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ANTINOMIA Art. 978 e 1647 do Código Civil

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ANTINOMIA: UM BREVE ESTUDO ENTRE O ARTIGO 978 E 1.647 DO CÓDIGO CIVIL
Pode-se dizer de forma generalizada, que se trata de um conflito entre os bens/direitos da família e empresariais, pois um artigo estabelece a necessidade da autorização do cônjuge para “alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis”[footnoteRef:1] . Porém noutro artigo está o oposto, ou seja, não há necessidade da autorização do cônjuge. [1: Código Civil, art. 1.647, I] 
Sabe-se que, o “empresário” individual ao se constituir assume o risco da mesclagem do patrimônio da empresa com o patrimônio pessoal, simplificando, une-se o CPF ao CNPJ. 
O artigo 978, pode ser considerado uma exceção à regra, ao se tratar dos bens da empresa, porém deve-se haver um registro destes bens como pertencendo à empresa, assim não necessitando da outorga do cônjuge, conforme estabeleceu a II Jornada de Direito Comercial no seu enunciado 58: 
O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de empresas mercantis.
O legislador optou, com o artigo 978 facilitar a gerência/administração da empresa desviando do “burocrático” Direito de Família. Houve um privilégio empresarial em face da família, evitando condicionar o exercício empresarial à autorização conjugal. Pode-se dizer que isso está ligado ao Princípio da Preservação da Empresa.
Todavia, apesar de o artigo 978, do Código Civil, ser uma vantagem para o empresário, pois facilita a administração da sua empresa, o referido dispositivo merece ser analisado com cautela. No que tange ao seu campo de incidência, o artigo 978, do Código Civil, só é aplicado ao empresário individual, porque o mesmo é pessoa física, diferentemente, das sociedades empresárias. (Jales, 2017)
Como explanado por Jales, apenas é aplicado ao empresário individual, pois como dito outrora, o patrimônio da pessoa natural se comunica com o patrimônio da pessoa jurídica. 
Deve-se observar se a empresa foi constituída durante a união dos cônjuges, caso esta preceda a união, não se comunica com os bens do cônjuge, salvo disposições ao contrário, excluindo a administração, frutos e dívidas ao cônjuge caso precedeu a união. 
Então para solucionar o conflito aparente de normas, deve-se haver uma leitura hermenêutica de tais artigos, bem como a revogação ou reformulação do 978, evitando assim a antinomia. Durante pesquisas feitas percebemos várias problemáticas envolvendo essa questão, que vão desde a interpretação até a má-fé por parte dos cônjuges. 
Não obstante, levanta-se a questão sobre qual direito deve prevalecer em virtude do outro, o Empresarial ou o de Família, levando em consideração o Princípio da Preservação da Empresa cujo é necessário proteger os interesses da coletividade e principalmente os interesses do Estado, pois com a empresa em pleno funcionamento ela está gerando impostos e empregos, que está ligado ao interesse do Estado. E noutra perspectiva a preservação dos interesses familiar, que podem estar ligados a vários aspectos tais como a dignidade da pessoa humana e os direitos individuais e coletivos.

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