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Módulo 9 - Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual

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Curso de Educação Especial    |   Módulo IX   
DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
As pessoas com cegueira ou deficiência visual 
possuem uma dificuldade sensorial que se 
caracteriza por um sistema visual de coleta de 
informações total ou seriamente prejudicado.
Assim, quando se fala de cegueira, não se está 
f l d d ãfalando apenas das pessoas que não possuem 
nenhuma visão, mas também daquelas que possuem 
problemas visuais suficientemente graves.
O dano total ou parcial no sistema visual faz comO dano, total ou parcial, no sistema visual faz com 
que as pessoas cegas, ou com deficiências sérias de 
visão tenham de fazer uso dos demais sistemas 
sensoriais: tato audição olfato e paladar parasensoriais: tato, audição, olfato e paladar, para 
conhecerem o mundo em que vivem. 
O d t “ ” ã t h hO uso do termo “cego” não tem nenhum cunho 
ofensivo, pois cego, em sua forma substantiva, é 
definido nos dicionários como sendo "um indivíduo 
que não enxerga"
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
que não enxerga
Curso de Educação Especial    |   Módulo IX   
DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O tato é um dos principais sistemas sensoriais, utilizado pelas pessoas não‐videntes, que
possibilita uma coleta de informação bastante precisa sobre os objetos mais próximos, mas é
muito mais lento que a visão, por isso, quando se trata de objetos grandes, a exploração é
fragmentária e seqüencial. O cego tem que explorar muito lentamente um objeto grande, em
seguida, integrar as percepções sucessivas em uma imagem total.
Outro sistema sensorial importante para o desenvolvimento e a aprendizagem do cego é a
audição. Ele a utiliza, para comunicar‐se verbalmente, atribuindo‐lhe a função de localizar e
identificar objetos e pessoas no espaço.
Também, o olfato serve para que os não‐videntes reconheçam pessoas e ambientes,
ajudando os demais sistemas sensoriais na tarefa de conhecer o espaço distante.O sistema
i ti é i i dí l i t ã bilid d f lt d i ãproprioceptivo é imprescindível para a orientação e a mobilidade na falta da visão.
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
Curso de Educação Especial    |   Módulo IX   
DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Estudos e pesquisas têm demonstrado que devido à plasticidade do
funcionamento do sistema psicológico humano, o desenvolvimento
cognoscitivo do cego ao chegar a adolescência e à idade adultacognoscitivo do cego, ao chegar a adolescência e à idade adulta,
atinge um nível de desenvolvimento funcionalmente equivalente ao
das pessoas videntes.
Sistema proprioceptivo:é a estrutura orgânica 
f õ i f é bque entre outras funções, informa o cérebro 
sobre o estado de cada segmento do corpo 
humano, sobre a relação entre cada segmento do 
 t d l I f t bé b corpo e o todo corporal. Informa também sobre 
a relação do corpo com o espaço que o rodeia.
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
Curso de Educação Especial    |   Módulo IX   
DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
A este respeito, Vygotsky (1995) esclarece que a cegueira não é somente a falta de visão (o defeito de um
órgão particular), mas algo que provoca uma grande reorganização de todas as forças de seu organismo e
personalidade, o que faz dela não só uma deficiência, como também uma manifestação de força.(in Lima,
2006)2006).
Com isso, podemos dizer que a pessoa com deficiência visual possui habilidades extraordinárias tal como
as pessoas com visão normal, no entanto, a diferença está em ela receber as informações por canais nãop , , ç ç p
visuais.
Por isso, Vygotsky critica as avaliações do desenvolvimento da criança cega, que partem sempre da sua
d fi iê i d d i ti d t i lid d M t d l l d d fi iê ideficiência, quando deveriam partir de suas potencialidades. Mostra o duplo papel da deficiência no
desenvolvimento do sujeito, afirmado pela possibilidade da compensação. A pessoa cega tem a
possibilidade de superar a deficiência através de uma reorganização na qual o organismo supera uma
incapacidade ou prejuízo mediante o processo de compensaçãop p j p p ç
Em resumo, a visão é importante na espécie humana para que ela obtenha informações sobre os objetos e
sua posição no espaço; para relacionar‐se com os outros, e também, para aprender a ler e a escrever.
A falta de isão porém não impede q e a criança se desen ol a pois ela conta com os sistemasA falta de visão, porém, não impede que a criança se desenvolva, pois, ela conta com os sistemas
sensoriais como vias alternativas.
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Assim, as crianças não‐videntes constroem seu sistema psicológico, compensando, no sentido
vygostkiano do termo, suas deficiências.
Como esclarece Coll (2004), os cegos não possuem patamares sensoriais mais baixos que os
videntes, não ouvem melhor nem têm maior sensibilidade tátil ou olfativa, mas aprendem a
utilizá‐los melhor ou com finalidades distintas do que fazem os videntes.Outro aspecto
importante a considerar, também salientado por Coll, é que sob a denominação de cegueira,
encontramos um grande número de transtornos visuais com características diversas. Em outras
palavras, as diferenças entre as crianças consideradas deficientes visuais são decorrentes do
momento em que aparecem os problemas visuais, da forma de aparecimento e do grau de
perda de visão.
A i i d i ã d i d á itAssim, uma criança que nasce cega ou que perde a visão pouco depois de nascer, será muito
diferente daquela que perdeu a visão em momentos posteriores de sua vida. Também são
diferentes, se a cegueira aparecer de modo súbito ou gradual.
Por isso, o desenvolvimento de uma criança cega ou deficiente visual e as indicações de
intervenção educacional dependem das características dos transtornos visuais e do contexto
em que a criança vive do ambiente familiar da escola do trabalho e do nível de instrução de
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
em que a criança vive, do ambiente familiar, da escola, do trabalho e do nível de instrução de
seus pais ou das conotações que a deficiência visual tem no ambiente cultural dela.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Para se saber o grau de perda da visão de uma 
criança, deve‐se fazer a avaliação em dois diferentes 
aspectos: exame oftalmológico e avaliação do grau 
de visão funcional, ou seja, dos resquícios visuais. 
Esses exames, feitos por médico oftalmologista, nos 
d ã i f õ á i ddarão as informações necessárias,  para podermos 
trabalhar com a criança, no sentido de ajudá‐la.
A informação sobre os resquícios visuais 
aproveitáveis que podem estar presentes emaproveitáveis, que podem estar presentes em 
qualquer idade, é de fundamental importância, para 
o planejamento de programas adequados de 
intervençãointervenção. 
Também, é importante que outros profissionais que 
estão em contato direto com os deficientes visuais ‐
pedagogos, psicólogos, professores intervenham napedagogos, psicólogos, professores  intervenham na 
avaliação e no tratamento educativo.
Vamos fala a seguir sobre o desenvolvimento social 
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
do cego.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
Pesquisas realizadas por Bates (1939), citadas por Coll e seus colaboradores (2004), com
crianças videntes, mostraram que a atividade fundamental da criança durante os quatro ou
O Desenvolvimento Social do Cego
ç q ç q
cinco primeiros meses de vida é relacionar‐se com os outros seres humanos, basicamente,
com os pais.
Esses intercâmbios visuais, nas primeirascomunicações do bebê com o adulto, são muito
importantes. Essas interações ocorrem, sobretudo, mediante turnos de olhar que estabelecem
orientações em certo sentido semelhantes aos turnos conversacionais que se produzem na
comunicação verbal. Ou seja, as crianças, nos primeiros dias de vida, prestam atenção
preferencialmente em estímulos visuais, que coincidem com os do rosto humano. As crianças
cegas ou deficientes visuais graves, por sua vez, dispõem de vias alternativas para a visão a fim
d l i b l di i d i ã ã b l d lde se relacionarem e estabelecerem as diretrizes de comunicação não‐verbal com os adultos
(Ochaíta, 1994).
Desde que nascem todas as crianças prestam atenção seletiva às vozes humanas e tambémDesde que nascem, todas as crianças prestam atenção seletiva às vozes humanas e também
podem distinguir o odor dos seres humanos, particularmente, o da mãe, (Steiner,
1979).Também distinguem claramente entre a voz da mãe e de uma pessoa estranha, já que
giram o corpo de onde provém a voz materna
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
giram o corpo de onde provém a voz materna.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
Os dados de diferentes pesquisas mostram que, com quatro semanas de vida, os bebês cegos e
deficientes visuais respondem com um sorriso às vozes de seus pais e ao contato corporal com eles,
O Desenvolvimento Social do Cego
por exemplo, quando eles os pegam no colo e lhes fazem carícias (Fraiberg, 1977). Outras pesquisas,
realizadas com crianças cegas e suas mães, revelaram que, quando as mães têm boas expectativas
em relação às possibilidades de desenvolvimento e de aprendizagem dos seus filhos, estabelecem‐se
t l lt ti i i ã b i i il à b d id tentre eles alternativas conversacionais não‐verbais similares às observadas em pares videntes, mas
nesse caso, intercambiam‐se sons, ritmos, contatos corporais e movimentos. As pesquisas revelam,
portanto, que as crianças cegas possuem vias alternativas para a visão que são suficientes, para
interagirem com os adultos desde que estes saibam interpretá‐las (Coll 2004)interagirem com os adultos, desde que estes saibam interpretá las (Coll, 2004).
As pesquisas, voltadas para o desenvolvimento social e comunicativo das crianças cegas, mostraram,
também, a formação do vínculo de apego entre os bebês e seus pais, concluindo que, quando se
estabelece a sincronia adequada entre a criança e a pessoa ou as pessoas encarregadas de cuidar
dela, o apego evolui da mesma maneira como evolui na criança vidente.
E d i d i ê i d d i í i d iEstudos comprovaram ainda, a existência de outra conduta importante, característica das crianças
cegas, que indica a existência de uma via alternativa para a visão a fim de conhecer e reconhecer o
rosto das pessoas.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
Fraiberg (1977) descobriu que, ao final do primeiro mês de vida, os bebês não‐videntes
começam a tocar os rostos das pessoas que estão com eles. A partir dos cinco meses, essa
O Desenvolvimento Social do Cego
ç p q p
conduta torna‐se cada vez mais discriminadora e intencional, dirigindo‐se apenas às pessoas
conhecidas. Assim, entre os cinco e oito meses, as crianças cegas exploram detidamente o
rosto de seus familiares mais próximos, quando estão no colo deles, mas o fazem rapidamente,
quando estão no colo de pessoas estranhas (Spinoza, 2004).
Por volta dos sete ou oito meses, orientando‐se, principalmente, pela audição das vozes, a
exploração tátil e os dados olfativos, as crianças cegas são capazes de perceber a presença de
pessoas estranhas, manifestando uma certa rejeição para com elas.
A i d i i b bê i ã bj fí iA partir dos cinco ou seis meses, os bebês começam a prestar mais atenção aos objetos físicos
do que nas pessoas em sua volta, dedicam boa parte de sua atividade no exercício de seus
esquemas sensórios‐motores. Nessa fase, as crianças videntes começam a coordenar os
esquemas de visão e preensão e devido à capacidade de sentar têm possibilidade deesquemas de visão e preensão, e devido à capacidade de sentar, têm possibilidade de
manipular e jogar com os objetos sob o controle visual.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
A criança cega, para realizar esse tipo de atividade, tem que fazer uso das vias alternativas. A única
possibilidade que a criança cega tem de saber que um objeto existe, quando ele não está em contato com
O Desenvolvimento Social do Cego
sua mão, é que ele emita algum tipo de som.
A construção da permanência do objeto pelas crianças cegas se dará primeiramente, em contacto com os
objetos táteis Somente a partir do segundo ano de vida desde que consigam alcançar com a mão osobjetos táteis. Somente, a partir do segundo ano de vida, desde que consigam alcançar com a mão os
objetos sonoros, começarão a coordenar as imagens táteis e as auditivas e, conseqüentemente, a procurar
os objetos pelo som que emitem, que são poucos, aumentando‐lhes, com isso, as dificuldades.
Entre o final do primeiro ano de vida e o início do segundo, as crianças devem incorporar os objetos em
sua interação com as pessoas.
Quanto ao desenvolvimento postural e motor, as crianças cegas, bem estimuladas, não apresentamQuanto ao desenvolvimento postural e motor, as crianças cegas, bem estimuladas, não apresentam
problemas, a não ser na conduta de levantar‐se com os braços, quando estão de cabeça para baixo.
A conduta de engatinhar, que não se produz de forma espontânea na criança cega, não deve ser
l d f l á é d ê destimulada artificialmente, já que é inapropriada na ausência da visão.
Para as crianças cegas, as mãos são extremamente importantes na exploração do mundo, para evitar
obstáculos.
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
obstáculos.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
Quanto à linguagem, em termos gerais, não há problemas, ainda que apresentem certas
características diferenciais derivadas da especificidade do acesso à informação na ausência de
O Desenvolvimento Social do Cego
p ç
visão (Ochaíta, 1993). A limitação visual não parece ser tão importante como a auditiva para a
aprendizagem dos sons próprios da língua, já que o desenvolvimento fonológico das crianças
cegas pode ser considerado normal. Do ponto de vista quantitativo, não há problemas na
aquisição do léxico pelas crianças cegas ou deficientes.
Do ponto de vista qualitativo, as primeiras palavras das crianças cegas correspondem àqueles
objetos que podem conhecer mediante os sistemas sensoriais de que dispõem. Enquanto as
crianças videntes aprendem inicialmente nomes referentes a animais, os cegos aprendem,
fundamentalmente, os nomes dos objetos domésticos.
Limitações de acesso à informação fazem com que as crianças cegas tenham certos problemas
na generalização e na formação de categorias, sobretudo, dos objetos de difícil acesso para
elas como por exemplo animais veículoselas, como, por exemplo, animais, veículos.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
O desenvolvimento sintático, também, pode ser considerado normal, embora tenham certas
especificidades. No desenvolvimento da comunicação verbal, a criança não‐vidente utiliza um
O Desenvolvimento Social do Cego
p ç ç
número maior de imitações, repetições, e rotinas do que os videntes (Janson, 1988; Pérez
Pereira e Castro,1994). Quando começam a falar, além da função comunicativa, fazem uso da
linguagem em outras importantes funções, para compensar os problemas causados pela
ausência de visão no desenvolvimento simbólico. Recorrem, especificamente, em maior grau
que os videntes, às imitações diferidas de caráter verbal que muitas vezes parecem converter‐
se em jogos simbólicos de papéis.Elas têm, porém, problemas no uso dos pronomes pessoais e
possessivos no contexto de intercâmbio de papéis conversacionais.
Com relação ao jogo simbólico, também, poucos são os estudos realizados, sendo que alguns
i i j d fi ã d iautores apontam um certo atraso nos primeiros jogos de ficção da criança cega.
Lucerga, Sanz, Rodrigues (1992), analisando as dimensões envolvidas no jogo simbólico,
afirmam que a substituição dos objetos que supõe a utilização dos símbolos evolui de formaafirmam que a substituição dos objetos, que supõe a utilização dos símbolos, evolui de forma
semelhante aos videntes. Já não acontece o mesmo com a dimensão da descentração.
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
Até os três anos de idade, é muito difícil que as crianças deficientes visuais possam descentrar
a ação de si mesmas, para centrá‐la em algum objeto simbólico. No que se refere ao
O Desenvolvimento Social do Cego
ç p g j q
planejamento do jogo, parece que as crianças não‐videntes acham mais fácil planejar o jogo
do que executá‐lo.
Na etapa escolar, os estudos sobre o desenvolvimento das crianças cegas e deficientes visuais,
com idade entre seis e doze anos, foram realizados sobre o desenvolvimento cognitivo, tendo
como referência a teoria de Piaget e a escola de Genebra.
Esses estudos concluíram que não há problemas com o desenvolvimento intelectual das
crianças não‐videntes, embora tenha peculiaridades específicas (Ochaíta, 1993; Rosa e
O h í 1993)Ochaíta, 1993).
A falta ou a deterioração do canal visual e o fato de terem acesso a uma boa parcela das
informações pelo tato faz com que seja mais difícil para elas realizarem tarefas de conteúdoinformações pelo tato faz com que seja mais difícil para elas realizarem tarefas de conteúdo
figurativo e espacial do que aquelas baseados na lógica verbal.Assim, nos diversos problemas
envolvidos nas tarefas de classificações, seriações verbais, conservações, encontram‐se
diferenças entre o rendimento e os resultados obtidos por cegos e videntes
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
diferenças entre o rendimento e os resultados obtidos por cegos e videntes.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
Nas operações de seriação manipulatória e naquelas que implicam imagens mentais
e conhecimento espacial, pelo fato de terem que obter informação pelo tato, supõe‐
O Desenvolvimento Social do Cego
e conhecimento espacial, pelo fato de terem que obter informação pelo tato, supõe
se que tenham que ser resolvidas por vias alternativas complexas.
Isso faz com que as crianças não videntes as resolvam mas com um atrasoIsso faz com que as crianças não‐videntes as resolvam, mas com um atraso
considerável (de três a sete anos, dependendo da tarefa) em relação aos videntes.
Este atraso é anulado entre onze e quinze anos, inclusive, quando se trata de realizar
õ i i it l d át j ti lidi (C lloperações espaciais muito complexas de caráter projetivo e euclidiano.(Coll e
colaboradores, 2004).
Projetivo e Euclidiano
No desenvolvimento do espaço, segundo Piaget, é possível observar as 
manifestações de três geometrias no estágio sensório‐motor. Por exemplo, a 
capacidade de distinguir um objeto do outro, é necessária para qualquer outra 
construção espacial (separação topológica). Mais tarde, quando começa a surgir o 
objeto permanente, o bebê aprende que uma mamadeira vista de várias 
perspectivas é na realidade o mesmo objeto( geometria projetiva) E ela torna‐se
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
perspectivas é na realidade o mesmo objeto( geometria projetiva). E ela torna‐se 
capaz de estimar a distância necessária para pegá‐la (geometria euclidiana).
Curso de Educação Especial    |   Módulo IX   
DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
A linguagem e o tipo de raciocínio complexo que delas decorrem, constituem uma
importante ferramenta, capaz de “remediar” os problemas de pensamento figurativo
O Desenvolvimento Social do Cego
importante ferramenta, capaz de remediar os problemas de pensamento figurativo
dos cegos. Contudo, as pesquisas demonstraram que do ponto de vista intelectual, as
crianças cegas estão perfeitamente integradas nas classes e não têm problemas, para
acompanhar os conteúdos normais do currículo do ensino comum (Fernandéz Dols etacompanhar os conteúdos normais do currículo do ensino comum (Fernandéz Dols et
al. 1991). Porém, é necessário que a escola contemple as necessidades educativas
especiais dessas crianças, que mais uma vez, decorrem das características dos canais
i i b tit i ã i t ã bilid d àsensoriais que substituem a visão, a orientação e a mobilidade e o acesso à
informação escrita.
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O atendimento dessas crianças deve se dirigir 
fundamentalmente para as dificuldades que elas 
apresentam decorrentes da falta ou deterioração do canalapresentam, decorrentes da falta ou deterioração do canal 
visual da coleta de dados. Por isso, as pessoas encarregadas 
da educação das crianças cegas e deficientes visuais devem 
conhecer as características mais importantes do 
desenvolvimento e da aprendizagem, para poderem 
adaptar suas ações às peculiaridades das crianças.
Cada criança deverá receber uma educação de acordo comCada criança deverá receber uma educação de acordo com 
o grau de deficiência que possui e de acordo com sua 
própria história familiar e educativa. O(a) educador(a) deve 
aproveitar ao máximo a visão funcional que a criança 
possui.
Se os pais, se os professores não entenderem as formas 
particulares de que a criança cega dispõe para aparticulares de que a criança cega dispõe para a 
aprendizagem, podem ocorrer problemas para o 
desenvolvimento dela.
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O Desenvolvimento Social do Cego
Nas primeiras etapas da vida da criança cega, a intervenção educativa deve ser mais dirigida aos pais e
educadores do que à estimulação do desenvolvimento e da aprendizagem da criança. Desde que nasce,
O Desenvolvimento Social do Cego
como vimos, o bebê possui sistemas alternativos para a visão que possibilitam que ela interaja com os
adultos, desde que estes saibam interpretar as vias alternativas que as crianças dispõem para
comunicação.
Os pais e todos aqueles que cuidam da educação da criança com deficiência visual devem ter
conhecimento não só sobre a capacidade da criança, mas também sobre as vias alternativas que, na
ausência da visão, ela utiliza, para conhecer o mundo. Todos os que lidam com a criança cega precisam
compreender que, embora tenha uma deficiência visual séria, ela possui muitas capacidades que lhe
permitirão desenvolver‐se bem e ter uma vida escolar normal.
Neste sentido, e na medida do possível, a intervenção deve ser feita de forma conjunta com a criança eNeste sentido, e na medida do possível, a intervenção deve ser feita de forma conjunta com a criança e
seus pais. É interessante, por exemplo, que os pais assistam a vídeos sobre o desenvolvimento de alguma
criança cega, se possível,de seu próprio filho, nos quais se mostram suas capacidades: o sorriso, o
reconhecimento das vozes, o papel das crianças nos jogos que implicam turnos conversacionais, etc. (Coll e
l b d )colaboradores, 2004).
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O Desenvolvimento Social do Cego
O adulto deve ter conhecimento das dificuldades que a criança não‐vidente tem, para conhecer os objetos
com os quais tem contato tátil e os mecanismos e as idades em que se produz a coordenação
O Desenvolvimento Social do Cego
audiomanual, para estimularem os jogos com objetos de forma apropriada às características perceptivas
da criança cega.
No caso de o bebê não ser totalmente cego e contar com resquícios visuais mais ou menosNo caso de o bebê não ser totalmente cego e contar com resquícios visuais mais ou menos
evidentes, os pais devem aproveitar essa visão funcional, sem deixar de lado a estimulação
tátil e auditiva.
A partir dos nove ou dez meses, devem incentivar ao máximo o jogo compartilhado com
objetos e falar com as crianças sobre os brinquedos que têm em suas mãos e sobre os que
emitem som.emitem som.
No que diz respeito à mobilidade, também, é necessário que os pais ou os responsáveis pela
criança cega na educação infantil saibam de suas possibilidades. É necessário, também, nesseç g ç p , ,
aspecto, incentivar o máximo a utilização da visão funcional da criança. No caso da criança não
possuir resquícios visuais aproveitáveis, devem‐se respeitar as características do
desenvolvimento motor na ausência de visão e não forçar condutas que, como o engatinhar,
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
não são funcionais para um cego.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Desenvolvimento Social do Cego
É necessário estimular o desenvolvimento da mobilidade autônoma e o conhecimento do
espaço, evitando tanto os possíveis perigos, quanto à proteção excessiva da criança.
O Desenvolvimento Social do Cego
p ç p p g q p ç ç
Uma das aprendizagens mais complexas para uma criança cega ou deficiente visual é conhecer
o espaço em sua volta e mover‐se nele de forma autônoma.
Os sistemas sensoriais que pode utilizar são menos apropriados que a visão para o
conhecimento do espaço e para a mobilidade Os(as) educadores(as) e pais têm uma
importante tarefa a desempenhar no momento de suprir as necessidades especiais dos não‐
videntes na orientação espacial e mobilidade.
O i d j d d l i d i i i d l difOs pais podem ajudar no desenvolvimento da criança, interagindo com elas nas diferentes
situações da vida doméstica, utilizando músicas e jogos. É possível também usar exercícios,
para estimular o desenvolvimento motor e o conhecimento do próprio corpo. A criança deve
receber orientação sobre o espaço da casa progressivamentereceber orientação sobre o espaço da casa, progressivamente.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Para isso, os pais devem criar ambientes atraentes para o 
bebê cego, identificando com estímulos apropriados os 
diferentes cômodos e orientando a criança para elesdiferentes cômodos e orientando a criança para eles, 
seguindo sempre o mesmo caminho com a ajuda de 
descrições verbais simples. Tudo isso deve ser feito, 
potencializando ao máximo a visão funcional da criança. 
Quando a criança ingressa na educação infantil, a 
preocupação dos(as) educadores(as) deve ser também em 
termos de orientação mobilidades e habilidades da vidatermos de orientação, mobilidades e habilidades da vida 
diária, pois, o objetivo é conseguir um nível de autonomia 
similar ao das outras crianças da escola. 
Assim, é importante que a criança conheça o entorno da 
escola, e que perca o medo do desconhecido, para poder 
brincar e participar das atividades com as demais crianças.
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No período pré‐escolar, é necessário o movimento da 
criança pelos diferentes caminhos da escola, acompanhada 
por alguém que lhe dará informações verbais simplespor alguém que lhe dará informações verbais simples.
A partir dos sete ou oito anos, a instrução em mobilidade 
pode ser complementada com a utilização de maquetes ou 
jogos de construção que representem os ambientes e os 
caminhos (Huertas, 1989).
Também, é importante a orientação para conhecimento de 
espaços mais distantes (o bairro e a cidade) pelos quaisespaços mais distantes (o bairro e a cidade) pelos quais,  
necessita mover‐se em sua vida diária.
Estudos e pesquisas têm revelado que as pessoas cegas 
dispõem de capacidades básicas, para moverem‐se e 
orientarem‐se no espaço, sendo capazes de recolher 
informações procedentes dele, mediante uma série de 
sistemas alternativos (auditivo tátil e sinestésico) que lhessistemas alternativos (auditivo, tátil e sinestésico) que lhes 
sejam adequados, para elaborarem esquemas e 
capacidades funcionais (Coll e colaboradores, 2004).
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Vamos tratar na sequência sobre o acesso à língua escrita: 
O sistema braile.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Acesso à língua escrita O sistema braile
Quando uma criança deficiente visual tem de aprender a ler, o primeiro passo é decidir se isso
deve ser feito em código normal, em tinta, ou em Braille.
O Acesso à língua escrita: O sistema braile
g
Esta decisão deve ser tomada pela equipe multiprofissinal que atende a criança, levando em
consideração as suas peculiaridades específicas. Em qualquer situação, é preciso contar com
um bom informe oftalmológico e uma avaliação precisa da visão funcional. De maneia geral,
devem se potencializar ao máximo os resquícios visuais que a criança apresenta.Sempre que
possível, deve‐se utilizar o sistema em tinta, já que existem sistemas de ajuda tecnológicas
suficientes ‐ sistemas reprográficos, lupas, computadores ‐ para ampliar as letras e torná‐las
visíveis para os deficientes visuais.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O Acesso à língua escrita O sistema braileO Acesso à língua escrita: O sistema braile
ALFABETO BRAILE: Letras
Braille é um sistema de leitura com
o tato para cegos inventado pelo
francês Louis Braille. L. BrailleA                 B                C                D               E               F
perdeu a visão aos três anos.
Quatro anos depois, ele ingressou
no Instituto de Cegos de Paris. EmG H I J K L
1827, então com dezoito anos,
tornou‐se professor desse instituto.
Ao ouvir falar de um sistema de
G                H               I                J               K               L
pontos e buracos inventado por um
oficial para ler mensagens durante
a noite em lugares onde seria
i d l L B ill f
M                 N                O                P               Q               R
perigoso acender a luz, L. Braille fez
algumas adaptações no sistema de
pontos em relevo.
S                 Z                T                U                 V                  W
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X               Y                  Z 
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O Acesso à língua escrita O sistema braileO Acesso à língua escrita: O sistema braile
ALFABETO BRAILE: Outra Configuração
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O Acesso à língua escrita O sistema braileO Acesso à língua escrita: O sistema braile
ALFABETO BRAILE: Números
A representação dos números
segue a ordem alfabética: 1=A,
2=B, 3=C e assim por diante,Sinal Numérico
formando os 10 algarismos
numéricos (0 a 9).#
Para indicar que é um número,
basta adicionar a representação de
"#" antes do símbolo. Conforme o
exemplo abaixo:
1              2             3             4              5              6
7 8 9 0
#                       5                      0 
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7              8             9             0              
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O Acesso à língua escrita O sistema braileO Acesso à língua escrita: O sistema braile
ALFABETO BRAILE: Pontuação
Vírgula             Ponto e Vírgula     Dois Pontos        
Operador de
Casa de Milhar
Ponto Decimal Ponto Final
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O Acesso à língua escrita O sistema braile
Se pelo tipo de deficiência, por exemplo ‐ uma doença degenerativa do sistema visual ‐ for
aconselhável a aprendizagem do Braille, mesmo que a criança disponha de resquícios visuais
O Acesso à língua escrita: O sistema braile
p g q ç p q
importantes, o ensino deve ser feito associando as informações táteis e visuais, visto que
diversos estudos demonstram que a aprendizagem visual do Braille é mais fácil que a tátil.
No caso do uso do Braille, é importante criar motivação na crianças e expectativas nos pais por
esse tipo de leitura. Embora a leitura tátil seja mais lenta que a visual, é possível que
proporcione uma compreensão muito boa dos textos.
Hoje, já existem diversos instrumentos tecnológicos capazes de ajudar as pessoas cegas e
deficientes visuais na leitura e na escrita. Os mais importantes são, sem dúvida, os que
d d d i f á i A l d f l d idecorrem do avanço da informática. Atualmente, o mercado oferece teclados, impressoras,
sintetizadores de voz, programas informáticos, etc, que permitem ao cego ou ao deficiente
visual, um acesso maior à comunicação e à língua escrita.
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O Acesso ao Conhecimento Matemático
A criança cega ou deficiente visual possui as mesmas condições, para aprender matemática
que uma criança considerada normal, contudo, é necessário que o(a) professor(a) faça as
O Acesso ao Conhecimento Matemático
q ç q ( ) p ( ) ç
adaptações das representações gráficas e dos recursos didáticos que irá utilizar. No ensino da
matemática, um instrumento a ser utilizado é o ábaco (ou soroban) que é de origem japonesa.
Uma técnica complementar que pode ser utilizada com bons resultados é o incentivo ao
cálculo mental, que deve ser estimulado desde o início da aprendizagem.
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Vamos ver agora alguns indícios de como o Professor pode 
perceber se a Criança tem sinais de deficiência visual:
Observando a criança, é possível identificar alguns sinais 
indicativos de problemas relacionados à visão. Entre eles:
• Irritação constante nos olhos;
• Aproximação do rosto junto ao papel, quando
escreve ou lê;
• Dificuldade para copiar material do quadro à• Dificuldade para copiar material do quadro à
distância;
• Cabeça inclinada para ler ou escrever, como se
procurasse um ângulo melhor para enxergar;
• Tropeços freqüentes por não enxergar pequenos
obstáculos no chão;
• Olho trêmulo;
• Estrabismo (vesgo);• Estrabismo (vesgo);
• Dificuldade para enxergar em ambientes muitos
claros ou escuros.
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Agora que você já aprendeu sobre como identificar se a 
criança tem ou não os sinais, vamos ver o que você, na 
qualidade de professor pode fazer:qualidade de professor, pode fazer:
• Orientar os pais para que procurem um médico
especialista em visão (oftalmologista);
• Nunca usar colírio ou outros medicamentos sem
recomendação médica;
• Na sala de aula, deve ler ou pedir para alguém ler o
que está escrito no quadro;que está escrito no quadro;
• Procurar apoio do colega especializado, que
ensinará a criança o sistema Braille e acompanhará o processo
de aprendizagem da criança.
• Disponibilizar o material de estudo sob a forma de
textos ampliados, textos em Braille, textos e aulas gravadas
em áudio ou em disquete;
• Possibilitar o uso de auxílios ópticos e• Possibilitar o uso de auxílios ópticos e
computadores com programas adaptados, assim como apoio
para o trabalho de laboratório e de biblioteca.
• Possibilitar o uso de formas alternativas nas provas:
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o aluno pode ler o que escreveu em Braille, fazer gravação em
vídeo ou escrever com tipos ampliados;
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Continuando...
• Ampliar o tempo disponível para realização das• Ampliar o tempo disponível para realização das
provas;
• Evitar dar uma prova diferente, pois, isso pode ser
considerado discriminatório.
• Ajudar só na medida do necessário.
• Ter um comportamento o mais natural possível,
sem super proteção, mas sem ignorá‐lo.
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Esse breve estudo que fizemos, quanto ao desenvolvimento 
e a educação das crianças cegas ou com resquícios de visão, 
nos indica que é preciso aprofundar nossos conhecimentosnos indica que é preciso aprofundar nossos conhecimentos 
para melhor compreendê‐las e podermos orientá‐las o mais 
adequadamente possível, quanto às suas necessidades. 
Um aspecto importante que, como educadores(as), não 
podemos desconsiderar, é que essa criança cega ou com 
resquício de visão tem condições para aprender portantoresquício de visão tem condições para aprender, portanto, 
depende da gente, do nosso trabalho, voltado para  ajudá‐la. 
O que não podemos, é atravancar o desenvolvimento dela 
por falta de conhecimento nosso sobre suas possibilidades.
Da mesma forma, as crianças surdas ou com pouca audição, 
também elas podem aprender os conteúdos ensinados àstambém elas podem aprender os conteúdos ensinados às 
crianças que ouvem. Basta conhecermos suas capacidades. É 
o que faremos no próximo módulo. Antes, porém, procure 
fazer a atividade seguinte, como forma de refletir sobre o 
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual
que estudamos neste módulo.
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DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Você já ensinou alguma criança com deficiência 
visual? Como se sentiu diante da responsabilidade p
de ensiná‐la? Que dificuldades foram mais 
presentes na sua prática pedagógica? 
Módulo IX – Desenvolvimento e Educação da Criança com Deficiência Visual

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