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Brasília/2014 APOSTILA DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO Carlos Mendonça Brasília/2014 APOSTILA DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO Carlos Mendonça PRESIDÊNCIA: José Wilson Granjeiro DIRETORIA EXECUTIVA: Ivonete Granjeiro CONSELHO EDITORIAL: José Wilson Granjeiro Ivonete Granjeiro João Dino Bruno Pilastre GERÊNCIA DE PRODUÇÃO: Samyra Campos GERÊNCIA ADMINISTRATIVA: Eliete Ribeiro SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO: Marilene Otaviano / Geisiane Novais DIAGRAMAÇÃO: Washington Nunes Chaves REVISÃO: Sabrina Alencar CAPA: Pedro Wgilson Granjeiro Editora Gran Cursos. SIG, Quadra 06, n. 1435, Brasília‑DF Cep.: 70.610‑460 Tel.: 0800‑6017770 faleconosco@editoragrancursos.com.br TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe‑ ração de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor. MENDONÇA, Carlos. Apostila de Direito Previdenciário. Carlos Mendonça – Brasília, DF: Editora Gran Cursos, 2014. p. ISBN: 1. Brasil: Coleção de Direito Administrativo – Questões Comentadas – CESPE. I. Título. CDD 05/2014 – Editora Gran Cursos ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... SUMÁRIO 7 CONCEITO, ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Desde a sua origem, o homem buscou formas de se proteger dos infortúnios da vida. Evidente que as primeiras ações em nada lembram o sistema atual, pois sequer existia o conceito de proteção social e todas as ações implementadas devem‑se ao instinto de sobrevivência e à necessidade de se guarnecer o que ainda estava por vir. A Seguridade Social é o sistema atual de Proteção Social, que envolve ações de saúde, previdência e assistência social. Desde a sua criação, a proteção social passou por inúmeras mudanças, ampliando o seu leque de cobertura e os destinatários de seus benefícios. O apogeu da proteção social ocorreu com a Constituição de 1988 que, ampliando a proteção Social, inseriu a previdência em um sistema maior denominado Seguridade Social que, nos termos do art. 194, assim ficou definido: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. Nesse ínterim, a Seguridade Social forma uma rede de proteção social que envolve ações de SAÚDE, PREVIDÊNCIA e ASSISTÊNCIA SOCIAL. A SeguridAde SociAl 8 Carlos Mendonça SAÚDE A Constituição disciplina a Saúde nos artigos 196 a 200, deixando assentado que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (art. 196) Nessa linha de intelecção, sendo a Saúde direito de todos e dever do Estado, infere‑ se a ausência da necessidade de contribuição para usufruir desse sistema. A principal lei que disciplina a saúde é a Lei n. 8.080/1990, sendo certo que o Poder Público deve atuar diretamente ou por intermédio de terceiros. A iniciativa privada pode atuar nessa área, segundo as diretrizes do Sistema único de Saúde e mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e às sem fins lucrativos. De qualquer forma, é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Estabelece o § 3º do art. 199 que é vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. Como não poderia ser diferente, o § 4º do já citado art. 199 veda qualquer tipo de comercialização no que tange à remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados. Como a atuação na saúde envolve todos os entes da Federação, suas ações devem integrar uma rede regionalizada e hierarquizada, formando um Sistema Único, e baseado nas seguintes diretrizes (art. 198): I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – participação da comunidade. De modo a evitar as flutuações inerentes às políticas públicas, a própria Constituição estabelece no parágrafo segundo do art. 198 a necessidade de se aplicar percentuais mínimos da arrecadação em ações de saúde. Como esses percentuais dependem de legislação complementar, o assunto continua sendo disciplinado pelo art. 77 do ADCT. Além de ações de saúde, compete ao SUS (art. 200): I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 9 Apostila de Direito Previdenciário III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. ASSISTÊNCIA SOCIAL A Assistência Social foi a primeira manifestação de proteção social articulada pela sociedade. A preocupação com os pobres e necessitados acompanha a humanidade desde tempos imemoriais, evoluindo de ações isoladas para formas articuladas pela igreja e, finalmente, como uma atribuição do Estado. Nesse contexto, o art. 203 da Constituição de 1988 vaticina que: “Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II – o amparo às crianças e adolescentes carentes; III – a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê‑la provida por sua família, conforme dispuser a lei”. Pelo regramento acima exposto, resta evidente que, assim como a saúde, a Assistência Social independe de contribuição, bastando que o interessado demonstre preencher os requisitos para a proteção social. A principal lei sobre o tema é a 8.742/1993, denominada LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) que prevê o pagamento mensal de 1 salário mínimo ao idoso (homem ou mulher com mais de 65 anos) ou ao Deficiente Físico que comprovem possuir renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo. O citado benefício assistencialnão gera pensão e não dá direito ao 13º. PREVIDÊNCIA SOCIAL A Previdência Social pode ser conceituada como um seguro coletivo, contributivo e compulsório que visa a cobertura de riscos sociais, mantendo o equilíbrio financeiro e atuarial. 10 Carlos Mendonça O sistema previdenciário previsto pela Constituição Federal está estruturado em três regimes: 1) O regime geral de Previdência Social, operado pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, de caráter público, compulsório, contributivo e destinado aos trabalhadores da iniciativa privada, aos empregados públicos e aos servidores titulares de cargo efetivo de entes federativos que não tiverem um regime próprio de previdência e aos que ocupam exclusivamente cargo em comissão. Os exercentes de mandato eletivo vinculam-se ao RGPS se não tiverem regime próprio de previdência. 2) Os regimes próprios de previdência instituídos pelos entes da Federação para os servidores públicos titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios (pouco mais de 2000). Os Regimes Próprios também são obrigatórios e contributivos. 3) O regime de previdência complementar possui as seguintes características: natureza jurídica contratual, caráter complementar e autônomo em relação à previdência pública, constituição de reservas em regime de capitalização e natureza facultativa. A Previdência Social, no plano constitucional, insere‑se na Seguridade Social como um de seus subsistemas; ao lado da Saúde e da Assistência Social, a teor do art. 194. Da mesma forma, integra o elenco de direitos sociais preconizado no art. 6º. Nesse contexto, o art. 201 da Constituição dispõe que “a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”. Com efeito, infere‑se que a constituição torna o vínculo com a previdência automático, sem que haja manifestação de vontade do trabalhador, pois a filiação é obrigatória e se perfaz com o simples exercício de atividade remunerada. Diz ainda o texto maior que o sistema é contributivo, de modo que as prestações seriam devidas mediante o pagamento de contribuições, para a cobertura dos seguintes eventos: doença, invalidez, morte, idade avançada, proteção à maternidade, especialmente à gestante, desemprego involuntário, salário família e auxílio reclusão, sendo os dois últimos para os dependentes do segurado de baixa renda. Repare que o texto constitucional não contempla o tempo de serviço como um risco a ser coberto pelo sistema previdenciário, razão pela qual a aposentadoria por tempo de serviço não tem natureza de benefício previdenciário, pois não corresponde a qualquer risco coberto pelo sistema. Assim sendo, a tendência é que a referida aposentadoria seja extinta no futuro, o que já ocorreu em vários países do mundo. Caso essa previsão seja confirmada, os trabalhadores só poderão se aposentar por idade, por invalidez ou de forma especial, este último destinado aos trabalhadores que exerçam atividades em condições especiais (exemplo: operador de raio X). 11 Apostila de Direito Previdenciário PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL A Seguridade Social é regida por 8 princípios, sendo sete extraídos do parágrafo único do art. 194 e 1 do inciso primeiro do artigo 3º da CRFB/1988. Universalidade da cobertura e do atendimento A proteção social deve atender todas as pessoas e cobrir todos os riscos sociais. Como a Seguridade Social se desdobra em três subsistemas, o princípio em comento deve ser aquilatado em suas várias vertentes. Assim sendo, é de fácil percepção a sua aplicação na saúde, pois se trata de um direito de todos e um dever do Estado. Na Assistência Social o princípio tem plena aplicação, pois é prestada a quem dela necessitar, nos termos da lei. Já na Previdência Social, somente quem exerce atividade remunerada é que recebe a proteção social. Todavia, quem não trabalha pode se filiar como facultativo, o que torna a Previdência também um sistema universal. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais Até a Constituição de 1988, havia uma evidente diferenciação entre urbanos e rurais, principalmente no que tange ao valor dos benefícios e no alcance da cobertura. Essa discriminação deixa de existir com a aplicação desse princípio. Por uniformidade, deve‑se concluir que os mesmos benefícios que existem para os urbanos devem existir para os rurais. Por equivalência, que é um corolário da igualdade, deve‑se buscar um paralelismo entre o valor dos benefícios dos urbanos e rurais. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços Os recursos que mantém a Seguridade Social são limitados, enquanto que as contingências sociais a serem cobertas são ilimitadas. Por essa razão, devem‑se selecionar os riscos sociais protegidos, delimitando as situações da vida mais prementes, de modo que a cobertura chegue às pessoas com maior grau de necessidade. Registre‑se que o salário‑família e o auxílio‑reclusão são destinados apenas aos trabalhadores de baixa renda, ou seja, cujo salário de contribuição não ultrapasse R$ 971,00. Os benefícios assistenciais são destinados apenas aos necessitados, ou seja, idosos com mais de 65 anos de idade ou portadores de deficiência cuja renda per capita familiar seja inferior a ¼ do salário‑mínimo. Esse princípio funciona como um contraponto ao princípio da Universalidade da cobertura e do atendimento. 12 Carlos Mendonça Irredutibilidade do valor dos benefícios A irredutibilidade do valor dos benefícios possui duas vertentes, uma nominal e outra real. Pela irredutibilidade nominal não pode haver redução numérica do benefício (por exemplo: de R$ 1.000,00 para R$ 900,00). Por outro lado, os benefícios previdenciários têm a garantia da preservação de seu valor real (art. 201, § 4º.), garantindo‑se o reajustamento periódico do benefício. Assim, além do benefício não poder ser reduzido nominalmente, deve receber reajuste periódico. Equidade na forma de participação no custeio Em matéria tributária, a tributação leva em conta a capacidade contributiva e a isonomia. Na Seguridade Social, esse princípio admite uma nova vertente, em que se leva em consideração outros critérios, como a atividade econômica, o porte da empresa, a condição estrutural do mercado e a rotatividade da mão de obra (§ 9º do art. 201 da CRFB/1988). Nesse passo, o critério diferenciador na forma de contribuição para a Seguridade Social leva em considerações outros fatores, a exemplo das instituições financeiras que contribuem com um adicional (art. 22 da lei n. 8.212/1991), em função da alta lucratividade desse setor. Diversidade da base de financiamento Como a proteção social é um sistema universal, que deve atender a todas as pessoas e atender todos os riscos sociais, o aporte de recursos para sua manutenção deve ter uma fonte perene de recursos, infensa aos influxos da economia moderna. Como isso não é possível, a Constituição prevê várias fontes de financiamento. Dessa forma, caso haja diminuição da arrecadação oriunda de uma fonte de custeio, as demais manterão o volume de arrecadação. Assim sendo, a constituição prevê que a sociedade financiará a Seguridade Social, de forma direta (contribuições sociais) e indireta (impostos) com contribuição do empregador incidente sobre a folha de pagamento, receita ou faturamento e lucro. Devem contribuir também os trabalhadores. Existem, ainda, contribuições incidentes sobre a importação de bens e serviços e sobre o concurso de prognósticos. Outras contribuições poderão ser criadas, desde que mediante a edição de lei complementar, as acima citadas, podem ser criadas por lei ordinária ou medida provisória. Caráterdemocrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados Diante da complexidade do Sistema de Seguridade Social, suas decisões devem ser compartilhadas com a sociedade, representada por empregadores, empregados, aposentados e o próprio governo. Outrossim, o art. 10 da Constituição prevê que “é assegurada a participação dos trabalhadores e dos empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação”. 13 Apostila de Direito Previdenciário Solidariedade Apesar de não constar do Rol do parágrafo único do art.194 da Constituição de 1988, a solidariedade é o principal princípio do sistema de Seguridade Social, pois não há como imaginar um sistema de proteção social que não seja embasado na solidariedade. Por outro lado, um dos objetivos da República é construir uma sociedade livre, justa e solidariedade (art. 3º, inciso I, da CRFB/1988). A Seguridade Social é financiada por toda a sociedade e reverte benefícios mesmo para os que não contribuem, a exemplo da Saúde e da Assistência Social. Na Previdência Social, os riscos sociais imprevisíveis são pagos mesmo aqueles que não tenham contribuído o suficiente para fazer a contrapartida ao seu pagamento, a exemplo da pensão por morte para os dependentes do segurado que tenha contribuído uma única vez para o sistema. Nesse caso, os recursos para o pagamento do benefício será fornecido pela sociedade, que arcará com o custo do pagamento da pensão, substituindo o segurado. Financiamento da Seguridade Social Conforme preconiza o art. 195 da CRFB/1988, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta. A forma indireta decorre dos recursos orçamentários que suprem eventuais deficiências na arrecadação, de modo que o pagamento de impostos também representa uma forma indireta de financiamento do sistema. Por outro lado, a sociedade financia a Seguridade de forma direta através das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III – sobre a receita de concursos de prognósticos. IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. As contribuições sociais acima indicadas são as principais fontes de recursos para a Saúde, Assistência e Previdência Social, sendo que, por expressa previsão constitucional (art. 167, inciso XI), as contribuições sobre a folha e a dos trabalhadores são exclusivas para pagamento de benefícios previdenciários, razão pela qual se encontra revogado o art. 18 da Lei n. 8.212/1991. 14 Carlos Mendonça O art. 195 da Constituição ainda contempla as seguintes regras: § 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Essa regra prestigia a Seguridade Social, evitando que o Poder Público (União, Estados, DF e Municípios) contrate ou conceda benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios a pessoas jurídicas em débito com o referido sistema. Vale registrar que a Constituição só se refere ao débito com a Seguridade Social, não fazendo qualquer referência a outra espécie tributária. Todavia, a Lei n. 8.666/1993, nos procedimentos licitatórios, exige a Certidão Negativa de Débito dos demais tributos administrados pela receita fazendária. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. As contribuições sociais previstas no art. 195 da CF/1988 podem ser criadas ou majoradas por lei ordinária ou Medida Provisória. Caso haja a necessidade de criação de outra contribuição social, o instrumento normativo a ser utilizado é a lei complementar. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Trata‑se do Princípio da pré‑existência de custeio, introduzido no Brasil em 1965, pelo qual exige a indicação da fonte de custeio que fará face à criação, majoração ou extensão de qualquer benefício ou serviço da seguridade social. Isso evita a utilização política do sistema de proteção social, evitando medidas irresponsáveis que aumentam a despesa sem se preocupar com a origem da receita. § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 15 Apostila de Direito Previdenciário § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão de obra. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não‑cumulativas. § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuiçãoincidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. Regime Geral da Previdência Social O RGPS tem como órgão de atuação o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, Autarquia Federal que tem como principal função conceder e manter benefícios previdenciários. Os destinatários das prestações previdenciárias são os beneficiários que se subdividem em segurados e dependentes. Segurados são aqueles que mantêm uma relação jurídica direta com a Previdência Social, tanto por meio do exercício de atividade laborativa quanto pelo pagamento de contribuições. Já o dependente mantém uma relação indireta com a Previdência, pois, geralmente, só terá direito a algum benefício na ausência do segurado. A relação jurídica entre a Previdência e o segurado tem início no momento em que ele passa a exercer atividade remunerada, ou seja, momento em que ocorre a filiação. Assim sendo, nesse momento, o trabalhador passa a ser chamado de segurado. Além da filiação, o trabalhador precisa fornecer os seus dados à Previdência, esse ato formal é chamado de inscrição. Dessa forma, o trabalhador para ser segurado da previdência precisa estar filiado e inscrito na Previdência. Por outro lado, existem pessoas que não trabalham, a exemplo da dona‑de‑casa e do estudante, mas podem estar inseridos na Previdência Social. Para tanto, basta que o interessado faça a sua inscrição como segurado facultativo e pague a sua contribuição. Nesse caso, ao fornecer os dados, ocorrerá a inscrição e, com o recolhimento da primeira contribuição, a filiação. Ressalte-se que podem existir segurados inscritos, porém ainda não filiados. A exemplo da dona de casa que se inscreve como facultativa, mas não recolhe contribuições e também segurados filiados, mas ainda não inscritos, a exemplo do trabalhador que exerce atividade remunerada mas não fez a sua inscrição no INSS. 16 Carlos Mendonça De qualquer forma, a qualidade de segurado só se perfaz com a conjugação desses dois requisitos: filiação e inscrição. Pelo que foi visto, o segurado pode ser obrigatório ou facultativo. Como a Previdência social é um seguro coletivo, contributivo e compulsório, a filiação do trabalhador ao sistema independe de sua vontade ou mesmo de qualquer ação (segurado obrigatório). Basta o exercício de atividade remunerada, desde que não esteja vinculado a outro sistema de previdência, para que o trabalhador forme um vínculo jurídico com a Previdência (filiação). Claro que é fundamental que também forneça os seus dados à previdência, momento em que ocorre a sua inscrição, o que completa o ciclo para se tornar um segurado. Se, por exemplo, o trabalhador tem como atividade a venda de pipoca na pracinha do bairro, o simples exercício dessa atividade remunerada já o torna filiado ao Sistema de Previdência. Todavia, somente com o fornecimento de seus dados ao INSS é que se tornará um segurado. Daí por diante, o segurado deverá manter em dia o recolhimento de suas contribuições, de modo a preencher um número adequado de recolhimentos que permitam a concessão do benefício postulado (carência). SEGURADOS DO INSS São divididos em duas categorias: segurados obrigatórios e facultativos, previstos, respectivamente, nos art. 12 e 14 da Lei n. 8.212/91. A idade mínima exigida para filiação ao RGPS é de 16 anos, salvo no caso do menor aprendiz em que o vínculo é permitido aos 14 anos de idade. Segurados Obrigatórios Os segurados obrigatórios são divididos em cinco categorias: • Empregados • Avulsos • Empregados domésticos • Contribuintes individuais • Segurados especiais CUIDADO: os segurados aposentados que voltam à atividade abrangida pelo RGPS são segurados obrigatórios, devendo efetuar contribuições incidentes sobre a remuneração percebida. CUIDADO: o dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social ‑ RGPS de antes da investidura. 17 Apostila de Direito Previdenciário Segurado Empregado (artigo 11, I da Lei n. 8.213/91): a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas; c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença à empresa brasileira de capital nacional; g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais; (Alínea acrescentada pela Lei n. 8.647, de 13.4.93) h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Alínea acrescentada pela Lei n. 9.506, de 30.10.97) (Vide Resolução do Senado Federal n. 26, de 2005) i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 9.876, de 1999). j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n. 10.887, de 2004). Empregado Doméstico Quem presta serviço à família ou pessoa no âmbito residencial desta, de forma continua e sem finalidade lucrativa. Contribuinte Individual 18 Carlos Mendonça a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral ‑ garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; e) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquernatureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; f) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; g) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. Avulso É quem presta serviço à diversas empresas sem vínculo efetivo e com intermediação do sindicato ou do órgão gestor de mão de obra (Ex: estivador, chapa, guindasteiro, safrista). CUIDADO: A diferença do avulso para o autônomo é a intermediação do sindicato ou do órgão gestor. Segurado Especial É a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, enquadra-se em uma das seguintes hipóteses: 19 Apostila de Direito Previdenciário a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. CUIDADO: entende‑se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. CUIDADO: o grupo familiar poderá utilizar‑se de empregados contratados por prazo determinado, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. Segurados Facultativos São aqueles que não trabalham, mas desejam a proteção previdenciária. A idade mínima para a filiação é 16 anos. Exemplos: dona de casa, estudante, aquele que deixou de ser segurado obrigatório da Previdência Social, o síndico não remunerado de condomínio. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO A proteção previdenciária deixa de existir quando o segurado cessa as suas contribuições ou deixa de exercer atividade remunerada que o vincule ao Regime Geral de Previdência Social –RGPS. Todavia, a perda da qualidade de segurado não é automática, pois esta somente ocorre após o decurso do período de graça. Assim, entende-se por Período de Graça (artigo 15 da Lei n. 8.213/91) o período em que o segurado, mesmo sem trabalhar ou contribuir, continua sendo segurado do INSS. Evidente que, durante esse período, não há contagem de tempo de serviço ou de contribuição. Caso o segurado deseje que o período onde não estiver trabalhando conte como tempo de contribuição deverá recolher contribuições na qualidade de segurado facultativo. 20 Carlos Mendonça Assim, ocorrendo algum risco social durante o período de graça, o segurado fará jus ao benefício, desde que preencha os demais requisitos para a sua concessão. É uma extensão da proteção previdenciária. O art. 15 da Lei n. 8.213/91 elenca vários períodos de graça. Confira: Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração1; III – até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V – até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI – até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social2. Durante o decurso do período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social. Registre‑se que a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. Em outras palavras, decorrido o período de graça, a perda da qualidade de segurado somente ocorrerá após 45 dias, ou seja, 30 dias da competência seguinte mais 15, já que a contribuição deveria ser recolhida no dia 15 do mês seguinte. Segundo a Lei n. 10.666/03, a perda da qualidade de segurado não tem qualquer reflexo na concessão das aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial. 1 Nota: A Medida Provisória n. 1.709-4, de 27.11.1998, reeditada até a de n. 2.164‑41, de 24.8.2001, em vigor em função do disposto no Art. 2º da Emenda Constitucional n. 32, de 11.9.2001, assegura a qualidade de segurado aos empregados ali mencionados, nos seguintes termos: "Art. 11. Ao empregado com contrato de trabalho suspenso nos termos do disposto no Art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT aplica-se o disposto no Art. 15, inciso II, da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991.” 2 Nota: Atualmente Ministério do Trabalho e Emprego. Denominação instituída pela Medida Provisória n. 1.795, de 1º.1.1999, reeditada até a de n. 2.216‑37, de 31.8.2001, posteriormente transformada na Medida Provisória n. 103, de 1º.1.2003, convertida na Lei n. 10.683, de 28.5.2003. 21 Apostila de Direito Previdenciário Exemplos de aplicação do período de graça: Segurado trabalhou durante 15 anos: Prazo legal: 12 meses (período de graça – se sofrer um infortúnio terá o benefício previdenciário). Não conta como tempo de serviço este período de graça. Se tiver mais de 120 contribuições o prazo legal é prorrogado por mais de 12 meses. Passada a prorrogação. Ele tem mais 12 meses se o desemprego for involuntário (registro no Ministério do Trabalho). CARÊNCIA É o número mínimo de contribuições que o segurado precisa recolher para ter direito a determinados benefícios (artigo 24 da Lei n. 8.213/91). Impende ressaltar que a previdência social é um sistema contributivo, ou seja, os benefícios são devidos em função de contribuições vertidas para o sistema. O art. 24 da Lei n. 8.213/91 elenca os benefícios que requerem carência: 1) Auxílio Doença – regra: 12 contribuições. Exceção: a) acidente de qualquer natureza (carência zero); b) Doença elencada no artigo 151 da Lei n. 8.213/91 (carência zero). 2) Aposentadoria por invalidez – 12 contribuições. Exceção: a) acidente de qualquer natureza (carência zero); b) Doença elencada no artigo 151 da Lei n. 8.213/91 (carência zero). 3) Aposentadoria por idade*. 4) Aposentadoria por tempo de contribuição*. 5) Aposentadoria Especial*. *Carência dos benefícios “3”, “4” e “5” = 180 contribuições(15anos). 6) Salário Maternidade – 10 contribuições, mas apenas para as seguras: Contribuinte Individual, Facultativas e Seguradas Especiais. As demais seguradas não têm carência (empregadas, domésticas e avulsas) CUIDADO: No caso de parto antecipado, a carência é antecipada no mesmo número de meses. Cômputo do período de carência: a) Empregado/Avulso: para esses segurados a carência é contada a partir da filiação, ou seja, empregado e avulso só precisa comprovar tempo de serviço não precisa comprovar tempo de contribuição. b) Empregado Doméstico / Contribuinte Individual / Contribuinte Facultativo e Segurado Especial. (artigo 27 da Lei n. 8.213/91). 22 Carlos Mendonça Para esses segurados, a carência é contada a partir do recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo computados para esse fim as contribuições recolhidas em atraso. (Exemplo: recolher de uma só vez as 15 contribuições). Tem essa sistemática para viabilizar o pagamento (obrigar o pagamento) e para que elas façam sua inscrição. CUIDADO: A perda da qualidade de segurado não tem qualquer reflexo nas aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial (a Lei n.10.666/2003 regulou esta situação). CUIDADO: Havendo a perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores somente serão computadas na nova filiação, quando o segurado contar, na nova filiação, com um terço das contribuições do benefício a ser requerido. 15 anos de trabalho 12m + 12m + 12m + 45 dias trabalhou *_____________*_____*____*_____*___* ficou sem trabalho *_____ (4meses) e ficou doente, então terá o direito. Benefícios que não tem Carência: a) Pensão por morte; b) Auxílio Reclusão; c) Auxílio acidente; d) Salário‑família; e) Reabilitação Profissional e Serviço Social. f) Salário Maternidade: para as seguradas empregadas, domésticas e avulsas. Benefícios em espécie (artigo 18 da Lei n. 8.213/91). I – Para os Segurados: – Aposentadoria por idade; – Aposentadoria por invalidez; – Aposentadoria Especial (quem trabalha em mina; RX; agentes químicos, agentes físicos); – Aposentadoria por tempo de contribuição; – Auxílio‑doença; – Salário – Maternidade; – Salário‑Família. 23 Apostila de Direito Previdenciário II – Para os Dependentes: – Pensão por morte; – Auxílio‑ reclusão. III – Para os Segurados/Dependentes: – Reabilitação Profissional; – Serviço Social. ACIDENTE DO TRABALHO Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. Considera-se acidente do trabalho as doenças ocupacionais: a) a doença profissional (tecnopatia), assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. Exemplo: Pneumoconíose (doença de quem trabalha em minas subterrâneas); b) a doença do trabalho (mesopatia), assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Exemplo: perda da audição (disacusia). Vale registrar que não são consideradas como doença do trabalho: a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Equiparam-se também a acidente do trabalho: I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II – o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em consequência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior; III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; 24 Carlos Mendonça IV – o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. No período destinado à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será considerado no exercício do trabalho. Entende‑se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem alteração ou interrupção voluntária do percurso habitualmente realizado pelo segurado. É considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade do Setor de Reabilitação Profissional. Não é considerado agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do acidente anterior. É considerado como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. As prestações acidentárias são custeadas com uma contribuição adicional da empresa e do segurado especial, de modo que não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho ao empregado doméstico, ao contribuinte individual e ao facultativo. Para que o acidente ou a doença seja considerado como acidente do trabalho é imprescindível que seja caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica do INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; e a “causa mortis” e o acidente. Ocorrido o acidente do trabalho, a empresa é obrigada a fornecer a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) até o primeiro dia útil após o acidente de trabalho e, em caso de óbito, imediatamente. Todavia, se a CAT não for emitida, a perícia do INSS poderá estabelecer o nexo técnico epidemiológico entre a lesão e o trabalho desenvolvido. Vantagens do Acidente do Trabalho: 1) Estabilidade – 12 meses ‑ artigo 118 da Lei n. 8.213/91. 2) Depósito do FGTS: o empregador continua fazendo os depósitos enquanto o empregado recebe o benefício. Competência Jurisdicional (artigo 109 da CR/88). Em matéria acidentária, caso o segurado promova uma ação contra o INSS, a competência é da Justiça Estadual com recurso para o Tribunal de Justiça. Por outro lado, quando o segurado processa o Empregador (acidente de trabalho), a competência será da Justiça do Trabalho. 25 Apostila de Direito Previdenciário SALÁRIO DE BENEFÍCIO (SB):A maioria dos benefícios previdenciários é calculada a partir do salário de contribuição, que pode ser definido como a base de cálculo dos benefícios e corresponde a média aritmética dos maiores salários de contribuição relativos à 80% (oitenta por cento) do período contributivo, considerados a partir de Julho de 94 (implantação do Plano Real). No caso da Aposentadoria por tempo de contribuição, por exemplo, o segurado que comprovar 420 contribuições (35 anos), terá excluído do cálculo 20% das menores contribuições, ou seja, 84 contribuições. Excluídas essas 84 contribuições, as demais serão corrigidas monetariamente (INPC) até a data do requerimento da aposentadoria, sendo apurada a média aritmética. Essa média aritmética é chamada de salário de benefício, que é a base de cálculo do benefício. A sistemática acima relatada foi introduzida pela lei n. 9.876/99. Antes, o salário de benefício era apurado pela média aritmética das 36 últimas contribuições, o que não retratava a realidade remuneratória do segurado ao longo da sua vida laborativa, pois o segurado que contribuísse a maior parte do tempo sobre um salário de contribuição baixo poderia ter o benefício no teto ou perto dele caso, nos três anos anteriores ao pedido do benefício, contribuísse sobre o valor máximo do salário de contribuição. Atualmente, o valor máximo do salário de contribuição é de R$ 4.159,00, mesmo valor do teto do salário de benefício. Em relação ao valor mínimo, para ambos é de um salário mínimo. O segurado que tenha o salário de R$ 5.000,00, contribuirá para a Previdência apenas sobre R$ 4.159,00, pois este é o valor máximo do salário de contribuição. Por consequência, seu benefício será calculado com base no salário de contribuição de R$ 4.159,00. Assim sendo, para que não haja redução em sua renda, deverá contratar um plano de Previdência Complementar para sua aposentadoria, acrescida da complementação, reflita a renda que tinha quando estava na atividade. Apenas dois benefícios não são calculados a partir do salário de benefício: salário família e salário maternidade. O salário família tem valor fixo para cada dependente do segurado de baixa renda. Já o salário maternidade segue a regra constitucional que garante à trabalhadora o direito à licença maternidade sem prejuízo do emprego e do salário. Com efeito, se o salário maternidade fosse calculado pelo salário de benefício, não haveria concessão acima do teto, o que poderia acarretar prejuízo salarial à trabalhadora, em verdadeira afronta ao texto constitucional. FATOR PREVIDENCIÁRIO. Implementada a Primeira Reforma da Previdência, várias mudanças foram introduzidas no sistema de aposentadoria dos servidores públicos, principalmente no 26 Carlos Mendonça que tange ao seu cálculo e reajustamento. Mas a mudança mais visível foi a necessidade do servidor implementar uma idade mínima para a obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição. Como a idade mínima não foi aprovada para os segurados do INSS, a Lei n. 9.876/99 criou o fator previdenciário como componente do cálculo do benefício, de modo que o segurado que se aposentasse cedo teria um deságio no valor da sua aposentadoria que iria sendo reduzido conforme o segurado fosse protelando o seu ingresso na inatividade. A fórmula do Fator Previdenciário é a seguinte: FP = Tc x a . [1- (Tc x a + id)] Es [ 100 ] Tc - Tempo de contribuição “a” = alíquota atuarial – o valor dela é fixa = 0,31. Es = expectativa de sobrevida Id – idade no momento do pedido de aposentadoria Percebe-se, portanto, que a fórmula do fator previdenciário leva em consideração o tempo de contribuição, a idade, a expectativa de sobrevida e uma alíquota atuarial. Assim, quanto mais cedo o segurado se aposenta, maior é a sua expectativa de sobrevida e menor é a sua idade, o que deságua em fator previdenciário baixo, provavelmente menor que um. Por outro lado, quanto mais tarde pedir a sua aposentadoria, maior será o seu tempo de contribuição, maior a sua idade e menor será a sua expectativa de sobrevida, o que atrai um fator previdenciário maior, provavelmente maior que um. O fato é que FP menor que 1 representa um benefício menor, enquanto que FP maior que 1representa um benefício maior. Ainda nesse contexto, deve‑se ressaltar que como homens e mulheres têm expectativas de sobrevida diferentes, o que poderia trazer uma distorção na aplicação do fator previdenciária. Para evitar esse problema, algumas regras devem ser respeitadas na aplicação do fator previdenciário. Assim, por uma ficção legal, a expectativa de sobrevida será considerada idêntica para homens e mulheres, ou seja, para efeitos previdenciários, homens e mulheres têm a mesma expectativa e deverá ser extraída de uma tábua de mortalidade especificamente criada pelo IBGE. Ademais, alguns acertos deverão ser perpetrados, tendo em vista os diferentes tempos de contribuição previstos para homens, mulheres e professores. Nessa linha de intelecção, na aplicação do Fator Previdenciário, deverão ser somados ao tempo de contribuição os anos a seguir indicados: a) Se for mulher: soma‑se 05 anos. b) Se for professor: soma‑se 05 anos. c) Se for professora: soma‑se 10 anos. 27 Apostila de Direito Previdenciário Valor de Benefício (RMI – Renda Mensal Inicial). – Na aposentadoria por idade, o fator previdenciário só é aplicado se aumentar o valor da aposentadoria. – Na aposentadoria por tempo de contribuição, o fator previdenciário é obrigatoriamente aplicado se aumentar o valor da aposentadoria. CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS – Pensão por morte e Auxílio‑reclusão = 100% do SB. – Aposentadoria por invalidez = 100% do SB. – Aposentadoria Especial = 100% do SB. – Aposentadoria por tempo de Contribuição = 100% do SB x FP. – Auxílio‑doença = 91% do SB. – Auxílio‑acidente = 50% do SB (ele vai receber os outros 50%, trabalhando como trocador de dinheiro, era motorista do ônibus). – Aposentadoria por idade 70% do SB + 1% por cada Grupo de 12 contribuição (vai de 85% à 100% ‑ vai depender de quanto tempo ela contribuiu). – Salário-família: valor fixado anualmente. Valor do Salário‑Maternidade: a) Empregado e avulso – última remuneração; b) Empregado Doméstico – salário registrado em carteira; c) Contribuinte Individual / facultativa – média aritmética das doze últimas contribuições apurados em período de até quinze meses. *Artigo 248 da CR/88 – Teto do STF. Exemplo: Se empregado ganha R$ 50.000,00 – INSS paga o teto do STF e o empregador complementa com R$ 25.500,00. BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE Aposentadoria por invalidez O exercício de atividade laborativa transforma o trabalhador em segurado do Regime Geral de Previdência Social, status que confere proteção previdenciária em caso de invalidez. Assim, em caso de incapacidade total para qualquer atividade com insusceptibilidade de recuperação, o segurado será aposentado por invalidez, estando ou não em gozo de auxílio‑doença. Todavia, a regra é a concessão e manutenção do auxílio-doença enquanto o segurado se recupera da incapacidade. Após a consolidação da lesão é que a perícia vai aquilatar se a hipótese da aposentadoria por invalidez é a adequada. Vale ressaltar que a aposentadoria por invalidez será devida ao empregado a partir do 16º. dia da incapacidade, se requerida dentro de 30 dias do início da incapacidade. Se requerida após esse prazo, será devido a partir da data do requerimento, sendo certo que os primeiros 15 dias devem ser pagos pelo empregador. 28 Carlos Mendonça Para os demais segurados, o benefício será devido a partir do início da incapacidade, se requerido em até 30 do início da incapacidade. Após esse prazo, o benefício será devido a partir da data do requerimento. Cabe à perícia do INSS avaliar o grau de incapacidade do segurado, sendo certo que o seguradopoderá fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. Se for considerado inválido, o segurado deverá se afastar de toda e qualquer atividade. A doença ou lesão que o segurado já era portador ao se filiar ao Regime Previdenciário não lhe conferirá direito a qualquer prestação, salvo no caso de progressão ou piora da doença ou lesão. Ao ser aposentado por invalidez, o segurado, caso empregado, terá seu contrato de trabalho suspenso, o que impede a sua demissão enquanto estiver nessa situação (CLT, art. 475). O aposentado por invalidez deverá comparecer á perícia do INSS para que seja avaliada a persistência da invalidez. Se vier a recuperar a capacidade laborativa, deverá retornar á atividade segundo as seguintes regras: 1) Se a recuperação ocorrer antes de 5 anos e o aposentado tiver direito de retornar á atividade, o benefício será imediatamente suspenso. Se não tiver direito de retornar á atividade, o benefício será mantido por tantos meses quantos forem os meses em que esteve em gozo de auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez, 2) Se a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos, a o benefício será mantido na sua integralidade por seis meses, com redução de 50% nos próximos 6 meses e com redução de 75% nos últimos 6 meses. Se o segurado retornar espontaneamente á atividade, seu benefício será cassado desde a data do retorno. Se a invalidez fizer com que o segurado necessite do auxílio permanente de outra pessoa, o benefício será acrescido de 25%, valor que poderá superar o teto e não será incorporado á pensão. As hipóteses que dão ensejo ao referido acréscimo constam do anexo 1 do Decreto 3.048/99. O segurado em gozo de aposentadoria por invalidez poderá requerer a conversão dessa aposentadoria em aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição, desde que tenha preenchido os requisitos para a conversão. APOSENTADORIA POR IDADE A Aposentadoria por idade, conhecida anteriormente à EC/20 – 98 como aposentadoria por velhice, visa a cobertura do risco social idade avançada. Tem como destinatários aqueles que não conseguiram a aposentadoria por tempo de contribuição, mas reuniram a carência necessária ao atingir a idade prevista em lei. O trabalhador do sexo masculino ao atingir a idade de 65 anos e a trabalhadora ao atingir a idade de 60 29 Apostila de Direito Previdenciário anos, adquirem o direito ao benefício. No caso de rural, pescador artesanal e garimpeiro, o direito ao benefício em comento surge ao atingirem respectivamente 60 e 55 anos de idade3. Mister rememorar que a carência para a concessão desse benefício é de 180 contribuições, sendo que os segurados especiais, em regime de economia familar, a carência é substituída pela prova do exercício da atividade rural no período equivalente ao da carência, mesmo que de forma descontínua. Regra semelhante é dirigida aos trabalhadores rurais no art. 143 da lei de benefícios. Todavia, essa benesse deveria ser concedida por 15 anos contados da publicação da Lei n. 8.213/91, sendo certo que foi estendida até 2020 pela MP 410. O art. 106 da lei n. 8.213/91 enumera os documentos que comprovam o exercício da atividade rural: I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS; IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar; V – bloco de notas do produtor rural; VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7º do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor; VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante; VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção; IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra. Oportuno Ressaltar que a carência para os trabalhadores que estavam inscritos em 24/07/91 deve seguir a tabela de transição do art. 142 da Lei n. 8.213/91. Até o advento da Lei n. 10.666/03, os requisitos de idade e carência deveriam ser preenchidos simultaneamente. Contudo, a citada lei afastou a necessidade da manutenção da qualidade de segurado, de modo que o trabalhador que tenha iniciado sua vida laborativa aos 40 anos, ao completar 55 anos de idade, mesmo que deixe de trabalhar, poderá pleitear a aposentadoria por idade aos 65 anos, se homem, ou aos 60 se mulher. 3 Art. 201, § 8º. 30 Carlos Mendonça O cálculo da aposentadoria por idade varia de acordo com o tempo de contribuição, sendo calculado da seguinte forma: 70% do salário de contribuição + 1% por grupo de 12 contribuições, limitado a 100%. Para INSS, não há limite de idade para se aposentar e não há limite máximo para se filiar ao INSS, já no serviço público, a aposentadoria compulsória é dada quando o servidor completa 70 anos. Não obstante a inexistência da aposentadoria compulsória, o art. 51 da lei de benefícios prevê a hipótese da aposentadoria Involuntária, ou seja, o empregador que tiver um empregado com 70 anos, ou empregada com 65 anos de idade, pode requerer a aposentadoria do seu empregado. Interessante evidenciar que esta aposentadoria é a única que rescinde o contrato de trabalho. O segurado aposentado por invalidez ou em gozo de auxílio doença pode requerer a transformação de seu benefício em aposentadoria por idade. Aposentadoria por tempo de contribuição Antes da EC 20 – 98 era conhecida como aposentadoria por tempo de serviço e foi a que sofreu as maiores alterações com a reforma da previdência, principalmente no que concerne à contagem do tempo de contribuição, sofrendo sérias restrições no que seria ou não aceito. O que era considerado tempo de serviço passa a ser considerado tempo de contribuição, salvo em relação ao tempo fictício, o qual foi vedado. Nesse sentido, o homem tem direito a esta aposentadoria ao atingir 35 anos de contribuição e a mulher 30. No caso dos professores do ensino básico, há redução de 5 anos como condição à concessão dessa aposentadoria, de modo que o professor se aposenta aos 30 anos de efetivo exercício do magistério e a professora aos 25. Alei 11.301/06 estendeu esse direito aos professores que exerçam atividade de diretor ou assistente pedagógico. Ao contrário do serviço público, não há idade mínima para essa aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social – RGPS. A aposentadoria por tempo de contribuição proporcional foi abolida pela EC 20/98, mas os trabalhadores que já estavam inscritos na previdência em 16/12/98 podem optar pela regra de transição prevista no art. 9º da citada emenda. A carência para a aposentadoria em tela é de 180 contribuições e o benefício é concedido no percentual de 100% do salário de benefício x o fator previdenciário. Questão relevante reside na contagem do tempo de contribuição e o art. 55 da Lei n. 8.213/91 explicita que o tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado: 31 Apostila de Direito Previdenciário I – o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e o previstono § 1º do art. 143 da Constituição Federal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência Social, desde que não tenha sido contado para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no serviço público; II – o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez; III – o tempo de contribuição efetuado como segurado facultativo, desde que antes da vigência desta lei; III – o tempo de contribuição efetuada como segurado facultativo; IV – o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não tenha sido contado para a inatividade remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no serviço público; IV – o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro regime de previdência social; V – o tempo de contribuição efetuado por segurado depois de ter deixado de exercer atividade remunerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei; VI – o tempo de contribuição efetuado com base nos artigos 8º e 9º da Lei n. 8.162, de 8 de janeiro de 1991, pelo segurado definido no artigo 11, inciso I, alínea “g”, desta Lei, sendo tais contribuições computadas para efeito de carência. A averbação de tempo de serviço durante o qual o exercício da atividade não determinava filiação obrigatória ao anterior Regime de Previdência Social Urbana só será admitida mediante o recolhimento das contribuições correspondentes, conforme dispuser o Regulamento. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de vigência da Lei n. 8.213/91, será computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Regulamento. A comprovação do tempo de serviço, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento. Não será computado como tempo de contribuição, para efeito de concessão do benefício de que trata esta subseção, o período em que o segurado contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se tiver complementado as contribuições na forma do § 3º do mesmo artigo. Interessante registrar que é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria paga pelo INSS. 32 Carlos Mendonça O segurado aposentado que retorna a atividade só tem direito a três benefícios: 1º) Salário Maternidade; 2º) Salário-família; 3º) Reabilitação profissional. Contagem Recíproca de tempo de serviço O tempo de serviço público municipal, estadual e federal, e o da iniciativa privada serão reciprocamente considerados, salvo: a.1) se forem concomitantes; a.2) se já tiverem sido utilizados em outra aposentadoria; a.3) e por último, tempo fictício. Aposentadoria Especial Esta aposentadoria tem como fato Gerador a exposição permanente, não ocasional e não intermitente, durante 15, 20 ou 25 anos, à agentes prejudiciais à saúde (químicos, físicos ou biológicos), comprovados mediante apresentação do PPP (perfil profissiográfico previdenciário) confeccionado com base em laudo técnico. Este benefício requer carência de 180 contribuições e tem valor de 100% do salário de benefício. Somente empregados, avulsos e contribuinte individual membro de cooperativa é que tem direito a esse benefício. A aposentadoria especial por categoria profissional foi extinta em 1995. De agora em diante, qualquer trabalhador tem direito a aposentadoria, desde que comprove a exposição a um agente agressivo. Conversão do tempo de serviço O tempo de serviço especial, após a sua conversão, pode ser somado ao tempo comum. Tabela de Conversão: De 15 para 35 – fator de conversão = 2.33. De 25 para 35 – fator de conversão = 1.4. (para homem). De 25 para 30 – fator de conversão = 1.2. (para mulher). Exemplo: o trabalhado que exercer, durante 10 anos, atividade que permita aposentadoria aos 15 anos de tempo de contribuição, caso passe a trabalhar em atividade comum, poderá converter o tempo de serviço da seguinte forma: 10 X 2.33 = 23.3 Anos. Assim, 10 anos em atividade especial, corresponde a 23,3 anos de atividade comum. CUIDADO: É vedada a conversão de tempo de serviço comum para especial. 33 Apostila de Direito Previdenciário Auxílio-Doença O Auxílio-doença será concedido quando o segurado ficar mais de 15 dias incapacitado para o trabalho. Ao contrário da aposentadoria por invalidez, esse benefício destina‑se a uma incapacidade temporária, onde há grande probabilidade de recuperação. O auxílio‑doença, no caso do Empregado, é concedido a partir do 16º dia, sendo empregador responsável pelo pagamento dos primeiros 15 dias. Os demais segurados têm direito ao benefício, desde o início da incapacidade, desde que seja superior a 15 dias. Assim, se uma empregada doméstica fica incapacitada por 20 dias, o benefício será integralmente pago pelo INSS. Por outro lado, se fosse empregado, o INSS pagaria a partir do 16º ao 20º dia, ficando a cargo do empregador os primeiros 15 dias. O segurado empregado em gozo de auxílio‑doença será considerado pela empresa como licenciado. O citado benefício requer a carência de 12 contribuições, salvo acidente de qualquer natureza ou uma das doenças do art. 151 da Lei n. 8.213/91. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio‑doença será devido a contar da data da entrada do requerimento. O auxílio‑doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário de benefício. Caso o segurado exerça mais de uma atividade, o auxílio‑doença poderá ser concedido em a ambas as atividades, desde que cumpra a carência em relação a cada uma delas. A concessão de novo auxílio‑doença antes de decorridos 60 dias da cessação do anterior, é considerado restabelecimento do anterior, sendo certo que a empresa fica desobrigada a pagar os primeiros 15 dias. O segurado em gozo de auxílio‑doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, for aposentado por invalidez. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar- lhe durante o período de auxílio‑doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância garantida pela licença. 34 Carlos Mendonça Consolidada a lesão. Três hipóteses podem ocorrer: ‑ Ficou inválido: é Aposentado por invalidez; ‑ Ficou bom: volta para o trabalho – recebe “alta”; ‑ Redução da Capacidade Laborativa – será submetido a tratamento e à reabilitação profissional para voltar ao mercado de trabalho – o INSS tem um benefício específico quando ocorre a mudança de função, ou seja, auxílio – acidente = é verba indenizatória = 50% SB, pago mensalmente mais o salário (Exemplo do motorista que vira trocador) – recebe a verba indenizatória até a véspera da aposentadoria, incorporando-se ao valor desta. CUIDADO: a ordem social tem comobase o primado do trabalho. A CR/88 privilegia o trabalho em detrimento do ócio. SALÁRIO-FAMÍLIA O salário‑família não tem por função substituir a remuneração do segurado, seu valor pode ser inferior ao salário mínimo e não integra o salário de contribuição para fins de concessão de benefício, mesmo pensão. Sua função é cobrir os encargos familiares decorrentes da existência de filhos. É pago mensalmente, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados menores de 14 anos ou inválidos, aos segurados empregado (exceto o doméstico), trabalhador avulso e ao aposentado pelo INSS, que sejam de baixa renda. O aposentado que retorna ao trabalho ou nele permanece tem direito ao salário família, assim como aposentado que contar com 65 anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 anos ou mais, se do feminino, sendo certo que, em caso de aposentadoria por idade de trabalhador rural, o limite é reduzido em cinco anos. O salário‑família não exige carência para sua concessão, sendo pago a partir do primeiro salário. A documentação que dá direito ao benefício é a certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou inválido conjugada com a apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis anos de idade, e à comprovação semestral de frequência à escola do filho ou equiparado, a partir dos 7 anos de idade. A empresa deve antecipar o pagamento do benefício para posterior compensação com a contribuição previdenciária. No caso dos aposentados, o benefício será pago diretamente pelo INSS. CUIDADO: os avulsos recebem o salário‑família do INSS, que o paga diretamente ao segurado ou, mediante convênio, ao sindicato ou órgão gestor de mão de obra. 35 Apostila de Direito Previdenciário CUIDADO: a empresa deve guardar a documentação referente ao salário‑família por dez anos, para eventual fiscalização. Salário-maternidade O salário‑maternidade, nos termos do art. 71 da Lei n. 8.213/91, é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade. No caso da segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é também é devido salário‑maternidade. O referido benefício dispensa a carência para as seguradas empregada, avulsa e doméstica. Para as seguradas facultativas, especiais e contribuintes individuais, a carência é de 10 contribuições, mas a segurada especial não precisa comprovar o recolhimento das contribuições, basta comprovar o exercício de atividade rural pelo período equivalente. Em caso de parto antecipado, o período de carência é reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. Nos casos em que a gravidez não é contemplada com o nascimento com vida, a legislação só considera parto o que ocorre após a 23ª semana de gestação, inclusive no caso de natimorto. Antes disso, há aborto natural. Assim, se a mulher perder o bebê após a 23ª semana de gestação tem direito ao salário maternidade de 120 dias. Se perder antes, o benefício será de apenas duas semanas. A legislação previdenciária prevê que o salário maternidade pode ser acrescido, por indicação médica, em duas semanas, antes ou depois do prazo de 120 dias. Conforme preconiza o texto constitucional, a trabalhadora empregada não pode sofrer prejuízo salarial durante a licença maternidade (art. 7º., XVIII), razão pela qual o referido benefício pode ultrapassar o teto do INSS. De qualquer forma, o INSS paga o benefício até o teto do STF (art. 248 da CF de 88), cabendo ao empregador complementar eventual valor. Para as demais seguradas, incide a seguinte regra: a) Empregado e avulso – última remuneração; b) Empregado Doméstico – salário registrado em carteira; c) Contribuinte Individual / facultativa – média aritmética das doze últimas contribuições apurados em período de até quinze meses. 36 Carlos Mendonça Em regra, o salário‑maternidade será pago diretamente pelo INSS. Todavia, no caso de segurada empregada, será pago diretamente pela empresa, efetivando‑se a compensação quando do recolhimento das contribuições previdenciárias. Da mesma forma que ocorre com o salário‑família, a empresa deverá conservar durante 10 anos os comprovantes dos pagamentos e os atestados correspondentes para exame da fiscalização. PENSÃO POR MORTE A pensão por morte tem como fato gerador a morte real (certidão de óbito) ou a morte presumida (ação declaratória da Justiça Federal). No caso da morte presumida, o dependente deve aguardar o prazo de seis meses, contados a partir do desaparecimento, e ingressar com ação na Justiça Federal para que o juiz declare por sentença a morte presumida do segurado. CUIDADO: em caso de acidente ou desastre, o dependente não precisa aguardar seis meses e nem da decisão judicial, bastando o dependente demonstrar que o segurado foi vítima do infortuito. A pensão por morte é concedida no percentual de 100% do Salário de benefício. Todavia, o calculo deve seguir as seguintes regras: a) Segurado (falecido) estava aposentado – valor da pensão = valor da aposentadoria; b) Segurado (falecido) na ativa: calcula‑se a aposentadoria por invalidez que ele teria direito no dia do óbito e posteriormente converte em pensão; A pensão por morte dispensa a carência. Consoante dispõe o art. 74 da Lei n. 8.213/91, o referido benefício será devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: I – do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; III – da decisão judicial, no caso de morte presumida. Dependentes (Art. 16, Lei n. 8213/91): Os dependentes serão divididos em classes que indicam a ordem de preferência: • 1º - cônjuge/companheiro/filho não emancipado, de qualquer condição menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; 37 Apostila de Direito Previdenciário • 2º ‑ pais; • 3º ‑ irmão não emancipado, de qualquer condição menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; Regras: – A dependência econômica da 1ª classe é presumida e das demais deve ser comprovada, ambos devendo comprovar a relação; – A existência de um dependente da classe anterior exclui os das classes posteriores (definitivamente); – A existência de mais de um dependente da mesma classe acarreta a divisão da pensão em partes iguais; CUIDADO: companheira (o) de segurado casado (na constância do casamento) não tem direito a pensão (decisão do STF). • A perda da qualidade de dependente acarreta a extinção da pensão (se for o único dependente) ou a reversão de sua cota para os dependentes remanescentes; • Enteados e tutelados podem ser equiparados a filhos, desde que haja uma declaração do segurado e seja demonstrada a dependência econômica. Perda da qualidade de dependente: – Cônjuge/companheira (o): ‑ Com a morte, separação de fato ou judicial, sem direito a pensão alimentícia (Súmula 336 do STJ – aquela(e) que renunciou aos alimentos poderá postular a pensão se comprovar piora de situação financeira). ‑ Casar‑se novamente não retira a qualidade de dependente, todavia, em caso de nova viuvez deverá optar pela pensão mais vantajosa. – Filhos: ‑ Com a morte; ‑ Ao atingir 21 anos; ‑ Emancipação, salvo colação de grau em nível superior; ‑ Cessação da invalidez. O INSS pode fomentar a recuperação do inválido,
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