Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso Técnico em Eletromecânica Sistemas Eletro-Hidropneumáticos Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente da Confederação Nacional da Indústria José Manuel de Aguiar Martins Diretor do Departamento Nacional do SENAI Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI Alcantaro Corrêa Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC Confederação Nacional das Indústrias Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Curso Técnico em Eletromecânica Sistemas Eletro-Hidropneumáticos Guilherme de Oliveira Camargo Florianópolis/SC 2010 É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra Coordenação de Educação a Distância Beth Schirmer Revisão Ortográfica e Normatização Contextual Serviços Editoriais Coordenação Projetos EaD Maristela de Lourdes Alves Design Educacional, Ilustração, Projeto Gráfico Editorial, Diagramação Equipe de Recursos Didáticos SENAI/SC em Florianópolis Autor Guilherme de Oliveira Camargo Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis C172s Camargo, Guilherme de Oliveira Sistemas Eletro-Hidropneumáticos / Guilherme de Oliveira Camargo. – Florianópolis : SENAI/SC, 2010. 119 p. : il. color ; 28 cm. Inclui bibliografias e anexos. 1. Hidráulica. 2. Pneumática. 3. Ar comprimido. 4. Eletromagnetismo. I. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. CDU 621.22+621.5 SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC CEP: 88034-001 Fone: (48) 0800 48 12 12 www.sc.senai.br Prefácio Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado. Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta- das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina. No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de- senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho. Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em oferecer um modelo de educação atual e de qualidade. Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi- mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces- sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional, oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu- cação por Competências, em todos os seus cursos. É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos. Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima- ções, tornando a aula mais interativa e atraente. Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria do Conhecimento. Sumário Conteúdo Formativo 11 Apresentação 13 14 Unidade de estudo 1 Introdução Seção 1 - Sistemas manuais Seção 2 - Sistemas automatizados 16 Unidade de estudo 2 Grandezas Físicas da Hidráulica e da Pneumática Seção 1 - Pressão Seção 2 - Vazão 20 Unidade de estudo 3 Fundamentos da Hidráulica Seção 1 - Introdução Seção 2 - Princípio da multiplicação de energia 15 15 22 Unidade de estudo 4 Composição de um Sistema Hidráulico Seção 1 - Reservatório Seção 2 - Bombas de deslo- camento positivo Seção 3 - Válvulas direcionais hidráulicas Seção 4 - Válvulas de retenção Seção 5 - Válvulas reguladoras de vazão Seção 6 - Válvulas reguladoras de pressão Seção 7 - Fluidos hidráulicos Seção 8 - Filtros hidráulicos Seção 9 - Atuadores para sistemas hidráulicos 34 Unidade de estudo 5 Fundamentos da Pneumática Seção 1 - Introdução Seção 2 - Características da pneumática 38 Unidade de estudo 6 Composição de um Sistema Pneumático Seção 1 - Compressores Seção 2 - Redes de distribuição do ar comprimido Seção 3 - Unidade de conser- vação de ar Seção 4 - Válvulas direcionais pneumáticas Seção 5 - Atuadores para sistemas pneumáticos 44 Unidade de estudo 7 Fundamentos da Eletrotécnica Seção 1 - Grandezas elétricas Seção 2 - Eletromagnetismo 17 18 21 21 23 24 26 28 29 29 30 31 32 39 40 41 41 42 35 35 45 51 54 Unidade de estudo 8 Princípio das Técnicas de Comando Seção 1 - Definição de co- mando Seção 2 - Representação das sequências de movimentos 60 Unidade de estudo 9 Elementos Eletro- hidropneumáticos Seção 1 - Botoeiras Seção 2 - Relés e contatores Seção 3 - Relés temporizadores Seção 4 - Contador digital de impulso Seção 5 - Limitador de curso Seção 6 - Sensores Seção 7 - Detectores de pressão Seção 8 - Transdutores ele- trônicos de pressão Seção 9 - Transdutores eletrônicos de posição 70 Unidade de estudo 10 Eletroválvulas Seção 1 - Introdução Seção 2 - Válvula direcional hidráulica pré-operada Seção 3 - Válvula direcional pneumática de acionamento direto Seção 4 - Válvula direcional pneumática de acionamento indireto 74 Unidade de estudo 11 Especificação de Segurança e Proteção Seção 1 - Tipos de proteção de meios de serviços elétricos Seção 2 - Letras de identificação para elementos elétricos Seção 3 - Identificação dos circuitos eletro-hidropneu- máticos 78 Unidade de estudo 12 Elementos Eletro- hidropneumáticos Seção 1 - Circuito de comando de um cilindro de simples ação Seção 2 - Circuito de comando de um cilindro de dupla ação Seção 3 - Circuito de comando bilateral Seção 4 - Circuito de comando com ciclo contínuo Seção 5 - Circuito de comando de um cilindro de simples ação com autorretenção elétrica Seção 6 - Circuito de coman- do de um cilindro de dupla ação com temporização 55 57 61 61 62 62 62 63 67 68 69 71 72 72 73 79 80 80 81 81 81 75 76 77 82 Unidade de estudo 13 Métodos para Elaboração de Circuitos Eletro-pneumáticos Sequenciais Seção 1 - Método intuitivo Seção 2 - Primeira solução Seção 3 - Segunda solução Seção 4 - Método minimização de contatos (sequência mínima) Seção 5 - Método maximização de contatos (cadeia estacionária) Seção 6 - Montando o circuito 94 Unidade de estudo 14 Introdução à Automação com Controlador Lógico Programável Seção 1 - Estrutura de um CLP Seção 2 - Linguagens de programação Seção 3 - Diagrama Ladder Finalizando 99 Referências101 Anexos 103 83 84 86 86 88 89 95 96 97 10 CURSOS TÉCNICOS SENAI Conteúdo Formativo 11SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Carga horária da dedicação Carga horária: 105 horas Competências Interpretar e executar projetos de automação industrial para montagem e manu- tenção de máquinas e equipamentos. Conhecimentos ▪ Componentes e acessórios eletropneumáticos e eletro-hidráulicos. ▪ Circuitos e diagramas eletropneumáticos e eletro-hidráulicos, simbologia, uni- dades de medida e grandezas mecânicas. ▪ Compressores e redes de ar. ▪ Bombas e fluidos. ▪ Softwares específicos. ▪ Princípios de automação (CLP, sensores e atuadores). Habilidades ▪ Interpretar e aplicar normas técnicas regulamentadoras de preservação am- biental. ▪ Identificar os componentes e acessórios de sistemas eletropneumáticos e eletro-hidráulicos. ▪ Utilizar técnicas da matemática aplicada. ▪ Utilizar catálogos e tabelas técnicas. ▪ Identificar e prospectar melhorias nas instalações de sistemas eletropneumáti- cos e eletro-hidráulicos. ▪ Elaborar leiautes, diagramas e esquemas de sistemas eletropneumáticos e eletro-hidráulicos. ▪ Aplicar softwares específicos. ▪ Selecionar e realizar programas básicos em CLP. ▪ Identificar características de sensores e atuadores. 12 CURSOS TÉCNICOS SENAI Atitudes ▪ Zelo no manuseio dos equipamentos e instrumentos de medição. ▪ Uso racional de insumos e tratamentos de resíduos. ▪ Adoção de normas de segurança do trabalho. ▪ Proatividade e organização. ▪ Conservação do laboratório e equipamentos. Apresentação SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Hoje, na indústria, dificilmente você encontrará equipamentos que uti- lizem apenas uma forma de acionamento em seu funcionamento, nor- malmente são utilizadas várias formas para se acionar um equipamento. A eletro-hidropneumática associa os sistemas hidráulicos, pneumáticos e elétricos por meio da utilização de conversores de sinais e elementos de comandos. Atualmente, devemos nos preocupar com soluções abrangentes no de- senvolvimento de nossos equipamentos e processos, mas para isso ser possível é necessário conhecer as tecnologias existentes no mercado para solucionar os problemas. Dificilmente as melhores soluções a serem uti- lizadas num processo virão de uma única técnica, daí a importância de conhecer cada vez mais a interligação entre elas. O objetivo deste material é fornecer conhecimentos para o desenvolvi- mento da técnica de comandos eletro-hidropneumáticos, pois cada vez mais as empresas necessitam estar preparados para inovar seus proces- sos, aumentando a sua produtividade. Aqui iremos abordar os assuntos: ▪ fundamentos da hidráulica e pneumática; ▪ componentes hidráulicos e pneumáticos; ▪ fundamentos da eletrotécnica; ▪ princípios da técnica de comandos; ▪ componentes eletropneumáticos, eletro-hidráulicos e elétricos; ▪ representação das sequências de movimentos; ▪ princípios de automação com CLP; ▪ confecção e montagem de circuitos de comandos eletro-hidropneu- máticos utilizando lógica de relés e controlador lógico programável; ▪ simbologia dos componentes elétricos, pneumáticos e hidráulicos. Aproveite bem estes conhecimentos. Bom estudo! Guilherme de Oliveira Camargo Guilherme de Oliveira Camargo é especialista em Automação Industrial pelo Serviço Nacio- nal de Aprendizagem Industrial, com formação superior em Au- tomação Industrial pela mesma instituição e formação técnica em Mecânica de Manutenção pela Escola Técnica Federal de Santa Catarina. É colaborador do SENAI/SC há 20 anos, tendo atuado como instrutor de ensi- no industrial na unidade móvel de acionamentos eletro-hidrop- neumáticos e no SENAI/SC nos cursos de Tecnologia e Especiali- zação em Automação Industrial. Participou diretamente na ela- boração e organização de mate- rial didático dos cursos de Auto- mação do SENAI/SC. Ministrou cursos para empresas do Estado e para os profissionais do SENAI. 13 Unidade de estudo 1 Seções de estudo Seção 1 – Sistemas Manuais Seção 2 – Sistemas Automatizados 15SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Introdução SEÇÃO 1 Sistemas Manuais O primeiro tipo de acionamento a ser estudado é o manual. Durante esta seção você será apresentado às principais características deste tipo de acionamento. Sabendo de suas limitações físicas, o homem tem criado, ao longo da história, mecanismos que lhe per- mitem ampliar seus poderes natu- rais e, com a utilização de fontes de energias alternativas, o homem construiu máquinas movidas pela força animal, eólica e da água. Com o surgimento das máquinas a vapor, muitos limites foram ultra- passados, principalmente nas áre- as de transporte (barcos a vapor e trens) e na fabricação de bens de consumo. A força das máquinas a vapor foi uma das principais bases para a Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra no século XIX. Até poucas décadas atrás, o co- mando e controle dessas máqui- nas e equipamentos eram feitos por operadores humanos. Essa associação, na qual a máquina for- nece força e o homem o pensa- mento, é denominada de maqui- nismo. No maquinismo o operador, dis- pondo dos dados de aparelhos de medida e de informações diversas, faz correções durante o processo de produção para atingir, da me- lhor forma possível, um objetivo determinado. Um exemplo é o torneiro mecânico que comanda os movimentos do seu torno de acordo com a forma que a peça fabricada vai tomando, em função das medidas que realiza periodi- camente. Esse modelo produti- vo exige do operário movimento repetitivo, monótono e rápido. Submetidos a situações de grande estresse, os operários podem co- meter falhas que resultam muitas vezes em sérios prejuízos. Nesta seção você viu como o acionamento manual é usado no trabalho. Na seção seguinte você será apre- sentado a sistemas com aciona- mento automatizado. SEÇÃO 2 Sistemas Automatizados Você sabe o que é um sistema au- tomatizado? Nesta seção você es- tudará este tipo de sistema e suas vantagens em relação aos sistemas manuais. Com a evolução da eletrônica, que possibilitou a criação dos sistemas de telecomunicações e computa- cionais, surgiram novas tecnolo- gias que permitiram a criação de equipamentos que não só substi- tuem a força muscular do homem, mas também têm a capacidade de tomada de decisões. A essas tec- nologias é dado o nome de auto- mação. A automação se baseia na utilização de equipamentos capa- zes de realizar controles e auto- correções por meio de sensores e ações similares às do ser humano. A automação traz as seguintes vantagens: ▪ repetição – processo unifor- me mantém as características dos produtos; ▪ flexibilidade – alterações rápidas na forma de produção; ▪ aumento da produção – pelo melhor aproveitamento do tempo e aumento da velocidade de operação das máquinas e processos; ▪ valorização do trabalho do ser humano – substituição do homem em trabalhos repetitivos executados em longos períodos nos quais o homem é levado à exaustão física e psicológica, e também em trabalhos insalubres e de alta periculosidade. É importante salientar que a automação de um processo produtivo não garante o au- mento da produtividade ou da qualidade dos produtos, mas sim da repetição dos processos. Nesta seção foram listadas as van- tagens dos sistemas automáticos em relação aos manuais, como melhor repetição, flexibilidade e aumento da produção. Além de substituir o homem em trabalhos repetitivos. Na Unidade 1 você foi apresen- tado aos sistemas de acionamen- tos manuais e automáticos e pôde perceber a diferençaentre eles e suas aplicações. Na próxima unidade você estu- dará algumas grandezas físicas fundamentais na hidráulica e na pneumática. Unidade de estudo 2 Seções de estudo Seção 1 – Pressão Seção 2 – Vazão 17SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Grandezas Físicas da Hidráulica e da Pneumática Você verá a seguir as principais grandezas físicas, seus conceitos e uni- dades de medida para que possa compreender melhor o funcionamento dos sistemas hidráulicos e pneumáticos. SEÇÃO 1 Pressão Nesta seção, pressão será o tema estudado. Entre outros destaques você aprenderá os tipos de pressão, as unidades de pressão e a classificação dos sistemas quanto à pressão. Figura 1 - Fórmulas para Cálculo da Pressão, Força e Área Fonte: Uggioni (2002, p. 12). Em um sistema hidráulico ou pneumático, a função da bomba hidráu- lica ou do compressor é fornecer vazão ao sistema. A pressão resultará de qualquer oposição à passagem do fluido, por exemplo, se a válvula abaixo estiver totalmente aberta não temos pressão, mas à medida que a fechamos, começamos a verificar um aumento gradativo da pressão. Figura 2 - Restrição na Tubulação Fonte: SENAI/SC (2004, P. 26). Pressão: é a força exercida por unidade de área. 18 CURSOS TÉCNICOS SENAI Existem três tipos de pressão. São elas: ▪ pressão atmosférica – é o peso da coluna de ar da atmosfera em 1 cm² de área; ▪ pressão relativa – é a pressão registrada no manômetro; ▪ pressão absoluta – é a soma da pressão manométrica com a pressão atmosférica. Unidades de pressão Unidade Símbolo Atmosfera Atm Quilograma-força por centímetro quadrado Kgf/cm² Báreas Bar Pounds per square inches = lb/pol2 ou Libras por polegadas ao quadrado PSI Pascal – unidade do SI Pa Quadro 1 - Unidades de Pressão Fonte: SENAI/SC (2004, p. 27). Conversão das unidades de pressão Para converter as unidades de pressão, pegue o valor da unidade conhe- cida na coluna e multiplique pelo valor da unidade solicitada na linha. Tabela 1 - Conversão das unidades de pressão UNIDADES ATM kgf/cm² bar PSI Pa ATM 1 1,033 1,013 14,69 101325 Kgf/cm² 0,968 1 0,981 14,23 98100 bar 0,987 1,02 1 14,5 100000 PSI 0,068 0,07 0,069 1 6896 Pa 0,0000098 0,0000102 0,00001 0,000145 1 Fonte: SENAI/SC (2004, p. 27). Classificação dos siste- mas quanto à pressão De acordo com a National Fluid Power Association (NFPA), classifi- camos os sistemas quanto à pres- são da seguinte forma: Tabela 2 - Classificação dos sistemas quanto à pressão 0 a 14 bar Baixa pressão 14 a 35 bar Média pressão 35 a 84 bar Média alta pressão 84 a 210 bar Alta pressão Acima de 210 bar Extra-alta pressão Fonte: Racine (1987, p. 10). Nesta seção você foi apresentado ao tema pressão, tendo acesso, in- clusive, a fórmulas para cálculo da pressão, força e área. A próxima seção abordará o tema vazão. SEÇÃO 2 Vazão A Seção 2 estuda a vazão, forne- cendo a você a definição do tema, a tabela de conversão das unida- des de vazão para a hidráulica e a relação entre as unidades de vazão para a pneumática. Q = V/t Q = Vazão V = Volume deslocado t = tempo 19SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Tabela de conversão das unidades de vazão para a hidráulica Tabela 3 - Conversão das unidades de vazão para a hidráulica Unidades Símbolo Conversão Galões por minuto GPM 1 GPM = 3,785 l/min = 0,2271 m3/h Decímetro cúbico por segundo dm3/seg 1 dm3/seg = 1 l/seg =15,8502 GPM Pés cúbicos por hora ft3/h 1 ft3/h = 0,472 l/min = 0,125 GPM Fonte: SENAI/SC (2004, p. 28). Unidades de vazão para a pneumática ▪ L/s: litros por segundo. ▪ L/min: litros por minuto. ▪ m³/min: metros cúbicos por minuto. ▪ m³/h: metros cúbicos por hora. ▪ cfm: (cubic feet for minute), pcm. Relação entre as unidades de vazão para a pneumática Tabela 4 - Relação entre as unidades de vazão para a pneumática Para converter Em Multiplicar por pcm cfm 1 pcm L/s 0,4720 pcm m³/min 0,02832 pcm m³/h 1,69923 L/s m³/min 0,06 L/s pcm 2,1186 m³/min pcm 35,31 Fonte: Parker (2008, p. 9). Como continuação dos seus estudos, na próxima unidade você será apresentado à ciência que estuda os fluidos em escoamento e sob pres- são: a hidráulica. Vazão: é o volume desloca- do em função do tempo. Unidade de estudo 3 Seções de estudo Seção 1 – Introdução Seção 2 – Princípio da Multiplicação de Energia 21SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Fundamentos da Hidráulica Nas duas seções desta unidade você estudará os fundamentos da hidráulica. A primeira seção faz uma introdução ao tema, enquan- to a segunda trata do princípio da multiplicação de energia. SEÇÃO 1 Introdução A hidráulica é a ciência que estuda os fluidos em escoa- mento e sob pressão, e divi- de-se em duas: ▪ hidrostática – estuda os fluidos sob pressão; ▪ hidrodinâmica – estuda os fluidos em escoamento. Quando falamos em fluido, esta- mos falando de qualquer substân- cia no estado líquido ou gasoso capaz de escoar e assumir a for- ma do recipiente que a contém. O termo hidráulica deriva da raiz grega HIDRO que significa água. Hoje, entende-se por hidráulica a transmissão, o controle de for- ças e os movimentos por meio de fluidos líquidos (óleos mine- rais e sintéticos). Em 1648, Blaise Pascal enunciou a lei que rege os princípios dos sistemas hidráuli- cos: “A pressão exercida em um ponto qualquer de um líquido estático é a mesma em todas as direções e exerce forças iguais em áreas iguais”. Figura 3 - Princípio de Pascal Fonte: Uggioni (2002, p. 11). Em 1795, Joseph Bramah criou a primeira prensa hidráulica manual, aplicando o princípio de Pascal. SEÇÃO 2 Princípio da Multiplicação de Energia Se aplicarmos uma força de 10 kgf em uma área de 1 cm2, teremos uma pressão de 10 Kgf/cm2, que atuando em uma área de 100 cm2 suportará uma carga de 1.000 Kgf. Figura 4 - Multiplicação de Energia Fonte: Racine (1987, p. 14). Nesta unidade você estudou os fundamentos da hidráulica e viu como ela é aplicada para multiplicar forças. Continue seus estudos na Unidade 4, lá você conhecerá como um siste- ma hidráulico é composto. Unidade de estudo 4 Seções de estudo Seção 1 – Reservatório Seção 2 – Bombas de Deslocamento positivo Seção 3 – Válvulas Direcionais hidráulicas Seção 4 – Válvulas de Retenção Seção 5 – Válvulas Reguladoras de Vazão Seção 6 – Válvulas Reguladoras de Pressão Seção 7 – Fluidos Hidráulicos Seção 8 – Filtros Hidráulicos Seção 9 – Atuadores para Sistemas Hidráulicos 23SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Composição de um Sistema Hidráulico Nesta unidade você irá estudar a composição de um sistema hidráulico. Ao longo de 9 seções você acompanhará uma abordagem completa so- bre este tipo de sistema. Um sistema hidráulico, independente do trabalho que irá realizar, é com- posto dos grupos seguintes. Acompanhe. Figura 5 - Composição do Sistema Hidráulico Fonte: Parker (2008, p. 5). As fontes de energias normalmente utilizadas são energia elétrica (motor elétrico) e energia térmica (motor a combustão). O grupo de geração que transforma energia mecânica em energia hidráulica é constituído pe- las bombas hidráulicas, entre outros componentes. O grupo de controle que regula e direciona a energia hidráulica é composto de válvulas dire- cionais e reguladoras de vazão e pressão. No grupo de atuação, encon- traremos os atuadores, que podem ser cilindros, osciladores e motores. O grupo de ligação responsável pela transmissão da energia hidráulica é composto por conexões, tubos e mangueiras. Figura 6 - Sistema Hidráulico SEÇÃO 1 Reservatório Nesta seção você estudará as ca- racterísticas do reservatório em um sistemahidráulico. Sua principal função é ar- mazenar o fluido hidráulico e como regra geral (prática) deve conter duas a três vezes a vazão da bomba. Conecta- dos ao reservatório encon- traremos linhas de sucção, retorno e dreno. Quando as linhas não possuírem filtros nas extremidades, devem ser cortadas a 45º e montadas para a parede do reservatório facilitando o fluxo normal do fluido. Figura 7 - Reservatório Fonte: Festo Didactic (2001, p. 76). No reservatório encontraremos a tampa de inspeção, o bocal de enchimento, o respiro, o visor de nível e no seu interior a pla- ca defletora (chicana), que tem a função de reduzir a turbulência e evitar que o fluido de retorno seja sugado sem antes ter circulado pelo reservatório para trocar calor e decantar impurezas. 24 CURSOS TÉCNICOS SENAI Simbologia Reservatório aberto Reservatório pressurizado SEÇÃO 2 Bombas de Deslocamento Positivo A Seção 2 aborda bombas de des- locamento positivo, bombas que, teoricamente, fornecem vazão in- dependente da pressão. As bombas de deslocamento po- sitivo podem ser de engrenagens, de palhetas ou de pistões. Bombas de engrenagens Compostas de uma carcaça com orifícios de entrada e saída do fluido e um mecanismo de bom- beamento (engrenagem movida e motora). Com o desengrena- mento das engrenagens motora e movida, o fluido é conduzido da entrada para a saída nos vãos formados pelos dentes das en- grenagens e as paredes internas da carcaça da bomba; com o en- grenamento das engrenagens, o fluido é forçado para a saída da bomba. Figura 8 - Bomba de Engrenagem Fonte: Festo Didactic (2001, p. 72). Características Rendimento de 80 a 85% Deslocamento típico de 250 cm3/r Pressão típica de 250 bar Apenas deslocamento fixo Geralmente ruidosa Boa resistência à contaminação Compacta e de pouco peso Pouca possibilidade de manutenção Baixo custo Resistente aos efeitos da cavitação Simbologia De deslocamento fixo unidirecional Bombas de palhetas Seu mecanismo de bombeamento é composto de um rotor, palhetas, anel e placas com aberturas de entradas e saídas, além do mecanismo de ajuste de pressão e vazão. Figura 9 - Bomba de Palheta Fonte: Racine (1987, p. 141). 25SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Características Rendimento 75% a 80% Montagem múltipla e simples Gama para controle da bomba Baixo custo Pouca tolerância às impurezas Deslocamento típico 100 cm3/r Pressão típica 160 bar Pouco ruidosa Vazão uniforme Simbologia Bomba de deslocamento fixo unidirecional Bomba de deslocamento variável unidirecional com compensação de pressão Simbologia Bomba de deslocamento fixo unidirecional Bomba de deslocamento variável unidirecional com compensação de pressão Bomba de deslocamento variável bidirecional com compensação de pressão Nesta seção você estudou as bombas de deslocamento posi- tivo. Continue seus estudos na próxima seção, com as válvulas direcionais hidráulicas. Bombas de pistões Estas bombas geram uma ação de bombeamento devido ao desloca- mento de pistões no interior de um tambor cilíndrico. Figura 10 - Bomba de Pistões Fonte: Racine (1987, p. 144). Características Rendimento em torno de 95% Deslocamento típico 500 cm3/r Alta eficiência total Vazão fixa ou variável Pouca tolerância a impurezas Pressão típica 700 bar Possibilidade de montagem múltipla Compacta 26 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 3 Válvulas Direcionais Hidráulicas Agora que você já estudou as bombas, conhecerá a composição e a simbologias das válvulas. As válvulas são compostas de um corpo com ligações internas que são conectadas e desconectadas por uma parte móvel que é o car- retel. Para identificar a simbologia de uma válvula devemos conside- rar o número de posições, vias, posição normal e o tipo de acio- namento. Figura 11 - Válvulas Direcionais Fonte: Parker (2008, p. 71). Número de posições: identificamos pelo número de quadrados da simbologia e devemos saber que uma válvula direcional deve ter no mínimo duas posições. Número de vias: corresponde ao número de conexões úteis que uma determinada válvula possui. 27SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Depois de ter sido apresentado, nesta seção, às válvulas direcio- nais hidráulicas, veja na Seção 4 as válvulas de retenção. Tipos de centro: podem ser abertos ou fechados. Tipos de acionamento: podem ser manuais ou automáticos. Alavanca Mola Botão Detente Pedal Solenóide 28 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 4 Válvulas de Retenção Nesta seção você irá estudar as válvulas de retenção, válvulas de cons- trução simples e pequenas se comparadas a outros componentes hidráu- licos, mas com funções importantes. Válvulas de retenção possuem construção simples e são pequenas quan- do comparadas a outros componentes hidráulicos, mas desenvolvem várias funções importantes nos sistemas hidráulicos, sendo a segurança a principal delas. Figura 12 - Válvula de Retenção Simples Fonte: Festo Didactic (2001, p. 125). Figura 13 - Válvula de Retenção Pilotada Fonte: Racine (1987, p. 144). Você estudou, nesta seção, as válvulas de retenção, sua utilidade e os principais tipos existentes. Estude, a seguir, as válvulas reguladoras de vazão. Válvula de retenção sim- ples: bloqueiam a passa- gem do fluxo em um sentido, permitindo o fluxo reverso livre. Válvula de retenção pilo- tada: permite o fluxo em uma direção, sendo que na di- reção contrária só existirá fluxo quando o êmbolo de pilotagem receber pressão e abrir a válvula principal. 29SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS SEÇÃO 5 Válvulas Reguladoras de Vazão Você já estudou as válvulas direcionais hidráulicas e as válvulas de re- tenção, agora irá estudar, nesta seção, as válvulas reguladoras de vazão. As válvulas reguladores de vazão são usadas em sistemas hidráulicos quando existe a necessidade de reduzir a velocidade dos atuadores. Os tipos são: válvulas unidirecionais, bidirecionais com orifício de passagem fixo, regulável e com compensação de temperatura e pressão. Figura 14 - Válvula Reguladora de Vazão Fonte: Festo Didactic (2001, p. 134). Esta seção abordou mais um tipo de válvula, as válvulas reguladoras de vazão, usadas para reduzir a velocidade dos atuadores. Agora, avance e estude as válvulas reguladoras de pressão na Seção 6. SEÇÃO 6 Válvulas Reguladoras de Pressão A Seção 6 mostra as válvulas reguladoras de pressão, cujo nome já ex- plica sua função. As válvulas reguladoras de pressão controlam a pressão de um sistema hidráulico. Elas são de posicionamento infinito, ou seja, podem assumir diversas posições, desde totalmente aberta até totalmente fechada. Figura 15 - Válvula Reguladora de Pressão Fonte: Parker (2008, p. 109). 30 CURSOS TÉCNICOS SENAI A pressão de trabalho age con- tra um elemento de vedação que é mantido pressionado contra a sede por meio de uma mola. Quando a pressão de trabalho for maior do que a força da mola, o elemento de vedação se afasta da sede, deslocando o excesso de pressão ao tanque. Nesta seção você estudou as vál- vulas reguladoras de pressão. A próxima seção lhe orientará quan- to aos fluidos hidráulicos. SEÇÃO 7 Fluidos Hidráulicos Agora você irá estudar funções, tipos e características dos fluidos hidráulicos. O fluido hidráulico tem como função: Transmitir energia Lubrificar Vedar Trocar calor Um bom fluido hidráulico, com uma boa filtragem, contribuirá muito para o aumento da vida útil dos componentes. O mais usado é o óleo mineral a base de petróleo, que recebe aditivos emsua com- posição para adequá-lo ao uso em sistemas hidráulicos. Tipos de fluidos e suas características. Figura 16 - Características dos Fluidos Fonte: Festo Didactic (2001, p. 59). Os aditivos são produtos químicos que adicionados ao óleo melhoram suas características ou criam novas características. Como exemplos te- mos: antiespumante, inibidores de corrosão, antidesgaste, etc. Apesar de não existirem normas nem diretrizes legais que definam a compati- bilidade de um fluido com o meio ambiente, já se verifica na prática a utilização dos fluidos não poluentes, como os biodegradáveis. 31SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS A viscosidade é a resistência do fluido em escoar. Se um fluido escoa facilmente, sua viscosidade é baixa, pode-se dizer que é fino ou pouco encorpado. Um fluido que escoa com dificuldade tem alta viscosidade, portanto, pode- se dizer que é grosso ou muito encorpado. Nesta seção você estudou os flui- dos hidráulicos. A próxima seção apresentará os filtros hidráulicos. SEÇÃO 8 Filtros Hidráulicos Durante esta seção você será apresentado às características dos filtros hidráulicos. Os filtros hidráulicos possuem a função de reter as partículas inso- lúveis do fluido. Os filtros, bem como os elementos filtrantes, po- dem ser de diversos tipos e mo- delos, recomenda-se que o filtro seja dimensionado para permitir a passagem de no mínimo três vezes a vazão do sistema. O filtro no sistema hidráulico é muito im- portante, pois em estudos realiza- dos ficou provado que entre 70 e 80% dos problemas acorridos em sistemas hidráulicos estão relacio- nados à qualidade do óleo. Filtros hidráulicos Tipos de filtros: ▪ de sucção – 100 a 150 mícrons, são os filtros montados entre o reservatório e a bomba; ▪ de pressão – 0,1 a 20 mícrons, são filtros montados antes de alguns componentes que requeiram um grau de filtragem mais apurado, como servoválvulas, motores de pistões axiais, válvulas proporcionais, entre outros; ▪ de retorno – 40 a 80 mícrons, são os filtros montados na linha de retorno do fluido para o reservatório. O menor limite de visibilidade para o olho é de 40 mícrons. Em outras palavras, uma pessoa normal pode enxergar uma partícula que mede 40 mícrons, no mínimo. Isso significa que não conseguimos determinar as condições de um fluido sem a utilização de equipamentos adequados. O próximo passo em seu estudo será conhecer os atuadores para siste- mas hidráulicos. Figura 17 - Filtros Hidráulicos Fonte: Parker (2008, p. 34). 32 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 9 Atuadores para Sistemas Hidráulicos Você sabe o que são atuadores para sistemas hidráulicos? Conhece sua função? Os atuadores possuem como função a conversão de energia hidráulica em energia mecânica linear ou rotativa, dependendo de seu tipo constru- tivo. Veremos a seguir os atuadores mais comuns de serem encontrados na indústria. Atuador linear de dupla ação Realiza trabalho nos dois sentidos (avanço e retorno). Figura 18 - Atuador Linear de Dupla Ação Fonte: Racine (1987, p. 77). Simbologia Atuador linear de dupla ação Simbologia Atuador rotativo Atuador rotativo de engrenamento externo Figura 19 - Atuador Rotativo Fonte: Racine (1987, p. 134). 33SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Oscilador de pinhão e cremalheira Figura 20 - Oscilador – Racine Fonte: Rexroth Hidráulica (2005, p. 128). Simbologia Oscilador Unidade de estudo 5 Seções de estudo Seção 1 – Introdução Seção 2 – Características da Pneumática 35SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Fundamentos da Pneumática Nesta unidade serão abordadas al- gumas características da pneumá- tica imprescindíveis para que você possa entender o funcionamento de sistemas dessa natureza. SEÇÃO 1 Introdução A Seção 1 apresenta uma visão geral da pneumática e como foi sua utilização ao longo dos tem- pos. O ar comprimido é uma das mais antigas formas de transmissão de energia que o homem conhece, empregada e aproveitada para am- pliar sua capacidade física. O re- conhecimento da existência física do ar, bem como a sua utilização mais ou menos consciente para o trabalho, são comprovados há mi- lhares de anos. O primeiro homem que, com cer- teza, sabemos ter se interessado pela pneumática, isto é, o empre- go do ar comprimido como meio auxiliar de trabalho, foi o grego Ktésibios que há mais de 2000 anos construiu uma catapulta a ar comprimido. Um dos primei- ros livros sobre o emprego do ar comprimido como transmissão de energia data do século I d.C. e descreve equipamentos que fo- ram acionados com ar aquecido. Dos antigos gregos provém a expressão PNEUMA, que significa fôlego, vento. Deri- vando da palavra PNEUMA surgiu o conceito de PNEU- MÁTICA, que é a ciência que estuda o movimento dos ga- ses e os seus fenômenos. Embora a base da pneumática seja um dos mais velhos conhecimen- tos da humanidade, foi preciso aguardar o século XIX para que o estudo de seu comportamento e de suas características se tornas- se sistemático. Pode-se dizer que somente após o ano 1950 é que ela foi realmente introduzida na produção industrial. SEÇÃO 2 Características da Pneumática Nesta seção você estudará as ca- racterísticas da pneumática e co- nhecerá algumas de suas aplica- ções. A pneumática tem se expandido muito e entre suas características a que mais se destaca é a de que nenhuma outra técnica pode ser empregada de forma tão simples para solucionar os problemas de automação. ▪ Trabalha com baixa pressão e alta velocidade (4m/s). ▪ Velocidade e força facilmente controladas. ▪ Circuito aberto, não possui retorno do ar. ▪ Energia facilmente armazená- vel e transportável. ▪ Fácil instalação e manutenção de equipamentos. ▪ Fluido e componentes insensí- veis à variação de temperatura. ▪ Aplicação altamente flexível. ▪ Necessita de tratamento do ar a ser utilizado. ▪ Perdas por vazamento redu- zem sua eficiência. ▪ Fluido compressível provo- ca movimentos irregulares nos atuadores. ▪ Limitação da força máxima de trabalho em função da pressão (3.000 kgf). ▪ Escape de ar ruidoso. 36 CURSOS TÉCNICOS SENAI Características do ar comprimido ▪ Quantidade: o ar, ao ser comprimido, é encontrado em quantidade ilimitada na atmos- fera. ▪ Transporte: o ar comprimido é facilmente transportável por tu- bulações, mesmo para distâncias consideravelmente grandes. Não há necessidade de se preocupar com o retorno do ar. ▪ Armazenamento: o ar comprimido pode ser sempre armazenado em um reservatório e, posteriormente, utilizado ou transportado. ▪ Temperatura: o trabalho realizado com o ar comprimido é insensível às oscilações de tempe- ratura. Isso garante um funcio- namento seguro em situações extremas. ▪ Segurança: não existe o perigo de explosão ou de incên- dio. Portanto, não são necessá- rias custosas proteções contra explosões. ▪ Velocidade: o ar comprimido, devido à sua baixa viscosidade, é um meio de transmissão de energia muito veloz. ▪ Preparação: o ar comprimido requer boa preparação. Impure- zas e umidade devem ser evita- das, pois provocam desgaste nos elementos pneumáticos. ▪ Limpeza: o ar comprimido é limpo, mas o ar de exaustão dos componentes libera óleo pulveri- zado na atmosfera. ▪ Custo: estabelecendo o valor 1 para a energia elétrica, a relação com a pneumática e hidráulica é a seguinte: Elétrica < Pneumática < Hidráulica. Propriedades físicas do ar ▪ Compressibilidade: propriedade do ar que permite a redução do seu volume sob a ação de uma força externa, resultando no aumento de sua pressão. Figura 21 - Compressibilidade do Ar ▪ Elasticidade: propriedadedo ar que possibilita voltar ao seu volu- me inicial uma vez extinta a força externa responsável pela redução de volume. Figura 22 - Elasticidade do Ar ▪ Difusibilidade: propriedade do ar que permite se misturar homo- geneamente com qualquer meio gasoso que não esteja saturado. Figura 23 - Difusibilidade do Ar 37SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS ▪ Expansibilidade: propriedade do ar que possibilita ocupar total- mente o volume de qualquer recipiente, adquirindo o seu formato. ▪ Peso: como toda matéria concreta, o ar tem peso e esse peso é de 1,293 x 10-3 Kgf a 0 °C e ao nível do mar. Aplicações da pneumática A pneumática pode ser usada em todos os seguimentos industriais e de transporte para a realização de movimentos lineares, rotativos e outros. ▪ Movimentos lineares: fixar, levantar, alimentar, transportar, abrir, fechar. ▪ Movimentos rotativos: lixar, furar, cortar, aparafusar, rosquear. ▪ Outros: pulverizar, pintar, soprar, transportar. Nesta unidade você conheceu os componentes de um sistema hidráuli- co: reservatório, bombas e válvulas. Na unidade a seguir você verá esses componentes juntos, formando um sistema. Unidade de estudo 6 Seções de estudo Seção 1 – Compressores Seção 2 – Redes de Distribuição do Ar Comprimido Seção 3 – Unidade de Conservação de Ar Seção 4 – Válvulas Direcionais Pneumáticas Seção 5 – Atuadores para Sistemas Pneumáticos 39SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Composição de um Sistema Pneumático Nesta unidade você estudará a composição de um sistema pneumático. Assim como vimos na hidráulica, a pneumática também se divide em quatro grupos. Figura 24 - Composição do Sistema Pneumático SEÇÃO 1 Compressores Você estudará, nesta primeira seção da Unidade 6, os compres- sores, equipamentos utilizados para alcançar pressões de traba- lho desejadas. São equipamentos utilizados para a manipulação de uma atmosfera, a uma pressão de trabalho dese- jada. Compressor de êmbo- lo (pistões) Este compressor é um dos mais usados e conhecidos, pois ele é apropriado não só para compres- são a baixas e médias pressões, mas também para pressões altas. O movimento alternativo é trans- mitido para o pistão por meio de um sistema virabrequim e biela, fazendo assim o pistão subir e descer. Iniciando o movimento descendente, o ar é aspirado por meio de válvulas de admissão, preenchendo a câmara de com- pressão. A compressão do ar tem início com o movimento de abrir a válvula de descarga, assim o ar é expulso para o sistema. Figura 25 - Compressor de Êmbolo Fonte: Festo Didactic (2001, p. 15). Compressor de parafusos Este compressor é dotado de uma carcaça na qual giram dois rotores helicoidais em sentidos opostos. Um dos rotores possui lóbulos convexos e o outro uma depres- são côncava, são denominados, respectivamente, rotor macho e fêmea. Os rotores são sincronizados por meio de engrenagens, entretanto, existem fabricantes que fazem com que um rotor acione o ou- tro por contato direto. O proces- so mais comum é acionar o rotor macho, obtendo-se uma velocida- de elevada do rotor fêmea. Figura 26 - Compressor de Parafusos Fonte: Howden (2010). O ar, à pressão atmosférica, ocu- pa espaço entre os rotores e, con- forme giram o volume compre- endido entre eles, o ar é isolado da admissão e transportado para a descarga. SEÇÃO 2 Redes de Distribuição do Ar Comprimido Esta seção apresenta as redes de distribuição de ar comprimido, sequência natural após você ter estudado os compressores. A rede de distribuição de ar com- primido compreende todas as tubulações que saem do reserva- tório, passando pelo secador. Uni- das, as tubulações orientam o ar comprimido até os pontos indivi- duais de utilização. 40 CURSOS TÉCNICOS SENAI A rede possui duas funções básicas: ▪ funcionar como um reservatório para atender as exigências locais; ▪ comunicar a fonte com os equipamentos consumidores. SEÇÃO 3 Unidade de Conservação de Ar Você sabe o que é unidade de conservação de ar? Ela se destina a filtrar, regular a pressão. e, em alguns casos, adicionar óleo ao ar antes de ser utilizado nos equipa- mentos. Após passar por todo o processo de produção, tratamento e distri- buição, o ar comprimido deve so- frer um último condicionamento, antes de ser utilizado nos equipa- mentos. Esse condicionamento consiste em filtragem, regulagem da pressão e, em alguns casos, lubrificação (que atualmente está deixando de ser utilizada, pois os componentes já possuem lubrifi- cação própria). Uma das maneiras de fazer isso acontecer é a insta- lação da unidade de conservação de ar. Figura 28 - Unidade de Conservação de Ar Fonte: Adaptado de Festo Didactic (2001, p. 16). Nesta seção você aprendeu as funções de uma unidade de con- servação de ar. Numa rede distribuidora, para que haja eficiência, segurança e econo- mia, são importantes três pontos: ▪ baixa queda de pressão entre a instalação do compressor e os pontos de utilizações; ▪ apresentar o mínimo de vazamento; ▪ boa capacidade de separação do condensado em todo o sistema. Figura 27 - Rede de Distribuição do Ar Comprimido Fonte: Fargon (2010). 1 Compressor de parafuso 7 Secador 2 Resfriador posterior ar/ar 8 Filtros coalescentes (grau x, y, z) 3 Separador de condensado 9 Purgador automático eletrônico 4 Reservatório 10 Separador de água e óleo 5 Purgador automático 11 Separador de condensado 6 Pré-filtro coalescente Nesta seção você foi apresentado às redes de distribuição do ar compri- mido, a seguir verá a última etapa de condicionamento de ar. 41SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS SEÇÃO 4 Válvulas Direcionais Pneumáticas Válvulas direcionais pneumáticas, o que é isso? Para que servem? Essa e outras questões serão respondidas nesta seção. Assim como na hidráulica, as válvulas direcionais para a pneumática também são identificadas pelo número de vias, posições, tipo de acio- namento, etc. Também possuem a função de direcionar o fluido que irá desenvolver diversas funções como, por exemplo, movimentar atuado- res lineares e rotativos. Figura 29 - Válvula Direcional Fonte: Adaptado de Festo Didactic (2001, p. 16). Identificação para válvulas eletropneumáticas Tabela 5 - Identificação de válvulas eletropneumáticas Orifício Norma DIN 24300 Normal ISO 1219 Pressão P 1 Utilização A B C 2 4 6 Escape R S T 3 5 7 Pilotagem X Y Z 10 12 14 Fonte: Parker (2008, p. 41). Você acabou de estudar as válvulas direcionais pneumáticas. A seguir, serão mostradas as características dos atuadores para sistemas pneumá- ticos. 42 CURSOS TÉCNICOS SENAI SEÇÃO 5 Atuadores para Sistemas Pneumáticos Estude agora, nesta seção, os atu- adores para sistemas pneumáti- cos, componentes com função si- milar à dos atuadores hidráulicos: transformar a energia pneumática em energia mecânica linear ou ro- tativa. Como visto anteriormente em hidráulica, os atuadores pneumá- ticos também convertem energia pneumática em energia mecânica linear ou rotativa dependendo de seu tipo construtivo. A seguir ve- remos os tipos mais comuns utili- zados na indústria. Atuador linear de simples ação com retorno por mola Realiza trabalho em um sentido. Figura 30 - Atuador Linear de Simples Ação Fonte: Festo Didactic (2001, p. 36). Simbologia Atuador linear de simples ação com retorno por mola Atuador linear de dupla ação com amortecimento de fim de curso Realiza trabalho nos dois sentidos (avanço e retorno). Figura 31 - Atuador Linear de Dupla Ação Fonte: Festo Didactic (2001, p. 39). Simbologia Atuador linear de dupla ação com amortecimento de fim de curso 43SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOSAtuador rotativo de palhetas unidirecional Realiza movimento rotativo em um sentido. Figura 32 - Atuador Rotativo Fonte: Festo Didactic (2001, p. 42). Simbologia Atuador rotativo unidirecional (motor) Atuador rotativo de palheta bidirecional (oscilador) Realiza movimento rotativo nos dois sentidos com ângulo de rotação limitado. Figura 33 - Oscilador Fonte: Festo Didactic (2001, p. 41). Simbologia Atuador rotativo de palheta bidirecional (oscilador) Esta unidade abordou os sistemas pneumáticos, sistemas que reú- nem os componentes estudados na unidade anterior. Na unidade seguinte você irá ini- ciar o estudo das grandezas elétri- cas e eletromagnéticas. Unidade de estudo 7 Seções de estudo Seção 1 – Grandezas Elétrcas Seção 2 – Eletromagnetismo 45SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Fundamentos da Eletrotécnica A energia elétrica é utilizada em máquinas dos mais diversos tipos. Os elementos elétricos utilizados em comandos também são dos mais variados, desde os relés e contactores até os microproces- sadores. Porém para um enten- dimento perfeito desses compo- nentes e usufruir a técnica com racionalidade, devemos conhecer os conceitos básicos da eletrotéc- nica. Através da energia elétrica, pode- se produzir luz, calor, ação mag- nética ou fenômenos químicos. As causas que contribuem para a produção desses efeitos serão fa- cilmente compreendidas se fizer- mos um estudo das partículas que compõem as várias substâncias encontradas na natureza, come- çando pelos átomos. Sabemos que todas essas subs- tâncias são formadas por átomos. Cada átomo tem um núcleo, ao redor do qual giram os elétrons. Os átomos são partículas ex- tremamente reduzidas, cujo di- âmetro é de aproximadamente 1/10.000.000 mm. O diâmetro do núcleo é aproximadamente 1/10.000 do diâmetro do átomo completo e o diâmetro do elétron é aproximadamente 1/10 do diâ- metro do núcleo. Os átomos são tão pequenos, que 100 milhões deles, um ao lado do outro, for- marão uma reta de 10 mm de comprimento. O átomo é com- posto por duas partes. Veja. O núcleo é o centro do átomo e nele estão os nêutrons (não possuem carga elétrica) e os prótons (possuem carga elétrica positiva). A ele- trosfera são camadas ou órbitas formadas pelos elétrons (possuem carga elétrica negativa), que se movimentam em torno do núcleo. Figura 34 - Átomo Fonte: Saggin (2002, p. 3). SEÇÃO 1 Grandezas Elétricas Nesta seção serão listas as carac- terísticas das grandezas elétricas. Grandezas elétricas são aquelas grandezas que provocam ou são provocadas por efeitos elétricos, ou ainda, que contribuem ou in- terferem nesses efeitos. As grandezas elétricas são: tensão, corrente, condutância e resistên- cia. A seguir você conhecerá as carac- terísticas de cada uma delas. Tensão elétrica (representada por E ou U) Tensão elétrica é a diferença de potencial elétrico entre dois pon- tos. Sua unidade de medida é o volt, em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. Em outras palavras, a tensão elétrica é a “força” responsável pela movi- mentação de elétrons. Portanto, a tensão é a tendência que uma car- ga tem de ir de um ponto para o outro. Normalmente, toma-se um ponto que se considera de tensão zero e mede-se a tensão do res- to dos pontos relativos ao ponto inicial. 46 CURSOS TÉCNICOS SENAI Quando nós aproximamos um material carregado positivamente de um carregado negativamente, ocorre um fluxo de elétrons do polo negativo para o positivo (sentido real). De forma análoga, podemos dizer que a tensão elétrica é equivalente à pressão de um sistema hidráulico, o líqui- do se movimentará pelo duto se existir diferença de pressão, a mesma lei vale para a eletricidade, os elétrons se movimentarão pelo condutor se existir diferença de tensão. Figura 35 - Sistema Hidráulico Fonte: Saggin (2002, p. 5). A diferença de potencial (ddp) é uma grandeza, portanto, pode ser medi- da. A unidade de medida utilizada é o volt, representado por V. Ao medir a tensão elétrica, o voltímetro deve ser conectado sempre em paralelo com a fonte geradora ou com a carga consumidora, observado sempre a polaridade e a escala a ser utilizada. As formas mais usadas para a produção de tensão elétrica são: ▪ geração de tensão por indução; ▪ geração de tensão mediante processos eletroquímicos ou eletró- lise; ▪ geração de tensão através de calor; ▪ geração de tensão mediante luz (fotoelétrico); ▪ geração de tensão a través da deformação de cristais (piezelétrico). Corrente elétrica (representada por I) É o fluxo de elétrons pelo con- dutor que ocorre sempre quando houver uma diferença de poten- cial (tensão), buscando o equi- líbrio elétrico. A passagem dos elétrons ocorre naturalmente pelo fio de cobre, passando de um áto- mo para outro átomo até atingir o outro extremo. Para medir a intensidade da corrente elétrica a unidade de medida é o ampère, repre- sentado por A. Ampère é igual a coulomb/seg: 1 A = 1 coulomb/s. 1 (um). Cou- lomb representa 6,25 x 1.018 elé- trons, isso quer dizer, se em um condutor passar a quantidade de elétrons equivalente a um cou- lomb em um segundo, teremos corrente elétrica igual a um am- père. 47SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Figura 36 - Representação de 1 Coulomb Fonte: Saggin (2002, p. 7). Tipos de correntes Corrente contínua: corrente que se mantém constante com relação ao sentido e à intensidade em fun- ção do tempo. Na figura abaixo temos a sua representação gráfica. Figura 37 - Representação da Corrente Contínua Corrente alternada: corrente que muda, periodicamente, de intensidade e sentido, conforme mostrado na figura que segue. Em nossas residências, assim como em grande parte das indústrias, utiliza-se a corrente alternada ob- tida através de um elemento gera- dor de corrente alternada. Figura 38 - Representação da Corrente Alternada Para a medição de correntes elétricas, é utilizado um instrumento cha- mado amperímetro, que deve ser ligado sempre em “série” com o cir- cuito como mostra o exemplo abaixo. Figura 39 - Representação da Medição de Corrente Fonte: Festo Didactic (2001, p. 29). A Amperimetro Corrente (l) (Fluxo) Resistência (R) (Válvula) Te ns ão (V ) (h ) O corpo humano e o corpo dos animais são condutores elétricos. Se a corrente elétrica flui através do coração, ela produz o que denominamos “fibrilação dos ventrículos do coração”. A consequência disso é a parali- sação do corpo e da respiração. Portanto, é necessário sempre observar as medidas de proteção a fim de evitar acidentes. Ação da corrente no homem: ▪ 0,3 mA – limite da insensibilidade; ▪ 1 mA – susto; ▪ 10 mA – espasmo muscular; ▪ 30 mA – a pessoa fica inconsciente; ▪ 50 mA – fibrilação dos ventrículos do coração (morte). 48 CURSOS TÉCNICOS SENAI Figura 40 - Representação da Condutância Fonte: Saggin (2002, p. 9). Figura 41 - Representação da Resistência Fonte: Saggin (2002, p. 9). Figura 42 - Comparação entre Resistência e Condutância Fonte: Saggin (2002, p. 9). Correntes acima de 50 mA (0,05 A) são perigosas para o homem se o percurso da mesma passar através do coração. Condutância e resistência Quando, nos exemplos anterio- res, nós falamos sobre a corrente elétrica circulando pelos mate- riais, para simplificar não citamos a facilidade ou oposição que ela poderia encontrar ao atravessar esses materiais. A facilidade que a corrente elétrica encontra, ao percorrer os materiais, é chamada de condutância. Essa grandeza é representada pela letra (G). Porém os materiais sempre ofe- recem certa oposição à passagem da corrente elétrica. Essa dificul- dade que a corrente elétrica en-contra ao percorrer um material, ao contrário da condutância, é a resistência elétrica, normalmente representada pela letra (R). A condutância é o inverso da resistência A condutância e a resistência elé- trica se manifestam com maior ou menor intensidade nos diversos tipos de materiais. Por exemplo: no cobre, a condutância é maior que a resistência; já no plástico, a resistência é muito maior que a condutância. 49SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS A Lei de Ohm 1 ohm é igual à resistência elétrica entre dois pontos de um condutor metálico em forma de fio, homogêneo e uniformemente temperado, na qual uma tensão elétrica de 1 volt, aplicada a esses pontos, produz uma corrente elétrica de intensidade igual a 1 ampère. A Lei de Ohm é a mais impor- tante no estudo da eletricidade, pois ela relaciona tensão, corrente e resistência e é aplicável a todos os circuitos de corrente contínua (DC) e com algumas modifica- ções pode também ser aplicada para circuitos de corrente alterna- da (AC). A Lei de Ohm pode ser expressa pela equação: E = R x I Sendo: R = resistência; E = tensão elétrica; I = corrente elétrica. Resistência elétrica (representada por R) A corrente que circula em um cir- cuito elétrico não depende só da tensão que está sendo aplicada, mas também das propriedades do material do condutor, Mantendo- se a mesma tensão, as proprieda- des provocarão intensidades dife- rentes de corrente. A variação da corrente é influenciada pela área da seção transversal do condutor e pela natureza do material do ele- mento consumidor. Em qualquer caso, também se verifica a produ- ção de calor. Essa propriedade que possui as matérias de alterar a corrente elé- trica, ou seja, de se opor à passa- gem da corrente, assim como de produzir calor, chama-se resistên- cia elétrica. A unidade de medida adotada para resistência elétrica é o Ohm em ho- menagem ao físico alemão Georg Simon Ohm (1787-1845). O símbolo da resistência elétrica é o (ômega, letra grega maiúscula). Segundo a resistência que ofere- cem à passagem da corrente, os materiais se classificam em: iso- lantes, condutores e semicondu- tores. ▪ Isolantes: são substâncias que possuem os elétrons sujeitos a uma forte atração dos núcleos de seus átomos, ou seja, nestes materiais existem poucos elétrons de “valência”. Esses elétrons têm movimentação constatada com muita dificuldade. Por exemplo: borracha, PVC, porcelana, etc. ▪ Condutores: ao contrário dos isolantes, possuem baixa energia de ligação dos elétrons aos núcle- os, portanto, muitos elétrons de “valência” e menor obstáculo aos seus movimentos. Por exemplo: prata, cobre alumínio, aço, etc. ▪ Semicondutores: entre os isolantes e os condutores estão os semicondutores, substâncias que no estado puro e a uma temperatura de 0 C são isolantes. No estado puro e à temperatura de 20 C são maus condutores e aumentam sua condutivida- de ao serem combinados com outros materiais, ou então com o aumento da temperatura. Por exemplo: germânio, silício. Associação de resistores Para satisfazer certas condições de um circuito devemos recorrer à combinação de resistências. As ligações de resistências são do tipo paralelo e série. Associação de resistores em série: Vários resistores estão as- sociados em série quando são li- gados um em seguida do outro, de modo a serem percorridos pela mesma corrente.” Figura 43 - Associação de Resistores em Série Fonte: Saggin (2002, p. 9). A associação em série possui as seguintes características: ▪ a corrente é a mesma para todas assistências; ▪ a soma das tensões sobre cada resistor é igual à tensão total da fonte; ▪ as tensões parciais são direta- mente proporcionais às corres- pondentes. 50 CURSOS TÉCNICOS SENAI Associação de resistores em paralelo: Vários resistores estão associados em paralelo quando são ligados pelos terminais de modo que fiquem submetidos à mesma ddp. Figura 44 - Associação de Resistores em Paralelo Fonte: Saggin (2002, p. 9). Características da associação em paralelo: ▪ todos os resistores estão sujei- tos à mesma tensão; ▪ a somatória das correntes que passa em cada resistor é igual à corrente total da associação. Potência elétrica (representada por P) É uma grandeza elétrica frequentemente utilizada para os cálculos de um circuito. A potência é definida como sendo a razão de um trabalho e é obtida do produto da tensão e da corrente em um circuito de corrente contínua. P = E. I Sendo: P= potência elétrica em watt; E= tensão elétrica em volt; I = corrente elétrica em ampère. De acordo com a expressão acima, podemos observar que a potência varia diretamente com a tensão aplicada e o fluxo de corrente do circui- to. A unidade watt é uma unidade pequena para especificar a potência em certas instalações, por isso são utilizadas unidades múltiplas, como o quilowatt, megawatt e outras. Exemplificando: 1 quilowatt = 1.000 watts; 1 megawatt = 1.000.000 watts. Em muitos casos, são utilizadas as seguintes unidades: CV e HP. A rela- ção das unidades com watt é a seguinte: 1 HP = 746 watts; 1 CV = 736 watts. Após estudar esta seção você já conhece as características das grandezas elétricas e está preparado para conhecer os conceitos do eletromagne- tismo. 51SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS SEÇÃO 2 Eletromagnetismo Nesta seção você estudará os princípios fundamentais do ele- tromagnetismo, efeito causado pela passagem de corrente elétrica em um condutor. Eletromagnetismo é o efeito cau- sado pela passagem de corrente elétrica em um condutor, esse efeito é um dos mais importantes para a concepção de muitos ele- mentos elétricos e eletromecâni- cos, como no funcionamento de relés, contactores, eletroválvulas, entre outros. O eletromagnetismo está baseado em três princípios fundamentais: ▪ no condutor pelo qual flui uma corrente elétrica é produ- zido ao seu redor um campo magnético; ▪ o sentido da corrente no con- dutor é determinado pelo sentido das linhas do campo magnético; e ▪ a intensidade da corrente elétrica influência diretamente na intensidade do campo magnético. Quando a corrente elétrica passa através de um fio condutor, pro- duz um campo magnético em vol- ta do mesmo conforme mostra a figura abaixo. Figura 45 - Campo Magnético Fonte: Festo Didactic (2001, p. 43). Linhas de tempo Corrente Se considerarmos, agora, uma bobina com várias espiras de fio, o campo magnético se tornará muitas vezes mais forte, circulando em torno da bobina e se concentrando, principalmente, no centro. O nome dado a essa construção é eletroímã. O efeito observado é semelhante ao ocor- rido quando se tem um ímã. Figura 46 - Eletroimã Fonte: Sagginw (2002, p. 20). Embora um campo magnético possa circular no ar, ele circula mais fa- cilmente através de materiais ferromagnéticos como o ferro ou o aço. Assim, se colocarmos uma bobina envolvendo uma armadura de ferro, o campo magnético será concentrado principalmente na armadura de ferro. A figura abaixo mostra esse comportamento. Figura 47 - Campo Magnético Fonte: Saggin (2002, p. 20). Se, além disso, colocarmos uma peça de aço (também chamada martelo ou núcleo) no centro da bobina, o campo magnético gerado pela pas- sagem de uma corrente elétrica na bobina irá se comportar da seguinte forma: 52 CURSOS TÉCNICOS SENAI Pelo fato de o ferro ser excelente condutor e o ar péssimo condutor, o núcleo de aço é atraído pelo campo magnético para uma determinada posição quando a bobina é percorrida por uma corrente elétrica (i). Figura 48 - Armadura Fonte: Racine (1987, p. 14). Temos, então, um solenóide, queé constituído basicamente da arma- dura, bobina e entreferro (núcleo ou martelo). Quando energizamos a bobina, forma-se um campo magnético que atrai o núcleo (martelo) e empurra o êmbolo da válvula direcional. Figura 49 - Construção do Solenóide Fonte: Racine (1987, p. 181). 53SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Solenóides: defeitos, causas e soluções Tabela 6 - solenóides: defeitos, causas e soluções Defeitos Causas Possíveis Soluções Solenóide não atua Falta de energia elétrica Bobina queimada Verificar circuito elétrico Efetuar a troca da bobina Solenóide vibrando Carretel da válvula trancado, componente elétrico defeituoso Suprimento deficiente de energia Efetuar a limpeza do sistema. Verificar circuito elétrico Colocar estabilizador de tensão Zumbido no solenóide Sujeira entre os contatos “T” x armadura Mau assentamento entre os contatos provocado pela inversão da posição do martelo Efetuar a limpeza, lixar, com uma lixa fina o martelo e a carcaça para ajustar os contatos Queima da bobina Solenóide vibrando Martelo não fecha completamente Acionamento simultâneo de 2 solenóides da mesma válvula Corrente residual – possibilidade do mesmo c/o solenóide desligado Circular pela bobina uma corrente relativamente alta, com baixa voltagem provocando aquecimento Oscilações de tensão Verificar circuito elétrico Verificar componentes do circuito elétrico Usar estabilizador Fonte: Saggin (2002, p. 28). Nesta seção você estudou o eletromagnetismo. Aprendeu sua definição e recebeu importantes e fundamentais conhecimentos sobre o assunto. Você viu, ainda, que a passagem de uma corrente elétrica através de um condutor resulta em um efeito chamado eletromagnetismo. Unidade de estudo 8 Seções de estudo Seção 1 – Definição de Comando Seção 2 – Representação das Sequências de Movimentos 55SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Princípio das Técnicas de Comando Esta unidade traz um estudo do princípio das técnicas de coman- do. Dividida em duas seções, esta unidade apresenta a definição de comando e a representação das sequências de movimentos. As técnicas de comandos são lin- guagens necessárias para as áreas de hidráulica, pneumática, elétri- ca, eletrônica e outras. É impor- tante que essa linguagem concei- tual seja universal para todas as áreas. SEÇÃO 1 Definição de Comando Nesta seção a definição de co- mando conforme DIN 19226 será abordada. Preste atenção às ilustrações, pois elas lhe auxiliarão no seu aprendizado. “Comandar e controlar são fe- nômenos gerados no interior de um sistema, no qual uma ou mais grandezas influenciam, como grandeza de entrada, outras como grandezas de saídas, de acordo com as leis do próprio sistema” (DIN 19226, 1994 apud DRES- CH JUNIOR, 2006, p. 10). As ações se originam de elementos de transferência e de cadeias de comandos. Comando, na linguagem comum, é um dispositivo ou meio que ser- ve para acionar grandes cargas, utilizando energias menores, ou ainda, acionar de forma manual com a interferência do homem (botão, alavanca). Os tipos de comando podem ser de interligação ou sequencial. Veja as características de cada um, a seguir. Comando de Interligação O comando de interligação associa os sinais de entrada a certas condi- ções dos sinais de saída. Figura 50 - Comando de Interligação Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009). Comando Sequencial O comando sequencial é um comando no qual se efetua um passo para após executar o passo seguinte, dependendo das condições impostas pela sequência. Representação do Fluxo de Sinais Trabalhando com uma única técnica Entrada de Sinais Processamento de sinais Saída de sinais Trabalhando com diferentes técnicas em um sistema Entrada de Sinais Processamento de sinais Conversão de sinais Saída de Sinais 56 CURSOS TÉCNICOS SENAI Figura 51 - Representação do Fluxo de Sinais em um Circuito Eletro-Hidráulico Fonte: Saggin (2002, p. 15). Saída de sinal da parte hidráulica de trabalho Saída de sinal da parte hidráulica de trabalho S1=Conversor de sinal Entrada de sinais E1,E2,E3 Processamento dos sinais através de K1 Saída do sinal para S1 K1 S1 E E E E1 E3 K1.1 E2 M Termos Técnicos Utilizados na Técnica de Comando Sinais são informações e representam variações de valores de uma característica física. ▪ Sinal analógico: é um tipo de sinal contínuo que varia em fun- ção do tempo. Exemplos: manômetros, multímetros. ▪ Sinal digital: é um sinal com valores discretos (descontínuos) no tempo e em amplitude. Isso significa que um sinal digital só é definido para determinados instantes de tempo, e que o conjunto de valores que pode assumir é finito. Exemplos: contador, relógio digital. ▪ Sinal binário: é um sinal digital com duas posições definidas. Exemplificando um interruptor, está fechado ou está aberto. Formas de Energia para Trabalho e Comando Dentro de um sistema de comando podemos trabalhar com várias for- mas de energias, pois existe a possibilidade de transformar sinais de uma forma de energia para outra por meio de conversores de sinais. A possibilidade de projetarmos um sistema de comando ideal, tanto eco- nomicamente como tecnicamente, nem sempre é fácil, pois dependerá de fatores externo, como por exemplo, o local de montagem, o meio ambiente, o pessoal de manutenção, etc. Formas de Energias para Acionamento Utilizadas na Automação Elétrica Hidráulica Pneumática ▪ Energia elétrica: a eletri- cidade tem sido um caminho usado pelo homem para lhe proporcionar benefícios no dia a dia. Podemos notar que a sua transformação, como uma for- ma de energia em outros tipos de energia, tem trazido grandes vantagens. Entretanto, ela precisa ser muito bem conhe- cida para poder ser usufruída em sua forma completa, sem oferecer perigo ao usuário. ▪ Energia pneumática: apesar de o ar comprimido ser uma antiga forma de energia conhe- cida pelo homem, somente a partir de 1950 ele foi aplicado industrialmente na automação e na racionalização da força humana para trabalhos repeti- tivos e insalubres. Atualmente, o ar comprimido tornou-se in- dispensável nos diversos ramos industriais. ▪ Energia hidráulica: expe- riências têm mostrado que a hidráulica vem se destacando e ganhando espaço como um meio de transmissão de ener- gia nos mais variados segui- mentos do mercado, sendo a hidráulica industrial e a móbil as que apresentam um maior crescimento. Agora, trataremos de uma visão geral dos meios de trabalho e de comandos mais utilizados e dos critérios para sua escolha. 57SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Critérios para Escolha das Formas de Energia Energia Hidráulica Elétrica Pneumática Transmissão Limitada e muito cara Rápida e longas dist. Limitada e lenta Distância Econômica Até aprox. 100 m Praticamente sem limites Até aprox. 1000 m Velocidade de transmissão Aprox. 50 mm/s Aprox. 300.000 km/s Aprox. 2 m/s Rotações Limitadas Boas Até 500.000 rpm Força Bem alta Alta Baixa Prot. contra sobre carga Excelente Não tão boa Excelente Tabela 7 - Critérios Para Escolha das Formas de Energia Fonte: Festo Didactic (2001, p. 17). Durante esta seção foram apresentados os tipos de comando e suas ca- racterísticas. Como sequência natural de apresentação do conteúdo, a Seção 2 lista as formas de representação das sequências de movimentos. SEÇÃO 2 Representação das Sequências de Movimentos Nesta seção você verá as maneiras com as sequências de movimento podem ser representadas. Quando os procedimentos de comando são mais complicados ou temos que reparar grandes instalações, é uma ótima ajuda para o técnico de manutençãodispor dos esquemas de comando e sequências de movi- mentos para o desenvolvimento do trabalho nos equipamentos. DICA Exemplo Pacotes chegam sobre um transportador de rolos, são levados por um cilindro pneumático A e empurrados por um segundo cilindro B sobre um segundo transportador. Nisso, devido ao enunciado do problema, o cilindro B deverá retornar apenas quando A houver al- cançado a posição final recuada. 58 CURSOS TÉCNICOS SENAI Figura 52 - Transportador de Rolos Fonte: Saggin (2002, p. 45). Veja, a seguir, como a sequência de movimentos do exemplo pode ser representada. Representação em sequência cro- nológica: ▪ o cilindro A avança e eleva os pacotes; ▪ o cilindro B empurra os pacotes sobre o segundo transportador; ▪ o cilindro A desce; ▪ o cilindro B retrocede. Representação Abreviada em Sequência Algébrica Na sequência algébrica, a letra maiúscula representa o atuador, enquanto que o sinal algébrico, o movimento. Sinal positivo (+) para o avanço e negativo (-) para o retorno. Exemplo: A+, B+, A-, B-. Representação Gráfica em Diagrama de Trajeto e Passo Neste caso, representa-se a sequência de operação de um elemento de trabalho, levando ao diagrama o valor percorrido em dependência de cada passo considerado (passo: variação do estado de qualquer unidade construtiva). Se existirem diversos elementos de trabalho para um co- mando, estes são representados da mesma maneira e desenhados uns sob os outros. A correspondência é realizada pelos passos. O diagrama de trajeto e passo, para o exemplo apresentado, possui cons- trução segundo a figura a seguir. Figura 53 - Diagrama Trajeto Passo Fonte: Saggin (2002, p. 46). 59SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Representação Gráfica em Diagrama de Trajeto e Tempo O trajeto de uma unidade construtiva é representado em função do tempo. Contrariamente ao diagrama de trajeto e passo, o tempo é representado line- armente, neste caso, e constitui a ligação entre as diversas unidades. Diagrama de trajeto e tempo para o exemplo: Figura 54 - Diagrama Trajeto Passo Fonte: Saggin (2002, p. 46). Unidade de estudo 9 Seções de estudo Seção 1 – Botoeiras Seção 2 – Relés e Contatores Seção 3 – Relés Temporizadores Seção 4 – Contador Digital de Impulso Seção 5 – Limitador de Curso Seção 6 – Sensores Seção 7 – Detectores de Pressão Seção 8 – Transdutores Eletrônicos de Pressão Seção 9 – Transdutores Eletrônicos de Posição 61SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS Elementos Eletro-hidropneumáticos Nesta unidade serão abordados os elementos eletro-hidropneu- máticos. Você não só aprenderá os símbolos, mas também conhe- cerá o funcionamento, a aplicação e a construção dos elementos que compõem o sistema. Bom estudo! A energia elétrica de comando ou de acionamento é processada por elementos como: sensores, relés, contactores, condutores, motores e outros. Devido à simplicidade dos elementos, eles são represen- tados em esquemas de comando por meio de símbolos, dessa for- ma, facilitam a interpretação para a montagem e manutenção. Po- rém não basta somente conhecer os símbolos, temos que conhecer o funcionamento, a aplicação e a construção dos elementos que compõem o sistema. SEÇÃO 1 Botoeiras Botoeiras são chaves acionadas manualmente que possuem nor- malmente um contato aberto e outro fechado. De acordo com o tipo de sinal a ser enviado ao co- mando elétrico, as botoeiras são caracterizadas como pulsadoras ou com trava.w Figura 55 - Botoeiras Fonte: Weg (2002, p. 1). SEÇÃO 2 Relés e Contatores O que são relés? E contatores? Qual é a utilidade desses elementos? Essas perguntas serão respondidas nesta seção. Relés: são utilizados para o processamento de sinais e para o controle remoto de circuitos que transportam correntes elevadas. Na realida- de, o relé nada mais é do que um interruptor acionado eletromagne- ticamente para determinadas capacidades de ligação. Figura 56 - Relé Metaltex Fonte: Metaltex (2009, p. 35). Contatores: o símbolo do contator é o mesmo do relé, mudando somente a designação dos contatos. O princípio de funcionamento também é o mesmo, a diferença está na aplicação de ambos, ou seja, enquanto o relé é previsto para a comutação de pequenas cargas, o contator é empregado para potências elevadas, como na ligação de motores, aquecedores, iluminação, etc. 62 CURSOS TÉCNICOS SENAI Figura 57 - Contator Fonte: Weg (2002, p. 30). Você acabou de estudar relés e contatores. A seguir serão apre- sentados os relés temporizadores. SEÇÃO 3 Relés Temporizadores Relé de tempo: os relés de tempo eletrônicos são apare- lhos industriais que efetuam funções temporizadas em circuitos de comando elétri- co. A denominação “relés de tempo” é genérica e abrange desde circuitos simples, base- ados no tempo de descarga (ou carga) de um capacitor, até circuitos digitais que uti- lizam a frequência da rede como base do tempo. Devido à variedade de aplicações, foram desenvolvidos vários tipos. Figura 58 - Relés Temporizadores Fonte: Weg (2002, p. 25). Figura 59 - Contador Digital de Impulso Fonte: Coel (2010). SEÇÃO 5 Limitador de Curso Também denominado de micro- switch, é um dispositivo que quan- do acionado pode altera a posição de seus contatos. Eletricamente pode ser classificado como um interruptor acionado mecanica- mente. Figura 60 - Limitador de Curso Fonte: Metaltex (2010). Relé de tempo com retardo na energização: alimentan- do-se o aparelho, a tempo- rização se inicia. Depois de transcorrido o tempo selecio- nado na escala, o relé de sa- ída é energizado, comutando seus contatos. Relé de tempo com retardo na desenergização: alimen- tando-se o aparelho, seus contatos mudam de estado instantaneamente, ao retirar- mos sua alimentação, inicia- se a temporização para no- vamente alterar o estado dos contatos. Dando sequência ao conteúdo desta e das seções anteriores, a próxima seção apresentará o con- tador digital de impulso. SEÇÃO 4 Contador Digital de Impulso Nesta seção você estudará con- tador digital de impulso, com- ponente usado na contagem de movimentos de outros elementos por meio de impulsos provenien- tes de contatos de relés, sensores, etc. Registram a contagem de movi- mentos de outros elementos por meio de impulsos provenientes de contatos de relés, sensores, etc. Proporciona a contagem pro- gressiva (ou regressiva) e uma vez atingido o valor pré-selecionado, aciona um relé de saída. 63SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS SEÇÃO 6 Sensores Nesta seção serão apresentados os principais sensores utilizados em sis- temas eletro-hidropneumáticos. Os sensores são elementos emissores de sinais por aproximação, isto é, sem o contato mecânico das partes móveis a serem detectadas. Confor- me o emprego a que se destinam, podem ser encontrados sensores de corrente alternada ou corrente contínua. Contato reed (Acionamento Magnético) Estes elementos são especialmente vantajosos quando se necessita alto número de ciclos, quando não há espaço suficiente para a montagem de chaves fim de curso convencional, ou quando são solicitadas sob con- dições ambientais adversas (poeira, umidade, etc.). Construtivamente é composto de dois contatos colocados no interior de uma ampola de vi- dro preenchida com um gás inerte. Ao se aproximar um imã permanente deste invólucro, o campo magnético faz com que as duas lâminas em seu interior se toquem, estabelecendo um contato elétrico. Removendo-se o imã, o contato é imediatamente desfeito. Figura 61 - Contato Reed Fonte: Festo Didactic (2001, p. 64). Cuidado especial deve ser tomado no local de instalação destes detec- tores, que não poderá conter campos magnéticos alheios,
Compartilhar