Buscar

PORTIFOLIO CORPO E MOVIMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

11
UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR
PEDAGOGIA
ARLETE CARDOSO DINIZ
CHRISTIANE RIBEIRO BORGES
EDIANE FÁTIMA BERLANDA POSSEMATO
FRANCISLENE NOGUEIRA
IZABEL FRANCISCO GONÇALVES DO NASCIMENTO
PALOMA CRISTINA GUIMARÃES DE SOUZA
OTRABALHO INTERDISCIPLINAR DO CORPO E MOVIMENTO NA ESCOLA.
LAGOA SANTA
2019
ARLETE CARDOSO DINIZ
CHRISTIANE RIBEIRO BORGES
EDIANE FÁTIMA BERLANDA POSSEMATO
FRANCISLENE NOGUEIRA
IZABEL FRANCISCO GONÇALVES DO NASCIMENTO
PALOMA CRISTINA GUIMARÃES DE SOUZA
O TRABALHO INTERDISCIPLINAR DO CORPO E MOVIMENTO NA ESCOLA.
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Pitágoras UNOPAR.
Tutora: Maria da Saúde Ferreira de Carvalho
LAGOA SANTA
2019
INTRODUÇÃO
 O presente trabalho relata as experiências vivenciadas no trabalho interdisciplinar do corpo e movimento nas escolas de Educação Infantil, com o objetivo de propiciar uma reflexão acerca da importância do movimento para a Educação Infantil. É muito comum percebermos nas escolas, que visando garantir uma atmosfera de ordem e harmonia, algumas práticas educativas procurem simplesmente suprimir o movimento, impondo às crianças de diferentes idades, rígidas restrições posturais. Contudo, o movimento humano é mais que um simples deslocamento do corpo no espaço, constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. O tema corpo e movimento – o descobrimento do corpo na educação infantil se justifica pela necessidade de enfatizar, a partir de observações, a necessidade de a criança conhecer as funções de seu corpo e estabelecer relações de movimento que pertencem ao indivíduo em sua totalidade, revelando sentimentos, emoções, experiências vivenciadas por ela assim como a importância de criar hábitos e atitudes integradas ao corpo, possibilitando a construção da personalidade e da identidade; em outras palavras, se redescobrir. 
 Percebemos que existe um grande número de crianças com dificuldade para perceber sua identidade corporal e que, além disso, as famílias e muitas vezes as escolas não se preocupam ou não estão preparadas para ensinar ou proporcionar um desenvolvimento corporal satisfatório. A questão do corpo atravessou séculos e mantém-se ainda hoje como uma das mais importantes discussões diante das atividades corporais, da consciência do próprio corpo, e de suas mobilizações; associada à educação, proporciona o controle e domínio dos movimentos mais complexos.
Porém, para que as crianças adquirem novos conhecimentos e desenvolva habilidades de forma natural e agradável, é essencial saber de que forma a atividade é dirigida e vivenciada, e o porquê de sua realização, para justamente gerar um interesse em aprender, garantindo-lhes o prazer. Assim, partindo desses pressupostos, buscamos desenvolver um trabalho com o objetivo principal de possibilitar aos futuros professores um maior envolvimento em atividades relacionadas ao movimento, na perspectiva de desenvolver a multiplicidade de funções e manifestações através da motricidade além de refletir sobre as posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas.
Pretendemos enfatizar a importância do estímulo à criatividade das crianças para que elas aprendam com as diversidades existentes no cotidiano escolar infantil seus valores, fundamentos e perspectivas na prática de uma aprendizagem rompendo barreiras e mitos sobre a educação, o lúdico e o corpo, e com isso mostrar que através da conscientização podemos demonstrar a contribuição que pode haver nesse campo de estudo que é a integração homem-cotidiano, fazendo com que nossos alunos aprendam brincando e para que eles possam também refletir não só sobre regras e limites, mas também sobre como aprender das mais diferentes formas. As metas a serem alcançadas são a expansões do conhecimento e a consciência do quanto é importante que conheçam seu corpo, suas capacidades e possibilidades e o mundo onde vivem para que assim possam atuar melhor na sua realidade de vida.
O foco principal deste trabalho se volta para o desenvolvimento da descoberta do corpo, no âmbito de investigação da consciência corporal, com o propósito de refletir sobre esse nível de complexidade envolvido no descobrimento do corpo durante a Educação Infantil. Com o objetivo principal de mediar o processo de como olhamos nossos companheiros, como nos olhamos e como olhamos nosso mundo, isto é, para que as pessoas saibam muito mais do que experimentaram pessoalmente e para que sua experiência com o mundo exterior, que constitui a realidade, através desses exercícios e brincadeiras, seja um meio de aceitação de si próprio, de suas limitações e do outro, atuando assim na sociedade de forma a construir um mundo melhor. Com base nessas lógicas e a partir de um sentido reflexivo e crítico, relatamos as experiências vivenciadas durante o período destinado á elaboração deste trabalho.
DESENVOLVIMENTO
 Para os filósofos da Antigüidade, como Platão e Aristóteles, e medievais, como São Tomás de Aquino e Hobbes, o corpo era um instrumento da alma guiado pelos sentimentos e pelos deuses. Na Idade Moderna, século XVII, surgiu Descartes, alterando essa abordagem. Afirmava que o corpo e a alma eram substâncias diferentes e independentes, e que a mente, e não a alma guiava o corpo. Daí surgiu o pensamento dualista cartesiano, separando o corpo da mente. A Revolução Científica, ocorrida entre os séculos XVI e XVII, sedimentou essa visão cartesiana, criando o método científico, que estuda os fenômenos, dividindo-os em partes, para a sua compreensão pelo método experimental, racional. Assim sendo, as ciências racionais da Natureza passaram a reger o Universo e seus fenômenos, anulando a influência dos deuses e da alma. No entanto, o filósofo Emmanuel Kant, no século XVIII, com o seu método de estudo, o criticismo kantiano, fez três importantes críticas sobre a Ciência e a Metafísica: a Crítica da Razão Pura, a Crítica da Razão Prática e a Crítica do Juízo. Nelas, ele aborda os limites do conhecimento, explicando que até a razão humana pode ser imperfeita e impotente para conhecer tudo sobre um determinado fenômeno, e advoga que o ideal seria a união do mundo das ciências da Natureza com o mundo moral do conhecimento sensível (que abrange as instituições sensíveis) e o mundo do conhecimento inteligível (que trata das idéias metafísicas) (WELSCH, 1988). Esses estudos de Kant, com base na tradição racionalista ocidental, tornaram possível a realização de uma educação integral que inclui, hoje, a intelectual (cognitiva), a física (corporal) e a moral. No entanto, apesar de Kant defender a união entre os diferentes tipos de conhecimento, sem que um se sobreponha a outro, na tradição ocidental, a educação mental ou intelectual goza, ainda, de superioridade perante a educação corporal. Até mesmo as teorias positivistas são mentalistas. Somente a psicanálise valoriza o corpo, não racionalizado, como elemento importante para o entendimento das ações humanas (BRACHT, 1999). Interessante é que até as teorias da construção do conhecimento e as da aprendizagem, com raras exceções, não considerem o corpo na aprendizagem. Para estas teorias, é o intelecto que aprende, e, inclusive, as teorias sobre aprendizagem motora são, em parte, cognitivistas. O papel da corporeidade na aprendizagem foi historicamente subestimado, negligenciado (ASSMANN, 1996). Os estudiosos da Educação Física, mais radicais em suas críticas, consideram que o crescimento do prestígio dos estudos do corpo, atualmente, se dá pelas necessidades produtivas (corpo produtivo), sanitárias (corpo “saudável”), morais (corpo deserotizado) e, ainda, pelas necessidades de adaptação e controle social (corpo dócil) (FOCAULT, 1994). Nessa perspectiva, o corpo precisaria ser alvo de educação. Fica aqui uma reflexão. Você concorda que o prestígio dos estudos do corpo se deva somente a esses motivos acima? Como acontece na sua prática de vida e/ou profissional? O corpo dohomem pré-histórico era a sua armadura. Para conseguir alimentos, ele competia com seus predadores. Muitas vezes, saía para caçar e não conseguia retornar com o alimento, sucumbindo em combates com animais ou sendo devorado por seus predadores. Utilizava o corpo como instrumento de luta e de legítima defesa, pois, naturalmente, não possuía instrumentos de defesa e de caça. Esses homens e mulheres tinham uma ótima condição física. Imaginemos como tinham de caminhar para chegar a outras terras, subir em árvores, saltar, arremessar, atirar coisas e pedras. Apesar de terem expectativa de vida muito baixa, eram robustos e possuíam excelente condição física. Com o decorrer do tempo, criaram soluções práticas para os problemas da vida cotidiana e inventaram objetos a partir das suas necessidades de defesa e de caça. Desenvolveram, certamente, uma cultura muito importante.
Ao contrário de alguns autores e estudiosos que têm dificuldade de realizar suas análises a partir de uma perspectiva complexa e não-sectária (ARAÚJO, 2001), Morin acredita que qualquer fenômeno humano pode ser interpretado em diferentes dimensões: pedagógica, social, cultural, biológica, histórica, política etc. Em qualquer abordagem escolhida, o corpo torna-se um dos principais pontos de referência, ao falarmos sobre vivência corporal. Analisando estudos relativos à história do corpo (e sua corporeidade), faremos um resumo das diferentes visões que as sociedades, no decorrer dos séculos, tinham a respeito do corpo humano. Também falaremos de como elas vivenciavam e experimentavam as emoções e atividades que o corpo pode oferecer. Chamaremos essa experimentação e maneira de lidar com as questões do seu próprio corpo de vivência corporal ”Vivência corporal é um momento de experimentação para tornar o corpo presente”. Por que é importante para um pedagogo conhecer como as sociedades vivenciavam o corpo no decorrer dos tempos? É importante atentarmos para as abordagens históricas, porque essas diferentes visões transformam o comportamento do ser humano e a sua maneira de lidar com as atividades físicas, a sua qualidade de vida, a sua própria saúde e, com o corpo das pessoas, na sua vida profissional. Você, como profissional de Educação, estará na escola desenvolvendo experiências corporais com seus alunos, mesmo que não tenha uma visão clara disso. Querendo ou não, as experiências com o corpo ficarão marcadas na existência dos seus futuros alunos das primeiras séries do Ensino Fundamental, e você será um dos responsáveis por isso.
Como dimensão humana, o movimento faz parte do desenvolvimento físico, cognitivo e cultural do sujeito. Desde a vida intra-uterina realizamos movimentos com o corpo, no qual vão se estruturando e exercendo grandes influencias no comportamento. É a partir do movimento que a criança amplia o uso significativo de gestos e posturas corporais, que expressa sentimentos e ações. Em especial estudos desenvolvidos por Mattos e Neira (2003), podemos constatar que as atividades motoras fazem parte do cotidiano das crianças em qualquer estabelecimento que se dedique à tarefa educacional para infância, eles ainda ressaltam que: 
O movimento, o brinquedo, os jogos tradicionais da cultura popular preenchem de alguma forma determinadas lacunas na rotina das salas de aula. Em algumas escolas podemos encontrar as músicas coreografadas no início dos trabalhos, o momento do parque livre ou dirigido, os caminhos com jogos ou materiais lúdicos. (MATTOS E NEIRA, 2003, p.176)
 Assim, compreendemos que ao falarmos sobre escola, em especial aquelas que atendem crianças na idade de creche e pré-escola, o movimento e a ludicidade são fatores que atuam conjuntamente na sua educação. Dessa forma, o educador deve ter um olhar diferenciado para essas questões, principalmente refletir sobre as diversidades de práticas pedagógicas que caracterizam esse universo infantil e as funções atribuídas ao movimento. Em algumas práticas qualquer gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. Em outras práticas, para muitos professores, a repetição constante de exercícios é essencial para que a criança se desenvolva. Neste sentido, Wallon (1975, apud, MALUF 1999), diz que as instituições, de uma maneira geral, persistem em imobilizar as crianças em uma carteira ou mesa, restringindo a fluidez das emoções e do pensamento, imprescindíveis para o desenvolvimento completo da pessoa. Para ele, o movimento depende basicamente da organização dos ambientes para as crianças se movimentarem, se expandirem. A motricidade possui caráter pedagógico pela propriedade do gesto e do movimento quanto a sua representação. Há professores que quando querem ensinar conceitos dentro-fora, pedem a seus alunos para colarem papéis coloridos, fazerem cruzes ou desenharem do lado de dentro ou de fora de um quadrado ou de qualquer desenho. Ao final, acham que as crianças assimilaram corretamente estes termos e passam para outros itens que serão “treinados” da mesma maneira. Acreditam, com isto, que estão usando de todos os recursos da psicomotricidade para preparar os alunos para a escrita. Mas são, às vezes, exercícios totalmente desprovidos de significado para as crianças e não são nem precedidos de um trabalho mais amplo de conscientização dos movimentos, de posturas, visando um desenvolvimento mental adequado. Tarefas deste tipo, na realidade, apenas desenvolvem a aquisição de gestos automáticos e certas técnicas, sem preocupação com as percepções que lhe dão o conhecimento do movimento do corpo e, através deste, conhecimento do mundo que o rodeia. Os exercícios psicomotores, através dos movimentos e dos gestos, não devem ser realizados de forma mecânica, devem ser associados com as estruturas cognitivas e afetivas, tudo apoiado pela consciência. É muito grande a influência que a cultura tem sobre o desenvolvimento da motricidade infantil, não só pelos diferentes significados que cada grupo atribui a gestos expressões faciais, como também pelos diferentes movimentos aprendidos no manuseio de objetos específicos presentes na atividade cotidiana, como pás, lápis, bolas de gude, corda, estilingue etc. Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e significado. A dimensão subjetiva do movimento deve ser contemplada e acolhida em todas as situações do dia-a-dia na instituição de educação infantil, possibilitando que as crianças utilizem gestos, posturas e ritmos, para se expressar e se comunicar. Além disso, é possível criar, intencionalmente, oportunidades para que as crianças se apropriem dos significados expressivos do movimento. As instituições devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos motores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças. Os jogos motores de regras trazem também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois ao jogar, as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e a respeitar regras.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI/BRASIL,1998) o conceito de movimento é:
[...] O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. (p. 15).
Para as crianças pequenas, o movimento assume um papel importante, que significa muito mais do que movimentar partes do corpo ou deslocar-se no espaço; elas se comunicam e se expressam por meio de gestos e das mímicas faciais, e interagem utilizando fortemente o apoio do corpo.
O processo de aprendizagem do pré-escolar é essencialmente lúdico. A criança aprende brincando; por isso, esse trabalho se reveste de muita seriedade; através do brincar, a criança vai assumindo sua realidade, seu meio social, sua linguagem, seus usose costumes; enfim, brincando, ela inicia a socialização.
O estudo das sociedades chamadas primitivas demonstra a importância do jogo e das atividades recreativas na formação dos novos membros da sociedade. Os nossos índios muito cedo se iniciam na arte da pesca e caça, utilizando o arco e a flecha, assim como as meninas brincam de fazer panelinhas de barro ou trançar cestos. O que de inicio é mera recreação aos poucos vai ganhando conotação de maior responsabilidade, de forma que a transição entre as atividades de meninice, adolescência e a idade adulta se realize sem uma ruptura.
Devemos sempre estimular atividades corporais para além da sala de aula auxiliando os alunos a vencer melhor os desafios da leitura e da escrita, pois é brincando que a criança busca informações desejadas, estabelece coordenações, organiza suas idéias, faz verificações, experimenta sensações, motivada pela necessidade interior e realizada pela própria atividade. Tudo isso vem demonstrar a importância de propiciar condições para as brincadeiras infantis. Todo e qualquer brinquedo é material instrutivo, desde que proporcione à criança oportunidades reais de trabalho físico ou mental: um caixote, uma caixa, lápis de cor, uma coleção de objetos, uma corda, uma peteca e outros. Através do brinquedo, a criança tem oportunidade de se desenvolver. Aquela que tiver poucas oportunidades lúdicas apresentará dificuldades na idade adulta. Brincando, a criança penetra e interioriza o mundo adulto.
A multiplicidade de formas e materiais induz a criança a
· Pensar e desenvolver sua capacidade criadora;
· Ter iniciativa própria;
· Ter despertada sua alegria no experimentar, no descobrir;
· Ampliar a capacidade de expressão;
· Estabelecer vínculos de amizade e consciência de vida grupal.
Há, portanto, necessidade de adequação do brinquedo para que a criança seja levada a brincar. A lei da liberdade deve estar sempre presente no ato de brincar, pois o brincar deve estar livre de pressões exteriores.
Brincar, para a criança, constitui um confronto com o meio ambiente, em nível de pré-realidade, e enquanto brinca ela aprende. Para a criança, brincar constitui um trabalho que encara tão seriamente quanto seu pai ou sua mãe vêem seus serviços ou as tarefas domésticas.
O que é fundamental é compreender que, através do brinquedo, a criança realiza a aprendizagem, desenvolvendo suas aptidões de forma natural e sem pressões (Bueno, 1984).
As crianças devem aprender a cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis (caminhada e contato com a natureza), sempre sob o olhar vigilante do cuidador, onde elas possam brincar com total liberdade. Esse é um dos aspectos básicos da qualidade de vida, em que devem agir com responsabilidade em relação ao seu corpo, à sua saúde e à saúde coletiva.
Um simples passeio pode ser muito interessante para observar o senso de orientação que as crianças têm, apesar de sua pouca idade, pois com confiança essas crianças aprendem o caminho certo que os leva a cada parte aonde eles queiram ir.
Durante um passeio simples as crianças podem observar pássaros, fazer apitos com folhas de árvores, escorregarem no morro, trabalhar os cincos sentidos e outras formas de aprendizagem lúdicas que podem ser feitas sem que causem prejuízo ao corpo e à natureza.
O corpo é o instrumento mais importante que o ser humano disponibiliza para trabalhar, se transformar. A pessoa, quando dança, utiliza o corpo experimentando diversas sensações, descobrindo inúmeras possibilidades de se movimentar, de se conectar consigo mesmo, descobrindo formas de se sentir bem com seu próprio corpo (Garaudy, 1980).
Além disso, podemos destacar o fato de que as brincadeiras e os jogos são importantes no mundo da fantasia da criança, tornando possível transcender o mundo imediatamente disponível, diretamente perceptível. O mundo perceptível das pessoas é sempre um mundo significativo, isto é, é sempre um mundo interpretado por alguém e, portanto, singular e subjetivo, tal como a escrita.
A atitude da escola frente à espontaneidade do movimento de cada criança poderá influenciar fortemente o rumo do processo de aprendizagem da criança. A escola que trabalha para o desenvolvimento psicomotor da criança tende a contribuir para o bom aprendizado.
A educação psicomotora ajuda a criança a adquirir o estágio de perfeição motora até o final da infância nos seus aspectos neurológicos de maturação, nos planos rítmicos e espaciais.
Também é indiscutível que o exercício físico é muito necessário para o desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano – e em especial da criança. O exercício físico estimula a respiração, a circulação, o aparelho digestivo, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade física geral, dando ao corpo um pleno desenvolvimento.
Quanto à parte cognitiva, se a criança possuir bom controle motor poderá explorar o mundo exterior, fazendo experiências concretas que ajudam ampliar seu repertório de atividades e ajudar a solucionar problemas, adquirindo assim várias noções básicas para seu desenvolvimento intelectual, o que permitirá também tomar conhecimento do mundo que a rodeia e ter domínio da relação corpo-meio.
Quando o professor se conscientizar de que a educação pelo movimento é uma peça fundamental na construção pedagógica, que permite à criança resolver mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara, por outro lado, para sua existência no mundo adulto, essa atividade não ficará mais relegada ao segundo plano, sobretudo porque o professor constatará que esse material educativo não verbal constituído pelo movimento é por vezes um meio insubstituível para afirmar certas percepções, desenvolver formas de atenção e pôr em jogo determinados aspectos da inteligência.
O trabalho do pedagogo, consciente da importância e utilidade da psicomotricidade na escola, é orientar o professor, motivando-o por meio de conscientização da validade de sua aplicação e despertando o seu interesse para que possam ajudar os que estão envolvidos no processo de ensino-aprendizagem a chegar ao sucesso desejado.
É preciso ter muita atenção com nossas crianças, pois elas não são iguais, nem no sentido socioeconômico nem no de suas características individuais; realmente se faz necessária a observação individual de cada uma para que possamos ter o melhor rendimento dentro das salas de aula.
Que o levantamento das condições prévias dos alunos para iniciar uma nova matéria, os indícios de avanço ou diferenças na assimilação do conhecimento, as avaliações parciais e finais sejam elementos que possibilitem a revisão do plano de ensino e o encaminhamento do trabalho de nós, professores, para a direção certa, e que não apenas nas salas de aula sejam feitos contatos com nossos alunos. Que os recreios sejam também utilizados para que possamos conhecer mais o desempenho, o aproveitamento escolar e crescimento pessoal dos nossos alunos.
CONCLUSÃO.
 O trabalho proposto levou-nos a refletir sobre a pedagogia do movimento e entender como o trabalho/ vivência com práticas corporais lúdicas ajuda a criança a agir e interagir no mundo. Percebemos por meio desse trabalho, que não só o aluno se beneficia com atividades lúdicas corporais, mas também o professor, por propiciar uma aula prazerosa, sejam com músicas, exercícios, jogos, entre outras atividades, trabalhando didaticamente a aprendizagem de forma divertida, e ao mesmo tempo educativa. Possibilitando assim, aos futuros pedagogos, a percepção da importância de atividades lúdicas, que envolvam o movimento, para o desenvolvimento motor das crianças. O movimento, como fora visto e vivenciado, ajuda a criança a adquirir conhecimento do mundo que a rodeia através do seu corpo, de sua percepção e sensações. Por estar ligado a aspectos afetivo ou relacional, o contato da criança com o adulto, com o ambiente físico e com outras crianças, dá condições para que ela se desenvolva em seu ambiente. O corpo, portanto, é uma forma da criança expressar a sua individualidade, reconhecer-sea si mesma e perceber as coisas que a cerca. Nessa etapa de desenvolvimento, o trabalho com o lúdico pode ser direcionado num contexto de jogos motores, musicalização e arte, que aliado às atividades didático-pedagógicas, mostra-se um instrumento educativo imprescindível para a aprendizagem infantil. As vivências corporais favorecem a aprendizagem, uma vez que por meio das quais se podem experimentar sensações e explorar o movimento do corpo e do espaço adquirindo um saber concreto, de maneira significativa para o educando. Cabe ao professor compreender e conhecer o agir da criança através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, para poder mediar e organizar atividades que abordem diferentes conhecimentos, através de estratégias que lhes permitam vivenciar situações de ensino- aprendizagem desafiadora com a integração do corpo e da mente. 
Com isso concluímos a importância de estabelecer relações entre a noção corporal, a idade e o fazer cotidiano do aluno, não obstante a postura que impera nas ações das escolas em geral, uma vez que para alguns professores o ensino ainda é visto de forma dividida em disciplinas que são concebidas como responsáveis por “educar o corpo” e outras por “educar a mente”; esse é um dos grandes obstáculos para uma educação que contemple a idade corporal como elemento central do processo formativo.
Por esse motivo temos que dar atenção especial à pedagogia preventiva, que reclama grande atenção por parte dos professores e produz magníficos resultados, uma vez que levam em conta as inclinações e habilidades dos alunos e possui caráter vocacional, explorando as potencialidades de cada um como indivíduo único
É importante também oportunizar uma reflexão sobre currículo e programas por meio de leituras e práticas investigativas que favoreçam a formação de um profissional capaz de intervir na escola como sujeito mediador participante, crítico e criativo, refletir sobre currículo e programas por suas tendências políticas e concepções teóricas, investigar a prática pedagógica da escola com vista ao resgate de sua função social e compromisso com a comunidade e proporcionar oportunidades para elaboração de uma proposta curricular que atenda à coletividade escolar a partir de sua realidade, com questionamentos e sugestões.
"Sem Amor é impossível ensinar ou aprender. A educação é arte do coração!”. Por isso as aulas não podem ser chatas, nem cansativas nem monótonas. Elas têm sempre que ser renovadas e preparadas como se fossem as únicas, afirma Gabriel Chalita (2005).
REFERÊNCIAS
ALMADA, D. Arte: Esta Brincadeira é Coisa Séria. Revista Criança do Professor de Educação Infantil. Brasília: Ministério da Educação, n.32, 1999. Acesso em 25/09/2019.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. Acesso em 02/10/2019.
MALUF, Angela Cristina Munhoz. Atividades lúdicas para Educação Infantil: conceitos, orientações e práticas. 2. ed. – Petrópolis,RJ: Vozes,2009. Acesso em 02/10/2019.
OLIVEIRA, Gisele de Campos. Pscicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 16. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. Acesso em 06/10/2019
 WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Petrópolis: Vozes, 2008. Acesso em 02/10/2019.
ARAÚJO, Denise Sardinha Mendes Soares de; ARAÚJO, Claudio Gil Soares de. Aptidão física: saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 6, n. 5, p. 194-203, 2000. Acesso em 15/10/2019. 
BETTO, Frei. Políticas do Corpo. Revista Motrivivência, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1994. Acesso em 15/10/2019. 
CELLA, S.M.R. Diferentes visões do mundo e do corpo. Revista da Educação Física, UEM, 1997. Acesso em 15/10/2019. 
GADOTTI, Moacir. O pensamento pedagógico Grego. In: ______. História das Idéias Pedagógicas. 6. ed. São Paulo: Ática, 1998. Acesso em 15/10/2019. 
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1999. Acesso em 15/10/2019. 
SANTANNA, Denise Bernuzzi. Entre o corpo e a técnica: antigas e novas concepções. Revista Motrivevência, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1994. Acesso em 15/10/2019. 
SANTOS, L. C. T. A atividade física e a construção da corporeidade na Grécia Antiga. Revista da Educação Física, UEM, 1997. Acesso em 15/10/2019. 
BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. 7ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. Acesso em 15/10/2019. 
BENNET, William. Il. Michael Hague. O livro das virtudes para crianças. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977. Acesso em 15/10/2019.

Continue navegando

Outros materiais