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EJA AULA 3 e 4

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
+GLAUCIA P. AGRESTE
AULA 3/4
O DIREITO À EDUCAÇÃO 
 A EJA exige a perspectiva de inclusão em sociedades democráticas, que passa a se dar pela conquista de direitos, tomei como matrizes conceituais direito e democracia, admitindo que são conceitos fundantes para ampliar a compreensão do campo, na contemporaneidade.
 Admitindo que é impossível pensar o direito sem pensar democracia, tratei os conceitos pelas imbricações estabelecidas entre eles nesse campo, restringindo-me ao movimento de buscar raízes históricas do que se consagrou como direito à educação, categoria de direitos de segunda geração. 
Educação de Jovens e Adultos: alguns desafios em torno do direito à educação
 A prática social tem (re)significado o campo de atuação da EJA, exigindo outras formulações para compreender e apreender os sentidos do direito a essa educação, no âmbito da cultura de suas populações. Sentidos e concepções formularam-se em função da oposição ter ou não ter direito, e quando se optou pelo direito, concepções formais deram conta de delimitar e restringir a abrangência e magnitude.
São justamente esses sujeitos, com toda a sua diversidade e heterogeneidade, que demarcam as especificidades da modalidade. É a partir deles que a EJA vem sendo pensada no campo acadêmico, de maneira que uma proposta curricular adjacente a essas questões traga como pressuposto teórico o legado da Educação Popular, em que educador e educando entrelaçam uma postura dialógica. 
Disponível em <http://37reuniao.anped.org.br>. Acesso em 12 jul. 2017 (com adaptações).
 
Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmativas.
I-As especificidades dos alunos da EJA precisam ser consideradas e avaliadas constantemente, com o intuito de que os conhecimentos trabalhados em sala de aula sejam significativos.
II-Os pressupostos teóricos e a proposta curricular da EJA são os mesmos da alfabetização nas séries iniciais, de modo que jovens e adultos recuperem os conhecimentos aos quais não tiveram acesso em idade regular
A educação de jovens e adultos (EJA) traz seus sujeitos impressos em seu nome, e isto não é à toa. São justamente esses sujeitos, com toda a sua diversidade e heterogeneidade, que demarcam as especificidades da modalidade. É a partir deles que a EJA vem sendo pensada no campo acadêmico, de maneira que uma proposta curricular adjacente a essas questões traga como pressuposto teórico o legado da Educação Popular, em que educador e educando entrelaçam uma postura dialógica. Disponível em . Acesso em 12 jul. 2017 (com adaptações). Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmativas. I. As especificidades dos alunos da EJA precisam ser consideradas e avaliadas constantemente, com o intuito de que os conhecimentos trabalhados em sala de aula sejam significativos. II. Os pressupostos teóricos e a proposta curricular da EJA são os mesmos da alfabetização nas séries iniciais, de modo que jovens e adultos recuperem os conhecimentos aos quais não tiveram acesso em idade regular. III.A relação dialógica entre professores e alunos potencializa o processo de ensinoaprendizagem ao dar espaço para a diversidade e a heterogeneidade presentes nas salas de aula. IV. O legado da Educação Popular deve nortear a proposta curricular da EJA numa perspectiva compensatória, de modo a favorecer indivíduos que não obtivera 
-valiadas constantemente, com o intuito de que os conhecimentos trabalhados em sala de aula sejam significativos.
Os pressupostos teóricos e a proposta curricular da EJA são os mesmos da alfabetização nas séries iniciais, de modo que jovens e adultos recuperem os conhecimentos aos quais não tiveram acesso em idade regular
III-A relação dialógica entre professores e alunos potencializa o processo de ensino-aprendizagem ao dar espaço para a diversidade e a heterogeneidade presentes nas salas de aula.
IV-O legado da Educação Popular deve nortear a proposta curricular da EJA numa perspectiva compensatória, de modo a favorecer indivíduos que não obtiveram sucesso na educação regular.
É correto apenas o que se afirma em
I e III. B II e EV C III e IV D I II e III E I II e IV 
2. Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. De fato, as especificidades dos alunos da EJA (como diferentes faixas etárias, diferentes conhecimentos de mundo, vivências, heterogeneidade etc.) precisam ser consideradas e avaliadas constantemente, a fim de que os conhecimentos trabalhados em sala de aula sejam significativos e se promova a educação transformadora.  
II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os pressupostos teóricos e a proposta curricular da EJA não são os mesmos da alfabetização nas séries iniciais. Isso nem seria possível, devido às especificidades e às diferenças existentes no trabalho pedagógico envolvendo os alunos de EJA e os que são escolarizados e alfabetizados desde a infância. 
 
III – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Paulo Freire propunha a relação dialógica entre professores e alunos como fundamental ao processo de ensino-aprendizagem. Por meio do diálogo, a diversidade e a heterogeneidade presentes nas salas de aula manifestam-se.  
IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O legado da Educação Popular deveria nortear a proposta curricular da EJA, mas não em uma perspectiva compensatória.  
Alternativa correta: A.
 
PESQUISA SOBRE EJA PROFA JANE PAIVA Os sentidos do direito à EJA 
Professores quase sempre formados para lidar com crianças acabam “caindo”, no âmbito dos sistemas, em classes de jovens e adultos com pouco ou nenhum apoio ao que devem realizar. 
Também educadores populares, plenos de verdades sob o prestígio da educação popular, descrevem concepções pautadas em um tempo, em uma realidade social cujo movimento se altera, necessariamente, por ser histórico, sem que as enunciações o acompanhassem. Observo, ainda, um nível de discurso muitas vezes revelador de novas enunciações, mas em franco descompasso com as práticas, eivadas de “escolarismo”, praticadas sem muito saber porque fazê-las, defendendo rituais e procedimentos distantes de princípios caros à educação que se pensa como direito,
Da visão ainda muito corrente de que a educação de jovens e adultos se faz para recuperar o tempo perdido daqueles que não aprenderam a ler e a escrever; passando pelo resgate da dívida social; até chegar à concepção de direito à educação para todos e do aprender por toda a vida, as enunciações variaram, deixando, no imaginário social, a sua marca mais forte, ligada à volta à escola, para fazer, no tempo presente, o que não foi feito no tempo da infância
Mais do que alfabetização, o direito constitucional de ensino fundamental para todos sintetizou o mínimo a que se chegara, o de aprender a ler e a escrever com autonomia. Isto significa ter domínio suficiente para, em processo de aprendizado continuado, manter-se em condições de acompanhar a velocidade e a complexidade do mundo contemporâneo, que exige aprender continuadamente, por toda a vida, ante os avanços do conhecimento e a permanente criação de códigos, linguagens, símbolos e de sua recriação diária. Exige não só o domínio da linguagem escrita, mas também competência como leitor e escritor de seu próprio texto, de sua história, de sua passagem pelo mundo. Exige reinventar os modos de sobreviver, transformando o mundo.
Concepções de alfabetização são desafio, ainda, a enfrentar, pela forma como educadores se formaram, crendo que, porque ensinam, os sujeitos aprendem. Quando estes não aprendem, a “culpa” é atribuída aos próprios sujeitos, não cabendo responsabilidade aos professores. Saberes e conhecimentos produzidos fora da escola têm pouca chance de serem considerados, sistematicamente negados em situação de aprendizado da leitura e da escrita.
 A primeira pergunta-guia da pesquisa, então, pôde ser assim resumida: que concepções de alfabetização e de escolarização fundamentam as propostas curriculares na EJA e como contribuem para atualizar as concepções própriasdo campo?
A DECLARAÇÃO DE HAMBURGO 1997
1- Apenas o desenvolvimento centrado no ser humano e a existência de uma sociedade participativa, baseada no respeito integral aos direitos humanos, levarão a um desenvolvimento justo e sustentável. A efetiva participação de homens e mulheres em cada esfera da vida é requisito fundamental para a humanidade sobreviver e enfrentar os desafios do futuro.
 2 A educação de adultos, dentro desse contexto, torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto conseqüência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de ser um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. 
3-A educação de adultos engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou informal, onde pessoas consideradas “adultas” pela sociedade desenvolvem suas habilidades, enriquecem seu conhecimento e aperfeiçoam suas qualificações técnicas e profissionais, direcionando-as para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. A educação de adultos inclui a educação formal, a educação não-formal e o espectro da aprendizagem informal e incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na teoria e na prática devem ser reconhecidos.
4-Apesar de o conteúdo referente à educação de adultos e à educação de crianças e adolescentes variar de acordo com os contextos socioeconômicos, ambientais e culturais, e também variarem as necessidades das pessoas segundo a sociedade onde vivem, ambas são elementos necessários a uma nova visão de educação, onde o aprendizado acontece durante a vida inteira. A perspectiva de aprendizagem durante toda a vida exige, por sua vez, complementaridade e continuidade. É de fundamental importância a contribuição da educação de adultos e da educação continuada para a criação de uma sociedade tolerante e instruída, para o desenvolvimento socioeconômico, para a erradicação do analfabetismo, para a diminuição da pobreza e para a preservação do meio ambiente.
5-Os objetivos da educação de jovens e adultos, vistos como um processo de longo prazo, desenvolvem a autonomia e o senso de responsabilidade das pessoas e das comunidades, fortalecendo a capacidade de lidar com as transformações que ocorrem na economia, na cultura e na sociedade como um todo; promove a coexistência, a tolerância e a participação criativa e crítica dos cidadãos em suas comunidades, permitindo assim que as pessoas controlem seus destinos e enfrentem os desafios que se encontram à frente. É essencial que as abordagens referentes à educação de adultos estejam baseadas no patrimônio cultural comum, nos valores e nas experiências anteriores de cada comunidade, e que estimulem o engajamento ativo e as expressões dos cidadãos nas sociedades em que vivem.
Educação básica para todos significa dar às pessoas, independentemente da idade, a oportunidade de desenvolver seu potencial, coletiva ou individualmente. Não é apenas um direito, mas também um dever e uma responsabilidade para com os outros e com toda a sociedade. É fundamental que o reconhecimento do direito à educação continuada durante a vida seja acompanhado de medidas que garantam as condições necessárias para o exercício desse direito. 
Os desafios do século XXI não podem ser enfrentados por governos, organizações e instituições isoladas; a energia, a imaginação e a criatividade das pessoas, bem como sua vigorosa participação em todos os aspectos da vida, são igualmente necessárias. A educação de jovens e adultos é um dos principais meios para se aumentar significativamente a criatividade e a produtividade, transformando-as numa condição indispensável para se enfrentar os complexos problemas de um mundo caracterizado por rápidas transformações e crescente complexidade e riscos. 
 o percurso sócio-histórico da EJA é marcado por enfrentamentos, lutas e embates políticos e pedagógicos, os quais, a partir da década de 1960, por meio de ações populares, tiveram na Educação Popular a principal expressão de reivindicação por uma educação de qualidade para todos, sobretudo para os grupos sociais marcados por processos de exclusão do sistema de ensino. 
Desde a EJA, vista como medida compensatória, passando pelas lutas populares pela alfabetização de adultos até a conquista do direito à vivência da vida adulta como um importante ciclo de formação humana, há um longo caminho a ser percorrido
6-O novo conceito de educação de jovens e adultos apresenta novos desafios às práticas existentes, devido à exigência de um maior relacionamento entre os sistemas formais e os não-formais e de inovação, além de criatividade e flexibilidade. Tais desafios devem ser encarados mediante novos enfoques, dentro do contexto da educação continuada durante a vida. Promover a educação de adultos, usar a mídia e a publicidade local e oferecer orientação imparcial é responsabilidade de governos e de toda a sociedade civil. O objetivo principal dever ser a criação de uma sociedade instruída e comprometida com a justiça social e o bem-estar geral.
A melhoria das condições e da qualidade da educação de adultos
Ao mesmo tempo em que se assiste a um aumento da demanda de educação de adultos e a uma explosão na informação, crescem igualmente as dispa ridades entre aqueles que têm acesso a ela e os que não o têm. É preciso, portanto, diminuir essa polarização, que reforça as desigualdades existentes, criar estruturas de ensino para adultos e quadros de educação permanente suscetíveis de se oporem à tendência dominante. Como se podem melhorar as condições de educação dos adultos? Como superar as insuficiências de serviços oferecidos nesta área? Que tipo de medidas e de reformas é necessário empreender para melhorar o acesso, a adequação e a qualidade, respeitar mais a diversidade e reconhecer os aprendizados anteriores?
A educação de adultos, igualdade e eqüidade nas relações entre homem e mulher e maior autonomia da mulher
A igualdade de oportunidades em todos os aspectos ligados à educação é indispensável para permitir às mulheres de todas as idades contribuírem plenamente com a sociedade e para a solução dos múltiplos problemas enfrentados pela humanidade. Quando isoladas socialmente e sem acesso ao conhecimento e à informação, as mulheres estão excluídas da tomada de decisão no seio da família, da comunidade e da sociedade em geral, e são donas apenas, muito parcialmente, de seu próprio corpo e destino. Para as mulheres pobres, a simples necessidade de sobreviver se torna um obstáculo à educação. Os sistemas educacionais deveriam, portanto, visando combater os obstáculos que as impedem de ter acesso aos recursos intelectuais, fornecer-lhes os meios de participar plenamente nas transformações sociais. A mensagem da paridade e da igualdade de acesso não deve ficar circunscrita aos programas destinados às mulheres. 
A educação de adultos e as transformações no mundo do trabalho
A transformação do mundo do trabalho é uma questão que apresenta aspectos múltiplos, de importância enorme para a educação de adultos. A globalização e as novas tecnologias têm um impacto considerável, e sempre crescente, sobre todas as dimensões da vida individual e coletiva das mulheres e dos homens. A dificuldade de encontrar trabalho e o aumento do desemprego causam crescente inquietude. Nos países em desenvolvimento, além do emprego, trata-se de garantir meios seguros de subsistência para todos. A necessária melhoria da produção e da distribuição na indústria, agricultura e serviços, requer aumento de competências, o desenvolvimento de novas habilidades e a capacidade de adaptar-se, de forma produtiva e ao longo de toda a vida, às demandas em constante evolução no tocante ao emprego. O direito ao trabalho, o acesso ao emprego e a responsabilidadede contribuir, em todas as idades da vida, para o desenvolvimento e bem-estar da sociedade são exigências que a educação de adultos deve procurar satisfazer
A educação de adultos em relação ao meio ambiente, à saúde e à população
As questões de meio ambiente, saúde, população, nutrição e segurança alimentar intervêm de forma estreitamente vinculada ao desenvolvimento sustentável. Cada uma delas representa uma problemática complexa. Proteger o meio ambiente, lutando contra a poluição, prevenindo a erosão do solo e gerindo com prudência os recursos naturais, é influir diretamente na saúde, na nutrição e no bem-estar da população e lidar com fatores que, por sua vez, incidem sobre o crescimento demográfico e a alimentação disponível. Todas essas questões inscrevem-se no quadro mais vasto da busca do desenvolvimento sustentável, ao qual será impossível chegar se a educação não der um lugar amplo às questões da família e do ciclo vital de procriação e a certas questões demográficas, como o envelhecimento, as migrações, a urbanização e as relações entre as gerações e no seio da família.
Questão 2.
.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é espaço de tensão e aprendizado em diferentes ambientes de vivências, que contribuem para a formação de jovens e de adultos como sujeitos da história. É inadiável que a EJA se integre a um sistema nacional de educação capaz de oferecer oportunidade de acesso, garantia de permanência e qualidade a jovens e adultos para a conclusão da educação básica. Todos os esforços feitos no Brasil nesse campo, em especial a partir da Constituição Federal de 1988, que preceitua, no Art. 208, a educação como direito de todos e dever do Estado, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que passa a assumir a EJA como modalidade da educação, e da Resolução CEB/CNE N° 1/2000, que reafirma a especificidade desta modalidade, demonstram que a cobertura da EJA é ínfima, se comparada ao número de jovens e adultos brasileiros que não concluíram a educação básica, e que a oferta existente ainda está longe de corresponder às reais necessidades desse grupo.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Desafios da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Brasília, 2008 (com adaptações).
 
1Questão 14 – Enade 2017.
2Questão 29 – Enade 2017.
Com relação a esse tema, avalie as afirmativas
Os alunos jovens e adultos caracterizam-se como um grupo heterogêneo do ponto de vista da faixa etária, da cultura, da visão de mundo e dos conhecimentos prévios.
A oferta da EJA se dá por meio de cursos regulares e é destinada a jovens e adultos maiores de 18 anos.
A EJA tem como objetivo central alfabetizar jovens e adultos que interromperam os estudos ou que não tiveram acesso à escolaridade.
A adoção da EJA como modalidade de ensino, a partir da Constituição Federal de 1988, contrapôs-se ao ensino profissionalizante com objetivo de preparar os estudantes para o ensino superior.
Situada no âmbito do direito à educação, a EJA tem firmado cada vez mais seu papel na história da educação, representando uma possibilidade de acesso à educação escolar.
É correto apenas o que se afirma em
I e V.
II e IV.
III, IV e V.
I, II, III e IV.
I, II, III e V.
Teoria 
O método Paulo Freire, proposto na década de 1960, compreende que a contextualização do conteúdo na vida dos alunos é fundamental para o processo de aprendizagem. O educador opunha-se à chamada educação bancária, mera transmissora de conteúdo alheio à realidade do aluno.
Atualmente, as tendências nos diversos âmbitos em que se discutem os rumos da educação indicam que é importante e necessário dar destaque à relação da EJA com o mundo do trabalho. Prevista na meta número 10 do Plano Nacional de Educação (PNE), a integração da EJA à educação profissional é uma das estratégias para fazer a escola tornar-se mais atraente aos públicos adulto e jovem.
2. Análise das afirmativas
 I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Os alunos jovens e adultos caracterizam-se, de fato, como um grupo heterogêneo quanto à faixa etária, à cultura, à visão de mundo e aos conhecimentos prévios. Dessa forma, a EJA deve levar em conta as particularidades dos educandos no processo ensino-aprendizagem.
V – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Situada no âmbito do direito à educação, a EJA tem, realmente, firmado cada vez mais seu papel na história da educação, representando uma possibilidade de acesso à educação escolar para muitos brasileiros.
 
Alternativa correta: A.
ANALFABETISMO X POBREZA 
A condição de pobreza mantém uma estreita relação com o analfabetismo, a baixa escolaridade e outros indicadores de saúde, nutrição, emprego, saneamento básico, habitação e renda per capita. Neste sentido, a escolarização de pessoas jovens e adultas se constitui não somente num desafio pedagógico, mas, também, e principalmente, numa dívida social. As soluções para o problema exigem uma abordagem intersetorial, uma vez que o processo educativo pode contribuir fortemente para debelar as raízes da pobreza, mas dificilmente seus ganhos serão duradouros se não forem complementares a políticas que visem à geração de emprego e renda, uma distribuição justa da riqueza, a desconcentração da propriedade de terra e o acesso a um sistema de saúde de qualidade.
FUNÇÕES DA EJA
Parecer no. 11/2000 da Comissão de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, do relator Jamil Cury – regulamenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
 De acordo com as DCN/EJA, essa modalidade deve desempenhar três funções: reparadora, equalizadora e qualificadora.
A função reparadora da EJA refere-se à possibilidade de acesso ao ensino fundamental e médio de qualidade a todos aqueles que foram privados desse direito na idade própria. Baseia-se no princípio da escola democrática entendida como um serviço público, direito de todos e dever do Estado no sentido de promover a igualdade de oportunidades que conduzam ao pleno exercício da cidadania.
FUNÇÕES DA EJA 
A função equalizadora da EJA permite o retorno ao sistema educacional de segmentos específicos da sociedade como donas de casa, migrantes, trabalhadores rurais, aposentados e encarcerados que tiveram sua escolaridade interrompida por diversos motivos como evasão, repetência ou outras circunstâncias desfavoráveis. Neste caso a EJA poderá abrir novos caminhos para a participação e reinserção na vida social e no mundo do trabalho.
A função qualificadora configura-se como a própria essência da EJA, numa perspectiva da educação permanente. Dentro deste caráter ampliado, os termos “jovens e adultos” indicam que, em todas as idades e em todas as épocas da vida, é possível se formar, se desenvolver e constituir conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam os espaços formais da escolaridade e conduzam à realização de si e ao reconhecimento do outro como sujeito.
FUNÇÕES DA EJA 
A função da educação de jovens e adultos que garante o atendimento às necessidades contínuas de aprendizagem e atualização inerentes à vida do homem nos tempos atuais, ou seja, a chamada educação durante toda a vida, ainda não é exercida efetivamente pela EJA, que está voltada, prioritariamente, para as outras duas funções que buscam resgatar ao cidadão o direito à escolaridade básica.
Os alunos matriculados nas turmas de Educação de Jovens e Adultos, nas diferentes salas de aula espalhadas pelo país, são jovens e adultos, cidadãos brasileiros que lutam pelo direito social de ter acesso à escolaridade básica obrigatória garantida na nossa Constituição. São guerreiros na luta pela sua inclusão na categoria de cidadãos plenos.
Em 1996, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), foi abolido o subsistema existente de ensino supletivo, instituindo a EJA como parte integrante da educação básica.
 Uma outra mudança importante foi o rebaixamento da idade mínima para prestar exame supletivo:15 anos para o ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio.
 Porsua vez, admite-se no ensino regular a possibilidade de classes de aceleração, para resolver o problema da defasagem idade-série ainda no sistema regular. Tem-se, portanto, um contingente de jovens no ensino regular em processo de recuperação da defasagem e outro na educação de jovens e adultos, sendo atendidos por iniciativas e estratégias diferenciadas.
Alfabetizar e letrar
Trata-se do direito à vivência plena e a garantia de processos educativos que vão além da escolarização e que levem em consideração a vivência dessas pessoas no trabalho, na cultura, os aprendizados que já possuem e as questões de raça e gênero. 
A EJA deveria ter o objetivo de não apenas alfabetizar , mas também letrar.
São muitos os analfabetos funcionais. 
Educando 
 
Para além do processo de transmissão de conteúdos emergem outras questões importantes que nos chamam a atenção .Que conhecimentos trazem os educandos?
 No mesmo espaço entrecruzam-se diferentes dimensões: intergeracionais, socioeconômicas, étnico-raciais, orientações sexuais; e a inclusão de pessoas com deficiência e das experiências e expectativas de vida dos indivíduos em torno do processo de escolarização da EJA.
 Experiências ricas e que, de certa forma, são pouco ou quase nunca exploradas nas aulas.
O rejuvenescimento ou juvenilização da EJA: a presença de jovens na EJA
. 
As pessoas jovens e adultas são sujeitos que possuem lugares sociais, identitários, geracionais, de raça, de gênero e de orientação sexual diversos. Juventude e vida adulta na EJA apresentam especificidades e são marcadas pela diversidade. 
 É no cotidiano das práticas de EJA que as diversidades cultural, etária, racial e de gênero se expressam.
 Mas como tudo isso se articula em uma experiência de escolarização da EJA? 
 PERFIL DOS EDUCANDOS DA EJA
 O perfil dos estudantes da EJA assume uma nova identidade a partir do final do século XX. Diferentemente das décadas anteriores, quando eram atendidos principalmente adultos oriundos de origem rural, com a entrada dos jovens no programa emerge um novo desafio para a Educação de Jovens e Adultos – há mais de duas décadas os jovens atendidos na escolarização da EJA são de origem urbana e com uma trajetória escolar anterior mal sucedida
a entrada de jovens na EJA é um dos atuais desafios dessa modalidade de ensino, ou seja, as demandas apresentadas por esses sujeitos são diferentes das demandas dos sujeitos adultos.
O PERFIL DOS EDUCANDOS 
 O campo da EJA possui como uma de suas características fundamentais não somente o recorte socioeconômico e geracional, mas, também, o racial. 
E mais, quando se discute a EJA como um direito, não se pode esquecer de que esse direito também está articulado à luta pelo direito à diferença e á inclusão 
 A visão do jovem sobre o processo de escolarização na EJA é diferente daquela construída pelo adulto, em decorrência do momento da vida e da expectativa de futuro de ambos. 
A EJA um campo de estudos e pesquisas. Atualmente, são muitos os trabalhos de conclusão de curso, mestrado e doutorado sobre a educação de jovens e adultos que investigam desde práticas de alfabetização, passando características dos sujeitos da EJA, regulamentação, políticas, até a formação específica do educador de EJA. O tópico da formação merece um destaque na medida em a quase totalidade dos cursos superiores de pedagogia e licenciaturas não vêm contemplando uma preparação apropriada para se trabalhar com a realidade do público jovem, adulto e idoso que volta a estudar.
ADULTOS X JOVENS 
 O adulto avalia de maneira bastante crítica a presença do jovem na EJA. Parte desses alunos considera que o jovem não leva a sério os estudos e que a presença deles interfere de forma negativa no processo de aprendizagem dos conteúdos escolares.
 Os docentes encontram limites reais diante do rejuvenescimento da EJA, geralmente relacionados à sua formação inicial, que não os capacitou para lidar com tais especificidades, além do desafio que enfrentam cotidianamente diante dos anseios, das demandas e das expectativas por parte tanto do alunado jovem quanto adulto 
Perfil dos alunos 
A escola encontra jovens que, em sua maioria, estão aprisionados no espaço e no tempo – presos em seus bairros e incapacitados para produzirem projetos de futuro.
 Sujeitos que, por diferentes razões, têm pouca experiência de circulação pela cidade e se beneficiam pouco ou quase nada das poucas atividades e redes culturais públicas ofertadas em espaços centrais e mercantilizados das cidades.
 Jovens que vivem em bairros violentados, onde a violência é a chave organizadora da experiência pública e da resolução de conflitos. 
EJA COMO EMANCIPAÇÃO 
Reconhecer a EJA como direito exige compreender o seu campo de lutas e conquistas históricas marcado pelo direito a educação com vista à promoção e à dignidade humana. 
 Educar não se reduz a escolarizar, uma vez que é por meio da educação que se espera garantir a formação de cidadãos críticos e participativos na tomada de decisão da sociedade. Nesse sentido, fica como desafio à modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos criar estratégias de emancipação dos sujeitos envolvidos. 
 A escola ainda é uma das poucas instituições sociais a que os jovens pobres têm acesso.
 Algumas das expectativas desses jovens em torno do processo de escolarização da EJA pautam-se pela inserção no mercado de trabalho, pela certificação, pela aceleração do tempo escolar, bem como pela construção de vínculos de amizades, pela percepção da sua identidade , do entendimento do processo de rejuvenescimento ou juvenilização da EJA necessita ser mais bem compreendido pelos profissionais que atuam nessa modalidade de ensino, sobretudo no que se refere às questões do direito à educação e o respeito à diversidadade étnico-racial, dentre outros
OS ALUNOS DE EJA 
Os alunos e alunas de EJA trazem uma visão de mundo influenciada por seus traços culturais e por sua vivência social. Podemos dizer que eles trazem uma noção de mundo mais relacionada ao ver e ao fazer, uma visão de mundo apoiada numa adesão imediata às coisas que vê. Ao escolher o caminho da escola, a interrogação passa a acompanhar o ver desse aluno, deixando-o preparado para olhar. Aberto à aprendizagem, eles vêm para a sala de aula com um olhar que é, por um lado, um olhar receptivo, sensível, e, por outro, é um olhar ativo: olhar curioso, explorador, olhar que investiga, olhar que pensa
.. 
OS CONHECIMENTOS JÁ ADQUIRIDOS
Os conhecimentos de uma pessoa, que procura tardiamente a escola, são inúmeros e adquiridos ao longo de sua história de vida. Há duas espécies destes conhecimentos, originados das experiências de vida dos alunos e alunas: o saber sensível e o saber cotidiano. O saber sensível diz respeito aquele saber do corpo, originado na relação primeira com o mundo e fundado na percepção das coisas e do outro. Caracterizado pela Filosofia como um saber pré-reflexivo, nos leva à idéia de que existe um conhecimento essencial, acessível a toda a humanidade: uma verdade mais antiga que todas as verdades conquistadas pela ciência, anterior a todas as construções realizadas pela cultura humana.
O saber cotidiano origina-se da produção de soluções que foram criadas pelos seres humanos para os desafios que enfrentam na vida e caracterizam-se como um saber aprendido e consolidado em modos de pensar originados do dia-a-dia. Esse saber é uma espécie de saber das ruas, freqüentemente assentado no “senso comum” e diferente do elaborado conhecimento formal com que a escola lida. É também um conhecimento elaborado, mas não sistematizado. É um saber pouco valorizado no mundo letrado.
As representações que o(a) aluno(a) faz da escola e de seu desempenho na cultura escolar são construídas não somente dentro da própria escola, mas também no âmbito da família e das relações sociais. Muitas vezes, os alunos com dificuldades são preconceituosamente taxados pelos professores, pais e colegas de “burros”, “preguiçosos”, “deficientes”, “lentos”. Estas palavras sãocorrosivas e imprimem cicatrizes profundas, causando efeitos devastadores na autoestima do sujeito
 As situações de fracasso escolar produzem marcas que afetam profundamente a identidade e ferem a auto-imagem do(a) aluno(a) jovem e adulto. Nas salas de aula de EJA, estas marcas se evidenciam, de um lado, por atitudes de extrema timidez e, por outro, por atitudes de irreverência e transgressão. Esses alunos e alunas demonstram vergonha em perguntar ou em responder perguntas.
Nesse caso, como deve agir o educador de EJA?
- Os adultos não alfabetizados, que vivem numa sociedade letrada, possuem muitos conhecimentos relativos a função da escrita e ao sistema pelo qual escrevemos. Isto acontece porque ao deparar com a escrita pensam sobre suas regras de funcionamento e ao tentar compreender este tipo de linguagem criam suas próprias explicações. Eles trazem concepções fortemente marcadas pelas condições da vida adulta.
 Não são processos lineares mas determinados pelas diferentes possibilidades de interação com a língua escrita. Um exemplo disso é o fato dos moradores das zonas rurais desenvolverem concepções mais elementares que os das zonas urbanas. 
A maioria também estabelece uma ligação entre o que se fala e o que se escreve. Por este motivo ao tentar escrever se valem, com freqüência da pauta sonora, isto é, falam devagar para destacar bem os sons que querem escrever. 
 Os adultos têm compreensão das segmentações dos textos principalmente da separação das palavras. Entretanto, muitos deles apresentam dificuldades ao lidar com o todo e as partes das frases e palavras. Mesmo aceitando que as partes da palavra escrita têm relação com a emissão de som das sílabas, é freqüente a utilização de uma letra para cada sílaba falada. 
ANDRAGOGIA 
Lindeman identificou, pelo menos, cinco pressupostos-chave para a educação de adultos e que mais tarde transformaram-se em suporte de pesquisas. Hoje eles fazem parte dos fundamentos da moderna teoria de aprendizagem de adulto: 
1. Adultos são motivados a aprender à medida em que experimentam que suas necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são os pontos mais apropriados para se iniciar a organização das atividades de aprendizagem do adulto.
ANDRAGOGIA
2. A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida; por isto as unidades apropriadas para se organizar seu programa de aprendizagem são as situações de vida e não disciplinas.
 3. A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das experiências
ANDRAGOGIA
4. Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; por isto, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua investigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-los.
 5. As diferenças individuais entre pessoas cresce com a idade; por isto, a educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem. 
Segundo a análise de Knowles, o modelo pedagógico preconiza total responsabilidade do professor para as decisões sobre o que será ensinado, como será ensinado e se foi aprendido. É a educação dirigida pelo professor, deixando para o aprendiz apenas o papel de submissão às suas instruções. Isto porque suas premissas, a cerca do aprendiz, resumem-se em:
 1. A necessidade de conhecer. Aprendizes necessitam saber somente o que o professor tem a ensinar, se eles querem ser aprovados; eles não precisam saber o como aplicarão o ensinamento em suas vidas.
 2. O autoconceito do aprendiz. O conceito do professor sobre o aprendiz é o de uma pessoa dependente, por isto, o autoconceito do aprendiz se torna o de personalidade dependente.
3. O papel da experiência. A experiência do aprendiz tem pouco valor como fonte de aprendizagem; a experiência considerada é a do professor, do livro didático, do escritor e dos recursos audiovisuais. Por isto, técnicas de transmissão - leituras, dever de casa, etc., são a essência da metodologia pedagógica. 
4. Prontidão para aprender. Aprendizes estão prontos para aprender o que o professor determina que eles devem aprender, se eles querem passar de ano.
 5. Orientação para aprendizagem. Aprendizes têm a orientação de aprendizagem voltada para disciplinas; eles vêem o aprendizado como uma aquisição de conteúdos. Por isto, as experiências de aprendizagem são organizadas de acordo com a lógica de conteúdo programático.
 6. Motivação. Aprendizes são motivados a aprenderem através de motivação. 
Andragogia se dispôs a questionar a validade dos mesmos para o relacionamento educacional com adultos. Afinal das contas, o respeito à maioridade da pessoa madura é o ponto fundamental para se estabelecer uma relação de efetiva aprendizagem. Esse respeito passa pela compreensão de que o adulto é sujeito da educação e não o objeto da mesma.
 Daí a inconveniência do professor como principal referência da relação educacional e a fonte do conhecimento a ser depositado no reservatório do aprendiz, o que Paulo Freire denomina de "Educação Bancária".
 O indivíduo que intenciona trabalhar na educação de adultos tem que, antes de tudo, ser humilde para descer do pedestal da sua cátedra e se estabelecer no mesmo plano de aprendizagem, para, numa mútua relação de compartilhamentos, se desenvolver com o aprendiz.
O PAPEL DO PROFESSOR NA ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM E NA PROGRESSÃO DAS APRENDIZAGENS PERRENOUD 
Na educação de jovens e adultos, o papel do professor é de fundamental importância para garantir o aprendizado dos alunos. É preciso que o professor tenha clareza do que é ensinar e o que é aprender. Hoje, o grande desafio da escola de qualidade está voltado à questão da aprendizagem dos alunos, com sucesso, que garante a permanência na escola e a continuidade de estudos e a conclusão da escolaridade básica.
Para Perrenoud (2000), o ofício do professor não é imutável. As transformações tecnológicas, a globalização, as novas relações sociais e profissionais, os novos conhecimentos exigem o desenvolvimento de novas competências. Da mesma forma, na tarefa do professor, para enfrentar a crescente heterogeneidade dos efetivos escolares e a evolução dos programas, novos temas são os desafios para os professores: o tratamento das diferenças, a avaliação formativa, as situações didáticas, a prática reflexiva, e a metacognição.
 Assim como a profissionalização, o trabalho em equipe e por projetos, o uso de pedagogias diferenciadas, a sensibilidade com o saber e com a lei, também são aspectos da profissão docente.
1-C onhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem.
Esta competência significa relacionar os conteúdos a serem trabalhados a objetivos e a situações de aprendizagem, em três estágios: planejamento didático, por meio da identificação dos objetivos trabalhados nas situações em questão, escolhê-las e dirigi-las com conhecimento de causa;
 análise a posteriori das situações e atividades, o que se desenvolveu realmente e a avaliação das situações, os saberes construídos em situações múltiplas e complexas. 
Não basta fazer com que os alunos aprendam, é necessário que os alunos construam as competências chave, que são os núcleos.    
2-Trabalhar a partir das representações dos alunos
As concepções dos aprendizes formam seus sistemas de representação, o professor necessita conhecê-los, e uma das formas de saber quais são é dando-lhes direitos nas aulas, interessar-se por eles e compreender suas raízes e suas formas de coerência. Colocar-se no lugar dos aprendizes, já esquecemos as dificuldades para aprender, pois os conhecimentos científicos contrariam a intuição.
Por meio da didática podemos encontrar um ponto de entrada nos seus sistemas cognitivos, para desestabilizá-los o suficiente para que os alunos incorporarem novos elementos e reorganizarem os já adquiridos em função dos novos conhecimentos.
3-Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculosà aprendizagem
A grande tarefa cognitiva do aluno na escola é reestruturar seu sistema de compreensão do mundo. É um importante trabalho cognitivo, pois necessita restabelecer o equilíbrio rompido e dominar a realidade de maneira simbólica e prática. Os obstáculos cognitivos devem ser superados a partir de certas aprendizagens.
O erro do aluno deve ser compreendido pelo professor como a informação que o aluno não sabe, e usar essa informação como ferramenta para ensinar.
4-Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas
Na situação de aprendizagem é possível pensar uma sequência de atividades que possibilitam abordar o problema de diferentes formas. O professor planeja uma trajetória coletiva, com abordagem construtivista, quando propõe situações que estimulem o conflito cognitivo entre alunos ou na mente do aluno. Isto por meio de dispositivos e sequências didáticas, que fazem com que se aprenda e que mobilizem os alunos para a compreensão ou para terem êxito na realização da tarefa. Essa atitude do professor possibilita a aquisição de amplo repertório por parte do aluno.
  5- Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento
O papel do professor é definir o tipo de relação com o saber. Seu planejamento de aula vai propiciar ao aluno e, em consequência, o sentido da experiência e do trabalho escolar. É importante envolver o aluno em situação de certa importância e de certa duração, para garantir uma progressão visível do aluno para o professor e também para o próprio aluno. A dinâmica da pesquisa a ser realizada pelo aluno ou por um grupo ou pelo coletivo da classe é intelectual, emocional e relacional.  Há o envolvimento pessoal nas atividades, cumplicidade, solidariedade e paixão de conhecer.
A concepção de aprendizagem é a de que os adultos não alfabetizados e pouco escolarizados são capazes de aprender, têm potencial para aprender e para se desenvolver cognitivamente. São indivíduos ativos e cognoscentes. Estão em interação com o mundo letrado ao seu redor.
A aprendizagem requer o conhecimento de informações, que são de diferentes fontes. A aprendizagem de um conteúdo específico requer a aprendizagem de conceitos e dados, que geralmente estão em relação a outros conteúdos curriculares. Por outro lado, para a aprendizagem de dados e conceitos há a aprendizagem de procedimentos e atitudes vinculados ao que se propõe a conhecer. Os conteúdos curriculares devem estar sempre presentes em todos os momentos, mas é preciso que sejam trabalhados numa evolução progressiva, pois o domínio se dará em etapas.
Questão sobre PERRENOUD
Para Perrenoud (2000), o professor tem papel principal na organização e direção das situações de aprendizagem 
e na progressão das aprendizagens dos alunos. Com base nessa informação, assinale a alternativa correta:
A)
A progressão das aprendizagens dos alunos é de responsabilidade deles, pois precisam realizar as atividades sugeridas pelo professor.
B)
A direção das situações de aprendizagem depende dos currículos e seus conteúdos e de completá-los dentro do prazo previsto pelo plano escolar.
C)
As transformações tecnológicas e a globalização só confirmam o papel tradicional da escola.
D)
Diante do desafio de promover sucesso escolar nos dias de hoje, o professor deve ter clareza do que significa ensinar e aprender atualmente.
E)
A permanência do aluno na escola depende de sua vontade de estudar

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