FATOR) b) Substâncias Químicas Profissionais c) Substâncias de Biomassa (Lenha) d) Fatores que afetam o desenvolvimento pulmonar durante a gravidez e infância Juliana Cardoso Campanati M-6 43 DIAGNÓSTICO: 1) História Clínica e Exame Físico: ⋅ Tosse ⋅ Expectoração ⋅ Dispneia ⋅ Sibilos ⋅ História de Tabagismo ou Exposição a pós, fumaças. ⋅ Tórax Hiperinsuflado ⋅ Tempo expiratório prolongado ⋅ Musculatura Acessória ⋅ Expansibilidade e Elasticidade diminuídas ⋅ FTV diminuído 2) Exames Complementares: Raio X de tórax (Afastar outras patologias) Espirometria (Útil para prognostico e acompanhamento) Oximetria de Pulso (Útil para prognostico e acompanhamento) Espirometria: - NUNCA realizar espirometria em exacerbações - Obtenção das curvas fluxo-volume e volume-tempo é obrigatório. - Antes e após administração do broncodilatador - Analisar relação VEF1/CVF e obter variação < 0,7 e depois classificar no gold pela % do VEF1 Oximetria de Pulso: - SpO2 menor ou igual a 90% EXACERBAÇÃO: - Evento agudo caracterizado por um agravamento dos sintomas respiratórios e provaca também uma alteração da medicação. Juliana Cardoso Campanati M-6 44 -Utiliza-se: a) Broncodilatadores: B2 agonistas de curta duração inalatórios b) Corticoides sistêmicos: Prednisolona por 10 a 14 dias c) Antibióticos: Utilizados quando a dispneia piorar ou aumentar a expectoração e a purulência. d) CEPAP’S: Evitam ventilação mecânica, permaneça hospital e reduz a mortalidade. COMORBIDADES: a) Doenças cardiovasculares b) Osteoporose c) IVAS d) Depressão e ansiedade e) Diabetes f) Câncer de Pulmão OBJETIVOS DO TRATAMENTO: a) Prevenir a progressão b) Aliviar os sintomas c) Melhorar a tolerância a atividades físicas d) Melhorar o estado de saúde e) Reduzir mortalidade f) Prevenir e tratar exacerbações TRATAMENTO: a) Broncodilatadores B2 agonistas e anticolinergicos por via inalatoria b) Corticoides somente para DPOC GRAVE e MUITO GRAVE, com auxilio de B2 agonista. c) Vacinas anti-influenza podem reduzir exacerbações d) Inibidor fosfodiesterase-4 roflumilaste pode ser usado para reduzir exacerbações. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: a) Reablitação b) Oxigenoterapia c) PARAR DE FUMAR Juliana Cardoso Campanati M-6 45 DISPNÉIA Experiência subjetiva de desconforto respiratório, com diferentes graus de qualidade e intensidade. É derivada de interações entre múltiplos fatores fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais. Fisiopatologia: Sensação respiratória de desconforto: estímulo de receptores periféricos ◊ ativação neurológica ◊ processamento do estímulo no SNC reações do indivíduo. A atividade motora respiratória é comandada por neurônios do bulbo. As descargas respiratórias eferentes ativam os músculos respiratórios, que expandem a caixa torácica, inflam os pulmões e levam à ventilação. Avaliação da dispneia: ∙ Tipo de sensação: Juliana Cardoso Campanati M-6 46 Intensidade da sensação: avaliada com o emprego de escalas apropriadas e medidas de repercussão sobre a qualidade de vida do paciente. Modo de instalação: a partir desse, podemos correlacionar com diversas patologias que possuem a mesma característica. Por exemplo, a dispneia de instalação súbita é comum em doenças como pneumotórax ou embolia pulmonar. Diagnostico diferencial: devemos diferenciar a dispnéia de outros sintomas que costumam ser equivalentes para os pacientes, como, sensação de cansaço, esforço, sufocação, aperto no peito. Dispneia do trato respiratório: • Doenças das vias respiratórias: a asma e DPOC, caracterizam-se por obstrução do fluxo expiratório, que geralmente causa hiperinsuflação dos pulmões e distensão das paredes torácicas. A sensação de constrição torácica e a hiperventilação provavelmente se devem à estimulação dos receptores pulmonares. • Doenças da parede torácica: os distúrbios que enrijecem a parede torácica ou que enfraquecem os músculos respiratórios também estão associados ao aumento do esforço para respirar. • Doenças do parênquima pulmonar: as doenças pulmonares intersticiais, que podem ser causadas por infecções, exposição ocupacional ou distúrbios autoimunes, estão associadas ao aumento da rigidez dos pulmões e acentuação do esforço para respirar. Dispneia do sistema cardiovascular: Juliana Cardoso Campanati M-6 47 • Doenças das câmaras cardíacas esquerdas: as anormalidades miocárdicas causadas pela doença arterial coronariana e pelas miocardiopatias não isquêmicas aumentam o volume diastólico final do VE e provocam elevações das pressões diastólica final dessa câmara e dos capilares pulmonares. Essas pressões altas causam edema intersticial e estimulam os receptores pulmonares e, deste modo, provocam dispneia. • Doença dos vasos sanguíneos pulmonares: a doença pulmonar tromboembólica e as doenças primarias da circulação pulmonar (hipertensão pulmonar, vasculite) causam dispneia porque aumentam a pressão arterial pulmonar e estimulam os receptores pulmonares. A hiperventilação é comum e alguns pacientes podem ter hipóxia. • Doenças do pericárdio: a pericardite constritiva e o tamponamento pericárdico estão associados às elevações das pressões intracardíacas e vasculares pulmonares, que provavelmente são responsáveis pela dispneia observada nesses distúrbios. Dispneia com sistemas respiratório e cardiovascular normais: A anemia está associada ao desconforto respiratório quando o paciente faz esforço físico. A sensação de falta de ar associada a obesidade provavelmente se deve a vários fatores, inclusive debito cardíaco aumentado e disfunção da bomba ventilatória. A ansiedade aguda pode agravar a dispneia por alterar a interpretação dos estímulos sensoriais ou gerar padrões respiratórios que acentuam as anormalidades fisiológicas do sistema pulmonar. Outras causas de dispneia: refluxo gastroesofágico, descondicionamento físico, gravidez, HAS, hipertireoidismo. Dispneia na emergência - Pneumonia, DPOC, Insuficiência Cardíaca, Edema agudo de pulmão, Asma, Tromboembolismo pulmonar, Pneumotórax espontâneo - diagnóstico diferencial entre as diferentes patologias baseando-se nos achados semiológicos. Juliana Cardoso Campanati M-6 48 Juliana Cardoso Campanati M-6 49 Urticária aguda Diagnóstico e Manejo na Emergência Diagnóstico.:A história clínica do paciente, os hábitos alimentares, o uso de medicamentos e o aspecto das lesões são dados importantes para diagnóstico da urticária. Exames de sangue e testes cutâneos podem ser úteis para identificar a causa e os fatores desencadeantes. Lesões eritemato papulosas ou placas pruriginosas, isoladas ou agrupadas, fugazes e que desaparecem a digitopressão. A urtica é caracterizada por uma lesão com edema central de tamanho variável, quase sempre circundada por eritema, sensação de prurido ou queimação, e natureza fugaz, com a pele voltando ao seu aspecto normal entre 30 minutos e 24 horas. ocorre liberação de mediadores vasoativos (histamina, leucotrienos e prostaglandinas), que causam dilatação capilar levando ao eritema, reflexos nervosos axonais com aumento da permeabilidade capilar e consequente formação da pápula. Manejo na Emergência.: Na emergência se o paciente apresentar quadro de urticária e/ou angioedema muito intenso são utilizados anti-histamínicos e corticoide injetáveis. anti-histamínicos por 14-21 dias e, em algumas situações, com corticoide sistêmico por curto período de tempo (máx 7 dias). Juliana Cardoso Campanati M-6 50 Se além dos sintomas de urticária e angioedema, houver outros sintomas como rouquidão, dificuldade para respirar, náusea/vômito, tontura, perda da consciência poderá ser tratado com adrenalina subcutânea. Pacientes com risco de urticária e angioedema alérgico muito grave e/ou anafilaxia são orientados a carregar e utilizar, se necessário, uma seringa auto aplicável de adrenalina até que ocorra o atendimento médico. • Urticária aguda: pode durar até 6 semanas. Urticária aguda: causas mais comuns. Infecções virais, principalmente das vias respiratórias superiores, são mais relacionadas. As exceções ocorrem nos casos em que existe a suspeita de associação com alergia mediada por IgE. No caso da suspeita de alergia mediada por IgE, a realização de testes alérgicos cutâneos ou dosagem sérica de IgE específica devem ser consideradas. Em nosso meio, alimentos e veneno de insetos himenópteros são causas relevantes de urticária IgE mediada. Outra causa frequente de urticária aguda, especialmente nos adultos, são os analgésicos e anti inflamatórios não esteroidais (AINEs). Muitas vezes a urticária por AINEs se manifesta apenas com angioedema, sem o aparecimento de urticas. • Infecções bacterianas e infestações parasitárias • Associação entre IVAS e AINES • Drogas : todas potencialmente podem desencadear urticária e ou angioedema. • Drogas mais frequentes: penicilinas, sulfas, aspirina e outros AINH. • Alimentos ricos em aminas vasoativas: alguns tipos de queijos, tomate, morango, vinho, frutos do mar e sulfitos. Urticária aguda induzida por alimento. • Alimentos: leite, ovo, amendoim, nozes, soja, trigo, peixe e crustáceos. • A suspeita normalmente se dá devido a relação temporal entre a exposição e o evento • Os sintomas surgem entre poucos minutos até 2 horas da ingestão do mesmo Juliana Cardoso Campanati M-6 51 • Pode estar associado a sintomas gastrointestinais e ou respiratório. Risco de anafilaxia. • O teste duplo-cego placebo controlado é considerado padrão ouro no diagnóstico. Juliana Cardoso Campanati M-6 52 Radiologia DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica I. Enfisema pulmonar: Aumento permanente do espaço aéreo distal ao bronquíolo terminal, acompanhado de destruição das paredes alveolares. - Avaliação: mais bem visto na TC, mas pode ser visto na radiografia PA e perfil Achado radiológicos: campos pulmonares Hipertransparentes (mais preto), há uma hiperinsuflação, aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (cifose), o espaço retroesternal fica maior, o diafragma fica retificado/empurrado pra baixo. Em PA o coração fica mais alongado, verticalizado, pendurado (em gota), os espaços intercostais ficam aumentados. Atelectasia: - hemitórax opaco, com redução volumétrica - redução dos espaços intercostais - pulmão colabado - mediastino desviado para lado colabado, elevação da hemicúpula diafragmática E ou D, desvio homolateral da traqueia para o lado acometido. Lado direito + acometido. Possíveis causas: Aspiração de corpo estranho, neoplasia, tumor Clínica: tipicamente assintomática, mas pode causar tosse seca, dispneia e taquipneia e resultar em hipoxemia. Juliana Cardoso Campanati M-6 53 - Inspeção: Retração do hemitórax e tiragem. - Palpação: Expansibilidade diminuída e FTV diminuído ou abolido. - Percussão: Submacicez ou macicez. - Ausculta: Redução do murmúrio vesicular, ressonância vocal diminuída. - Pode haver som brônquico ou broncovesicular substituindo o murmúrio vesicular. Achados radiológicos: Hemitórax opaco esquerdo com redução volumétrica e EICE reduzidos. Traqueia repuxada para o lado opaco assim como o mediastino. Bronquiofonte esquerdo obliterado. Diagnóstico: Atelectasia do pulmão esquerdo todo Diagnóstico diferencial: Pneumectomia (mas geralmente ficam sinais cirúrgicos) Atelectasia: ausência parcial ou total de aeração do pulmão ou de parte dele, que pode ocorrer de forma aguda ou crônica, sendo caracterizada pelo colapso alveolar. É quando ele “murcha”. - Sinais diretos: deslocamento das cissuras, aumento da densidade, aproximação de vasos e brônquios; - Sinais indiretos: elevação do hemidiafragma, desvio do mediastino, Hiperinsuflação compensatória, deslocamento hilar, redução dos espaços intercostais. Hipotransparência no hemitórax esquerdo; Traqueia está desviada para esquerda; Diafragma esquerdo está mais elevado que o direto; Coração está deslocado para esquerda; Espaços intercostais da esquerda estão reduzidos. Tudo isso aconteceu pois o pulmão esquerdo colabou/esvaziou, diminuiu o volume do hemitórax e provocou todas essas alterações estruturais. OBS: Diagnóstico diferencial para hemitórax opaco: derrame pleural volumoso e tumor (porém eles empurrariam as estruturas para o outro lado), pneumectomia (veria sinais de cirurgia, clipes metálicos, faltando costelas, etc). Juliana Cardoso Campanati M-6 54 Uma atelectasia dessa forma, extensa, pode ser causada por qualquer coisa que entupa o brônquio esquerdo, como tumor que comprimiu o brônquio, aspiração de corpo estranho. A atelectasia pode murchar o pulmão inteiro ou só um lobo (se ele fechar um brônquio lobar) e aí os achados serão de acordo com o lobo que está atelectasiado. Atelectasia de lobo superior direito – hipotransparência no ápice direto e traqueia está desviada. Essa hipotransparência tem um contorno inferior muito bem definido, pois na verdade seria a fissura horizontal que era para estar mais para baixo, mas subiu, em decorrência da traqueia ter puxado, do coração ter deslocado um pouco e o hilo pulmonar ficar levantado. Atelectasia segmentar direita – hipotransparência no pulmão direito, mas não é em todo o pulmão. Tem um contorno bem definido na parte inferior, que deve ser a fissura horizontal. No lado direito do pulmão temos 3 segmentos (anterior, apical e posterior) e o que deve ter acontecido com esse paciente foi que somente o segmento anterior atelectasiou. A atelectasia no lobo superior esquerdo, ele não tem fissura horizontal. Então a oblíqua toda vai para frente. No PA tem hipotransparência na base esquerda comparando os dois lados, diafragma esquerdo também está um pouco elevado. Já no perfil consegue-se observar uma faixa hipotransparente na frente. A borda posterior que está bem delimitada que é a fissura oblíqua e foi repuxada para frente e a mancha branca é o lobo superior atelectasiado. Traqueia está repuxada para esquerda, o hilo pulmonar à direita está mais baixo e o da esquerda se levantou. Temos uma atelectasia de parte do lobo superior esquerdo.Quando formou essa atelectasia, nota-se uma “curvinha” e uma Juliana Cardoso Campanati M-6 55 “barriga”, formando um “S”. A parte superior do “S” é a atelectasia e a parte inferior é um tumor, que comprimiu o brônquio e fez a atelectasia. Isso se chama Sinal de S de Golden. Atelectasia do lobo médio: vai abaixar a fissura horizontal e subir a oblíqua. EAP: Achados radiológicos: Infiltrados mistos ,intersticiais , alveolares e predomina na região medular dos pulmões, poupando a periferia, chamado de infiltrado em asa de morcego ou asa de borboleta (típico do EAP). Diagnóstico: Edema pulmonar. O coração bombeia o sangue pela aorta para o corpo. Se ICC o coração não consegue bombear para a aorta e começa acumular nos pulmões. Se faz um pico hipertensivo o coração precisa vencer essa pressão, logo tem que fazer mais força para bombear o sangue, se o coração for doente começa a acumular sangue no pulmão, nas veias, nos linfáticos (que não conseguem mais drenar) – (infiltrado intersticial), e começa a vazar líquido pra dentro dos alvéolos (infiltrado alveolar). Clínica: dispneia grave, estertores pulmonares, diaforese, sibilos e, às vezes, escarro espumoso e sanguinolento. O diagnóstico é clínico com a ajuda de radiografia de tórax. ICC com congestão pulmonar: - cardiomegalia Juliana Cardoso Campanati M-6 56 - inversão do padrão vascular – vascularização mais visível nos lobos superiores = cefalização da trama vascular), - proeminencia dos linfonodos hilares - linhas B de Kerley: são linhas horizontais na periferia do pulmão. Denotam septos interlobulares espessados e edematosos, muitas vezes decorrentes de edema pulmonar. - pode ter derrame pleural e até mesmo alterações ventriculares. Sinais e sintomas ICC: refluxo hepatojugular, ascite, turgência jugular patológica, hepatomegalia, edema MMIIS, aumento do índice cardiotorácico (> 50%), sinais de congestão pulmonar Sinais de congestão pulmonar: estertores, crepitações, cianose, fadiga, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Mesmo paciente, porém em momentos diferentes. Achados radiológicos: Na imagem de baixo: cardiomegalia com o pulmão um pouco sujo Na imagem de cima: o infiltrado piorou, infiltrado peri-hilar, edema pulmonar surgindo, coração em moringa com derrame pericárdico associado. Diagnóstico: Edema pulmonar por conta de uma ICC com derrame pericárdico O coração espremido pelo derrame pericárdico (devido a ICC) não consegue bombear o sangue, acumulando líquido no pulmão, fazendo um edema pulmonar. Tratamento: Dreno do pericárdio. Achados radiológicos: Pulmão radiopaco do lado direito. Paciente está deitado. Não tem redução volumétrica. A traquéia está desviada para o lado esquerdo. Na TC se ê melhor o derrame, com o líquido se depositando na parte mais Juliana Cardoso Campanati M-6 57 posterior, empurrando a crossa da aorta e mediastino para direita. No raio x vemos um degrade porque ainda há espaço com ar preenchido. Estruturas ósseas observadas: Costelas rodeando, arco costal e escápulas. Diagnóstico: Derrame pleural volumoso. Incidências PA, Perfil e Laurell Achados radiológicos: Velamento de boa parte do hemitórax esquerdo com nível hidroaéreo faz uma parábola. Em laurell o líquido escorre, mostrando que o líquido está livre no espaço pleural. Diagnóstico: Derrame pleural volumoso, ocupando 2/3 do hemitórax esquerdo. Tratamento: Dreno de tórax. Derrame pleural: existem duas membranas, uma que recobre o pulmão e outra que recobre a parede torácica, e que são lubrificadas para que quando o pulmão encher e esvaziar, não causar atrito entre elas. O derrame pleural provoca o acúmulo de líquido no espaço pleural e vai se depositar onde está mais baixo. Pleura: espessamento, derrame, calcificações e tumores Juliana Cardoso Campanati M-6 58 Parábola de Damoiseau (sinal do menisco) Nesse derrame pleural o nível de líquido está bem reto, representando um nível de água com gás, chamado de nível hidroaéreo ou hidropneumotóra (derrame pleural + gás). Pneumonia: -Hipotransparência com infiltrado alveolar e aerobroncogramas de permeio. Clínica: febre, taquicardia ou calafrios e/ou sudorese. Também, tosse, que pode ser seca ou produtiva com escarro variável, dor torácica e dispneia. Alguns pacientes referem sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos e diarreia. Estertores. Macicez ou submacicez. FTV aumentado. Achados radiológicos: Hipotransparência na base esquerda. Infiltrado alveolar (bolinhas pequenininhas) com aerobroncogramas (minhocas prestas passado no meio). Se o infiltrado for pneumônico o alvéolo é cheio de secreção (catarro), se o paciente se afogou, pode ter aspirado água, se broncoaspirou pode ser esse líquido, pode ser sangue se for hemorragia alveolar. A bola escura na incidência em perfil nada mais é que o pulmão aerado. Diagnóstico: Infiltrado alveolar de uma pneumonia em lobo inferior esquerdo. Juliana Cardoso Campanati M-6 59 Achados radiológicos: Se fosse pensar em derrame pleural...não teria uma área escura visível, não tem nada sendo empurrado para o lado oposto. Descartamos o derrame pleural. Essa hipotransparência parece uma consolidação que encosta no mediastino, perdendo o limite do coração (borra a silhueta cardíaca), pois está no mesmo plano do coração e com a mesma densidade. Consolidação na língula. Diagnóstico: Pneumonia com consolidação na língula. Achados radiológicos: Hipotransparência que respeita a silhueta cardíaca, o que nos diz que não está no mesmo plano, logo ela está para trás, no topo do lobo inferior ou terço médio do pulmão esquerdo. Dentro do lobo tem um limite indefinido. Diagnóstico: pneumonia com consolidação no lobo inferior do pulmão esquerdo. Mesmo paciente, porém em momentos diferentes. Achados radiológicos: Na imagem de baixo: cardiomegalia com o pulmão um pouco sujo Na imagem de cima: o infiltrado piorou, infiltrado peri-hilar, edema pulmonar surgindo, coração em moringa com derrame pericárdico associado. Diagnóstico: Edema pulmonar por conta de uma ICC com derrame pericárdico Juliana Cardoso Campanati M-6 60 O coração espremido pelo derrame pericárdico (devido a ICC) não consegue bombear o sangue, acumulando liquido no pulmão, fazendo um edema pulmonar. Tratamento: Dreno do pericárdio Achados radiológicos: RX de tórax com alargamento do mediastino. Dá para observar o contorno da aorta descendente. O paciente tem um aneurisma na crossa da aorta e início da aorta descendente. Diagnóstico: Aneurisma da aorta. DERMATITE ATÓPICA Diagnóstico: clínico. Quadros de lesões eczematosas, pruriginosas, que podem cursar com pápulas, vesículas. Diagnóstico diferencial: ● dermatite seborreica ● dermatite herpetiforme ● escabiose ● deficiência de zinco ● psoríase Orientações não farmacológicas: ● hidratação ● banho morno ou frio ● trocar o sabonete por dermo lavante ● usar roupas de algodão ● não esfregar a toalha na pele ● evitar ambientes quentes. Tratamento • Antihistamínicos : • auxilia o controle do prurido • Ação sinérgica com a hidratação e as medicações tópicas Juliana Cardoso Campanati M-6 61 • Preferência pelos os sedantes( primeira geração) ao dormir. • NUNCA usar antihistamínicos tópicos. • Vitamina D: • Avaliar suplementação sobretudo nos casos de deficiência e infecções de repetição como auxiliar no tratamento da DA. • Imunoterapia – indicado para aqueles pacientes sensibilizados pelo ácaro ou outro aeroalérgeno. • Imunossupressores- casos graves, corticodependentes. • Imunobiológicos • Corticoterapia tópica: • Nas lesões de eczema agudo localizadas. Lesões extensas considerar corticoterapia sistêmica BLS1- Checar a segurança do local 2- Verificar a responsividade do paciente 3- Chamar ajuda (ligar 192) 4- Verificar pulso por 10 segundos e com uma mão no tórax dele pra ver se ele está respirando. Se tiver com pulso, nada a fazer. Se não tiver pulso continuar... 5- fazer 30 compressões 6- verificar vias aéreas 7- fazer duas ventilações 8- fazer então mais 4 ciclos de 30 compressões e 2 ventilações. Totalizando 5 ciclos. 9- Após isso verifique o pulso novamente. Se não tiver pulso repetir os 5 ciclos. OBS: Os ritmos chocáveis são fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) Juliana Cardoso Campanati M-6 62 OBS: Quando chegar o DEA pause o procedimento em qualquer etapa e a pessoa que está ventilando deve colocar o DEA no paciente e a pessoa que está fazendo as compressões deve continuar a fazer até o DEA sinalizar que deve parar. (no momento que o DEA entra em cena ele quem manda em tudo). Todo o ciclo será reiniciado na introdução do DEA e após os 5 ciclos o DEA irá reavaliar o paciente; se ele sinalizar ritmo chocável deve-se chocar e continuar até o DEA repetir a análise e sinalizar o ritmo como não chocável, então deve-se aferir o pulso do paciente novamente pois já que o ritmo é não chocável o pulso pode ter voltado. Os ritmos não chocáveis são a assistolia e a atividade elétrica sem pulso (AESP). APGAR E OS SEUS CRITÉRIOS: A escala de APGAR, também conhecida como índice ou escore APGAR, é um teste feito no recém-nascido logo após o nascimento que avalia seu estado geral e vitalidade, ajudando a identificar se é necessário qualquer tipo de tratamento ou cuidado médico extra após o nascimento. Esta avaliação é feita no primeiro minuto de nascimento e é repetida novamente 5 minutos após o parto, tendo em consideração características do bebê como atividade, batimento cardíaco, cor, respiração e reflexos naturais. Juliana Cardoso Campanati M-6 63 A: Aparência (Cor) : cianose ou palidez cianose nas extremidades sem cianose P: Pulso (FC): sem pulso menos 100bpm mais 100bpm G:Gestos (Irritabilidade): sem resposta a estímulo careta ou estimulação agressiva choro vigoroso, tosse, espirro A:Atividade (Tônus):nenhuma ou pouca atividade movimentos em extremidades muita atividade R: respiração (FR) : ausente fraco/lento irregular forte, choro vigoroso AVALIAÇÃO 0-3: asfixia grave 4-6: asfixia moderada 7-10: boa vitalidade Calendário Vacinal BCG somente uma dose ao nascimento (com ou sem cicatriz); acima de 2kg prematuros não pode ser feito e ela é bactéria atenuada, pode ser feita até 4 anos e 11 meses e 24 dias. (após não pode ser feito) e não deve ser feito em imunocomprometido. Tbm contactante com Hanseníase. Hb: 01 dose 12-24h após o nascimento IM ou até 30 dias de vida. (Depois faz complementando com a peta que são 3 doses) após 7 anos e gestante pode fazer 0,1,6 Resumo vacinas 💉 Juliana Cardoso Campanati M-6 64 Ao nascer BCG e Hepatite B 2 meses Pentavalente, ou dTP . Pneumo 10, VIP ou VOP e rotavírus 3 meses Meningocócica C 4 meses Pentavalent, Pneumo 10, VIP ou VOP e rotavírus 5 meses Meningocócica C 6 meses 3 ds da Pentavalente ou dTP e VIP ou VOP 9 meses Febre amarela 12 meses Tríplice viral, Pneumo 10 e Meningocócica C Juliana Cardoso Campanati M-6 65 Juliana Cardoso Campanati M-6 66 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS Sarampo Transmissibilidade maior dois dias antes e dois dias após o exantema Quadro Clínico: • febre que aumenta progressivamente até surgir o exantema. • Tosse com catarro (manifestação mais prolongada), coriza, conjuntivite (fotofobia) • Mancha de Koplik → Enantema patognomônico. Manchas branco- acinzentadas com halo de hiperemia no interior da cavidade oral. • Exantema maculopapular morbiliforme (lesões vão confluindo, mas existe área de pele sã) de progressão → crânio-caudal lenta (tipicamente surge na região retroauricular, fronte, nuca (região de implantação dos cabelos) Tratamento • Vitamina A: deficiência está relacionada a maior chance de formas graves. • Realizar notificação imediata! Profilaxia pós-contato • Fazemos para quem não foi vacinado e para quem é imunodeprimido • Vacina até o terceiro dia após a exposição Juliana Cardoso Campanati M-6 67 • Imunoglobulina padrão até o sexto dia (imunodeprimidos, grávidas, < 6 meses) Rubéola Prodrômico ( Geralmente ausente em crianças) ❖ Cefaleia, febre baixa, dor de garganta, coriza ❖ Sinais típicos: linfadenopatia retroauricular, occipital e cervical ❖ Sinal de Forchheimer: petéquias no palato (não é patognomônico) Juliana Cardoso Campanati M-6 68 ❖ Exantema rubeoliforme → lesões claras e mais bem destacadas, de progressão: crânio-caudal rápida, sem descamação. O exantema surge após a febre. Varicela Exantema Vesicular - Polimorfismo regional: Mácula → Pápula→ Vesícula de conteúdo cristalina (gota de água sobre pétalas de rosas) → Pústula (não significa infecção bacteriana) → Crosta. (pápulas vermelhas + bolhas + crostas) - Lesões são muito pruriginosas e acomete mucosas (mucosa oral, genital e conjuntiva) - Progressão: centrífuga (centro → periferia) - Distribuição: centrípeta (+ lesões no centro) - Descamação: ausente Juliana Cardoso Campanati M-6 69 Juliana Cardoso Campanati M-6 70 Juliana Cardoso Campanati M-6 71
Compartilhar