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resenha filosofia aristotelica

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Goiânia, 28 de abril de 2020.
INSTITUTO UNIFICADO DE ENSINO SUPERIOR OBJETIVO-UNIESO
Curso: Psicologia
Prof.: Priscilla Carreiro
Disciplina: História do Pensamento Filosófico
Turma: PS1P29
Aluno: Gracielle Regina da Silva Oliveira Leonel
RESENHA CRÍTICA FILOSÓFIA ARISTOTÉLICA 
 
Aristóteles foi um dos mais importantes filósofos gregos e o principal representante da fase sistemática da filosofia grega. Escreveu uma série de obras que falavam sobre política, ética, moral e outros campos de conhecimento. 
Aristóteles apresentou uma verdadeira enciclopédia de todo o saber que foi produzido e acumulado pelos gregos em todos os ramos do pensamento e da prática considerando essa totalidade de saberes como sendo a Filosofia.
Mas, não é um saber específico sobre algum assunto, mas uma forma de conhecer todas as coisas, possuindo procedimentos diferentes para cada campo de coisas que conhece.
Além de a Filosofia ser o conhecimento da totalidade dos conhecimentos e
práticas humanas, ela também estabelece uma diferença entre esses
conhecimentos, distribuindo-os numa escala que vai dos mais simples e
inferiores aos mais complexos e superiores. 
Aristóteles afirma que, antes de um conhecimento constituir seu objeto e seu
campo próprios, seus procedimentos próprios de aquisição e exposição, de
demonstração e de prova, deve, primeiro, conhecer as leis gerais que governam o
pensamento, independentemente do conteúdo que possa vir a ter.
Aristóteles afirmava que o que está além de nossa experiência não pode ser nada para nós. Nesse sentido, ele não acreditava e não via razões para acreditar no mundo das idéias ou das formas ideais platônicas. 
Sua filosofia defendia o empirismo, que dizia que as ideias são adquiridas através das experiências. Ou seja, precisava-se provar a existência de algo através de experiências comprovadas. 
A filosofia de Aristóteles também abrange a natureza de Deus, a metafísica, que estudava a relação dos seres e suas essências, para além das relações físicas. Ele afirmava que a filosofia metafísica, se ocupava “do ser enquanto ser”. Para Aristóteles, Deus não é o Criador, mas o motor do universo. Ele é a fonte de toda ação, o instigador de todo o pensamento. 
Segundo Aristóteles, tudo tende ao bem, pois o bem é o fim de todas as coisas. Acrescenta que há duas formas de alcançar o bem. Uma através de atividades práticas, e também através de atividades produtivas. De acordo com o pensamento aristotélico, a felicidade (Eudaimonia) é o único objetivo do homem. E para ser feliz, é preciso fazer o bem a outrem porque o homem é um ser social e político.
Para Aristóteles, o homem é um polytikon zoon (animal político), pois o homem é o único que necessariamente precisa de seus pares para se constituir como ser humano. Ao contrário dos outros animais, a relação de interdependência dos homens com seus semelhantes é vital. E ela acontece devido ao fato de que todas as relações sociais são políticas.
Para o filósofo, o ser humano busca principalmente a felicidade. Porém, essa felicidade só será alcançada com a ajuda de seus semelhantes. Dessa forma se constitui a política: possibilitar a felicidade coletiva para poder alcançar a felicidade individual. E onde ela ocorre? Na pólis. Daí o termo grego política = “arte de viver na pólis”.
Nesse contexto, qual a melhor forma de fazer as relações políticas se consolidarem? Aí entra outro conceito chave do pensamento aristotélico: a ética. É a ética que fará com que as relações sociais estabelecidas na pólis se tornem viáveis para o “bem comum”. Assim vale lembrar a diferenciação entre moral e ética.
Enquanto a moral aplica-se a conceitos universais, a ética procura fazer com que a moral faça valer, visando a felicidade. Por serem tão semelhantes, muitas vezes elas são utilizadas como sinônimas, mas filosoficamente, e ética é o estudo da moral, a fim para elaborar regras que façam com que a moral funcione. Por ocorrer dentro da moral, é por isso que muitas vezes o que é “antiético” não é necessariamente “imoral”.
Partindo desse pressuposto, de que a ética contribui para a moral é que Aristóteles não se preocupa em criar um “modelo ideal” de sociedade, como fazia seu mestre, Platão. Aristóteles acredita que as formas de governo possuem vantagens e desvantagens, de acordo com a forma com que são executadas. Com efeito cabe ao Estado garantir o bem-estar e a felicidade dos seus governados.
RELAÇÃO DO FILME “A VILA” E O “MITO DA CAVERNA” DE PLATÃO
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O filme A Vila (The Village) possui algumas características semelhantes ao Mito da Caverna, ou a alegoria da caverna, narrado por Platão no capítulo 7 do livro A República. O mito da caverna consiste na apresentação hipotética de homens amarrados às correntes no interior de uma caverna desde o nascimento. Esses homens não conseguem enxergar outra coisa além de sombras projetadas nas paredes da caverna advindas da parte externa, juntamente com os sons que ocorrem do lado de fora. Não conseguindo nem sequer observar os companheiros de clausura, esses homens julgam as sombras de homens e pássaros projetadas na parede como sendo a própria realidade das coisas.
Certa vez, um dos homens consegue se libertar das correntes e sair da caverna. Depois de deparar-se com a realidade, o homem retorna ao interior da caverna e tenta descrever para os seus companheiros a verdadeira realidade que encontrara. Ele tem certa dificuldade em narrar aos seus companheiros de clausura porque estes não possuem referência alguma do que está sendo dito. Esta estória nos apresenta, metaforicamente, a saída da ignorância para a conquista do pensamento racional. Para Platão, há dois mundos: o Mundo das Ideias e o Mundo das Sombras, ou Mundo dos Sentidos. Segundo ele, para atingirmos a racionalidade, devemos nos abster, paulatinamente, dos nossos sentidos, pois estes nos fazem enxergar o mundo de uma forma errônea.
O filme A Vila (The Village) conta a história de um grupo de pessoas cansado do estresse e das conturbações da vida moderna cotidiana que recria uma vila típica de 1897 isolada do restante da civilização contemporânea. Estas pessoas, conhecidas como sábias ou anciãs, transmitem aos mais jovens a ideia de que há monstros perigosos para além da floresta, a fim de manter a farsa velada. Ora, esses habitantes da vila, enganados pelos mais velhos, são como os homens acorrentados como descritos por Platão. E, assim como Platão acredita que os sentidos nos afastam do pensamento racional, no filme, os anciãos reforçam a ignorância dos mais jovens quando despertam os seus sentidos através do medo. Como por exemplo, a aversão à corvermelha e o aparecimento dos animais abatidos. Ironicamente, a única personagem que consegue descobrir o segredo da fictícia vila é uma deficiente visual, Ivy Walker, mostrando-nos que os sentidos não são necessários para a conquista da racionalidade. Algo não muito diferente do que propunha Platão há milhares de anos atrás.

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