Buscar

RESPOSTA IMUNE AOS PATÓGENOS FINAL


Continue navegando


Prévia do material em texto

RESPOSTA IMUNE AOS PATÓGENOS
Dionatas G. Ribeiro1,Milena M. Nascimento2
1Graduando do Curso de Ciências Biológicas -Universidade Federal de Goiás-Regional Catalão (UFG-REC)
E-mail: dionatasribeiro@hotmail.com
2Graduanda do Curso de Ciências Biológicas -Universidade Federal de Goiás-Regional Catalão (UFG-REC)
E-mail:nena.mrts@gmail.com
INTRODUÇÃO
Os patógenos podem ser considerados como agentes infecciosos de animais e plantas, causando assim, uma ampla gama de doenças em determinado hospedeiro. Podem surgir de demasiadas formas, sendo esta através do ar; sangue; outros fluídos corporais; via oral ou fecal; relações sexuais; entre outros. (Sciberbrain). Os patógenos podem ser classificados em: Oportunistas, o qual o organismo só será infectado e terá a doença quando ocorrerem baixas nas defesas imunológicas e podem também ser considerados como Primários, o qual causará doença no organismo, mesmo que o indivíduo esteja saudável. (SANTOS, Vanessa). A interação destes patógenos com o sistema imune pode variar de acordo com o tipo do organismo agressor: bactérias, vírus, fungos, protozoários, e vermes parasitas (Alberts B. 2002). Este tipo de interação pode oferecer um grande prejuízo ao sistema imune do hospedeiro, o qual poderá responder de várias maneiras. A primeira resposta consiste na imunidade inata até que a imunidade adaptativa esteja pronta para agir. Diferente da resposta imune inata, a adaptativa responde especificamente contra os diferentes agentes invasores e, após o primeiro contato, em geral, gera células de memória. (Coelho A. 2009). Embora a resposta imune seja fundamental para a defesa contra a maioria de agentes infectantes, têm sido acumuladas nos últimos anos evidências de que em muitas doenças infecciosas os principais aspectos patológicos não estão relacionados com uma ação direta do agente agressor, mas sim com uma resposta imune anormal (MACHADO, 2014). O estudo das interações entre patógenos e o sistema imune em pacientes portadores de doenças infecciosas têm fornecido modelos clínicos extraordinários para investigação dos mecanismos básicos da regulação da resposta imune humana. A hanseníase é um exemplo importante (MARIA, 2002). Sendo assim, este trabalho tem como objetivo, discutir a resposta imune aos diversos tipos de patógenos e sua interação com o sistema imunológico.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
1.0 Resposta imune a bactérias 
As bactérias são os microrganismos que mais frequentemente causam infecções no homem. Tanto as barreiras naturais contra os agentes infectantes, como a imunidade inata e a adaptativa participam do mecanismo de defesa contra as bactérias (MACHADO, 2004). A contenção da invasão do patógeno no hospedeiro exige uma resposta rápida, geralmente promovida pelo sistema imune inato, o qual se desenvolve prontamente e precede à expansão clonal de linfócitos antígenos específicos. O sistema imune inato consiste de células NK, complemento, proteínas plasmáticas e células fagocíticas (ISMAIL et al., 2002) Os principais mecanismos envolvidos na infecção bacteriana são: a) contato com as células do hospedeiro; b) proliferação; c) invasão do tecido e d) indução de lesões teciduais principalmente por liberação de toxinas (M. Arlete, 2009).
Bactérias Intracelulares
Devido a sua localização, a eliminação de bactérias intracelulares requer mecanismos mediados por células. O passo inicial para a eliminação do patógeno envolve componentes do sistema imune inato, tais como células fagocíticas, células NK (natural killer), produção de citocinas e quimiocinas (M. Arlete, 2009). Estes componentes atuam como um efeito direto antifúngico pela destruição do patógeno e como uma função instrutiva nas células do sistema imune adaptativo, da indução de atividades co-estimulatórias e da apresentação de antígeno (ROMANI, 2004). 
Bactérias Extracelulares
Os macrófagos são, geralmente, as primeiras células a interagir com corpos estranhos, por estarem presentes nas portas de entrada do organismo. Dependendo do receptor utilizado e do estágio de diferenciação, essas células podem produzir vários produtos secretórios, incluindo citocinas e quimiocinas que mobilizam outras células para o tecido (GORDON, 1998).
2.0 Resposta imune a vírus
	
A despeito dos múltiplos mecanismos de defesa contra os vírus, as doenças virais não só são comuns, como hoje representam uma das mais importantes doenças infecciosas associadas com a mortalidade da população. Na fase inicial das infecções virais, o controle dessas infecções é feito pelos interferons tipo I (IFN-α e IFN-β), pelos macrófagos e pelas células NK. Os interferons tipo I são produzidos por células infectadas por vírus e, ao interagir com uma célula não infectada, têm a propriedade de protegê-la contra a infecção, além de colaborar com a resposta imune adaptativa (JUNIOR, 2010).
A despeito de os vírus serem agentes intracelulares, os anticorpos têm papel importante no combate às infecções virais, desde que, por ocasião da propagação da infecção viral, após multiplicarem-se em células infectadas, os vírus rompem essas células, ficando livres até a penetração em outra célula. Nessa fase extracelular os anticorpos podem ligar-se aos vírus e, por meio do mecanismo de neutralização, impedir que eles penetrem uma célula não infectada. Alternativamente, anticorpos podem ser adjuvantes no mecanismo de citotoxicidade celular dependente de anticorpos, ao se ligar às células infectadas, permitindo a ação das células NK (ABBAS, 2015).
3.0 Resposta imune a parasitas
O termo parasita muitas vezes é utilizado para se referir a qualquer tipo de patógeno, entretanto, formalmente, essa denominação se reserva aos patógenos metazoários, dentre eles os protozoários, helmintos e ectoparasitas. Diversas enfermidades, consideradas como problemas de saúde pública, como a Malária, a Doença de Chagas e a Esquistossomose são causadas por parasitas (M. Arlete, 2009). Os protozoários só causam doença em uma parcela dos indivíduos infectados, indicando que o sistema imune não permite, na maioria das vezes, a multiplicação em grande escala. Portanto, este agente pode permanecer no organismo do hospedeiro por toda a sua vida sem causar danos. (Machado, 2004). Vários componentes da resposta imune inata participam do mecanismo de defesa contra os protozoários, mas esses micro-organismos podem escapar dessa defesa (ISMAIL, 2002). A resposta imune exacerbada pode causar dano tecidual, uma atuação equilibrada do sistema imunológico é muito importante para a contenção do parasita sem destruição tecidual. (Machado,2004). 
4.0 Resposta imune contra fungos
Pacientes com deficiência na imunidade inata, como doença granulomatosa crônica ou neutropenia, são extremamente sensíveis a uma variedade de infecções, entre elas, as fúngicas (LORENZ; FINK, 2002). O reconhecimento do fungo invasivo pelo sistema imune inato é o primeiro passo para a ativação de uma resposta imunológica rápida, o que assegura a sobrevivência após a infecção. Macrófagos nem sempre têm a sua capacidade fagocítica associada à sua capacidade de destruir microrganismos invasores. A fagocitose de C. albicans, quando não acompanhada de morte do fungo, pode favorecer a disseminação deste patógeno, pois os macrófagos não ativados, além de servir como veículos para a sua disseminação, protegem o fungo de outros mecanismos de resposta imune inata (COSTA, 2008). O sistema imune responde contra fungos ou micoses pricipalemnte através de fagócitos que utilizam a enzima NO sintase induzida e outros mediadores secretados para a destruição desses patógenos. A participação de IFN- γ é imprescindível pois aumenta a capacidade fungicida dos fagócitos, favorecendo a destruição dos patógenos. Assim a ativação de linfócitos TCD4 do perfil Th1 é considerada protetora. O TNF- β também é uma citocina importante desde que está envolvida com a formação do granuloma para conter o patógeno ((M. Arlete 2009).
CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS
  O Sistema imunológico dispõe de diversas maneiras de controle contra patógenos. Algumasvezes por razões de uma baixa da imunidade, este organismo pode estar sujeito à infecções mais graves e mais complicadas de cura. Mesmo que haja patógenos primários que ataquem células e tecidos quando a taxa imunitária se encontre alta, cuidar da saúde e consequentemente assim da imunidade no geral é de extrema importância para nosso bem estar e de todos que convivemos (visando que algumas destas infecções podem ser transmissíveis). 
A  interação do sistema imune com os agentes infecciosos ocorre de uma maneira dinâmica, com mecanismos de controle da infecção e de escape sofisticados. Na maioria dos casos, melhorias em condições de saneamento básico e higiene, podem ser de grande auxílio na redução da incidência dessas doenças. Vale ainda ressaltar que a resposta imune está diretamente relacionada com o tipo de agente agressor e a intima relação que existe entre parasita e hospedeiro. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
(MACHADO, 2004). GORDON, S. The role of the macrophage in immune regulation. Immunologic Research, Basel, v. 149, n. 7-8, p. 685-688, 1998.
(MACHADO, 2004). ROMANI, L. Immunity to fungal infections. Nature reviews: Immunology, London, v. 4, n. 1, p. 1-13, 2004.
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv.. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
Alberts B, Johnson A, Lewis J, et al. Molecular Biology of the Cell. 4 th edition. New York: Garland Science; 2002. Introduction to Pathogens. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK26917/. Acesso em 28 de novembro de 2019. 
http://blog.sciberbrain.com.br/o-que-sao-patogenos-e-por-que-e-importante-conhece-los/ Acesso em ...
http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/208/209 Acesso em...
ISMAIL, N.; OLANO, J. P.; FENG, H.; WALKER, D. H. Current status of immune mechanisms of killing of intracellular microorganims. FEMS Microbiology Letters, Amsterdam, v. 207, n. 2, p. 111-120, 2002.
JUNIOR, Danilo. et al. Sistema Imunitário – Parte II Fundamentos da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B. Rev Bras Reumatol 2010;50(5):552-80.
LORENZ, M. C.; FINK, G. R. Life and death in a macrophage: role of the glyoxylate cycle in virulence. Eukaryotic Cell, Washington, v. 1, n. 5, p. 657–662, 2002.
M. Arlete. Resposta imune a doenças infecciosas. Medicina (Ribeirão Preto) 2009;42(2): 127-42.
MACHADO, Paulo. Mecanismos de resposta imune às infecções. An bras Dermatol, Rio de Janeiro, 79(6):647-664, nov/dez. 2004.
SANTOS, Vanessa Sardinha Dos. "O que é patógeno?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-patogeno.htm. Acesso em 28 de novembro de 2019.