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Aula 8 Imuno - Resposta Imune Adaptativa : Receptores clonais BCR e TCR (Recombinação VDJ) / Geração de diversidade OBS : Revisão das aulas passadas ● Desenvolvimento / Amadurecimento Linfocitário ○ Ocorre nos Órgãos Linfóides Primários ⇉ Medula Óssea (Células B) e Timo (Células T) ○ Sequência de Eventos : ■ O Progenitor Linfóide se origina na Medula Óssea ■ Comprometimento dos progenitores em linhagem linfóide B ou T ● As células se comprometem a se tornar linfócitos B ou T ■ Distribuição dos progenitores aos locais de amadurecimento nos Órgãos Linfóides Primários ● Os precursores de B ficam na Medula Óssea, num nicho específico e os precursores de T vão para o Timo ■ Ocorrência de rearranjo sequencial e ordenado dos genes dos receptores de Imunoglobulinas/BCR’s e TCR’s ■ Ocorrência de eventos de seleção para eliminar : ● 1) Células B ou T que não expressaram receptores de antígenos funcionais (checkpoint estrutural) ● 2) Células B ou T auto-reativas que expressaram receptores de antígenos funcionais (checkpoint funcional) ⇉ Tolerância Central ■ Para Linfócitos B ⇉ edição do receptor auto-reativo ■ Para Linfócitos T ⇉ ocorrência de eventos epigenéticos que determinarão a expressão dos co-receptores CD4 ou CD8 ● Ocorrência de modificações da Cromatina ⇉ silenciamento do locus de CD4 ou de CD8 (estado inacessível) ■ Migração das Células B ou T virgens para a periferia, onde serão educadas pela Imunidade Inata OBS : Eventos Epigenéticos ⇉ são modificações que ocorrem após a formação do genoma, isto é, o genoma não permanece estático após o nascimento do embrião, visto que ele pode se modificar durante a vida. Essas mudanças no genoma podendo ser causadas por alterações no meio externo, por exemplo. ● Pontos de Controle no amadurecimento de Linfócitos (nesse caso, foi explicado para o Linfócito B, mas para o Linfócito T funciona da mesma maneira) ○ Existência do Progenitor Linfóide Comum, que irá se comprometer com a Linhagem B ou T ○ Formação da Célula Pré-B, com a presença do receptor Pré-BCR (Cadeia Pesada μ e a Cadeia Leve Substituta λ5) ■ 1º Ponto de Controle ⇉ Célula Pré-B conseguiu expressar corretamente a Cadeia Leve Substituta λ5 ■ Caso a Célula não consiga expressar essa estrutura corretamente, ela sofre apoptose OBS : A Cadeia Leve Substituta do Pré-BCR chama λ5 ○ Substituição da Cadeia Leve Substituta λ5 por uma Cadeia Leve Verdadeira, assim formando o BCR maduro no Linfócito B virgem ■ 2º Ponto de Controle ⇉ Célula B Virgem conseguiu expressar corretamente a Cadeia Leve verdadeira, isto é, conseguiu expressar um Receptor estável ■ Caso a Célula não consiga expressar essa estrutura corretamente, ela sofre apoptose ○ Os Linfócitos Virgens que conseguirem não somente expressar corretamente a conformação estrutural de seus receptores maduros, como também reconhecerem fracamente os antígenos próprios, irão passar por um processo de Seleção Positiva ■ No caso da Célula T, haverá a apresentação dos antígenos próprios no Timo, de modo que uma Célula Duplo Positiva, ao se ligar ao MHC I ou II, irá sofrer alterações epigenéticas, afim de determinar se ela será Simples Positivo CD4 ou CD8 ○ Os Linfócitos T Virgens que conseguirem expressar corretamente a conformação estrutural de seus receptores maduros, porém reconhecem fortemente os antígenos próprios (célula auto-reativa), irão passar por um processo de Seleção Negativa (deleção clonal) ○ Os Linfócitos B Virgens que conseguirem expressar corretamente a conformação estrutural de seus receptores maduros, porém reconhecem fortemente os antígenos próprios, irão passar por um processo de Edição do Receptor ■ Se essa Célula B auto-reativa manter a alta afinidade com o antígeno próprio, ela sofre Seleção Negativa (deleção clonal / apoptose) ■ Se essa Célula B auto-reativa conseguir se tornar pouco afim pelo antígeno próprio, ela sofre Seleção Positiva e continua o processo ○ Estabelecimento, portanto, da Tolerância Central ⇉ presença do mecanismo de Seleção Negativa ● Comprometimento dos Progenitores em linhagem linfóide B ou T ○ Célula Tronco Multipotente se diferencia em Progenitor Linfóide Comum ○ Uma série de Fatores de Transcrição serão expressos, afim de diferenciar o Progenitor Linfóide em Células Pró-B, e depois dando origem às mais diferentes Células B (Linfócito B folicular, Linfócito B de zona marginal e Linfócito B1) ○ Em paralelo à isso, outros Fatores de Transcrição são expressos afim de diferenciar o Progenitor Linfóide num Precursor de Célula T / Célula Linfóide Inata, assim dando origem à Células Pró-T, e posteriormente a Linfócitos T αβ e T γδ ○ Os Progenitores têm receptores, capazes de reconhecer Fatores de Crescimento, gerando Fatores de Transcrição, e assim, induzindo a expressão de receptores de citocinas (IL-2, IL-7 e IL-15) ○ Deficiência nas citocinas IL-2, IL-7 e IL-15 ⇉ mutações na cadeia γ X-SCID (pessoa não possui Linfócitos) OBS : Os Linfócitos T γδ têm uma variabilidade infinitamente menor que as αβ. São considerados trabalhadores em conjunto com as Células Linfóides Inatas, dado que migram para as Barreiras Físicas (pele, mucosas). Junto da citocina IL-6, produz outras citocinas para auxiliar a Imunidade Inata no processo de educação contra um ataque que o sistema estiver sofrendo. OBS 2 : X-SCID ⇉ ausência da cadeia γ das citocinas essenciais na sobrevivência dos Linfócitos. SCID sem ser no cromossomo X ⇉ ausência da enzima JAK3. Em ambas doenças, não há existência de Linfócitos. ● Cada clone de Linfócito B ou T apresenta uma única especificidade ○ Os Progenitores que se comprometeram com a linhagem linfóide, ou saem da Medula Óssea e entram no Timo para diferenciação T ou permanecem na Medula, num nicho específico, para diferenciação B. Nesses Órgãos Linfóides Primários, os Linfócitos passam por diversos processos de Seleção estrutural e funcional dos receptores, afim de checar se esses BCR’s/TCR’s são estáveis estruturalmente e se são auto-reativos. Se forem auto-reativos, serão deletados; se não forem auto-reativos, vão continuar o processo, até serem distribuídos para a periferia. Nos Órgãos Linfóides Primários, ocorre então a Tolerância Central; se alguma célula auto-reativa escapa essa checagem, há a Tolerância Periférica nos Órgãos Linfóides Secundários ○ Cada Linfócito terá um único tipo de receptor, isto é, devido à ocorrência de recombinação somática, cada célula é diferente e portanto somente reconhece um epítopo específico ○ Cientista Susumu Tonegawa ⇉ Questiona como o tamanho limitado do genoma poderia codificar um número suficiente de genes que fosse capaz de gerar a diversidade de receptores de antígenos. Ele descobre como um indivíduo é capaz de gerar diversidade ● Organização e Recombinação VDJ dos BCR’s e TCR’s ○ Definição dos componentes : ■ H (heavy) e L (light) ■ V ⇉ Variável ■ D ⇉ Diversidade ■ J ⇉ Junção ○ Organização dos loci de Imunoglobulinas (BCR) humanas ■ Cadeia Pesada ● locus está localizado no cromossomo 14 ● Possuem porções V, D e J ● Porção V (variável) ○ VH1,... VHn são genes das porções variáveis da Cadeia Pesada ■ Existem, em média, 45 genes diferentes de porção variável ■ Esses genes são espaçados por íntrons (que não serão codificados), de cerca de 2.000kb ● Porção D (diversidade) ○ DH são genes das porções diversidade da Cadeia Pesada ○ Existem 23 genes diferentes de Diversidade ● Porção J (junção) ○ JH são genes das porções junção da Cadeia Pesada ○ Existem 6 genes diferentes de Junção ● Existem 9 genes diferentes para as porções Constantes ○ Cμ, Cδ, Cγ3, Cγ1, Cα1, Cγ2, Cγ4, Cε1, Cα2 ● Antes da região V, existem as Sequências Líder (L) ○ Dão origem a peptídeos de 20 a 30 aminoácidos, que vão endereçar essas proteínas para o Retículo Endoplasmático● Antes das Sequências Líderes, existem Regiões Promotoras ■ Cadeia Leve, do tipo κ ● locus está localizado no cromossomo 2 ● Possuem somente as porções V e J ● Porção V (variável) ○ Vκ1,... Vκn são genes das porções variáveis da Cadeia Leve κ ■ Existem, em média, 35 genes diferentes de porção variável ■ Esses genes são espaçados por íntrons (que não serão codificados), de cerca de 2.000kb ● Porção J (junção) ○ Jκ são genes das porções junção da Cadeia Leve κ ○ Existem 5 genes diferentes de Junção ● Existem 1 gene para a porção Constante ○ Cκ ● Antes da região V, existem as Sequências Líder (L) ○ Dão origem a peptídeos de 20 a 30 aminoácidos, que vão endereçar essas proteínas para o Retículo Endoplasmático ● Antes das Sequências Líderes, existem Regiões Promotoras ■ Cadeia Leve, do tipo λ ● locus está localizado no cromossomo 22 ● Possuem somente as porções V e J ● Porção V (variável) ○ Vλ1,... Vλn são genes das porções variáveis da Cadeia Leve λ ■ Existem, em média, 30 genes diferentes de porção variável ■ Esses genes são espaçados por íntrons (que não serão codificados), de cerca de 2.000kb ● Porção J (junção) ○ Jκ são genes das porções junção da Cadeia Leve λ ○ Existem 7 genes diferentes de Junção (somente 4 são funcionais) ● Existem 4 genes diferentes para a porção Constante ○ Cλ1, Cλ2, Cλ3 e Cλ7 ● Antes da região V, existem as Sequências Líder (L) ○ Dão origem a peptídeos de 20 a 30 aminoácidos, que vão endereçar essas proteínas para o Retículo Endoplasmático ● Antes das Sequências Líderes, existem Regiões Promotoras ○ Organização dos loci de TCR’s humanos ■ Cadeias do tipo β e δ ⇉ V D J ■ Cadeias do tipo α e γ ⇉ V J ■ Cadeia do tipo β ● locus está localizado no cromossomo 7 ● Possuem porções V, D e J ● Porção V (variável) ○ Vβ1,... Vβn são genes das porções variáveis da Cadeia β ■ Existem, em média, 50 genes diferentes de porção variável ■ Esses genes são espaçados por íntrons (que não serão codificados), de cerca de 2.000kb ● Porção D (diversidade) ○ Dβ são genes das porções diversidade da Cadeia β ○ Existem 2 genes diferentes de Diversidade ● Porção J (junção) ○ Jβ são genes das porções junção da Cadeia β ○ Existem 6 genes diferentes de Junção em Jβ1 e 6 genes em Jβ2 ● Existem 2 genes diferentes para as porções Constantes ○ Cβ1 e Cβ2 ● Antes da região V, existem as Sequências Líder (L) ○ Dão origem a peptídeos de 20 a 30 aminoácidos, que vão endereçar essas proteínas para o Retículo Endoplasmático ● Antes das Sequências Líderes, existem Regiões Promotoras ■ Cadeia do tipo α ● locus está localizado no cromossomo 14 ● Possuem porções V e J ● Porção V (variável) ○ Vα1,... Vαn são genes das porções variáveis da Cadeia α ■ Existem, em média, 45 genes diferentes de porção variável ■ Esses genes são espaçados por íntrons (que não serão codificados), de cerca de 2.000kb ● Porção J (junção) ○ Jα são genes das porções junção da Cadeia α ○ Existem 50 genes diferentes de Junção ● Existem 1 gene para a porção Constante ○ Cα ● Antes da região V, existem as Sequências Líder (L) ○ Dão origem a peptídeos de 20 a 30 aminoácidos, que vão endereçar essas proteínas para o Retículo Endoplasmático ● Antes das Sequências Líderes, existem Regiões Promotoras OBS : Cadeia Pesada do BCR é igual Cadeia β do TCR ⇉ VDJ OBS 2 : Cadeia Leve do BCR é igual Cadeia α do TCR ⇉ VJ ○ Portanto, para gerar a Região Variável do Receptor (que permite a diversidade), existem diversos fragmentos que juntos vão originar a variabilidade, os quais são ⇉ V, D e J (Pesada / TCR β ) ou V e J (Leve / TCR α) ● Rearranjo gênico das Imunoglobulinas ⇉ Recombinação V(D)J ○ Formação da Cadeia Leve e da Cadeia Pesada ○ A seleção dos fragmentos é aleatória, isto é, escolhe-se aleatoriamente 1 das várias possibilidades para aquela determinada região ■ Para Cadeia pesada, escolhe-se 1 das 45 possíveis para V… ○ Na Cadeia Pesada : ■ Após a escolha aleatória de cada gene para cada região, ainda no genoma (DNA Germinativo), ocorre primeiramente a recombinação somática entre D e J. Posteriormente, a região DJ se recombina com V ■ Após essa junção, será gerado o Transcrito Primário ● É um RNA constituído pela região VDJ unida, pela região intrônica não codificada e pela região constante ■ Nessa Cadeia, vemos mais regiões constantes do que na Leve, devido a sua estrutura maior ■ O Transcrito Primário não consegue formar uma proteína perfeita. Afim de conseguir formar uma proteína perfeita, é necessário a ocorrência de um processo de Splicing ● Splicing ⇉ é uma modificação pós-transcricional, isto é, consiste na retirada das regiões não-codificantes, os íntrons ■ Após o Splicing, é então formado o RNAm, que é traduzível ■ Posteriormente, ocorre a Tradução e formação da cadeia polipeptídica da Cadeia Pesada ○ Na Cadeia Leve : ■ Após a escolha aleatória de cada gene para cada região, ainda no genoma (DNA Germinativo), ocorre diretamente a recombinação somática entre V e J ■ Após essa junção, será gerado o Transcrito Primário ● É um RNA constituído pela região VJ unida, pela região intrônica não codificada e pela região constante ■ O Transcrito Primário não consegue formar uma proteína perfeita. Afim de conseguir formar uma proteína perfeita, é necessário a ocorrência de um processo de Splicing ● Splicing ⇉ é uma modificação pós-transcricional, isto é, consiste na retirada das regiões não-codificantes, os íntrons ■ Após o Splicing, é então formado o RNAm, que é traduzível ■ Posteriormente, ocorre a Tradução e formação da cadeia polipeptídica da Cadeia Leve ● Rearranjo gênico dos TCR’s ⇉ Recombinação V(D)J ○ Formação da Cadeia α e da Cadeia β ○ A seleção dos fragmentos é aleatória, isto é, escolhe-se aleatoriamente 1 das várias possibilidades para aquela determinada região ■ Para Cadeia β, escolhe-se 1 das 50 possíveis para V… ○ Na Cadeia β : ■ Após a escolha aleatória de cada gene para cada região, ainda no genoma (DNA Germinativo), ocorre primeiramente a recombinação somática entre D e J. Posteriormente, a região DJ se recombina com V ■ Após essa junção, será gerado o Transcrito Primário ● É um RNA constituído pela região VDJ unida, pela região intrônica não codificada e pela região constante ■ O Transcrito Primário não consegue formar uma proteína perfeita. Afim de conseguir formar uma proteína perfeita, é necessário a ocorrência de um processo de Splicing ● Splicing ⇉ é uma modificação pós-transcricional, isto é, consiste na retirada das regiões não-codificantes, os íntrons ■ Após o Splicing, é então formado o RNAm, que é traduzível ■ Posteriormente, ocorre a Tradução e formação da cadeia polipeptídica da Cadeia β ○ Na Cadeia α : ■ Após a escolha aleatória de cada gene para cada região, ainda no genoma (DNA Germinativo), ocorre diretamente a recombinação somática entre V e J ■ Após essa junção, será gerado o Transcrito Primário ● É um RNA constituído pela região VJ unida, pela região intrônica não codificada e pela região constante ■ O Transcrito Primário não consegue formar uma proteína perfeita. Afim de conseguir formar uma proteína perfeita, é necessário a ocorrência de um processo de Splicing ● Splicing ⇉ é uma modificação pós-transcricional, isto é, consiste na retirada das regiões não-codificantes, os íntrons ■ Após o Splicing, é então formado o RNAm, que é traduzível ■ Posteriormente, ocorre a Tradução e formação da cadeia polipeptídica da Cadeia α ● Sinais de Reconhecimento que direcionam a Recombinação Somática ○ Regra 12/23 ○ Inicialmente teremos as porções V, D e J ou V e J ○ Para conseguir recombinar, é necessário uma modificação da Cromatina, ou seja, é necessário a presença de sequênciasde reconhecimento, as quais serão reconhecidas por enzimas, que vão promover as mudanças estruturais do Genoma. Portanto, teremos em nosso Genoma, sequências perfeitas que não foram feitas para ser codificadas, mas sim para serem reconhecidas ○ Portanto, teremos a região V escolhida, a região D escolhida e a Região J escolhida; entre elas e em suas laterais, teremos Sequências de Sinais de Recombinação (RSS). As RSS’s serão reconhecidas por enzimas, que vão juntar D com J, e depois V com DJ, assim jogando fora o que é Região Intrônica não-codificadora ○ As enzimas RAG-1 e RAG-2 (Gene de Ativação de Recombinação) se ligam às RSS’s dos segmentos V e DJ ou V e J ou D e J. Essas enzimas dobram o DNA, causando a aproximação dos segmentos escolhidos. A RAG cliva o DNA exatamente na junção entre o gene e o RSS. Essa clivagem cria um “hairpin” na extremidade do segmento gênico. Além disso, essa clivagem permite a eliminação da porção intrônica não-codificadora ○ Os hairpins são então clivados. Uma outra enzima TdT, age adicionando nucleotídeos adicionais a essas extremidades. Outras enzimas adicionais, agem unindo as extremidades desse DNA, assim completando o processo de Recombinação ○ Enzimas adicionais (DNA-PK, Ku, Artemis e Dímero de DNA ligase/XRCC4), se unem a RAG e o RSS clivado, assim transformando esses segmentos gênicos em Plasmídeo (DNA circular), o qual não terá mais nenhuma ação nesse processo OBS : Indivíduos com deficiência nas enzimas RAG, vão apresentar SCID, dado que não possuem Linfócitos B e T. Essa doença é chamada Síndrome de Omenn. ○ Passos da Recombinação Somática (RESUMO DO ROLÊ) ■ As regiões V, D e J já foram escolhidas, mas ainda estão no DNA. Não houve transcrição, nem formação do Transcrito Primário, nem splicing ainda. ■ Teremos então a regra 12/23 ⇉ sempre um lado terá o espaçador com 23 bases e o outro com espaçador de 12 bases. Nunca 23-23 ou 12-12 ■ Teremos em um lado, a porção V, seguida por um RSS (composto por um heptâmero, um espaçador com 23 pares de base e um nonâmero). Do outro lado, teremos a porção D ou J, antecedida por outro RSS (composto por um nonâmero, um espaçador com 12 pares de base e um heptâmero) ● Essas Sequências de Sinais de Recombinação (RSS), do tipo 23 e do tipo 12, são Palíndromes; dado que durante a dobra do DNA, uma pareia com a outra ■ 1) Sinapse ● A enzima RAG se junta à região RSS 23 e à região RSS 12, assim dobrando o DNA; desse modo, as regiões 23 e 12 ficam pareadas ■ 2) Clivagem ● Ao parear, a RAG arranca essas RSS 23 e RSS 12, as junta num DNA circular e depois joga fora, pois essa Sequência gênica não tem mais uso nesse processo. Além disso, a RAG arranca junto uma região não-codificadora ■ 3) Abertura do hairpin e adição / remoção de nucleotídeos ● Depois desse processo de remoção do RSS, são formados hairpins nas extremidades do DNA que permaneceu, isto é, um “grampo” no V e outro no J. Esse hairpin será clivado por enzimas, em um local aleatório do gene. Depois desse corte, o “grampo” irá se abrir, de modo a ter mais nucleotídeos em cima ou embaixo. ● Afim de conseguir juntar os 2 hairpins clivados (que não são compatíveis, visto que a clivagem causou um excesso de nucleotídeos em cima ou embaixo, os quais não são pareáveis entre si), é necessário adicionar Nucleotídeos P às fitas com nucleotídeos em falta, tanto de um lado quanto do outro ● Afim de gerar mais diversidade ainda, as enzimas TdT adicionam Nucleotídeos N nesse espaço entre os hairpins, de forma aleatória ■ 4) Junção ● Essas enzimas juntam as pontas, deixando o DNA contínuo novamente OBS : Diversidades : ● Diversidade Combinatória ⇉ É a combinação dos diversos genes, dado as suas possibilidades pelos números que são expressos no genoma ● Diversidade Juncional ⇉ É a adição aleatória de nucleotídeos, que vão gerar uma série de possibilidades proteicas OBS 2 : Para gerar bilhões de proteínas, seria necessário a existência de bilhões de genes, porém só possuímos 20.000 genes. Afim de solucionar esse problema, o organismo faz uso da enzima RAG, que é uma embaralhadora de DNA, de modo que faz uma recombinação matemática entre as diferentes possibilidades de V, D e J; além disso, também adicionam nucleotídeos extras aleatórios, aumentando ainda mais as possibilidades OBS 3 : Doenças relacionadas a deficiências nas enzimas do complexo enzimático da Recombinação Somática : ● Lúpus Eritematoso Sistêmico ○ Ação de auto-anticorpos contra a enzima Ku (DNAse de reparo) ○ Pouca produção de Linfócitos B e T, porém com uma diversidade bem menor que o normal ● IR-SCID (Irradiation Sensitive-SCID) ○ Mutações na enzima Artemis ○ Pessoas muito sensíveis à Radiação ● Outro tipo de IR-SCID ○ Mutações na enzima DNA-PKC ● Ataxia Telangiectasia ○ Mutações na enzima ATM ○ Também causa sensibilidade à Radiação ● Domínios proteicos V e C das Imunoglobulinas e TCR’s humanos ○ As Regiões Hipervariáveis das Imunoglobulinas possuem diferentes Especificidades, isto é, CDR3 será mais específico que CDR2 e CDR1 ■ CDR1 e CDR2 estarão na região V ■ CDR3 será composto não só por DJ ou J, como também pelas adições/remoções de nucleotídeos ⇉ CDR3 terá mais variabilidade OBS : Discussão do Gráfico, sobre a CDR3 ● O quadro em azul indica a região variável da cadeia pesada da Imunoglobulina; o quadro amarelo indica a região variável da cadeia leve da Imunoglobulina ● O autor sequenciou os genes de diversas Imunoglobulinas, de modo a perceber que nas regiões onde as barrinhas são azuis, a diversidade é pequena. As barrinhas em vermelho, mostram picos de variabilidade, dado que estão contidas nas regiões CDR1, CDR2 e CDR3 (a qual indica o maior pico, dado que é a que possui mais diversidade e variabilidade) ● O mesmo ocorre para o quadro amarelo ● Foi postulado então que a informação para a expressão de CDR’s estava contida em DNA extra-cromossômico (epissomos) e seria incorporado ao DNA por inserções OBS 2 : Já no estudo de Susumu Tonegawa (ganhador do Nobel), ele pega 2 tipos de células : 1 Célula Embrionária (célula qualquer, sem receptor específico) e 1 Célula B (já possui seu receptor). Ele extrai o DNA dessas 2 células, e as trata com Enzimas de Restrição (são endonucleases que reconhecem sequências específicas naquele gene, o cortando). Ele faz um exame de Eletroforese em gel de agarose, separando os fragmentos do DNA por peso. Ele transfere esses nucleotídeos no gel para uma membrana de nitrocelulose, afim de poder marcá-los. Ele marca radioativamente as regiões V variável e C constante dos 2 tipos de células (Hibridização). Durante a hibridização, percebe-se que no caso da Célula embrionária, ainda não houve Recombinação Somática, portanto os tamanhos das suas regiões V e C ainda são grandes; no caso da Célula B, a Recombinação já ocorreu, portanto suas porções V e C já são bem menores. OBS 3 : Mudança de Isotipo ● Os Linfócitos B, inicialmente, logo que saem dos Órgãos Linfóides Primários e vão para a Periferia, estão expressando IgM e IgD ● O Transcrito Primário é expresso contendo o VDJ, Cμ e o Cδ, depois sofrendo splicing para juntar as regiões Constantes C ○ A co-expressão de IgD e IgM é regulada pelo processamento de RNA (splicing) ● A mudança de isotipo é induzida durante uma Resposta Imunológica ⇉ a Célula B receberá um sinal de citocinas e moléculas de expressão, para que induza a mudança de isotipo ● Dependendo do Fator de Transcrição que está sendo ativado, o organismo irá escolher qual é o isotipo ideal a ser transcrito ● Afim de parar de expressar IgM e IgD e começar a expressar outro tipo de Imunoglobulina, o organismo causa uma modificação na frente desse gene Cμ e Cδ, e antes do C que se quer mudar para ● Portanto, na mudança de Isotipo, a parte Variável (VDJ) semantém, porém a parte Constante se altera
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