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1 2 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A Comunicação e seus Conceitos Podemos iniciar este módulo com a seguinte afirmação: A comunicação é a principal variável de auxílio à propagação das ideias e atuações das organizações. Sabe por quê? Vamos entender. Uma organização é formada por pessoas que estão dispostas em setores, departamentos, salas etc. Apesar de fisicamente se encontrarem todas bem próximas umas das outras, em virtude dos desenhos organizacionais acabam se distanciando, dificultando assim, o fluxo de comunicação. Berlo, 1989, nos diz que “uma organização de qualquer espécie só é possível através da comunicação. É exatamente a comunicação entre os elementos que a faz uma organização e não elementos à parte, isolados e desorganizados”. Porém, como estamos falando de organizações não podemos pensar que a comunicação inexiste. Ela existe sim, contudo de forma não-pessoal, ou seja, o contato pessoal é substituído por outros tipos de contatos distanciados, como o telefone, a intranet ou o e-mail. A comunicação escrita é também um meio de comunicação intra-organizacional bastante utilizado, pois além de comunicar ela tem a função de fazer o registro de todas as informações que são repassadas aos colaboradores. Com ela é possível armazenar e organizar todas as informações da organização. É também, através da comunicação que o RH realiza seu trabalho de diminuir as distâncias entre colaboradores e o que é mais difícil, entre colaboradores e a administração das instituições. A importância da comunicação para a gestão de recursos humanos é tão grande que muitas empresas a consideram como uma importante prioridade estratégica. Observe: Do latim communicare, a expressão comunicar significa “pôr em comum” ou “tornar comum”. Todas as atividades humanas envolvem a comunicação, de alguma forma, em suas muitas manifestações. Desde os primórdios o homem sente a necessidade imperiosa de trocar idéias, sentimentos e experiências. Até a invenção da escrita, há aproximadamente 5 mil anos, essas transmissões eram passadas oralmente, de geração a geração. Com a criação da tipografia, há aproximadamente 500 anos, as informações passaram a ser registradas, sendo esse conhecimento acumulado e compartilhado. Em pleno século XXI, o que vemos é uma “aldeia global”, em que as informações cruzam o planeta em Fluxo de comunicação positivo Demais fluxos produtivos positivos Fluxo de comunicação negativo Demais fluxos produtivos negativos 3 “Processo tão natural como respirar, comer, beber água, rir, chorar ou caminhar, a comunicação é a força que movimenta a vida das pessoas, das empresas e das sociedades”. questão de segundos e, em muitos casos, concomitantemente aos acontecimentos. “O mundo da comunicação é vastíssimo, embora ainda seja predominante a idéia da comunicação verbal, falada e escrita. Existem, porém, muitos outros meios de comunicação, como gestos, imagens, sons, artes e até o sinal do computador, que constituem formas de comunicação não-verbal”.(Andrade, 2004, p.15) A Comunicação e seus elementos Comunicar significa, basicamente tornar uma informação comum a todos, onde seu objetivo vai muito mais além do que o simples ato de comunicar. Prioritariamente, é necessário que esta informação seja entendida de forma correta por todas que a ela tiverem acesso. Este entendimento é o que chamamos de feedback e servirá como termômetro para as empresas medirem o nível de comunicação entre seus colaboradores. Os elementos principais que atuam no processo de comunicação são os seguintes: Mensagem: pode ser considerado o principal elemento do processo de comunicação, pois o mesmo será realizado com o intuito de transmiti-la e representa o recado, a informação que se quer repassar; Emissor: responsável pelo envio da mensagem. A informação parte dele; Receptor: aquele a quem a mensagem se destina. Ele recebe a mensagem; Canal: meio pelo qual a mensagem será transmitida. Código: é o tipo de linguagem utilizada para realizar a comunicação, podendo ser escrita, falada, ilustrada etc. Feedback: representa um retorno da mensagem que foi anteriormente transmitida, onde este retorno poderá ser positivo ou negativo. 4 “A comunicação só se realiza quando os seus elementos funcionam adequadamente”. Observe o esquema a seguir: Os Elementos da Comunicação A comunicação é um processo e, como todo processo, envolve alguns elementos fundamentais, conforme segue: ATENÇÃO: Importante observar que o canal escolhido pelo emissor para transmitir uma mensagem deverá ser acessível a quem vai recebê-la, no caso o receptor. EMISSOR MENSAGEM CONTEXTO CÓDIGO CANAL RECEPTOR MENSAGEM 5 Fonte: Nascente de mensagens e iniciadora do ciclo da comunicação (pessoa, máquina, organização, instituição) de onde provém a mensagem, no processo comunicacional. Emissor: Um dos protagonistas do ato da comunicação, aquele que, num dado momento, emite uma mensagem para um receptor ou destinatário. Receptor: Um dos protagonistas do ato da comunicação: aquele a quem a mensagem é dirigida, aquele que recebe a informação e a decodifica, isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em mensagem recuperada. Mensagem: Comunicação, notícia ou recado verbal ou escrito. Estrutura organizada de sinais que serve de suporte à comunicação. A mensagem é o objeto da comunicação, “é um produto físico real do codificador/fonte” (David Berlo). “Quando conversamos, o discurso é a mensagem; quando sorrimos, a alteração característica da face é a mensagem; quando somos surpreendidos, o silêncio e a imobilidade momentânea são a mensagem.” (Marcelo Casado d” Azevedo) Ruído: Todo sinal considerado indesejável na transmissão de uma mensagem por um canal. Tudo o que dificulta a comunicação interfere na transmissão e perturba a recepção ou a compreensão da mensagem. Canal (meios de comunicação): Todo suporte material que veicula uma mensagem de um emissor a um receptor, através do espaço e do tempo. Meio pelo qual a mensagem, já codificada pelo emissor, atinge o receptor, que a recebe (em código) e a interpreta (decodifica). Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente. Código: Conjunto de signos relacionados de tal modo que estejam aptos para a formação e transmissão da mensagem. Por exemplo, a escrita é um código que permite transformar uma mensagem acústica em uma mensagem gráfica. Signos: combinação de um significado com um significante. Em bola, por exemplo, a seqüência de sons b-o-l-a é o significante, e a idéia do objeto é o significado. Linguagem: Qualquer sistema de signos (não só vocais ou escritos, como também visuais, fisionômicos, sonoros, gestuais etc) capaz de servir a comunicação entre os indivíduos. Língua: É o produto social da faculdade da linguagem de uma sociedade. É um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício da linguagem. 6 NÃO ESQUECER: Elementos fundamentais da comunicação: Emissor Receptor Mensagem Referente Canal Código Feedback A Evolução da Comunicação Empresarial A comunicação empresarial vem sofrendo ao longo do tempo uma importante evolução. Ela passa de uma simples ferramenta de contato entre as pessoas e se transforma numa importante arma de apoio à integração institucional. O momento é de surgimento de um moderno estilo de distribuição de conteúdos, com linguagens, técnicas e conteúdos totalmente diversos do que tínhamos no cenário antigo das organizações. A comunicação hoje, não atua somentecom o objetivo de repassar informações, ela vai mais além e representa a principal forma de interação entre colaboradores e administração superior. Ela é utilizada no interior das instituições para multiplicar conhecimentos e disseminar novas idéias. Antigamente, o bom colaborador era avaliado por sua carga de conhecimento. Hoje, o cenário é inverso e o nível de habilidade no repasse de informações e conhecimentos é que faz do colaborador interessante ou não para a organização. Fontes: Dicionário de Comunicação – Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Barbosa – Elsevier Editora e Novo Aurélio – Dicionário da Língua Portuguesa Século XXI, apud MATOS. 7 “... a retroação (feedback) é sempre fundamental, pois torna a comunicação um processo de duas vias que se realimenta natural e espontaneamente”. “Para muitos autores, a comunicação representa a compreensão não apenas do visível e supérfluo, mas, também, do invisível e profundo”. A Comunicação Empresarial A Empresa e a Comunicação Empresarial “O mais importante na comunicação é SABER OUVIR, para poder compreender e interpretar com exatidão o conteúdo da mensagem transmitida e a intenção do seu emissor, favorecendo, assim, o RETORNO DA INFORMAÇÃO, que marca o início do DIÁLOGO, que, por sua vez, pode garantir a qualidade do RELACIONAMENTO HUMANO. Muitos desentendimentos, brigas, rupturas, guerras e conflitos sociais seriam evitados e solucionados pelo simples entendimento dessa questão de BOM SENSO” (MATOS, 2004, p.7). Para CHIAVENATO, em seu texto intitulado Comunicação sem Complicação “muitas definições utilizadas na literatura administrativa enfatizam o uso de símbolos e imagens para transferir o significado da informação. Para muitos autores, a comunicação representa a compreensão não apenas do visível e supérfluo, mas do invisível e profundo. Os elementos profundos e simbólicos envolvidos na cultura é que dão o significado para o processo visível de comunicação. Para outros autores, a comunicação é um processo pessoal que envolve o intercâmbio de comportamentos. Para outros a comunicação não depende da tecnologia, mas fundamentalmente das forças nas pessoas e nas situações. Ela é um processo que ocorre dentro das pessoas em diferentes situações. Essa perspectiva pessoal na comunicação alega que as pessoas tendem a assumir conhecimento que as outras pessoas têm e se comunicam nessa mesma base. A aprendizagem depende disso. Mas, a comunicação pode ter outras implicações”. 8 “Empresas de destaque em qualquer lugar do mundo montam departamentos exclusivos de comunicação para trabalhar seus públicos interno e externo...”. Ainda de acordo com Idalberto Chiavenato “alguns autores enfatizam que o significado mais importante que as pessoas compartilham com outras é transmitido através do comportamento. O intercâmbio de comunicação entre as pessoas proporciona a maneira pela qual elas se influenciam reciprocamente. Em outras palavras, os comportamentos são vitais para o processo de comunicação. E o intercâmbio pessoal e comportamental da comunicação assume muitas formas, desde a comunicação não-verbal, passando pela comunicação interpessoal até a comunicação massiva através da mídia e da tecnologia. E a retroação (feedback) é sempre fundamental, pois torna a comunicação um processo de duas vias que se realimenta natural e espontaneamente. Além disso, comunicação tem a ver com as influências externas que recebemos (como sensação, percepção). Tem a ver com os processos internos (como interpretação, compreensão, significado, atribuição, atenção). Assemelha-se as influências externas que provocamos em nossos semelhantes (como influenciação, liderança, motivação, sugestão, emulação). Mas, acima de tudo, a comunicação análoga ao relacionamento, interação, conectividade, convivência, coesão, compartilhamento, cooperação, comprometimento, aprendizado, mudança, inovação. E também com ética, transparência e responsabilidade”. As Muitas Formas da Comunicação Como vimos anteriormente o processo de comunicação não se limita apenas às formas falada e escrita. O importante no desenvolvimento das funções organizacionais é interagir com os diversos meios. Daí ser tão importante o sistema organizacional no processamento das funções internas e do relacionamento das organizações com o meio externo. Empresas de destaque em qualquer lugar do mundo montam departamentos exclusivos de comunicação para trabalhar seus públicos interno e externo, visando a desempenhar melhor a comunicação entre seus públicos, como a sociedade de uma maneira geral, formadores de opinião, consumidores, colaboradores (trabalhadores, distribuidores, fornecedores, parceiros), sindicatos, órgãos governamentais. Sempre tendo como referência básica o planejamento estratégico da empresa. Todas as ações de comunicação, nos dias atuais, estão preocupadas em agir de forma conjunta e integrada para mostrar a “personalidade” da empresa. Essa mostra, geralmente, é bem aceita principalmente se as empresas mostram preocupação com o social. 9 “No cotidiano da empresa, expressar-se por meio da palavra escrita, redigir, é uma prática comum e necessária entre os profissionais que nela trabalham”. A sociedade quer saber de que modo a empresa trata o meio ambiente e de onde retira as matérias-primas para a produção. Onde jogam seus resíduos, seus efluentes, se têm projetos de logística reversa, se usam materiais biodegradáveis, se há projetos de reutilização da água, se respeitam a camada de ozônio etc. As empresas estão investindo na construção de imagens empresariais confiáveis. A verdadeira ação de comunicação empresarial faz a integração entre a empresa e seus públicos, arrebentando com as ilhas internas de informação – guetos – e transforma a comunicação na interface entre todos os públicos de interesse desta empresa. A Comunicação Escrita Antes de iniciarmos este módulo precisamos ter em mente que colocar palavras no papel não é escrever um texto! Para que a escrita seja considerada um texto, é necessário haver significação, isto é, precisamos trabalhar as palavras, combiná-las de tal forma que o produto tenha significação, isto é, seja um texto. Falar é muito mais simples, pois não há grande preocupação com as regras gramaticais. Mas, quando escrevemos, há esse cuidado maior com a gramática normativa, preocupação com a clareza e seleção do vocabulário. Para PIMENTA, escrever bem é: Obedecer às regras gramaticais, evitando erros de sintaxe, de pontuação, de ortografia etc; Procurar a clareza, evitando palavras e frases obscuras ou de duplo sentido; Agradar ao leitor, empregando expressões elegantes e fugindo de um estilo muito seco. Para que a comunicação escrita seja eficaz, é necessário haver: Clareza e objetividade para que a mensagem implique uma resposta; Precisão para que o outro compreenda o que se está pensando; Persuasão para obter a colaboração e resposta esperada. 10 “... a retroação (feedback) é sempre fundamental, pois torna a comunicação um processo de duas vias que se realimenta natural e espontaneamente”. Um texto pode ser vazado em diversas formas, consoante a sua funcionalidade. Nunca é demais lembrar que uma redação comporta três partes: Introdução Desenvolvimento Conclusão É preciso tomar cuidado com: Interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras, cansaço, falta de iluminação etc.; Interferência cultural: palavras ou frases complicadas ou ambíguas, diferenças de nível social; Interferência psicológica: mensagem que contenha agressividade, aspereza, antipatia etc. No ato comunicativo, as idéias do remetente poderão ser conhecidas pelo destinatário, quando: O remetente transformar suas idéias em mensagem,associando-as a signos; O remetente enviar a mensagem, constituída de signos ao destinatário; O destinatário receber os signos, captando os significantes e entendendo os significados ou idéias a eles associados. A partir do momento em que o destinatário entender o significado, estará apto a produzir uma resposta, isto é, dar o feedback. Para escrever um texto de maneira original e criativa, para formar frases fluentes, bem estruturadas e de fácil assimilação, basta utilizar palavras conhecidas por todos. É bom lembrar que um texto simples não implica, necessariamente, a repetição de formas e frases desgastadas. Estrutura interna da comunicação escrita O texto é formado de parágrafos ou raciocínios progressivos. Normalmente, introduzimos no início do parágrafo a idéia central, também chamada de tópico frasal. Ele, uma vez identificado, ajuda-nos a separar o que é relevante do que não o é. Ao redor dessa idéia central, girarão as idéias secundárias ou complementares. 11 Função da linguagem é a colocação das palavras na composição do texto segundo a intenção do emissor de colocar algo para que aconteça a comunicação desejada. Concisão, Coerência e Coesão 1- Concisão: em oposição a textos prolixos que subestimam a compreensão (e a paciência) dos leitores, tornando-se enfadonhos, repetitivos e até irritantes. Ser conciso é escrever pouco e transmitir muito, com o cuidado de não prejudicar a clareza, é não “encher lingüiça”. a- Comunica com a medida precisa de palavras e idéias; b- Dispensa clichês; c- Preserva a exatidão e nitidez da informação; d- Evita excessos; 2- Coerência: responsável pela construção de sentido que garante a interpretabilidade do texto, a harmonia dos fatos ou idéias transmitidos, evita ruídos ou contradições que poderiam dificultar a compreensão da comunicação ou impossibilitar a proposição. a- coerência interna (não contradição do texto- elementos intratextuais); Ex.: Maria disse a João que iria na casa de Pedro. Logo depois, chegando à casa de Marcelo... b- coerência externa (não contradição do contexto- elementos extratextuais). Ex.: Chegando ao Rio de Janeiro ensolarado, o frio deixava nas planícies da cidade uma camada de neve que refletia as luzes da noite. 3- Coesão: há coesão em um texto quando se empregam de modo adequado conjunções, pronomes e vocábulos, quando não há ambigüidades, regências incorretas etc. Ex.: Achei a obra na biblioteca estragada. O fazendeiro vinha com um bezerro e a mãe dele. As Funções da Linguagem 12 Há uma correspondência entre os elementos da comunicação e as funções da linguagem, pois os objetivos a serem alcançados por meio da comunicação são variados, como observaremos a seguir: Função emotiva ou expressiva: ocorre quando o emissor é posto em destaque, centrada na sua emoção e opinião. É a linguagem presente nos livros autobiográficos, de memória, de poesias líricas, de bilhetes e cartas de amor. Subjetiva, nela prevalecem a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. Leia a seguir um trecho do texto intitulado Natal na barca de autoria de Lygia Fagundes Telles “Não quero nem devo lembrar aqui porque me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher, uma criança e eu.” Função referencial ou denotativa: ocorre quando o referente é posto em destaque. O emissor tem como objetivo fornecer informações, é a linguagem dos noticiários jornalísticos, dos artigos científicos, Já que visa traduzir a realidade. Objetiva, direta e denotativa, nela prevalece a 3ª pessoa do singular. Leia o texto (extraído do jornal Folha de São Paulo): “CHUVA ÁCIDA AFETA REGIÕES DO MUNDO” “Parte dos 120 mil km cúbicos de chuvas que, em média, a cada ano caem sobre os continentes, já não trazem mais a vida, mas a morte lenta e penosa para lagos, florestas, animais e pessoas numa escala sem precedentes, desde que a Segunda Revolução Industrial criou o motor a explosão e com ele libera a cada ano milhares de toneladas de resíduos combustíveis fósseis na atmosfera da Terra.” Função metalinguística: Esta função se caracteriza quando o código lingüístico é posto em destaque e este mesmo código passa aos receptores algum tipo de reflexão sobre o mesmo. Exemplos práticos desta função são os dicionários ou as aulas de idiomas. Leia este texto do lingüista Ferdinand de Saussure: “A língua é um sistema de signos que exprimem idéias, e é comparável, por isso, à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez, aos sinais militares etc. Ela é apenas o principal desses sistemas”. 13 É bom observar que não teremos sempre todas as funções da linguagem presentes em um texto. Mas, sempre haverá a predominância de um das funções. Para comunicar eficazmente é essencial planejar e organizar as idéias no texto, de tal que a redação clara concisa e objetiva. Função fática: Neste caso o destaque é para o canal. A mensagem ao ser transmitida será capaz de testar o canal. “Boa tarde”, “calem-se”, “alô’, são exemplos típicos. Função conativa ou apelativa: a ênfase é no receptor da mensagem. O objetivo principal é o de convencer ao receptor. Encontramos neste tipo de função o uso comum de verbos no imperativo, bem como em 2ª e 3ª pessoas, como nos casos dos textos publicitários que ilustram muito bem este tipo de função. Função poética: o destaque é para a própria mensagem e sua estrutura. Sua forma de ser organizada. As poesias e todos os demais textos literários ilustram esta função. Os Componentes de um Texto Componentes principais de um texto Plano de trabalho Organização Montagem de parágrafos Vejamos em seguida cada um destes componentes detalhadamente. 14 Parágrafo é a unidade de composição do texto que apresenta uma idéia básica à qual se agregam idéias secundárias relacionadas pelo sentido. Plano de trabalho *O que você quer comunicar? *Para quem você quer comunicar? (qual o perfil do interlocutor, “sua língua”) *Quando você vai comunicar? (agendar ou imediato) *Qual o meio/veículo vai utilizar? (e-mail, ofício, carta etc.) *Por que você vai comunicar? (o que você espera alcançar). O tempo investido em planejamento evita mal-entendidos que costumam aparecer e elimina a necessidade de contatos posteriores para "consertar" o que não ficou claro na primeira vez. Organização Como todo texto, a redação deve ter uma introdução ao assunto; em seguida, faça o desenvolvimento de suas idéias e, finalmente, chegue à conclusão ou desfecho. O texto da redação deve ser claro, direto, preciso, objetivo e conciso. Use frases curtas e evite demasiadas intercalações ou ordens inversas desnecessárias. Ele deve ter uma ordem direta que conduzirá o leitor à essência deste de forma objetiva. É importante lembrar que se deve anotar tudo o que vier à cabeça à medida que as idéias forem fluindo livremente. Depois, deve-se fazer uma seleção, organizar as idéias e finalmente preparar um roteiro com os principais pontos do que se pretende escrever, começando pelo principal. Montagem de Parágrafos Quando vamos produzir um texto, colocamos no papel todas as idéias que nos vêm à mente, sem muita ordem, mesmo que pareçam absurdas. Após isso, que podemos chamar de brainstorming ou tempestade de idéias, passamos a organizá-las e desenvolvê-las. Assim é que começaremos a construir os parágrafos. Eles se relacionam entre si, progressivamente, governados por uma idéia central, para a qual convergem as idéias periféricas ou secundárias. Os Tipos de Parágrafos Levando-se em contaos três tipos de textos, o parágrafo padrão apresenta-se de três modalidades diferentes, como segue: 15 “... de acordo com os objetivos de uma redação, haverá predominância de um tipo específico de tratamento do assunto, que pode ser a descrição, a narração ou a dissertação”. a) Parágrafo narrativo: quando identificamos no parágrafo, em princípio, os participantes (personagens) que criam uma tensão e um clímax, já que a matéria-prima da narração é um fato; b) Parágrafo descritivo: já que a matéria-prima da descrição é a caracterização de um objeto, ou pessoa, ou animal, ele é atemporal e o autor deverá transmitir a imagem mais próxima à realidade do que foi descrito; c) Parágrafo dissertativo: sendo a argumentação a matéria-prima da dissertação, esse parágrafo deverá apresentar o assunto a ser discutido, seu desenvolvimento e sua conclusão. Os Tipos de Textos Dificilmente um texto é puro, isto é, apresenta apenas características de um dos três tipos de textos: narrativo, descritivo ou dissertativo. Na maioria dos textos, há uma estrutura dominante de um dos três tipos. Porém, é fundamental conhecer essas diferentes formas de composição de textos para usá-las adequadamente, dependendo da comunicação a ser feita. “Só se descreve o que pode ser percebido sensorialmente; só se narra o que é factual, o que tem história, o que acontece no tempo; só se disserta com juízos, raciocínios e idéias. Quem disserta não conta fatos (função do texto narrativo), também não retrata seres, como nas descrições: cita os fatos para interpretá- los e relacioná-los, usa os seres nas articulações do raciocínio. Portanto, de acordo com os objetivos de uma redação, haverá predominância de um tipo específico de tratamento do assunto, que pode ser a descrição, a narração ou a dissertação”.(ANDRADE, 2004, p.119) A Narrativa e seus Elementos Básicos Narração é um relato centrado num fato ou acontecimento (o quê?); há personagens (quem?) atuando e um narrador que relata a ação. O tempo e o 16 O texto narrativo apresenta respostas para as perguntas: Como? Quando? Onde? Por quê? Nem sempre responde a todas elas. ambiente (ou cenário) são outros elementos importantes na estrutura da narração (quando? onde?). Nem sempre ocorrerá a presença de todos esses elementos no texto narrativo. Porém, os imprescindíveis são o fato e o narrador. ELEMENTOS BÁSICOS DA NARRATIVA São elementos da narrativa: 1. NARRADOR: quem conta o fato. Tipo de narrador: em 1ª e em 3ª pessoa: narrador onisciente e onipresente. a) ONIPRESENTE = narrador-personagem: 1ª pessoa, é uma espécie de testemunha invisível de tudo o que acontece e, com uma linguagem subjetiva, ele tenta passar para o leitor o que os personagens estão sentindo e pensando. b) ONISCIENTE = narrador-observador: 3ª pessoa, o narrador não participa dos acontecimentos, limitando-se a contar sem se envolver, usando uma linguagem objetiva. 2. FATO: o acontecimento em si. 3. ENREDO: é a trama, comparada ao esqueleto da narrativa, que dá sustentação à história, geralmente está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa. 4. AMBIENTE: é o espaço onde os personagens atuam e se desenrola o enredo. 5. TEMPO: quando os fatos aconteceram. 6. PERSONAGENS: são os seres que atuam, isto é, que vivem o enredo. FATO NARRADOR 17 Os participantes dos acontecimentos, normalmente, falam ou dialogam. A fala dos personagens é chamada de discurso, que pode ser: discurso direto, o discurso indireto e o indireto livre. a) discurso direto: reprodução fiel da fala do personagem, como ocorre no exemplo seguinte: b) discurso indireto: quando o narrador usa suas próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem. Veja o exemplo: A menina afirmou que não bebia daquela água. Se fosse utilizado o discurso direto, o trecho ficaria assim: -- Não bebo dessa água. – afirmou a menina. ou: Afirmou a menina: -- Não bebo dessa água. Obs.: Ao transformar um discurso indireto em direto, é necessário adaptar os verbos. c) discurso indireto livre: neste tipo de discurso as falas do narrador e dos personagens se fundem. Observe o trecho do romance As meninas, de Lygia Fagundes Telles: Na forma de discurso direto, teríamos: Filho: Mamãe, me dá aí umas pratas prum sanduíche no Bob´s? Mãe: Como assim? “Me dá umas pratas aí”, sem aviso nem nada? Que pratas são essas? Não dou. Chega! Toda hora dinheiro, dinheiro, dinheiro... Você pensa que eu sou o Ministro da Fazenda? Eu tenho cara de Delfim, tenho? Não dou nada. Filho: Ué, essa daí quer ter as alegrias da maternidade sem gastar um tostão. (Millôr Fernandes – Conflitos de Geração) “Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Então ele sacode de novo. “Assim tenho neve o ano inteiro.” Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha lindo neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes.” 18 (...) Então ele sacode de novo e diz: __ Assim tenho neve o ano inteiro. Mas por que neve o ano inteiro? (...) Descrever é fazer uma fotografia de algo ou alguém por meio de palavras. E na forma de discurso indireto: Descrição e Dissertação: Conceitos DESCRIÇÃO É construir imagens utilizando a linguagem verbal. É caracterizar alguém ou alguma coisa. Nesse tipo de texto, usam-se os cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. SUJEITO PERCEBEDOR OBJETO PERCEBIDO Vejamos os dois tipos de descrição: 1. Descrição subjetiva ou impressionista: quando a descrição é feita com mais profundidade, mostrando até características psicológicas da pessoa, personagem ou animal que se está descrevendo. Parte-se de um ponto de vista pessoal. 2. Descrição objetiva ou expressionista: prende-se a reprodução fiel de um objeto, pessoa, cena, personagem ou animal, destacando-se com exatidão e precisão vocabular todos os detalhes observados, aproximando-se bastante da imagem real. “Na descrição subjetiva, a interferência do autor é sempre maior e costuma ser caracterizada pela emissão de juízos de valor. Já na descrição objetiva, o autor interfere menos, tentando passar-nos uma imagem mais próxima ao real, evitando os juízos de valor”.(TERRA, 2001, p.392). (...) Então ele sacode de novo e diz que assim tem neve o ano inteiro. (...) 19 O texto dissertativo caracteriza-se pela exposição de idéias e pontos de vista, pela reflexão, chegando a uma conclusão. Este tipo de texto exige maior raciocínio, pois, para se discutir a respeito de qualquer tema é necessário apresentar bons argumentos. DISSERTAÇÃO É o texto em que se faz exposição de idéias sobre um assunto, debate um tema com ponto de vista e argumentação. Dissertação: Elementos Básicos ELEMENTOS BÁSICOS DA DISSERTAÇÃO PONTO DE VISTA + ARGUMENTO Esse tipo de texto é o mais usado no nosso cotidiano. Quando nosso filho pede o carro emprestado e o questionamos, quando interrogamos e criticamos a realidade, defendemos nossos direitos ou fazemos propostas de transformação do mundo, estamos dissertando. Trabalha-se com dados, fatos, argumentos para reforçar ou justificar as idéias. Na dissertação deverá constar: Introdução: o tema e o ponto de vista Desenvolvimento: argumentação (os porquês, os exemplos) Conclusão: síntese reafirmadora das idéias (conclusão-resumo e conclusão-proposta) Existem dois tipos de dissertação: Expositiva ou objetiva, cujo objetivo é explicar de modo impessoal uma idéia para esclarecimento de outras pessoas, com intuito de informar (normalmente, não é esta a modalidadeexigida nos vestibulares). A dissertação objetiva caracteriza-se pelo texto escrito em terceira pessoa. Embora você saiba que o autor esteja nos transmitindo sua visão pessoal a respeito do tema, ele jamais aparece para o leitor como uma pessoa definida. O autor expressa o que sabe ou acredita saber sobre determinado assunto usando uma linguagem reflexiva, denotativa, clara e objetiva. Sua meta, além de expor posições, pode ser a de levantar elementos para uma possível análise e reflexão. 20 Argumentativa ou subjetiva, que visa a persuadir, por meio de provas, argumentos e técnicas de convencimento, procurando levar o interlocutor a pensar como o autor do texto. Tenta convencer o leitor de que a razão está com quem escreve. Um exemplo é a crítica de cinema ou de teatro que se lê constantemente nos jornais. Nesse tipo de dissertação, escrita em primeira pessoa, o autor assume, de forma explícita, um caráter subjetivo, pessoal. Porém, devem-se evitar construções do tipo: “Na minha opinião..”, “Eu acho que...” e outras parecidas. A Montagem de um Texto Antes de iniciarmos este módulo precisamos deixar claro que a construção de um texto vai muito além do simples ato de escrever. Sempre inicie um texto na afirmativa; Use os termos técnicos essenciais, ou seja, aquelas estruturas que não podem ser substituídas (significado entre parênteses); Não escreva o que você não diria; Cuidado com expressões de valor absoluto ou muito enfático, tais como certos adjetivos, superlativos e verbos; Deve-se ter uma especial atenção também com os termos coloquiais ou de gíria, estes apenas podendo ser usados em casos muito especiais; Cuidado com os gerúndios; Faça o encadeamento dos leads de maneira harmoniosa com os parágrafos seguintes; Quando um parágrafo não está conectado com o seguinte, ele se torna difícil de acompanhar e chato de se ler; Depois de terminada a redação dos textos faça uma leitura silenciosa de todo o texto, corrigindo-o e fazendo as alterações necessárias. As Formas de Apresentação de um Texto Resumo 21 É a condensação do texto, sintetizar idéias principais ou centrais. É necessário fazer uma leitura analítica, procedendo a uma síntese do texto. Características de um resumo segundo BARROS E LEHFELD: 1. Não resumir antes de levantar o esquema e preparar as anotações de leitura; 2. Ao redigir um resumo, use frases breves, objetivas, acrescentando referências bibliográficas e observações de caráter pessoal, se necessário; 3. O resumo compõe-se das seguintes fases: Ler e reler o texto, procurando entendê-lo a fundo; Procurar a idéia-tópico de cada parágrafo; Relacionar e ordenar as idéias dos parágrafos, parágrafo por parágrafo; Escrever a síntese, formando frases com todas as idéias principais; Confrontar a síntese com o original para que nada de importante seja omitido; Redigir, finalmente, com bom estilo e com as próprias palavras. Esquema Reduz-se à enumeração dos elementos que fazem parte de uma coluna textual. O esquema é realizado através de idéias centrais do texto; é a representação gráfica do que se leu. Pode ser feito com chaves e listagem numérica. Por exemplo: itens I, II, III, IV etc. Pressupõe a compreensão das relações entre as partes, sem ela, não é possível esquematizar. Características de um esquema segundo BARROS E LEHFELD: 1. Fidelidade ao original; 2. Estrutura lógica; 3. Flexibilidade e funcionalidade (em uma só olhada, pode-se ter uma idéia clara do conteúdo). Resenha Caracteriza-se por ser uma espécie de resumo crítico de um determinado texto que será escrito quando da publicação do referido texto em periódicos ou revistas da área. “É uma síntese geral, informativa e avaliativa sobre livros, capítulos, artigos das mais diversas áreas do conhecimento e que serve, por conseguinte, para orientar as opções e o interesse do leitor em questão” (BARROS E LEHFELD, 2004). 22 As variações observadas na utilização da língua, individual ou social, são denominadas de variações lingüísticas. Os níveis de fala são gerados por influências geográficas, sociológicas ou contextuais. Os Níveis da Fala e a Comunicação Empresarial A língua é um código que permite uma diversidade de usos, onde nós, falantes, adotamos o mais adequado às exigências situacionais da comunicação, a que chamamos de variações lingüísticas. Essas variações são decorrentes de vários fatores, entre os quais destacamos: Fatores regionais: presença de variações regionais ou regionalismos. A língua é a mesma, porém verificam-se algumas variações conforme a região em que a mesma está sendo falada. É forma de falar típica de cada região. Podemos perceber que a fala de um gaúcho difere em muitos termos da fala de um nordestino. Fatores culturais ou sociológicos: o nível intelectual dos indivíduos atua diretamente no modo de falar dos mesmos. O mesmo se pode afirmar sobre a formação cultural. Estas variáveis são responsáveis por uma fala mais elaborada, culta ou menos polida. Se observarmos uma conversa entre um professor de literatura e um agricultor poderemos observar a diferença. Fatores contextuais ou variações situacionais: dependendo do ambiente em que nos encontramos modificamos nossa forma de falar. Se o ambiente nos exige mais polidez optamos por utilizar palavras mais elaboradas. Ao contrário, se estamos em um ambiente mais descontraído, como numa conversa entre amigos, nosso modo de falar se torna menos elaborado. Na fala das pessoas, encontramos o reflexo desses fatores e isto gera os diferentes níveis de fala (ou de linguagem), que podem ser classificados em: Nível formal (culto): em que são obedecidas às regras prescritas pela gramática normativa. É próprio de discursos acadêmicos e trabalhos científicos. 23 Na comunicação empresarial deve-se cuidar da qualidade: Textos claros, corretos gramaticalmente, objetivos, concisos etc. Prioriza-se a norma culta ou o nível formal. Na empresa, dependendo do objetivo haverá uma correspondência adequada à situação. Nível informal (coloquial ou popular): oposto ao formal, não segue estritamente a norma gramatical, apresentando gírias e formas contraídas. É a linguagem familiar ou espontânea, é o que a maioria das pessoas utiliza no cotidiano. Alguns autores, ainda, fazem uma outra divisão, criando: Nível técnico ou profissional: linguagem específica utilizada por algum grupo como o de mecânicos, controladores de vôos, analistas de sistemas etc. “O nível das comunicações empresárias deve ser o da norma culta, pois é o único nível que dá total segurança de entendimento com clareza quando, evidentemente, bem redigido ou falado. É o nível das comunicações oficiais, dos textos jurídicos, dos estudos em geral” (NADÓLSKIS, 2003, p.78). A Comunicação Escrita no Cotidiano da Empresa: Tipos e Modelos de Redação Todo profissional que trabalha necessita, em algum momento, de utilizar-se da comunicação escrita que, segundo PIMENTA, seus principais objetivos são: Obter e fornecer informação; Promover uma ação específica; Promover, manter ou encerrar relacionamentos comerciais. Antes de escrever: (PIMENTA, p. 152): Pense: 24 a) Em seus objetivos: Persuadir alguém a comprar produtos ou serviços? Sondar preços ou condições de pagamento? Desculpar-se por atrasos ou defeitos? Responder a alguma questão de um cliente? b) No destinatário (público) de sua mensagem. A função e as características do destinatário determinam a escolha do veículo. Consulte as correspondências anteriores, os relatórios financeiros e/ou documentação relacionada com o assunto da comunicação para recuperar o que já foi discutido e realizado; assim, evitam-se repetiçõese otimiza-se o processo; Analise, conjuntamente, seus objetivos, o destinatário e o tipo de veículo mais adequado. Veículos da redação administrativa (PIMENTA, p.153) Dentro da empresa, para cada necessidade, objetivo ou situação há um veículo de comunicação adequado. As redações administrativas mais comuns são: Carta: correspondência utilizada para informar aprovação em concurso; tratar de assuntos gerais com variadas instituições; solicitar ou agradecer a colaboração; justificar atos ou atitudes; homenagear, censurar, advertir etc. Componentes: cabeçalho; data; destinatário; assunto; vocativo; contexto; fecho; nome, cargo e assinatura (do emitente); anexo (opcional). Circular: correspondência, produzida em várias vias, tratando de interesse amplo e dirigida a muitos destinatários. Cada via deve ser assinada ou autenticada, para ter um caráter original. Seu conteúdo, em geral, é composto por orientações e recomendações. Componentes: cabeçalho; data; vocativo; contexto; fecho; nome, cargo e assinatura (do emitente). Memorando: correspondência interna para comunicações breves e menos solenes como avisos, consultas etc. Componentes: cabeçalho; número de ordem; data; vocativo; assunto; contexto; fecho; nome, cargo e assinatura (do emitente). Relatório: Documento que contém informações, fatos, estatísticas ou recomendações coletadas por uma pessoa ou grupo com o objetivo de melhorar processos ou serviços. Descrevem fatos, se registram observações, pesquisas, investigações, fatos ou se historia a execução de serviços ou de experiências. Há uma variação bastante útil que é o relatório de reunião. Os relatórios são escritos por várias razões e de várias formas. No entanto, é necessário, sempre, cuidar da organização, precisão, clareza, veracidade e 25 boa apresentação das informações. Em geral, utilizam-se gráficos, tabelas, diagramas, estatísticas. Componentes: título; o(s) relatores; introdução: referências: quem requisitou, objetivos etc.; período; procedimento para coleta de dados; corpo do relatório: informações propriamente ditas; conclusões, deliberações (quando for um relatório de reunião) e recomendações (se cabíveis). Tipos de relatório O relatório pode ser: individual ou coletivo; simples ou complexo; parcial ou completo; periódico ou eventual; técnico, científico, administrativo, de estágio, de visita, de cursos realizados, de apreciação sobre um tema etc. Seja qual for o tipo de relatório, ele deverá ser redigido em linguagem simples, correta, objetiva, concisa, denotativa, e sem construções rebuscadas, pois, o mais importante, é que ele seja claro e objetivo, sem rodeios, porém contendo todas as informações importantes para a análise por parte do leitor. Requerimento: documento que serve para fazer solicitações a uma autoridade. Também chamado de petição. Componentes: vocativo; contexto; fecho; data; assinatura. Procuração: documento pelo qual uma pessoa confere poderes legais a outra para tratar de negócios ou agir em seu nome. Ofício: comunicação oficial expedida por autoridades da administração ou dirigido a particulares. Componentes: número do expediente e sigla do órgão ou departamento que o expede; local e data; vocativo; contexto; fecho; assinatura, nome e cargo do emitente. Notificação: documento através do qual se informa o destinatário, pessoa física ou jurídica, sobre procedimentos a serem tomados pelo interessado ou medidas que serão tomadas pelo remetente. Componentes: cabeçalho; a expressão “Notificação”; contexto; data; assinatura, nome e cargo do emitente. Ata: documento de registro do desenvolvimento de uma reunião, assembléia ou sessão. Deve ser escrita com clareza, resumidamente. Os numerais (datas etc.) devem ser grafados por extenso. Boletim: texto produzido para informação interna ou externa. Em geral, é composta de resultados de pesquisa ou resumo de algum evento importante. Manual: texto didático, para ser utilizado por várias pessoas, que apresenta informações e orientações em linguagem técnica. Jornal, revista: Devem seguir o mesmo formato, linguagem e qualidade técnica dos jornais e revistas em circulação, tratando assuntos de interesse interno e externo. 26 Para a comunicação interna, o veículo que tem sido mais utilizado são os e-mails. O sucesso da comunicação não depende apenas do conteúdo e da habilidade como usamos as palavras. Existem diversos meios de comunicação, sendo eles: Verbal/ Oral Verbal/ Escrita Não-verbal Os componentes dos três últimos tipos de veículos não são fixos, também dependem dos objetivos de seus realizadores e do público destinatário. E-mail ou correio eletrônico: é um recurso que possibilita a troca de mensagens e arquivos digitais de forma rápida e versátil por meio da Internet. Um dos meios que tem substituído algumas formas tradicionais de comunicação, sendo intensamente usado nas empresas. Comunicação Verbal e Comunicação Não-verbal: Vantagens e desvantagens de suas utilizações nas Empresas Alguns psicólogos têm feito estudos e constatado que importa mais o que fazemos ou o que deixamos de fazer enquanto falamos do que o conteúdo de nossa mensagem. A leitura do não-verbal complementa e auxilia na compreensão da comunicação verbal, muitas vezes. Com isso, vemos que o sucesso da nossa comunicação não depende só da habilidade como usamos as palavras. Tudo que envolve o processo da comunicação é importante: o que falar ou escrever e como o fazemos. O ser humano faz uso de muitos signos universais da comunicação. A palavra é fundamental, mas é apenas um desses signos. Existem outras importantes formas, como os gestos, os movimentos com a cabeça, a expressão dos olhos e da face, a postura, a aparência e outros símbolos. A comunicação não- verbal, muitas vezes, tem a chave do que queremos realmente falar, seja oralmente ou verbalmente. Tanto a comunicação verbal quanto a não-verbal têm a sua importância, basta saber usá-las adequadamente. O cotidiano de uma organização é marcado diretamente pelo fluxo de informação geradas e repassadas por todos que as compõem, para isso uma 27 Muitas vezes, será a comunicação não-verbal que terá a chave do que queremos realmente falar. comunicação eficaz deve ser prioridade máxima. Os colaboradores trocam informação entre si e estas logo são compartilhadas com os clientes externos. Vejamos os meios de comunicação utilizados pelas empresas e observaremos que o casamento entre a comunicação verbal e não-verbal é que possibilitará o sucesso da comunicação empresarial. Meios de comunicação: a) Verbal / Oral Telefone Reuniões, palestras, debates, seminários, conferências, convenções, cursos; Encontros Bate- papos Reuniões sociais; Conversas com clientes, superiores e subordinados; Entrevista para emprego b) Verbal / Escrita E-mails Memorandos (De / Para) Bilhetes, lembretes Avisos internos Declaração de missão, visão e valores Manual interno Portarias (Governo) Cartas/ofícios/memorandos Avisos e placas Jornal interno c) Não-verbal Gestual, comportamental, olhar, expressões faciais, riso e sorriso, aparência, postura, distância, pontualidade, velocidade da fala, dicção, entonação de voz, ênfase Avisos sonoros, campainhas Cartão de ponto Comunicação visual Telefone muito baixo ou muito alto Uniformes, vestuário Toque Orientação e proximidade Paralinguagem Comunicação oral 28 Oratória é a capacidade de falar bem. Mas só a oratória não é suficiente para uma apresentação em público. Apresentação em Ambientes de Trabalho, Acadêmicos e em Debates Há uma frase muito interessante de Sir George Jessel, que traduz bem o que a maioria das pessoas sente quando precisam falar em público: “Nosso cérebro começa a funcionar desde que nascemos enunca mais pára até que levantemos para falar em público”. Se consultarmos o dicionário, veremos que oratória é a capacidade de bem falar, é a arte de falar em público. Creio que você já deve ter falado ou ouvido o seguinte comentário: “Tal professor sabe muito, tem muito conhecimento, mas não sabe transmitir.” E é verdade, pode acontecer, pois nem sempre conseguimos tornar comum (=comunicar) o nosso conhecimento. Por isso, é muito importante o saber falar em público. Afinal, a maior parte do dia, nossas atividades são orais, seja no ambiente do trabalho, da escola, em casa ou em qualquer outro lugar. Vamos focar mais a necessidade de uma boa comunicação oral nas situações profissionais, tais como: conversas com clientes, superiores e subordinados; entrevista para emprego; reuniões, palestras, debates; seminários, conferências, convenções, cursos; ao telefone; reuniões sociais etc. Para atender a essa necessidade de se aprender a falar, existem, atualmente, muitos cursos de desinibição e oratória, onde muitas técnicas sendo oferecidos. Mas, só o falar bem não é o suficiente numa apresentação em público. Precisa-se, também, que se organize essa apresentação, preparando-a passo a passo, como é sugerido a seguir: Defina o tema central e o objetivo a atingir; Planeje de acordo com o público a quem será destinada a apresentação; Defina quais os recursos que serão utilizados (flip-chart, vídeo, retroprojetor, projetor multimídia etc.); Depois de tudo planejado, prepare um esboço, pode ser em uma ficha de cartolina (é bom que seja papel grosso para não perceberem 29 Lembre-se: Deve-se organizar uma apresentação em público seguindo alguns passos importantes para que se atinja o objetivo proposto. que você está tremendo!) do que vai dizer na abertura, no desenvolvimento e na conclusão. Não é aconselhável escrever tudo que pretende falar, detalhadamente, pois tira a naturalidade; mas, é muito importante ter o esboço como norteador. Mas, um ponto positivo no ato de se falar em público é que podemos contar com alguns recursos ao passo que, na escrita, é mais difícil para comunicar. Podemos mudar a entonação da voz para chamar a atenção do público, gesticular, fazer uso de expressões faciais etc. É a Comunicação Não- Verbal (CNV). Lembre-se que, muitas vezes, um olhar fala muito mais que muitas palavras! As emoções e sentimentos nem sempre precisam de palavras para serem comunicados. O nosso nervosismo ou nossa tranqüilidade, nossa ansiedade ou nosso equilíbrio, nossa alegria ou nossa tristeza são expressos por esses meios: gestos, toques, tom de voz, olhares e, até mesmo, a maneira de nos vestirmos e nossa postura. Tudo isso deve ser observado não só quando você estiver em evidência em uma apresentação (seja ela de qual cunho for: político, acadêmico etc); mas, também, quando for fazer uma entrevista, ou quando presidir ou participar de uma reunião, ou quando participar de um debate. As Comunicações Interna e Externa A importância das comunicações interna e externa para o mundo corporativo. A correspondência empresarial é, hoje em dia, não só um meio de comunicação. Ela é um instrumento de marketing, pois se insere na realidade de um mercado competitivo em que todas as nuanças de comportamento adquirem sentido: a comunicação empresarial é a responsável pela imagem da organização perante a seu público, interno e externo. Maria Sevalho diz em um de seus artigos que: “A comunicação empresarial é a relação da empresa com os seus públicos internos e externos, envolvendo um conjunto de procedimentos e técnicas destinados à intensificação do processo de comunicação e a difusão de informações sobre as suas atuações, resultados, missão, objetivos, metas, projetos, processos, normas, serviços etc”. Ainda segundo Sevalho “a comunicação é um dos processos fundamentais da organização, da gerência e do comportamento organizacional, interage e integra pessoa e grupos, minimizando conflitos e estimulando a participação e o diálogo de todos os membros da organização. Pois ”quanto mais o 30 A comunicação interna promove a interação e integração das pessoas, departamentos e áreas, para que todos caminhem na mesma direção, em busca do mesmo alvo. funcionário conhece os planos e objetivos da empresa, mais ele pode contribuir para este sucesso”. De uns tempos para cá, tem-se valorizado o ser humano nas empresas, pois, uma coisa é certa: quando o funcionário se sente parte integrante da vida organizacional, ele “veste a camisa” e torna-se um embaixador da empresa. Tem-se confirmado que o sucesso de uma organização está diretamente ligado ao comprometimento de seus funcionários, à participação e engajamento. Para que isso aconteça, a comunicação tem papel fundamental. Conforme MATOS, 2004, as empresas para sobreviverem precisam se comunicar: Com seus clientes externos – consumidores/usuários; opinião pública/sociedade; acionistas e fornecedores; Governos – municipais, estaduais e Federais – e concorrentes; Com seus clientes internos – funcionários, colaboradores, prestadores de serviços e terceirizados; Com a mídia – meios de comunicação de massa (jornais, revistas, rádio, televisão e Internet). COMUNICAÇÃO INTERNA Primeiramente, vamos ver a importância da comunicação interna de uma empresa. A função básica da comunicação é tornar comum, desde os mais altos cargos da empresa até o “chão de fábrica” quais são os planos, as metas e os objetivos estabelecidos. Depois disso, vem o passo seguinte, que é o de envolver os funcionários e levá-los a contribuir para a concretização destes. COMUNICAÇÃO INTERNA – EMPRESA E FUNCIONÁRIOS COMUNICAÇÃO EXTERNA – EMPRESA E SOCIEDADE ASSESSORIA DE IMPRENSA – EMPRESA E MÍDIA 31 Fluxo das comunicações: - descendente; - ascendente; - horizontal. O fluxo das comunicações determina o caminho percorrido pelas mensagens desde que saem do emissor até chegarem ao receptor. São três os fluxos: 1. Descendente e centrífuga (que se afasta do centro): segue o padrão de autoridades das posições hierárquicas, responde pelo encaminhamento das mensagens que saem do patamar decisório e descem até as bases. 2. Ascendente e centrípeta (que se dirige para o centro): é responsável pelo encaminhamento aos níveis superiores da organização, de informações funcionais e operativas que saem das bases. 3. Horizontal: além de permitir grande entrosamento nos grupos de mesmo nível funcional, contribui para o aperfeiçoamento da coordenação. As Redes de mensagens Duas redes de comunicação permeiam o sistema organizacional: I. Rede formal: comporta todas as manifestações oficialmente enquadradas na estrutura da organização e legitimadas pelo poder burocrático; II. Rede informal: abriga as manifestações espontâneas da coletividade, incluindo-se aí a famosa rede de boatos (os famosos grupinhos) e que, entre uma informação inicial e a final, há um processo de deterioração, gerando distorções. Não se deve combater nem ignorar a rede informal, porque a oposição pode apenas encorajar o informal contra o formal. COMUNICAÇÃO EXTERNA 32 No cenário de internacionalização da economia, que destaca o papel do cliente-consumidor, crescentemente mais exigente, a comunicação empresarial e o constante aperfeiçoamento dos recursos humanos passam a exercer função básica na moderna gestão empresarial. Analisando, agora, a importância da comunicação externa podemos citar um dito milenar chinês que diz: “Se não mostrares o que és, permitirás que pensem o que não és”. Dentre os objetivos da comunicação externa, podemos destacar: A construção da imagem institucionalda empresa; Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos; A adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado; A defesa dos interesses junto ao governo e aos políticos (lobby); O encaminhamento de questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente etc. É muito importante que se associe o nome da empresa aos benefícios que a sociedade tem tido, por meio das atividades da organização e de seu cuidado e preocupação com a coletividade, meio ambiente etc. Ou seja, não basta ter bons produtos e prejudicar a sociedade. A empresa tem que quebrar esse paradigma e beneficiar a população. E essa integração acontece por meio de uma comunicação eficaz. Como dizia o “velho guerreiro” Chacrinha: “Quem não se comunica se trumbica!”. As empresas felizmente acordaram para isso! ATENDIMENTO AO CLIENTE A evolução nas formas de relacionamento cliente/empresa tem acontecido com uma velocidade assustadora. As empresas têm investido bastante no desenvolvimento de estratégias de relacionamento com seus clientes. Cada uma destas estratégias, por mais diferentes que sejam têm em comum o objetivo a ser alcançado. Elas todas buscam aumentar os laços de relacionamentos com seus clientes na tentativa de fidelizá-los. Há bem pouco tempo, todo contato entre cliente e empresa se dava no momento da compra, do negócio a ser realizada. Hoje, este contato se estendeu bastante e é muito comum recebermos no dia de nosso aniversário cartão de felicitações enviados pelas diversas empresas com as quais um dia 33 A Imagem organizacional é mantida pela Comunicação Empresarial integrada, constante e sistêmica. tenhamos mantido algum tipo de relação, independente de haver acontecido uma transação comercial. RESUMO Neste módulo tivemos a oportunidade de conhecer um pouco da Comunicação Empresarial, bem como todas as variáveis que permeiam esta importante ferramenta para a manutenção de uma positiva imagem organizacional. Imagem organizacional Observe a definição de alguns autores sobre Imagem Organizacional: “Quem não divulga metodicamente sua missão, visão e valores sujeita-se às suspeitas e boatos” (Jatobá) “A Comunicação Empresarial é responsável pela formação da imagem institucional, o que é considerado pelos grandes gurus do marketing como o principal patrimônio de uma empresa, uma entidade e até mesmo de um profissional” (Matos, p.97) “Ao englobar a atividade e as políticas de emissão e captação de informações, a comunicação empresarial solidifica a cultura (crença e valores), as filosofias e as estratégias de ação de uma organização” (Matos, p.97) Planeje sua imagem Saber pensar e planejar a longo prazo Analisar as influências e condicionantes do presente Avaliar os pontos fortes e fracos da empresa Fazer projeções para possíveis cenários a curto, médio e longo prazo Divulgue sua imagem Ao público interno Ao público externo Todos devem saber o que esperar da empresa e o que a empresa espera deles. 34 Comunicação interna = marketing interno = endomarketing A comunicação interna funciona como base de sustentação à comunicação externa. É fundamental apresentar as novidades primeiramente ao público interno e, depois, ao público externo. Este procedimento evita desgastes desnecessários ao processo de motivação dos funcionários. Como vocês se sentiriam sabendo pelos outros (mídia) o que está acontecendo na empresa em que vocês trabalham? Infelizmente isso ainda é um fato muito comum. Porém muitas empresas já se sensibilizaram para o fato de que apostar num relacionamento duradouro é a chave para a tão sonhada fidelização dos clientes, sejam eles internos (colaboradores) ou externos (clientes, compradores). O Cliente Interno Só podem ter identidade cultural colaboradores que participam das mudanças estruturais, estratégias, decisões, enfim, da condução das diretrizes organizacionais da empresa que trabalham. Os funcionários sentem-se participantes daquele todo e se empenham em conseguir resultados cada vez melhores, porque se sentem reconhecidos e encorajados. O endomarketing é toda e qualquer ação de marketing voltada para a satisfação e aliança do público interno com o intuito de melhor atender aos clientes externos. Esse programa é apontado por especialistas da administração moderna como um dos principais diferenciais competitivos, que transformam os colaboradores nos principais criadores da imagem institucional das organizações. A comunicação interna é um fator estratégico no sucesso dos negócios, pois gera resultados, é um agente humanizador das relações de trabalho e ajuda a consolidar a imagem da organização junto a seus públicos. As características da comunicação são determinadas pela cultura organizacional e pelas mudanças no ambiente. A Comunicação Externa Refere-se a todo e qualquer contato que a organização mantém com o meio esterno, cujos objetivos principais são: A construção da imagem institucional da empresa; Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos; A adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado; A defesa dos interesses junto ao governo e aos políticos (lobby); O encaminhamento de questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente etc.
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