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TCE INTRODUÇÃO • Definição: Qualquer agressão física que resulte em alteração anatômica e/ou funcional das estruturas da cabeça • O TCE é a causa mais frequente do atendimento da neurocirurgia na urgência • Causa de morte de mais da metade das vitimas do trauma • 10% morrem antes de chegar ao hospital. Dos que não morrem, 80% tem TCE leve, 10% moderado e 10% grave • As causas mais comuns de TCE são os traumas relacionados ao transporte • Os traumatismos podem agredir: ➢ pele ➢ crânio ➢ meninges ➢ tecido nervoso o Por lesão direta e por contra-golpe. o Causam: Concussão, contusão, lesão axonal difusa, brain swelling ➢ vasos intracranianos o Sem hematoma + micro-sangramento + sangramento do espaço subaracnóideo. o Com hematoma: extradural; subdural; intraparenquimatoso CLASSIFICAÇÃO • Classificacao da lesão encefálica ➢ Lesoes primárias→ são o resultado do impacto, e geralmente estão presentes já no momento do acidente. ➢ Lesoes secundárias→ curso progressivo, ocorrendo como consequência de hematoma, edema, isquemia ou hipóxia, podendo levar a lesões neurológicas tardias. • Segundo o mecanismo: ➢ Fechado→ alta energia( acidentes automobilísticos) , baixa energia ( quedas e agressões) ➢ Penetrante→ por arma de fogo ou outros ferimentos • Segundo a gravidade: ➢ Leve → ECG > 13 ➢ Moderado→ ECG de 9 a 12 ➢ Grave→ ECG <8 • Segundo a morfologia: ➢ Fraturas de crânio o Calota: lineares ou estreladas, com ou sem afundamento, expostas ou fechadas o Basilares: com ou sem perda de liquor, com ou sem paralisia do VII nervo(facial) ➢ Lesões intracranianas o Focais: extradural, subdural, intracerebral o Difusas: concussão leve, concussão clássica, lesão axonal difusa FISIOPATOLOGIA • A PIC normal é de aproximadamente 5- 15mmHg. Acima de 20mmHg→ hipertensão intracraniana grave. • Fases da fisiopatologia: 1. Corresponde à lesão cerebral, que se caracteriza por trauma tecidual e desregulação do fluxo sanguíneo encefálico e do seu metabolismo, neste caso tem-se uma isquemia tecidual, que ocorre devido um acumulo de ácido lático proveniente da glicose anaeróbia, o que leva a um aumento da permeabilidade da membrana celular e consequente edema tecidual. 2. A cascata de eventos se inicia por uma despolarização terminal da membrana junto com a liberação excessiva de neurotransmissores excita- tórios, que ativam receptores e abrem os canais de sódio e cálcio-dependentes • Doutrina de Monro-Kellie→ volume intracraniano deve permanecer constante. A descompensacao do TCE é quando o aumento da massa leva a um aumento da PIC. Primeiro, o aumento do volume é compensado pela diminuição do volume venoso e do LCR. • O aumento da PIC provoca a queda da pressão de perfusão cerebral. • PPC<70mmHg→ evolução desfavorável • O fluxo sanguíneo cerebral (valor normal de 50ml/100g de cérebro/minuto) se for menor que 5ml/100g de cérebro/minuto há morte celular com lesão irreversível. • Se a PAM< 50mmHg → diminuição abrupta do fluxo sanguíneo cerebral • Hérnia de uncus: passagem do giro hipocampal ou de sua extremidade anterior (uncus) para a fossa posterior através da tenda do cerebelo, devido a um hematoma, infarto, tumor , abscesso ou traumatismo. Isso pressiona a margem livre do cerebelo e mesencéfalo, causando midríase ipsilateral e déficit focal contralateral. OBS: quando o déficit focal for ipsilateral, pensar em Kernohan. LESÕES DECORRENTES DO TCE FRATURAS DE CRÂNIO • Calota: ➢ Lesões lineares ou estreladas, com ou sem afundamento , expostas ou fechadas. As fraturas fechadas não costumam exigir manejo cirúrgico. As abertas exigem reparo do escalpe e desbridamento cirúrgico. A craniectomia é indicada quando as fraturas tem depressão superior a espessura da calota, sinais de HIC, perda de LCr ou fraturas expostas. • Base de crânio: ➢ comum em traumas fechados. Quando desconfiar→ rinorreia, otorreia, hemotimpano (eles indicam fistula liquorica pelo nariz ou ouvido), disfunção de VII e VIII pares(nparalisia facial e perda auditiva), anosmia PPC= PAM-PIC (quando atinge lamina crivosa); equimoses periorbital (olhos de guaxinim), equimose retroauricular (sinal de Battle). Sondas e tubos não podem ser passados por via nasal. Tratamento costuma ser conservador. Quando há fistula liquorica deve-se elevar a cabeceira por vários dias associada ou não a drenagem lombar por cateter. LESÕES INTRACRANIANAS FOCAIS HEMATOMAS EPIDURAIS (EXTRADURAIS/ PERIDURAIS) • ocorrem em 0,5% de todos os indivíduos com TCE. Entre os comatosos( TCE grave), ocorre em 9%. • Entre a dura-máter e o crânio • Localização→ temporal ou temporoparietal • Ruptura da artéria meníngea média por fratura craniana. • TC→ forma biconvexa • 1/3 tem origem venosa por ruptura do seio parieto-occiptal ou da fossa posterior • 60% apresenta a seguinte evolução: 1. Perda de consciência 2. Melhora (INTERVALO LÚCIDO) 3. Piora neurológica súbita , com o paciente evoluindo para o coma com midríase ipsilateral à lesão e paresia dos membros contralaterais a lesão. • Indicação do tratamento cirúrgico: ➢ Volume > 30ml ➢ Espessura > 15mm e/ou ➢ Desvio da linha média> 5 mm ➢ Outras indicações da literatura: hematomas epidurais associados a coma (ECG<8), déficit neurológico focal ou anisocoria. Deterioração do estado neurológico, com ou sem sinal de herniacao cerebral, também indica cirurgia. ➢ Conduta da cirurgia: craniotomia ampla, frontotemporoparietal , seguida de tratamento da lesão com remocao do hematoma e coagulação bipolar das áreas de hemorragia. HEMATOMAS SUBDURAIS • Mais comuns que os epidurais, estando presentes em 30% dos TCEs graves • Ruptura das veias em ponte • Comum em→idosos, etilistas( pela atrofia cerebral, causando aumento do espaço subdural) e usuários de anticoagulantes • Localização→ frontotemporoparietal • Costuma ser mais grave que o epidural. • Alteracao do nível de consciência, déficits lateralizados, anisocoria, posturas patológicas, arritmias respiratórias (bradipneia, cheyne- stokes) • O hematoma pode exercer efeito de massa, desenvolvendo síndrome de hipertensão intracraniana, com a tríade de Cushing → hipertensão arterial, bradicardia, arritmia respiratória • TC→ em crescente • Indicação do tratamento cirúrgico: ➢ Hematoma com > 10 mm de expessura ou ➢ Desvio da linha média> 5mm ➢ OBS: estado de coma não é indicação absoluta de cirurgia, nesses casos. ➢ Conduta: craniotomia ampla ➢ Pacientes com conduta conservadora: monito-rização da PIC, exame neurológico, TC seriadas. Deterioração neurológica e PIC>20mmHg são indicações de abordagem cirúrgica. ➢ Mesmo com o tratamento adequado a mortalidade é de 60% ➢ OBS: individuos com uso de anticoagulantes devem ter esse efeito revertido. Usuários de warfarin podem ser tratados com plasma, complexo protrombinico ou fator VIIa recombinante. CONTUSÕES E HEMATOMAS INTRACEREBRAIS • Ocorrem em 20% a 30% dos TCEs graves. • Geralmente nos lobos frontal e temporal • 20% dos casos, as contusões se expandem para formar um hematoma intracerebral, exigindo evacuação cirúrgica imediata. Por isso, recomenda-se repetir a TC de 12 a 24h após a inicial. • Quadro clinico semelhante ao AVCi, com déficit neurologico focal, paralisias, transtornos de linguagem, memoria e afeto. Pode evoluir com formação de cicatrizes corticais→ fator de risco para epilepsia pós TCE LESÕES INTRACRANIANAS DIFUSAS(Mais comuns que as focais) CONCUSSAO:• Decorrentes de aceleração/ desaceleração súbita dentro do crânio. • O individuo pode ter breve perda de consciência (<6 h) e amnesia, retrograda ou anterógrada, que geralmente duram pouco. • Concussão leve: consciência preservada, porem com disfunção neurológica temporaria, podendo passar depercebida ➢ Quadros mais leves→ confusão e desorientação, sem amnesia; totalmente reversível e não deixa sequelas ➢ Quadros mais graves→ amnesia retrograda e anterógrada • Concussão clássica: perda de consciência durando no max 6 h, sendo reversível. Grau de amnesia relacionado a magnitude da lesão; déficits possivelmente ausentes ou permanecendo como perda de memória, tontura, náuseas, anemia ou depressão (síndrome pós concussão) • Quando a lesão é grave, geralmente é resultante de agressão hipoxicoesquemica ao cérebro devido ao choque prolongado ou apneia, que ocorrem imediatamente após o trauma. ➢ TC inicialmente normal, ou o cérebro aparece com edema difuso, havendo perda da distinção normal entre cinza e branco. • HEMATOMA SUBDURAL CRÔNICO ➢ Quadro que se apresenta dias ou semanas após o TCE. ➢ Cefaleia permanente, vômitos e edema de papila, seguido de midríase ipsilateral e déficit motor progressivo contralateral ao hematoma. ➢ Tem apresentação tardia, pelo menos 20 dias depois do trauma. ➢ É mais comum em crianças e em idosos. ➢ Alcoolismo, epilepsia, uso de anticoagulantes, diálise renal predispõem os pacientes a terem essa complicação. ➢ O quadro clínico é insidioso, caracterizado por confusão, distúrbios de memória, apatia e alteração de personalidade. Dor de cabeça é comum. Em geral, o tratamento é cirúrgico. LESÃO AXONAL DIFUSA (LAD) • Quadro grave • Lesão dos prolongamentos axonais dos neurônios • Mecanismo do trauma→ forca de cisalhamento devido a aceleração rotacional da cabeça. • Mais frequente nas estruturas inter- hemisfericas( corpo caloso) e a porcao rostral do tronco encefálico. • Coma>6h, sem lesão de massa ou lesões isquêmicas • Decorticacao ou descerebracao e disfunções autonômicas( hipertensão, hiper-hidrose), e sequelas neurológicas tardias. • Patologia:lesão focal do corpo caloso, lesão focal de porcao rostral do tronco encefálico, alterações morfologocas dos axônios sob a forma de esferoides de retração. • TC deve ser solicitada: ➢ Excluir formação de lesões expansivas e hipertensão intracraniana, como causa do estado comatoso ➢ Demonstrar alterações clássicas do LAD→ discretos pontos de hemorragia no corpo caloso e centro semioval (presentes em 50% dos casos) • A RNM realizada dias após o trauma mostra lesões difusas da substancia branca • Tratamento: suporte clinico. Não é indicado cirurgia. OUTRAS LESÕES: • BRAIN SWELLING( Intumescimento cerebral agudo pós-traumático) ➢ A tumefação cerebral pode ser decorrente de edema (aumento do teor de água extravascular) ou por aumento da volemia do cérebro, pela vasodilatação anormal. ➢ A tumefação pode ser difusa ou focal. • PNEUMOENCÉFALO ➢ Coleção de ar ou gás na cavidade intracraniana. ➢ Pode ser localizado no espaço epidural, subdural, subaracnóideo, intracerebral e intraventricular. ➢ Geralmente encontra-se associado a inúmeras causas como intervenções neurocirúrgicas, neoplasias, infecções, anestesia espinhal, mas na maioria das vezes está associado a trauma craniofacial. ➢ Também pode ter origem iatrogênica e sua ocorrência espontânea é rara. ➢ A TC tem papel fundamental na localização precisa da coleção de ar intracraniano. ➢ Pode ser assintomático ou apresentar sinais de elevação da pressão intracraniana ➢ Na maioria dos casos seu tratamento é conservador. A conduta conservadora para casos de pneumoencéfalo pequeno, assintomático e sem efeito de massa. A conduta cirúrgicos para remoção do ar intracraniano quando apresenta efeito de massa, laceração da dura- máter, correção do defeito congênito na base do crânio e profilaxia contra meningite pós- traumática • FERIMENTOS PENETRANTES DO CRÂNIO ➢ Lesoes graves ➢ Em pacientes suicidas, tem características proproas que as tornam mais graves pela pouca distancia e pelo trajeto provável com alta incidência de lesão vascular( artéria cerebral media e seus ramos) ➢ Maioria requer tratamento cirúrgico, pois mesmo quando estão sem déficits motores e de consciência , podem ter complicações tardias como meningite, abscesso cerebral. O objetivo da cirurgia é retirar lesões expansivas , prevenir infecções, hemostasia e reparo dural. ➢ Pior prognostico: ECG<5; lesões por projeteis de alta velocidade ; descerebracao; decorticacao; flacidez; midríase fixa; lesões cruzando linha média e transcerebrais e/ou transventriculares. MANEJO DO PACIENTE VÍTIMA DE TCE • Primeiros socorros ➢ Fazer o ABCDE • Emergência ➢ Vias Aéreas → IOT (ECG<8) ➢ Choque→ Será sempre neurogênico e vasogênico o Sedar o paciente o Transfundir soro fisiológico e sangue ➢ Registro do nível de consciência→ diz da gravidade ou da eminência de gravidade. ➢ Historia do trauma ➢ Exame neurológico o Exame normal: Bom prognóstico o Hemiplegia: Contusões, hérnias, hematomas. o Paraplegia: Lesão medular. o Midríase: Hérnia de uncus. o Ausência de reflexo foto- motor: Lesão do mesencéfalo. ➢ Lesões de outros aparelhos: o Costelas perfuram pulmão. o Fígado e baço levam ao choque. o Vísceras ocas contaminam a cavidade peritonial. o Fraturas de ossos longos levam a embolias gordurosas e laceração de vasos e nervos. o Tromboses de Carótidas: Soma um AVC • Tratamento da HIC ➢ Elevação da cabeceira (30-45°) ➢ Manter a PPC>70mmHg ➢ Drenagem de liquor por ventriculostomia reduz a PIC, e hidratação venosa aumenta a PAM→ aumentam a PPC ➢ Manitol→ reduz o edema cerebral. Cuidado com hipotensos. Manitol a 20%, 1g/kg em boluse em 5 minutos ( e depois 0,25 a 0,5g a cada 6- 8h, mantendo a osmolaridade serica <320mOsm/l). pode usa furosemida junto ao manitol. ➢ Não usar corticoides na fase aguda do TCE ➢ Barbitúricos na reudcao de PIC refrataria( cuidado com hipotensão e hipovolemia). ➢ Salina hipertônica de 3 a 23,4%, devem ser usadas principalmente me pacientes hipovolêmicos , por não agirem como diuréticos. ➢ Hiperventilação→ usada com moderação. Manter a paCO2 aproximadamente em 30- 35mmHg. Evitar paCO2 menor que 25. A hipocapnia causa vasoconstricao cerebral, levando a redução do volume intracraniano, ajundando inicialmente a reduzir a pressão, porem se prolongada ou agressiva pode causar isquemia cerebral. A hipercapnia(paCO2>45mmHg ) causa vasodilatação e aumento da PIC. ➢ Monitorizar a PIC→ Transdutor subdural ou Cateter intraventricular o Entubação endotraqueal nasal ou oral o Traqueotomia • OBS ➢ Uso de anticonvulsivantes na profilaxia de (fenitoina e carbamazepina) é benéfico na primeira semana pós-trauma. ➢ Manter ph gástrico>3,5 para evitar ulceras pépticas decorrentes do TCE ulceras de Cushing ➢ Caso o paciente precise de anti- hipertensivo, não usar nitratos e BCC, pois a vasodilatação piora o edema ➢ Tratar : o Agitação→ Frequentes nas contusões e comas vigil e verdadeiro.Usa- se, EV ou IM: Benzodiazepinicosou Fenotiazínicos o CRISES SINTOMÁTICAS AGUDAS→ O tratamento das crises repetitivas: diazepam EV ou Clonazepam EV. A prevenção de novas crises: Fenitoina EV ou Fenobarbital IM. o Hipertermia→ anti- térmicos em geral: Dipirona EV etc. Bolsasde gelo: nas axilas e nas regiões inguinais.Banho de álcool: com panos umedecidos. • Tratar o coma • Tratamento cirúrgico ➢ Reconstituir a anatomia: o Nos traumatismos abertos: Suturas, rotação de retalhos, transplante de pele o Nas fraturas com fragmentos múltiplos: Retirá-los e fazer cranioplastia posterior o Na duramater lacerada: Suturar ou colocar dura artificial ➢ Eliminar o inchaço do cérebro. o craniectomia ampla bilateral.(Na prática os resultados não são dos melhores) ➢ Esvaziar os hematomas. o Fazer craniotomias locais para esvaziar os hematomas, sejam extradurais, subdurais ou intraparenquimatosos. o Fazer a hemostasia por coagulação, clipagem e colocação de redes proteicas hemostáticas (Surgicel). ➢ Fechar as fístulas de líquor. o As fístulas ocorrem pelos seios paranasais e pelo ouvido médio. o Causam meningites. o Faz-se o entupimento do pertúito com músculo COMPLICAÇÕES • Lesões vasculares: hemorragia, trombose, aneurismas; • Infecções: osteomielite, meningite, abscesso ; • Fístulas liquóricas: Rinorréia liquórica ; Otoliquorréia • Pneumocéfalo ; • Cistos leptomeníngeos ; • Lesão de nervos cranianos; • Lesões focais do cérebro ; • Diabetes insípido: é raro e ocorre em virtude de danos na neuro-hipófise . SÍNDROMES NEUROLOGICAS PÓS TCE • Epilepsia ➢ 5% :desenvolvem crises epilépticas recorrentes, mais frequentes em lesões mais graves. ➢ Incidem mais na primeira semana( crises precoces ou da fase aguda). Após a primeira semana→tardias. ➢ Dos que apresentam crises no período tardio, 50% costumam tê-las dentro do primeiro ano após o TCE, 25% dentro de 4 anos, e o restante nos anos subsequentes. • Alterações motoras • Hidrocefalia • Disfunção autonômica • Aterações Cognitivas e Neuropsicológicas • Alterações de Comportamento PROGNÓSTICO • O parâmetro mais usado é a aferição da gravidade e duração do comprometimento da consciência após o TCE, que é feita através da Escala de Coma de Glasgow • Gravidade do trauma ➢ TCE grave- geralmente cursa com mortalidade na fase inicial de mais de 50% e dentre os sobreviventes, 30% tem uma recuperação regular ou boa após 6 meses. ➢ TCE moderado -tem mortalidade de menos de 10% e muitos pacientes ficam apenas com sequelas leves. ➢ TCE leve- raramente resulta em morte e o paciente geralmente é capaz de retomar uma vida normal • Escala De Evolução De Glasgow ➢ Recuperação completa = 5 o Retorno ao trabalho e à atividade social sem déficits neurológicos. ➢ Inabilidade leve – moderada = 4 o Trabalho limitado, necessitando ajuda para realizar tarefas ➢ Inabilidade grave = 3 o Incapaz de realizar trabalho, requerendo ajuda para atividades cotidianas. ➢ Estado vegetativo persistente = 2 ➢ Morte = 1 • Fatores de melhor prognóstico: idade <40 anos, duração do estado de coma <2 semanas, amnésia pós-traumática <2 semanas, ausência de lesões intracerebrais expansivas, ausência de hipertensão intracraniana, ausência de isquemia ou hipóxia cerebral, ausência de atrofia cerebral e reabilitação precoce. ORIENTAÇÕES AOS FAMILIARES • Quando não há qualquer evidência de que o traumatismo craniano seja significativo para que permaneça em observação em hospital→ liberado. Porem, novos sintomas, sinais e complicações podem ocorrer horas, dias, semanas ou até meses após o traumatismo. As primeiras 24 horas são as mais críticas. É aconselhável que esse paciente permaneça em companhia de alguém confiável, pelo menos durante esse período. • Retornar imediatamente ao hospital se aparecer: 1. Cefaléia; 2. Sonolência excessiva ou insônia; 3. Irritabilidade, ansiedade ou labilidade emocional; 4. Desmaio, fraqueza, diminuição da força nas pernas, na metade do corpo, ou formigamento e adormecimento no corpo; 5. Distúrbio da memória, dificuldade para se concentrar; 6. Distúrbio de personalidade; 7. Confusão mental, dificuldade para falar ou entender; 8. Náuseas, vômitos, tonturas ou convulsão; 9. Diminuição da audição ou intolerância ao som; 10. Movimento estranho dos olhos, visão dupla, diminuição da acuidade visual ou intolerância à luz; 11. Falta de ar ar, , alteração da respiração, febre (T > 37,8 ºC); 12. Perda de líquido ou sangue pelo ouvido e nariz; 13. Tamanhos das pupilas diferentes; 14. Quadro depressivo; • O paciente pode continuar usando outras medicações de rotina, porém, NÃO deve usar sedativos pelo menos durante 48 horas. • No sono, o paciente deve ser acordado frequentemente, para que se possa avaliar.