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Enzimas ● São catalisadores altamente específicos das reações biológicas. Portanto, aumentam a velocidade das reações químicas, porque diminuem a Energia de Ativação (ela faz com que a substância fique tão instável ao ponto que a reação aconteça). ● Então as enzimas são facilitadores que não participam da reação como reagente ou produto. Fazendo com que essas reações ocorram mais rápido. ● As enzimas não são consumidas durante a reação, por isso não é necessário ter grande quantidade, atuam em baixas concentrações. ● Reagentes: substratos. ● Elas precisam de mecanismos de regulação para as atividades catalíticas, as reações precisam ser reguladas. Diferença entre catalisadores biológicos (enzimas) e não biológicos Enzimas: especificidade para determinados substratos, tem mecanismo de regulação e não são consumidas durante a reação. Faz com que elas sejam diferentes dos catalisadores não biológicos. Energia ● A energia de subida, até chegar ao topo é a energia para a reação acontecer. ● A enzima é como se fizesse um caminho alternativo, fazendo com que a reação ocorra bem mais rápido. Ela não precisa chegar até em cima para a reação acontecer. ● Quanto mais alto for a curva, mais lenta é a reação. Mais vai demorar para a reação acontecer. ● Quanto mais baixa a curva, mais rápida a reação vai acontecer. ● As enzimas, além de acelerar a velocidade de uma reação química, sem participar como reagente ou como produto, não afetam o equilíbrio da reação. Com ou sem enzima produzem a mesma quantidade de produto. ● A enzima promove no estado de ativação, mais rapidamente a instabilidade da substância e por isso a reação ocorre mais rápido. Estrutura De que são formadas? Quase todas as enzimas são proteínas. São formadas de aminoácidos. Mas temos outras cuja a composição química não são compostas de aminoácidos, são compostos de nucleotídeos, essas são as ribozimas, RNA. ● Ribozimas: na síntese de proteína, precisa do RNAm, para chegar nele faz os transcritos até chegar no RNAm, essas enzimas retiram os nucleotídeos que não codificam para nada, e deixam só o que codificam, deixando o RNAm, que se liga no ribossomo, os ribossomos são formados de RNA e tem ação enzimática também, e fazem ligação entre os aminoácidos. Esses exemplos são de enzimas cuja sua natureza é de RNA. As outras todas são proteínas. Portanto, quase todas são formadas por aminoácidos. Sítio Ativo É o local onde a enzima se liga, é um local específico. Nele é onde ocorre a reação. É o que gera a especificidade. a interação específica com determinado substrato e os aminoácidos da enzima. Ela garante que apenas os produtos desejados sejam formados. ● Estereoespecificidade: as enzimas para reconhecer os carboidratos, todos tem que ter a configuração T para a enzima funcionar, para os aminoácidos ela precisa estar na configuração L, então ela tem uma especificidade com o substrato e a posição dos grupos funcionais daquele substrato para acontecer. ● Os sítios podem ser hidrofóbicos, positivos ou negativos, fazem ponte de hidrogênio. O sítio que faz a ligação com o substrato Como ocorre a reação: 1. Enzima se encaixa no sitio ativo do substrato. 2. Ao se ligar, faz as ligações com o substrato e assim as ligações no substrato são enfraquecidas, promovendo a instabilidade no substrato. A enzima quebra e forma ligações necessárias para formar o produto. 3. A instabilidade é tanta que ocorre a quebra das ligações do substrato e a enzima libera na forma de produtos, terminando a reação a enzima volta para sua conformação inicial para começar um novo estágio, uma nova reação. Especificidade ● Quimiotripsina: são enzimas encontradas no intestino delgado. A função dela é de quebrar as proteínas. ○ Ela reconhece a porção carboxi terminal dos aminoácidos hidrofóbicos. No sítio ativo dessa enzima reconhece esse substrato. E se quebra na porção Amino terminal. ○ É uma enzima digestiva que hidrolisa proteínas no intestino delgado. ● Tripsina: é outra enzima digestiva. ○ Também reconhece a extremidade carboxi terminal, mas reconhece os aminoácidos de cargas positivas. Lisina e arginina. ○ Também é uma enzima digestiva que hidrolisa proteínas no intestino delgado. ● Elastase: encontrada na matriz extracelular, liberada para fazer a degradação da matriz extracelular. ○ Solubiliza matriz extracelular ○ Tem controle maior na sua função nos neutrófilos, ele degrada os tecidos no processo inflamatório. ○ Cliva ligações peptídicas no lado carboxílico dos resíduos de aminoácidos hidrofóbicos pequenos (alanina, glicina, valina). ● Álcool desidrogenase: pega o etanol e degrada, formando o acetaldeído. Ela também reage com substâncias semelhantes ao etanol. ○ Reconhecem substratos semelhantes. Sítio Ativo: Modelo Chave Fechadura x Modelo Encaixe Induzido ● Modelo Chave-Fechadura: interação exata, considera que a enzima possui sítio ativo complementar ao substrato. Estático. ● Modelo Encaixe Induzido: após a ligação do substrato a enzima vai mudar sua conformação para que ocorra a interação de um com o outro realizando sua atividade catalítica. Modifica. Este é o modelo mais aceito hoje. Enzimas proteicas ● Proteína Simples: formada apenas por aminoácidos. ● Proteínas Complexas: quando a proteína além de aminoácidos tem outra substância. Ex: ion (metaloproteína), grupamento fosfato (fosfoproteína), lipídios (lipoproteína), etc. Estas substâncias irão formar, no Sítio Ativo da proteína. E ela ao se ligar terá atividade catalítica. Ela só tem atividade catalítica quando essa substância se ligar na porção do aminoácido dessa proteína. São chamadas de cofator. ● Cofator: forma o sítio ativo. ● Quando o cofator é ligado na porção proteica, ela forma o sítio ativo e a enzima pode pegar o substrato e fazer as reações. ● Esses cofatores podem ser de dois tipos: ○ Iônicos ○ Moléculas orgânicas ( geralmente derivados de vitaminas) ● Apoenzima: parte proteica da enzima, aminoácidos. ● Cofator: parte não proteica. ● Holoenzima: apoenzima + cofator ● A ligação com o cofator pode ser: ○ Grupo prostético: estável, quando ela tem uma ligação forte, uma vez ligada não solta da enzima. Não dissocia. ○ Cofator: quando não está firmemente aderido. ● Cofatores metálicos: zinco, magnésio, manganês, etc. ● Coenzimas (orgânicos): são derivados de vitaminas. Podendo ser vitaminas C, B1, B2, B5, etc. Classificação Internacional das Enzimas São classificadas pelo tipode ligação química que irão produzir. ● Oxidorredutases (nº1): transferência de elétrons (íons hidretos ou átomos de hidrogênio) ● Transferases (nº2): transferência de grupos funcionais. ● Hidrolases (nº3): adição de água à uma ligação, hidrolisando-a. ● Liases (nº4): adição de água, amônia ou dióxido de carbono à duplas ligações ou remoção desses elementos para produzir ligações duplas. ● Isomerases (nº5): transferência de grupos dentro da mesma molécula para formar isômeros. ● Ligases (nº6): reações em que dois grupos são unidos com uso de energia do ATP. Cinética (curva) de Michaelis e Menten Concentração do substrato ● A velocidade inicial da reação é medida sobre uma escala de concentrações de substrato (S), a velocidade de reação (V) aumenta com o acréscimo de substrato, à medida que o substrato aumenta, a enzima satura-se e a velocidade atinge o valor máximo Vmax. ● Vmax: momento em que todos os sítios estão ocupados e portanto novas reações não são feitas, mesmo aumentando a quantidade de substrato. ● Km (constante de Michaelis): ○ Representa a concentração do substrato onde se obtém metade da velocidade máxima da reação. ○ Reflete a afinidade da enzima pelo substrato. Km: Afinidade ● É característico de cada enzima e seu substrato específico. É um parâmetro cinético que traz informação sobre a afinidade que a enzima tem pelo substrato. ● Km: baixa: alta afinidade da enzima pelo substrato. ● Km alta: baixa afinidade da enzima pelo substrato. ○ Precisa aumentar a concentração de substrato para que a enzima realize sua reação. Situação prática: sensibilidade de alguns indivíduos ao etanol X km ● No fígado onde o álcool é metabolizado, a álcool desidrogenase pega o álcool e transforma em acetaldeído, hepatócitos fazem isso. ● O acetaldeído é processado e transformado em acetato (ácido acético) pela aldeído desidrogenase. ● Temos dois tipos dessas enzimas, que tem afinidades diferentes: ○ Dentro da mitocôndria do hepatócito: Km baixo, mais afinidade. Assim que é formado o acetaldeído ela metaboliza, mas ela satura mais rápido, e começa a ter alta concentração de acetaldeído no citoplasma. ○ No citoplasma do hepatócito: Km alto, menos afinidade. Só começa a atuar quando tem alta concentração de acetaldeído. ● Indivíduos suscetíveis → enzima mitocondrial menos ativa → acetaldeído processado pela enzima citoplasmática → precisa de alta concentração de acetaldeído para atividade catalítica → excesso de acetaldeído no sangue (rubor facial e frequência cardíaca rápida (taquicardia)). ● No indivíduo normal o excesso da substância irá provocar essas reações (rubor facial e frequência cardíaca rápida). Hexoquinase e Glicoquinase A diferença entre eles: ● Hexoquinase: alta afinidade pela glicose, assim que tiver glicose ela já começa a funcionar. Satura mais rápido. ● Glicoquinase: baixa afinidade pela glicose, só quando houver excesso de glicose que ela funciona. Satura só com alta concentração de glicose. ● Na prática: a hexoquinase funciona primeiro após um almoço rico em carboidratos, mas tem muita glicose, então após a saturação da hexoquinase a glicoquinase entra em ação e começa a catalizar a glicose em glicogênio. Se tiver alta concentração de glicose no sangue o indivíduo passa a ter hiperglicemia. ○ Hexoquinase: transforma em energia ○ Glicoquinase: utiliza para guardar em forma de glicogênio. ● São sensores de glicose que estão nos hepatócitos e também no pâncreas. No pâncreas elas são importantes pois o pâncreas produz insulina e glucagon. Ele sabe que precisa liberar insulina ou glucagon devido a glicoquinase. Nas células beta tem glicoquinase que sinalizam para liberar insulina, ela cai na corrente sanguínea, e ela ativa os tecidos musculares para ativar e sintetizar glicogênio também. Fatores que interferem na velocidade de ação da enzima ● Disponibilidade ○ do substrato: o substrato pode ser aumentado até a velocidade máxima de reação da enzima. ○ da enzima: quanto mais enzimas tiver, mais reações. Em alguns momentos o número de enzimas pode aumentar e depois serem degradadas. ● pH ● Temperatura ● Presença de inibidores Fatores que afetam a velocidade da reação quanto ao pH O pH ótimo (ideal) varia de acordo com a enzima. Abaixo ou acima do pH ideal a enzima perde a velocidade de reação até serem desativadas. O pH muda a carga dos aminoácidos, e ao mudar a carga ele muda a forma e portanto sua habilidade catalítica. ● Efeito do pH sobre o sítio ativo: ○ Alteração do estado ionizado dos grupos químicos do sítio ativo. ○ Desnaturação da enzima por perda da estrutura. Influência da Temperatura X Velocidade da reação ● Aumento da temperatura pode aumentar a velocidade de reação ○ Devido ao aumento do número de moléculas com energia suficiente para ultrapassar a energia de ativação ○ Porém quando a temperatura ultrapassa o limite ótimo da enzima, ela realiza vibrações e pode romper as ligações de H, provocando a perda da forma da enzima, e assim perdendo seu sítio catalítico. ● Aumento da temperatura pode diminuir a velocidade de reação: ○ Devido a desnaturação da enzima. ■ Rompimento das ligações de H → alterações nas estruturas = nova conformação → perda de função Inibidores Enzimáticos É qualquer substância que reduz a velocidade de uma reação enzimática. Eles podem ser: ● Reversíveis: quando as ligações são fracas, a enzima fica temporariamente inibida, enquanto tem substância ela está inibida, quando retira a substância ela volta a realizar a reação. ● Irreversíveis: ocorre interação da substância com a enzima, e a ligação for forte, covalente, a enzima não consegue ficar livre e portanto perde a sua função. Inibidores Reversíveis Podem ser: ● Competitivo: significa que ele está ligando no sitio ativo da nossa enzima. O substrato e a substância tem uma semelhança estrutural, então a enzima não consegue distinguir o que é substrato e o que é a substância inibidora. ○ O inibidor apresenta estrutura semelhante ao substrato da enzima e compete pelo sítio ativo. ○ Em termos de velocidade máxima é a mesma mas o Km é alterado. Então irá precisar de muito mais substrato para que a reação ocorra. ● Não Competitivo: ele se liga na enzima, mas não no sítio ativo, quando ele se liga, muda a conformação da enzima e portanto a capacidade catalisadora da enzima. ○ Inibidor e substrato ligam-se a sítios diferentes na enzima. ○ Alteração na velocidade, sem alterar o Km. ● Incompetitivo: ele entra não diretamente na enzima, ele sócria o sítio quando a enzima se ligar ao substrato. ○ O local de ligação do inibidor incompetitivo só é criado na interação da enzima com o substrato. ○ Irá alterar a velocidade máxima e o Km. E a reação não irá ocorrer. Exemplos: ● Inibidor Reversível Competitivo: ○ Metotrexato: usado no tratamento de câncer e ele vai inibir as sínteses das purinas e pirimidinas, ou seja, das bases nitrogenadas que compõem os nucleotídeos, os ácidos nucleicos são formados de nucleotídeos. E para formar uma das etapas de sínteses dessas bases purinas e pirimidinas, é a formação do tetrahidrofolato, que é feito por essa enzima di-hidrofolato redutase. A indústria produziu uma substância semelhante ao substrato em sua estrutura, e por isso a enzima “pega” por engano o metotrexato e assim inibe a síntese de tetrahidrofolato, e assim inibindo a proliferação das células cancerígenas. ■ Substância utilizada no tratamento do câncer, inibe a enzima di-hidrofolato redutase inibindo a síntese de nucleotídeos (purinas e pirimidinas). ■ Compete com o substrato natural, di-hidrofolato. Inibidores Irreversíveis Elas fazem ligação covalente no sitio ativo da enzima, e por isso são ligações mais difíceis de serem quebradas. ● Eles são extremamente seletivos pois são semelhantes ao substrato. ● Fazem ligações covalentes com o grupo funcional no sítio ativo da enzima ● Bloqueiam o local do substrato Exemplos: ● Penicilina: impede que a parede celular da bactéria seja formada. A parede celular da bactéria tem uma substância que chama peptideoglicano, a síntese dele que está inibida, é a camada mais externa. Essa parede que dá forma à bactéria, é rígida mas dá passagem para várias substâncias que irão nutrir a bactéria. Rompendo a parede celular, ela sofre lise osmótica. Ela dá proteção e forma para a bactéria. Sem ela a bactéria não sobrevive. ○ A penicilina se liga na serina e com essa ligação que é forte, fica inibida a enzima não ocorrendo a sintetização da bactéria e assim ela não consegue realizar divisão e portanto a bactéria morre. ● Aspirina: inibe irreversivelmente a enzima ciclooxigenase reduzindo a síntese de moléculas que participam da inflamação, prostaglandinas. ○ É uma medicação usada como antitérmico, pois ela bloqueia a cicloxigenase. ○ Quando pega o ácido aracdônico e o quebra, gera os produtos que participam da inflamação (prostaglandina, leucotrienos, tromboxanos). ○ A cicloxigenase pega o ácido araquidônico, e geram os produtos. A aspirina tem o grupo acetil que ao entrar em contato com a cicloxigenase, ocorre um “ataque” do grupo acetil com a hidroxila com o grupo da cicloxigenase. E então ela fica inativa, e isso ocorrendo o ácido araquidônico não é degradado pelas prostaglandinas. ○ Assim evita a dor e altas temperaturas. Enzimas com valor diagnóstico São enzimas intracelulares, portanto a presença de níveis elevados indicam lesão celular. São importantes para o diagnóstico de lesões cardíacas, musculares ou hepáticas. As enzimas também são usadas para diagnosticar algumas doenças. Elas estão dentro das células e portanto a concentração dela na corrente sanguínea é em pequenas quantidades em condições normais. Havendo grandes quantidades de enzimas na corrente sanguínea, quer dizer que ocorreu lesão celular. ● As duas reações de transaminação mais importantes são: ○ Alanina-aminotransferas e (ALT): antiga TGP (transaminase glutâmico-pirúvica). ○ Aspartato-amionotransfe rase (AST): antiga TGO (transaminase glutâmico-oxalacética). Aminotransferase Localização: ● AST: local 80% na mitocôndria 20% citossol dos hepatócitos. ○ raramente encontrada em outras doenças que não hepatica. ● ALT: 100% citossol de vários tipos celulares (células hepática, cardíacas e musculares esqueléticas). Interpretação de resultados: ● AST/ALT < 1,0: hepatites virais (aumento acentuado de 20 a 100 vezes valor referencial normal), esteatose hepática não alcoólica. ● AST/ALT > 1,0: cirrose hepática estabelecida, hepatopatia crônica alcoólica, hepatite medicamentosa. ● AST/ALT > 2,0: hepatite alcoólica. ● AST/ALT > 4,0: doença de Wilson fulminante. Tabela com resultados de exames laboratoriais de dosagens de enzimas plasmáticas em dois indivíduos (A e B). ● Indivíduo A: Hepatite viral aguda ● Indivíduo B: Carcinoma de próstata Creatina Cinase (CK) Os níveis de creatina cinase se elevam quando há lesão dos músculos esqueléticos ou do músculo cardíaco. Essa enzima pega a creatina, fosforiza a creatina, então a creatina cinase está fosforilando. A enzima está fosforilando a creatina e virou uma fosfocreatina, essa substância é uma reserva de fósforo e tem altas concentrações nos músculos cardíacos e esqueléticos, porque ela pode ser usada para síntese de ATP. Glicose Oxidase Esse teste mede a quantidade de glicose no sangue. Pega a glicose, água e tira os H da glicose formando em Ácido glicônico e o H é transformado para a água virando água oxigenada. Essa água oxigenada vai ser detectada pela peroxidase, que vai ser usada na reação um cromógeno, ele é ativado na presença da água oxigenada e fica colorido, por isso a intensidade de cor vai ajudar a falar quanto de glicose está presente na corrente sanguínea.
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