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Micoses Cutâneas

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Milleide Ysla
Medicina, 2022*1
Micoses
Dermatologia
Micoses cutâneas
Tineas
Infecções por dermatófitos que infectam a epiderme e
principalmente unhas e pelos.
● Não causam quadros sistêmicos
Etiologia Trichophyton sp; epidermophyton sp. e
microsporum sp
Transmissão contato direto com fontes
contaminadas
Fisiopatologia
● A infecção ocorre a partir da presença de enzimas
que digerem a queratina, assim, elas se propagam
na epiderme e em seus anexos
Tinea de corpo*face*barba
Tipo de lesão: Placas eritemato descamativas, com bordas
elevadas e bem delimitadas, com áreas central mais clara e
aspecto de lesão anular
Predominância de vesícula ou pústula;
● Placa eritemato escamosa de evolução lenta
● Presença de prurido (sempre)
Na barba pode aparecer semelhante a uma foliculite
● No corpo, a lesão é mais acometida na região
inguinal, por conta da umidade e do atrito
local.
Diagnostico Exame micologico direto
Diagnóstico diferencial Eczemas e psoriase
Tratamento
● Cetoconazol ou isaoconazol, uso de cremes;
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● medicações: Terbinafina ou itraconazol (casos
disseminados)
Tinea Nigra (Ceratofitose negra)
Etiologia
● Fungo demaceo - Phaeoannellomyces weneckii
● Acomete em crianças do sexo femino, e zonas
tropicais e subtropicais
Clínica
● Mancha enegrecida, de pequena dimensão,
localizada em região palmar, plantar ou bordas
dos dedos
● Máculas castanho escurecidas, com limites bem
definidos
Diagnóstico
● Exame micológico direto das escamas das lesões
● Cultura em ágar Sabouraud (fase leveduriforme)
● Dermatoscopia auxilia no diagnóstico
○ Visualiza espículas finas, superficiais e
pigmentadas
Diagnóstico diferencial
● Melanoma extensivo superficial
● Fitofotodermatite
● Melanose
● Eritema pigmentar fixo e púrpura do atleta
Tratamento
● Antimicóticos de uso local
○ Imidazólicos - bifonazol,
cetoconazol, isoconazol ou
miconazol.
Tinea pedis (Frieira)
Etiologia
● T. mentagrophytes
● Var.mentagrophytes
Descrição da lesão
● Pode ter presença de Vesículas, sendo bastante
pruriginosa, descamação e maceração
interdigital, espessamento digital, fissuras
plantares, progressão para a região dorsal do pé e
quadros vesico bolhosos agudos e pruriginosos.
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Pode ocorrer acometimento de 2 pés e 1 mão, classificado
como a síndrome dos 2 pés e 1 mão
Diagnóstico Exame micológico direto
Diagnóstico diferencial
● Eczema atópico; Eczema de contato e psoríase
palmar
● Dermatite de contato
Tratamento
Creme: Cetoconazol ou isoconazol; Medicação: Terbinafina
ou itraconazol
Tínea das unhas
Descrição da lesão: Infecção da lâmina ungueal (rica em
queratina), comum em idosos principalmente em unha dos
pés.
● Tínea da unha branca: +
superficial, com manchas brancas apenas na
superfície da lâmina.
● Tinea da unha subungueal
distal
○ Mais frequente e com espessamento
escurecido da porção subungueal
Tinea da unha subungueal
proximal: rara e associada á (HIV)
Diagnóstico: Exame micológico direto e cultura para
fungos
Tratamento Sistêmico, exceto em casos da branca
superficial. com terbinafina e itraconazol (4 a 6
meses + esmaltes tópicos com
ciclopiroxolamina ou amorolfina)
● Monitorar as enzimas hepáticas em casos de
potencial hepatotóxico
● unha em coloração diferente(esverdeada) sugere
contaminação secundária por pseudomonas
●
Tinea capitis (dermatofitose do
couro cabeludo)
Características
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● Acomete mais crianças que adultos (adultos e
idosos é mais raro)
● Em casos mais amenos
○ Descritos como placas descamativas
com alopecia e cotos pilosos
● Em quadros inflamatórios, as lesões são mais
exuberantes. A tinea favosa é considerada a mais
grave, podendo evoluir para alopecia cicatricial
tinea favosa
Diagnóstico
Exame micológico direto e cultura das lesões
Diagnóstico diferencial (crianças)
● Psoríase e pseudotinea amiantácea (placas
descamativas em crianças atópicas).
Diagnóstico diferencial nos adultos
● Psoríase e dermatite seborreica
Tratamento
Antifúngicos orais: Crianças: Griseofulvina. Adultos:
itraconazol e terbinafina por 2 a 4 semanas
Pitiríase versicolor (pano branco)
Características
● Mais comum em adultos jovens e raro em
crianças e idosos.
● Fatores predisponentes: imunossupressão local,
sol, má higiene e umidade
Etiologia: Malassezia furfur (causam lesões maculo
descamativas de cores variáveis (versicolor)
Quadro clínico
Descrição da lesão
● Lesões maculares descamativas ovaladas,
disseminadas em tronco e na região cervical,
principalmente.
○ Raras em extremidades
● Hipocromias por > produção de ácido dicarboxílico
pelo fungo, inibindo a reação dopa-tirosinase e
diminui a produção da melanina.
○ Descoloração em máculas brancas,
rosas ou acastanhadas.
● Fina descamação, intensificada quando a pele é
esticada (sinal de Zileri)
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Lesões eritemato descamativas de aspecto circinado e
presença de sinal de Zileri positivo
Diagnóstico
Exame microscópico direto
Diagnóstico diferencial
● Pitiríase alba (extremidades e face)
○ Manchas brancas claras e sem muita
definição, está associada a asma, rinite
e pele seca, mais comumente associada
erroneamente com mancha de verme.
● Vitiligo (lesões não descamam)
Tratamento
● Cetoconazol
● Xampus com antifúngicos em casos recidivantes
● Casos resistentes ou muito disseminados -
antifúngicos orais (cetoconazol), com 200 mg,
por 10 a 14 dias.
Candidíase
Etiologia: Candida albicans
Características
● Fatores que desencadeantes
○ Uso de antibiótico, DM,
Anticoncepcionais, gravidez (por
mudanças na mucosa vaginal) e
imunossupressão
Manifestações clínicas
● Candidíase oral (Sapinho)
Candidíase genital
Descrição: Placas eritematosas e maceradas no prepúcio,
podendo se estender para região inguinal e escrotal
Intertrigo por candida
Descrição: placas eritematosas em áreas ocluídas com
pequenas pápulas e pústulas adjacentes à lesão satélite
Onicomicose e paroníquia
Descrição: inflamação da prega periungueal por perda da
cutícula - ocorre com regiões de contato com a água, onde
formam colônias de leveduras.
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Quadro sistêmicos
Esofagite,infecções do trato urinário e fungemia.
Diagnóstico Exame microscópico direto (baixa
eficácia); cultura.
Tratamento
1. Fluconazol 100 a 200 mg
2. Imidazólicos, como cetoconazol ou itraconazol.
3. Onicomicose: cremes imidazólicos (tioconazol,
isoconazol)
4. Em casos mais graves: Candidemia. usar
anfotericina B intravenosa
Micoses subcutâneas
Esporotricose
Etiologia
● Fungo dimórfico da espécie Sporothrix schenckii
Características
● Causam placas verrucosas eritematosas evoluindo
com linfangite ascendente.
● Acomete todas as idades e sexos
● A contaminação acontece principalmente por
ferimentos e contaminação de animais
domésticos (gatos) e plantas
Manifestações clínicas:
1. Placa eritematoescamosa verrucosa ou em úlcera.
2. Linfonodomegalia regional em cordão (+
comum) Cutâneo-linfática.
Esporotricose clássica Lesão cutânea com
linfangite ascendente
Diagnóstico
1. Cultura
2. Exame anatomopatológico
Cromomicose
Características:
● Infecção fungica cronica causada por fungos
negros encontrados em solos e vegetais
● comum em trabalhadores rurais
● Membros inferiores são os mais acometidos,
causando quadros parecidos aos da elefantíase
Manifestações clínicas
● Papula que evolui para nodulo e para placa
verrucosa que apresentam pequenos pontos
escuros (black dots) = conjunto de fungos
demáceos
○ Após alguns anos pode ter aumento
notável das lesões
● Sem sinais e sintomas sistêmicos
● Pode haver placas psoriasiformes.
Diagnóstico:
● Exame micológico direto; cultura e exame
anatomopatológico
Tratamento
● Cirurgia dermatológica, quando há disseminação
extensa (criocirurgia e nitrogênio líquido).
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● Antifúngicos sistémicos: itraconazol
Lobomicose
Características
●Infecção fúngica crônica, restrita a pele e ao
tecido celular subcutâneo causada pela Lacazia
loboi
● Acomete a pele exposta (poupa mucosa)
● Lesões em aspecto queloide (+ comum)
● + comum em adultos do sexo masculino
Manifestações clínicas
● Lesões queloidiformes, acometendo região
auricular, MMSS e MMII
Diagnóstico
CLÍNICO + Histopatologia ou citologico
Tratamento
● Eletrocoagulação, crioterapia ou exérese cirúrgica
● Itraconazol e*ou clofazimina
Micose sistêmica
Paracoccidioidomicose
Características
● Atinge a pele e órgãos internos
● Acomete mais jovens e adultos entre 20 a 40
anos
● Homens são os + acometidos
● Mulheres menos prevalentes por causa do
hormônio estrogênio que conferem proteção
Etiologia
● Fungo dimórfico: Paracoccidioides brassiliensis e
Paracoccidiides Lutzii
Fisiopatologia
1. + comum em via inalatória, iniciando pelo foco
pulmonar e se disseminando para os linfonodos
regionais.
2. Fungo percorre a via hematogênica até chegar
nos órgão secundários
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3. Paracoccidioidomicose
infecção: Paciente com resposta Th1 eficaz,
pode haver controle da doença
○ Aqui os pacientes podem se encontrar
assintomáticos, + o teste imunológico
é positivo (semelhante ao PPD na
tuberculose)
4. O que determina a forma clínica da doença é a
eficácia da resposta celular Th1
Quadro clínico
● Geral: Acometimento pulmonar associada a
lesões de mucosa e de pele
1. Pb-micose juvenil:
Hepatoesplenomegalia e adenomegalia
generalizada; febre; queda do estado geral +
perda ponderal
2. Pb-micose adulto: + comum evolução
crônica:
a. Acometimento de pulmão,
linfonodos, pele, mucosas e outros
órgãos simultaneamente
i. + pode acometer somente
um, tudo depende.
3. Manif. pulmonar: “Asa de borboleta" no
exame radiológico (+ pode ter outros padrões)
4. Manif. cutâneo-mucosa: erosões com
pontilhados hemorrágicos na mucosa oral
(estomatite moriforme)
a. Pode apresentar lesões na pele com
aspecto de pápulas, nódulos e úlceras
com ou sem crostas hemorrágicas
5. Manif. ganglionar: adenomegalias
pétreas e dolorosas que podem ulcerar e fistulizar
a. R. cervical é + frequente
b. Podem ocorrer quadros
intra-abdominais, promovendo
grandes massas tumorais, semelhantes
ao linfoma de Hodgkin
6. Manif. visceral: Acomete ossos
a. Pode haver síndromes de Addison
se acometer as suprarrenais
b. Lesões intestinais causam diarreias
crônicas e dores abdominais
c. Acometimento do SNC, causando
meningoencefalites ou tumores
cerebrais
Diagnósticos
● Padrão ouro: Exame micológico direto
○ Pode ser feito pela secreção purulenta
ou raspagem da lesão
● Exame anatomopatológico da biópsia lesional
● Cultura + sorologia + exames de biologia
molecular.
● Radiografia do tórax com achado de: “asa de
borboleta”
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Tratamento
● 800 mg de sulfametoxazol e 160 mg de
trimetoprima, a cada 12 horas por 12 meses
● 200mg*d de itraconazol, por 6 a 9 meses, ou de
12 a 18 meses
○ Não recomendado o uso de
cetoconazol = hepatotoxicidade se uso
prolongado
○ Anfotericina B: droga de primeira
linha para casos graves

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