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Jéssica Espíndola Nunes

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO 
GRANDE DO SUL 
 
DCVida – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ESTÉTICA EM SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EFICÁCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO 
LINFEDEMA PÓS MASTECTOMIA. 
 
 
 
 
JÉSSICA ESPÍNDOLA NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ijuí – RS 
2018 
 
 
JÉSSICA ESPÍNDOLA NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EFICÁCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO 
LINFEDEMA PÓS MASTECTOMIA. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Pós-Graduação em Estética da 
Saúde, do Departamento de Ciências da Vida – 
DCVida da Universidade Regional do 
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – 
UNIJUÍ, como requisito para obtenção do 
título de pós-graduada em Estética e Saúde. 
 
Orientadora: Betina Zimmermann Battisti 
 
 
Ijuí – RS 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus por ser perfeito em sua 
sabedoria e agir sempre de forma especial em minha vida, 
apontando o melhor caminho em todas as horas. 
Penso que nunca é tarde para se mostrar gratidão, e assim 
dedico não apenas este projeto, mas todas as minhas 
conquistas profissionais, especialmente ao meu filho 
Miguel Espindola Dornelles que me encoraja e incentiva a 
cada dia, batalhar mais, me dando força para seguir em 
frente, e nunca me deixa desanimar. 
Aos meus pais Joel Ferreira Nunes e Luciane Espindola 
Nunes, por me apoiarem em todas as minhas decisões, e 
juntamente com eles meus irmãos Eduarda e Lucas, que 
não mediram esforços e com muito carinho e dedicação 
cuidaram do meu filho aos finais de semana em todo esse 
grande percurso, quando eu precisei me ausentar. 
 Ao meu noivo Douglas Beltrão que com muito amor foi o 
meu suporte emocional, não desistiu de me apoiar em 
nenhum minuto, para que eu concluísse mais esta etapa da 
minha vida, sou muito grata pela sua paciência em escutar 
meus choros e por ter sempre a palavra certa para dizer. 
A minha orientadora, Betina Zimmermann Battisti, que 
realiza seu papel como professora com muita dedicação e 
amor, agradeço pela maravilhosa orientação, inclusive 
pela atenção até em horários não muito convencionais. 
A coordenadora do curso de Pós Graduação Luana Dall 
Oglio, pelo empenho e dedicação em oferecer sempre o 
melhor. 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
SIL Sociedade Internacional de Linfologia 
TDL Terapia Descongestiva Linfática 
DLM Drenagem Linfática Manual 
UICC União Internacional Contra o Câncer 
ADM Amplitude de Movimento 
AVD´s Atividades da Vida Diária 
FCD Fisioterapia Complexa Descongestica 
CPI Compressão Pneumática Intermitente 
VC Vestuário de Compressão 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO .................................................................................................................................... 6 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 7 
METODOLOGIA ...................................................................................................................... 11 
DISCUSSÃO ............................................................................................................................. 11 
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 15 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 15 
 
6 
 
 
A EFICÁCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO LINFEDEMA PÓS 
MASTECTOMIA. 
 
 Jéssica Espíndola Nunes 
E-mail: (jessicafisio.en@gmail.com) 
 
 Betina Zimmermann Battisti 
E-mail: (betinazb@yahoo.com.br) 
 
 
RESUMO 
 
Atualmente, a drenagem linfática manual é um dos recursos de grande destaque no tratamento 
de edemas e linfedemas. A drenagem linfática manual é um método terapêutico que visa 
aumentar a capacidade de condução da linfa, pelos vasos linfáticos favorecendo assim, em 
muito, a distribuição de líquidos intracelulares. Ao efetuar este tipo de drenagem estaremos 
levando a linfa para os reservatórios mais próximos das regiões comprometidas. A drenagem 
linfática manual deve respeitar a anatomia e a fisiologia do sistema linfático, além da 
integridade dos tecidos superficiais, devendo ser executada de forma suave, lenta e rítmica, 
sem provocar dor, danos ou lesões aos tecidos do paciente. Quando efetuada corretamente 
representa uma grande contribuição para a linfologia e a fisioterapia. A etiologia e os fatores 
de risco para o desenvolvimento do linfedema no pós-operatório de câncer de mama são 
multifatoriais e ainda não foram completamente esclarecidos. Este estudo tem como objetivo 
fazer uma revisão bibliográfica dos efeitos da drenagem linfática manual, no linfedema pós-
operatório de mastectomia. 
 
Palavras-chave: fisioterapia dermatofuncional, drenagem linfática, sistema linfático, 
linfedemas e pós-operatório. 
 
 
7 
 
INTRODUÇÃO 
 
Mamas são glândulas cuja principal função é a produção do leite, que se forma 
nos lóbulos e é conduzido até os mamilos por pequenos canais chamados ductos. Quando as 
células da mama passam a dividir-se de forma desordenada, um tumor maligno pode instalar-
se principalmente nos ductos e mais raramente nos lóbulos (VARELLA, 2018). 
São considerados fatores de risco para o câncer de mama: a hereditariedade-
responsável por 10% do total de casos; mulheres com histórico familiar de parentes de 
primeiro grau – mãe e irmã – acometidas pela doença antes dos 50 anos; primeira 
menstruação precoce; menopausa tardia – após os 50 anos; primeira gravidez após os 30 anos 
e a não paridade. A melhor forma para descobrir a doença precocemente dá-se pelo exame 
clinico e mamografia (SILVA et AL, 2017). 
Por motivos ainda mal conhecidos, a mulher atual tem sua fase reprodutiva mais 
longa, pois as meninas iniciam a primeira menstruação ou menarca mais cedo, aos onze ou 
doze anos de idade, e encerram depois dos cinquenta anos, período conhecido como 
menopausa. Associado a isso, o pequeno número de filhos mantém as mulheres em sucessivos 
ciclos menstruais, que geram ação repetida de estrógeno e de progesterona sobre os tecidos 
mamários. O impacto desta ação é considerado um dos principais responsáveis pelo aumento 
no risco de desenvolver câncer de mama na mulher moderna (VARELLA, 2018). 
Em todo o mundo, o câncer de mama é o que mais acomete as mulheres, tanto em 
países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, com a estimativa de cerca de 1,67 
milhões (25% do total) de casos novos diagnosticados na população feminina no ano de 2012. 
Sua incidência varia entre as diferentes regiões do mundo conforme o desenvolvimento de 
cada uma, ou seja, quanto mais desenvolvida for uma região, maior será o acesso das 
pacientes aos exames diagnósticos. (INCA, 2018a). 
No Brasil, da mesma forma, o câncer de mama é o que ocupa o primeiro lugar de 
incidência entre as mulheres, excluindo os casos de pele não melanoma, com 57.120 registros 
e 17.820 óbitos por ano, o que equivale a dizer que 49 mulheres morrem por dia no país 
vítimas desta doença (ATAÍDE, 2016). 
Radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, bem como a mastectomia — ressecção 
do tumor, que pode ser do tipo conservadora ou radical, essa última quando associada à 
linfonodectomia axilar —, são os tratamentos indicados para o câncer de mama, obtendo-se 
bons resultados na sobrevida e qualidade de vida dessa população. Contudo, quando há 
8 
 
retirada dos linfonodos axilares, associado à radioterapia observa-se o aumento do risco de 
desenvolver-se o linfedema de braço (SILVA et AL, 2017). 
O linfedema é um edema difuso de uma determinada região do corpo que tem como 
etiologia uma disfunçãodo sistema linfático superficial e, apenas em raras ocasiões, atinge o 
sistema linfático profundo. Devido à sobrecarga do sistema linfático superficial, há um 
acúmulo de líquidos e proteínas no tecido celular subcutâneo, promovendo um aumento das 
medidas do braço. Além disso, ocorrem aumento de peso, alteração funcional e modificação 
do fator estético (NETO et AL.; 2004). 
O linfedema é a complicação pós-operatória mais comum, e seus efeitos adversos 
afetam diretamente a qualidade de vida das pacientes. Embora sua incidência esteja 
diminuindo devido ao diagnóstico precoce e ao progresso nas estratégias terapêuticas – em 
especial à técnica da biópsia do linfonodo sentinela –, o linfedema ainda permanece como um 
desafio significativo para as pacientes e suas equipes multidisciplinares. Acreditam que, 
apesar desses avanços, o aumento da incidência de câncer de mama e o aumento de sobrevida 
das pacientes levarão ao consequente aumento da incidência do linfedema (REZENDE et 
AL.;2008). 
No início, o edema é discreto, mole e depressível à compressão, mas, com a evolução 
da doença, torna-se duro e não depressível. Cronicamente, esse aumento do volume do 
membro pode acarretar deformidades significantes, invalidez e, em um grau extremo, o 
aspecto elefantiásico; além disso, pode malignizar-se (KAFEJIAN-HADDAD et AL.; 2005). 
O linfedema pode ser classificado em primário e secundário, segundo a classificação 
de Kinmoth. O primário ocorre por alterações congênitas, como: agenesia, hipoplasia ou 
hiperplasia dos vasos linfáticos, e pode ser subdividido em congênito, precoce e tardio. No 
linfedema secundário, há alterações adquiridas do sistema linfático devido a traumas, 
infecções, cirurgias, radioterapia, insuficiência venosa crônica, dentre outras (KAFEJIAN-
HADDAD et AL.; 2005). 
O tratamento oncológico para neoplasia como as de mamas, cirurgias e/ou radioterapia 
podem levar ao linfedema de membro superior. Nos EUA e Europa, a causa mais frequente de 
linfedema secundário é o pós-tratamento oncológico para neoplasia de mama (KAFEJIAN-
HADDAD et AL.; 2005). 
A incidência do linfedema nas pacientes pós-mastectomizadas ocorre em 20% a 30% 
com uma taxa de prevalência de 15% a 30%. Os fatores de risco relacionados à sua instalação 
são: extensão da dissecção axilar do nódulo; radioterapia na axila e na fossa supraclavicular; 
quimioterapia; estadiamento avançado no momento do diagnóstico; diminuição da amplitude 
9 
 
de movimento do ombro; obesidade; idade avançada; atraso no fechamento da ferida; 
infecções pós-operatórias; e recorrência de câncer nos gânglios linfáticos axilares. O 
linfedema pode aparecer em qualquer época após a cirurgia, desde o pós-operatório imediato 
até alguns anos depois (LUZ; LIMA, 2011). 
A dissecção axilar, devido à ausência dos linfonodos ou apenas com a presença de 
linfonodos remanescentes, leva à redução da capacidade de transporte de linfa de um sistema 
vascular linfático intacto de tributárias, isto é, haverá uma redução do transporte de linfa no 
braço e no quadrante superior do tronco (REZENDE et al.;2008). 
O método mais indicado para redução do linfedema, segundo a Sociedade 
Internacional de Linfologia, é a Terapia Descongestiva Linfática, a qual apresenta a 
Drenagem Linfática Manual (DLM) como um de seus principais componentes, com o 
objetivo de direcionar o edema para vias que se mantêm íntegras após as incisões cirúrgicas, 
podendo, então, ser reabsorvido (ARIEIRO et al.;2007) . 
Em 1978, num Congresso Internacional da Associação para Drenagem Linfática 
Manual, na Áustria, o professor Krahe comprovou a eficácia da técnica de DLM em pacientes 
pós mastectomizadas (Guelfi, 2003). 
Desde a criação da técnica de drenagem linfática manual pelo biólogo dinamarquês 
Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder, em 1936, vários adeptos passaram a difundi-la, 
tornando-a um dos principais pilares no tratamento do linfedema. Tal técnica baseou-se na 
longa experiência adquirida por Emil Vodder e sua esposa com técnicas de massagens em 
Cannes, Riviera Francesa. Eles observaram que muitas pessoas apresentavam quadros gripais 
crônicos nos quais se detectava um aumento dos linfonodos na região cervical. Obtiveram a 
melhora desses quadros com determinados tipos de movimento de estimulação física 
(massagem) realizados na região envolvida. A partir dessas observações, desenvolveu-se a 
técnica de drenagem linfática manual, com a sistematização de alguns tipos de movimentos e 
da orientação do sentido de drenagem (GODOY, 2004). 
Os efeitos fisiológicos da drenagem são vários, inclusive o aumento e a reabsorção de 
proteínas, promovem a desintoxicação dos meios intersticiais, aumenta a velocidade da linfa, 
relaxa a musculatura, auxilia na distribuição de hormônios e medicamentos no organismo, 
acentua a defesa imunológica entre outras. (WENER et al, 2008). 
O sistema sanguíneo está intimamente relacionado anatômica e funcionalmente ao 
sistema linfático. Esse importante sistema possui funções importantes como: retorno do 
líquido intersticial para a corrente sanguínea, destruição de micro-organismos e partículas 
10 
 
estranhas da linfa, e respostas imunes específicas, como a produção de anticorpos (Guirro e 
Guirro, 2002). 
A drenagem linfática manual (DLM) é uma técnica de massagem com manobras 
lentas, rítmicas e suaves que envolvem a superfície da pele e seguem os caminhos anatômicos 
linfático do corpo, visando a drenar o excesso de líquido no interstício, no tecido e dentro dos 
vasos, por meio das anastomoses superficiais áxilo-axilar e áxilo-inguinal; a estimular 
pequenos capilares inativos; e a aumentar a motricidade da unidade linfática (linfangion), 
além de dissolver fibroses linfostáticas que se apresentam em linfedemas mais exuberantes. O 
sentido do fluxo linfático superficial depende das diferenças de pressões hidrostática e 
coloidosmótica de vasos e tecidos e de forças externas como a contração muscular e a DLM, 
pois os capilares linfáticos não são valvulados. O primeiro processo é a evacuação que 
começa centralmente no pescoço e no tronco, para limpar as principais vias linfáticas, seguida 
da captação, que transporta a linfa dos pré-coletores aos coletores linfáticos. É importante 
ressaltar que a captação só é realizada quando por meio da palpação for observado um 
amolecimento da região afetada e uma diminuição nas regiões mais proximais, significando 
que parte do líquido já foi evacuada. O tempo ideal é em torno de 30 a 45 minutos (LUZ; 
LIMA, 2011). 
Os sintomas do pós-operatório podem ser reduzidos pelo atendimento da fisioterapia 
através da drenagem linfática manual. Observa-se rapidamente redução do edema e 
hematomas, com favorecimento da neoformação vascular e nervosa, além de prevenir ou 
minimizar a formação de cicatrizes hipertróficas, retrações e quelóide (SOARES, 2005). 
As manobras de drenagem linfática exercem influência sobre algumas estruturas e 
funções biológicas, direta e indiretamente, tais como: 
- Estimula a contração da musculatura lisa dos vasos linfáticos, aumenta a velocidade 
de transporte da linfa, aumenta a capacidade de processamento da linfa no interior dos 
linfonodos, melhora as condições de absorção intestinal, melhora a atuação do sistema 
nervoso vegetativo, aumenta a captação de oxigênio pelos tecidos, fornece a nutrição celular 
pelo maior aporte sanguíneo, fornece a eliminação dos produtos finais resultantes do 
metabolismo tecidual, aumenta a absorção dos nutrientes e princípios ativos através do trato 
digestivo, aumenta a quantidade de líquidos a serem eliminados (WINTER, 1973). 
A drenagem linfática manual é indicada em: 
- Linfedema primário e secundário, linfedema de braço posterior à mastectomia, 
edema pós-operatório, pós-traumáticos e problemas circulatórios (WINTER, 1973). 
As contraindicações são: 
11 
 
- Trombose venosa profunda, tromboflebites, erisipela, infecção aguda, neoplasiasmalignas e diagnosticadas em atividade, insuficiência cardíaca congestiva (descompensada), 
história de hipertensão arterial e sintomas vagotômicos, asma brônquica de evolução grave e 
crises frequentes, arteriosclerose em processo avançado, hipertireoidismo (WINTER, 1973). 
 
METODOLOGIA 
 
Os artigos científicos foram pesquisados em sua grande maioria nas bases de pesquisa 
SciELO e Bireme, as palavras chaves e/ou termos utilizados para pesquisa foram fisioterapia 
dermatofuncional, drenagem linfática manual, sistema linfático, câncer de mama, linfedemas 
e pós-operatório. Os idiomas dos artigos foram em Inglês e em Português, os anos de 
publicação entre 1973 e 2017. 
Esse estudo visa evidenciar a importância da Drenagem Linfatica Manual nos casos de 
pacientes pós mastectomizadas, que apresentam quadro de linfedema. 
 
DISCUSSÃO 
 
Atualmente, o câncer de mama apresenta elevada incidência e mortalidade em todo o 
mundo, representando um importante problema de saúde pública. O câncer de mama 
permanece como o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre as 
mulheres. No Brasil, estima-se um número de 48.930 casos novos de câncer de mama em 
2006, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Em Porto Alegre (RS), a 
mortalidade por câncer de mama tem se mantido estável nos últimos cinco anos, com uma 
média de 190 casos por ano (FELDEN et al, 2009). 
Foi constatado, que em algumas mulheres após a mastectomia parcial ou total, 
encontram-se em quadros de linfedema, o que ocasionara nessas pacientes dor em membros 
superiores, rigidez, diminuição da amplitude de movimento (ADM), aumento do diâmetro 
desse membro e dificuldades em suas atividades da vida diária (AVD´s) (FRAZÃO et AL, 
2013). 
O linfedema é definido como acúmulo excessivo e persistente de fluido e proteínas 
extravasculares e extracelulares nos espaços teciduais por causa da ineficiência do sistema 
linfático. Os fatores que podem influenciar no desenvolvimento do linfedema são: número de 
linfonodos removidos, radioterapia axilar, infecção na incisão cirúrgica, falta de mobilidade 
do membro superior e obesidade. Os sinais e os sintomas associados ao linfedema são: 
12 
 
aumento do diâmetro do membro, tensionamento da pele, rigidez, diminuição da amplitude de 
movimento (ADM) do membro e uso reduzido do membro em tarefas funcionais (LEAL et 
AL, 2011). 
Existem três fases do linfedema: fase I: apresenta-se com sulcos e é considerada 
reversível. À medida que o edema progride, torna-se forte, fibrótico, sem sulcos e irreversível 
(fase II). Na fase III, o que raramente ocorre após tratamentos contra o câncer de mama, o 
endurecimento cartilaginoso, com consequências papilomatosas e com a hiperqueratose da 
pele (LUZ; LIMA, 2011). 
Estima-se que 20 a 25% das mulheres submetidas à intervenção cirúrgica por câncer 
da mama desenvolverão linfedema, sendo que o risco aumenta ao longo do tempo, subjacente 
a um estado inflamatório que estimula a fibrose do tecido subcutâneo e dos vasos linfáticos. O 
linfedema associado ao câncer da mama apresenta-se habitualmente como edema do membro 
superior ipsilateral, muito embora possa associar-se também a edema da mama ipsilateral e do 
tronco (TÁBOAS et AL, 2013). 
A intervenção do fisioterapeuta torna-se indispensável através de técnicas capacitadas 
para o tratamento dos linfedemas dentre uma delas a drenagem manual linfática, a qual tem 
grandes benefícios para as pacientes em tratamento. O linfedema deve ser avaliado e se 
possível tratado imediatamente. 
A fisioterapia atua sobre os trajetos dos vasos linfáticos, promovendo a reabsorção e a 
condução do acúmulo de líquido da área edemaciada, para as áreas normais, e incentivando o 
desenvolvimento das vias colaterais de drenagem, a fim de controlar a expansão em longo 
prazo. As opções de tratamento são controversas e várias têm sido propostas. As mais citadas 
são: fisioterapia complexa descongestiva (FCD); compressão pneumática intermitente (CPI); 
drenagem linfática manual (DLM); vestuário de compressão (VC); bandagens; exercícios 
prescritos; e tratamento a laser terapêutico (LUZ; LIMA, 2011). 
A DLM é uma modalidade de massagem manual especializada que consiste na 
mobilização suave e superficial, efetuada na direção do fluxo linfática (evitando-se assim a 
mobilização profunda, sob-risco de provocar lesão dos vasos linfáticos e agravar o edema) 
(TÁBOAS et AL, 2013). 
A drenagem linfática manual (DLM) atua mediante a estimulação da remoção de 
líquido linfático pelos vasos linfáticos superficiais (estimula a contratilidade intrínseca dos 
vasos linfáticos) nas áreas edemaciadas, e permite a restituição do fluxo linfático em vasos 
obstruídos ou não funcionantes, exerce um efeito sinérgico na redução do edema quando 
13 
 
associado às modalidades de compressão externa ou como parte da CDT. No entanto, como 
terapia isolada demonstrou um benefício limitado (TÁBOAS et AL, 2013). 
Em pacientes pós-operatório de mastectomia, Roldi apud Martins (2010, p. 2) tem por 
objetivo: A absorção e o transporte de líquidos intersticiais, de uma área em congestão para 
áreas onde os linfáticos apresentam melhores condições, através das anastomoses linfo 
linfáticas ou vias de substituição. É contra indicado em processos inflamatórios agudos, em 
edemas cardíacos ou renais. As manobras variam entre os autores. Podem ser realizados nos 
edemas linfáticos ou não, respeitando a individualidade de cada caso. As primeiras manobras 
DLM começam no quadrante do tronco contra lateral ao edema, ou seja, no quadrante livre de 
edema com a finalidade de aumentar a atividade linfocinética. Este aumento de atividade faz 
com que o quadrante edemaciado seja beneficiado pela drenagem entre as anastomoses dos 
capilares linfáticos existentes entre eles. A descongestão linfática do quadrante homolateral ao 
linfedema permite que a linfa do membro edemaciado passe através dos canais linfáticos 
dilatados para o quadrante normal. Isto promoverá uma descongestão linfática que se inicia 
centralmente e chega mais tarde até o membro edemaciado, este passo é denominado 
evacuação [...] (MARTINS, 2010, p. 2). 
O uso da drenagem linfática em pacientes pós mastectomizadas tem por objetivo 
desobstruir os linfonodos, conduzindo-os para uma área menos congestionada, o que 
promoverá uma recuperação da paciente, de forma mais rápida e eficaz, deve ser realizada 
assim que as pacientes pós mastectomizadas forem liberadas pelo médico responsável, 
visando à diminuição da dor, diminuição do edema, melhora no aspecto estético do membro 
afetado, melhora na funcionalidade do membro e melhora na autoestima da paciente, 
respeitando os limites da amplitude de movimento do membro. 
O objetivo central da drenagem linfática nas pacientes que se submeteram a 
mastectomia é devolver à normalidade a circulação linfática de forma eficaz em função da 
ocorrência de obstrução linfática após tratamento do câncer da mama que ativa os 
mecanismos compensatórios, a fim de evitar a instalação do edema, sendo eles: 
a) circulação colateral por dilatação dos coletores remanescentes; 
b) dilatação dos vasos pré-coletores, conduzindo a linfa a regiões íntegras; 
c) neo-anastomoses linfáticas ou venosas; 
d) aumento da capacidade de transporte por incremento do trabalho das válvulas e dos 
linfangions; 
14 
 
e) estímulo do mecanismo celular, produzindo na região edemaciada um aumento da 
pinocitose e um acúmulo de macrófagos que atuam na proteólise extra linfática (SALVADOR 
NIETO, 1994, p. 33). 
De acordo com Soares (1986) a partir da avaliação inicial deverá ser definido um 
plano de tratamento fisioterapêutico, necessariamente individualizado, considerando a fase do 
processo de doença, sua intensidade, a presença ou não de dor, a idade do indivíduo e o grau 
de lesão. Em linhas gerais, os objetivos do tratamento serão o controle da dor, a prevençãode 
deformidades, a prevenção de complicações respiratórias ou vasculares no paciente, a 
recuperação da capacidade funcional, a manutenção de um equilíbrio estático e dinâmico do 
sistema linfático, o estímulo à participação da família e a reintegração do indivíduo no seu 
meio social e profissional. 
Feliciano e Braz (2012) apresentam os resultados de uma pesquisa de campo com o 
objetivo de verificar os efeitos da drenagem linfática manual no linfedema de membro 
superior de uma paciente mastectomizada, procurou-se desenvolver ações como: estabelecer 
um protocolo de avaliação para paciente mastectomizada que apresenta linfedema; avaliar a 
paciente utilizando como recurso a perimetria; estabelecer um plano de tratamento para 
paciente mastectomizada com linfedema. Desta forma Feliciano e Braz (2012) chegaram as 
seguintes conclusões com referência a utilização da drenagem linfática em pacientes 
mastectomizados: 
A drenagem linfática manual melhorou as funções essenciais do sistema circulatório 
linfático mediante manobras precisas. A principal finalidade foi mobilizar a corrente de 
líquidos que está dentro dos vasos linfáticos. Essa pressão leve e intermitente foi realizada de 
forma rítmica a seguir sempre o sentido fisiológico da drenagem da linfa. Um dos fatores a ser 
considerado foi à aceitação da técnica por parte da paciente que, além da diminuição do 
linfedema, relatou melhora na sensibilidade, na amplitude de movimento, diminuição de 
aderências cicatriciais e facilidade para realizar as atividades de vida diária, o que melhorou 
muito a qualidade de vida da paciente. Um dos efeitos da drenagem linfática manual sobre a 
pele foi à melhora da textura e elasticidade, provavelmente em consequência da melhor 
oxigenação e nutrição celular. A paciente referiu melhora na cicatriz cirúrgica. A drenagem 
linfática manual promoveu também um retorno mais rápido da sensibilidade fina dos retalhos 
descolados, o que contribuiu para a melhora da sensibilidade. No que se referiu à 
concretização de um protocolo de tratamento para o linfedema, observou-se sucesso. Outro 
aspecto de importante relevância são as vantagens da drenagem linfática manual, que é um 
método simples, de baixo custo, não exige aparelhagem, nem mesmo materiais caros, além de 
15 
 
ser um procedimento não invasivo, exigindo apenas conhecimento e prática do terapeuta [...] 
(FELICIANO E BRAZ, 2012). 
Portanto, o tratamento fisioterapêutico no câncer de mama se torna importante para 
evitar problemas como o linfedema, principal complicação estudada neste artigo, onde haverá 
diminuição do mesmo através de técnicas bem aplicadas como a drenagem linfática manual 
(DLM) podendo ou não ser associada a outras técnicas para melhores resultados nas pacientes 
pós mastectomizadas com presença de linfedemas. 
 
CONCLUSÃO 
 
Este trabalho teve como objetivo evidenciar a Drenagem Linfatica Manual (DLM) 
como uma tecnica efetiva para minimizar os efeitos do linfedema, um dos principais efeitos 
contralaterais pós mastectomia total com resecamento de linfonodos axilares. 
Visto os benéficios da drenagem linfatica é possivel associar outras tecnicas para 
otimizar os resultados dos tratamentos para linfedemas pós cancer de mama, tais como: 
fisioterapia complexa descongestiva (FCD); compressão pneumática intermitente (CPI); 
drenagem linfática manual (DLM); vestuário de compressão (VC); bandagens; exercícios 
prescritos; tratamento a laser terapêutico e linfotaping. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARIEIRO, E. G; MACHADO, K. S; LIMA, V.P; TACANI, R. E; DIZ, A. M. A eficácia da 
drenagem linfática manual no pós-operatório de câncer de cabeça e pescoço. Rev. Bras. Cir. 
Cabeça Pescoço, v. 36, nº 1, p. 43 - 46, janeiro / fevereiro / março 2007. 
ATAÍDE, R.C.N. Diagnóstico Tardio do Câncer de Mama na Região Sudoeste da Bahia. 
2016. 
FELDEN, J. B. B; FIGUEIREDO, A. C. L. Distribuição da gordura corporal e câncer de 
mama: um estudo de caso-controle no Sul do Brasil. 2009. 
FELICIANO, Taize Dagostim. BRAZ, Melissa Medeiro. Drenagem linfática na paciente 
mastectomizada com linfedema. Artigo 2012. Disponível em http://www.ussc.com.br 
Acesso em 16/03/2013. 
FRAZÃO, A; SKABA, M. M. F. V. Mulheres com Câncer de Mama: as Expressões da 
Questão Social durante o Tratamento de Quimioterapia Neoadjuvante. 2013. 
GODOY, J. M. P, GODOY, M. F. G. Drenagem linfática manual: novo conceito. J. Vasc Br 
2004, Vol.3, Nº 1, p.77. 
16 
 
GUELFI, M. Estudo Comparativo dos resultados de drenagem linfática eletrônica na 
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