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Aula – 04 – Toxicidade e Reações Adversas a Medicamentos (RAMs) Prof. Rafael Barbosa Definições › De maneira geral, os fármacos pode provocar uma reação tóxica ao organismo, por conta de diversos fatores, dentre eles temos: – Administração Inapropriada; – Ação não Seletiva; – Predisposição Genética; › A toxicologia utiliza modelos animais e humanos, para verificação correta dos possíveis efeitos tóxicos dos medicamentos, em ambos os casos os estudos são de extremo controle. Estes estudos tem por objetivos: – Identificar ativação ou inibição da substância no ponto desejado. Prof. Rafael Barbosa Definições › De acordo com a OMS (2002) uma RAM é definida como: – “Qualquer efeito nocivo, não desejado e não intencional de uma droga, que ocorre em doses normalmente usadas no homem para profilaxia, diagnóstico, terapia da doença ou para modificação das funções fisiológicas.” › Na prática a maioria das pessoas e profissionais de saúde denominam de efeito colateral os efeitos indesejáveis, desagradáveis, nocivos ou potencialmente prejudiciais, porém, o termo apropriado é reação adversa ao medicamento. Prof. Rafael Barbosa Definições › A definição da OMS, exclui falhas terapêuticas, intoxicação intencional ou acidental e abuso de drogas, além de não incluir os efeitos nocivos derivados de erros na administração ou do não cumprimento da terapia medicamentosa. › O termo mais recentemente sugerido pela OMS é evento adverso ao medicamento (EAM). Prof. Rafael Barbosa Classificação das RAMs › Tipo A – Do inglês “augmented”, aumentadas; relacionadas à dose. › Tipo B – Do inglês “bizarre”, bizarras; não vinculadas à dose. › Tipo C – Do inglês “chronic”, crônicas; relacionadas à dose e ao tempo de uso. › Tipo D – Do inglês “delayed”, atraso, relacionadas ao tempo de uso. › Tipo E – Do inglês “end of use”, término de uso, ligada à abstinência. › Tipo F – Do inglês “failure”, falha inesperada na terapia. › Contudo nem sempre é possível classificar uma RAM nessas categorias, pois o mecanismo que lava à sua ocorrência é muitas vezes desconhecido. Prof. Rafael Barbosa Tipo de Reação Características Exemplos (A)umentada Comum, esperada, baixa mortalidade Efeitos tóxico, intoxicação digitálica, síndrome serotoninérgica com indicadores seletivos da receptação da serotonina (ISRSs) (B)izarra Incomum, Inesperada, alta mortalidade Reações imunológicas: Hipersensibilidade à penicilinas. (C)rônica Incomum, relacionada ao efeito cumulativo do fármaco. Supressão do eixo hipotálamo- pituitária-adrenal pelo uso de corticosteroides. (D)emorada (atraso) Incomum, ocorre após o uso do fármaco por algum tempo. Teratogênese, carcinogênese, discenesia tardia. (E)ncerramento de uso Incomum, ocorre logo após a suspensão do uso. Síndrome de abstinência a opiáceos, isquemia miocárdica. (F)alha Comum, relacionada à dose, frequentemente tem como causa a interação medicamentosa. Dosagem inadequada de anticoncepcional oral. Prof. Rafael Barbosa Classificação das RAMs em função da frequência Classificação Frequência Frequência (%) Muito Comum >1/10 >10% Comum (frequente) >1/100 e <1/10 >1% e <10% Incomum (infrequente) >1/1.000 e <1/100 >0,1% e <1% Rara >1/10.000 e <1/1.000 >0,01% e <0,1% Muito Rara <1/10.000 <0,01% Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo A › Tendem a ocorrer em indivíduos que apresentem pelo menos uma dessas características: – Receberam dose maior que a apropriada; – Possuem metabolização e excreção lentas; – Apresentam níveis normais do fármaco, mas possuem inexplicável sensibilidade a ele. (Ex. hemorragia do trato digestivo por uso de ácido acetilsalicílico.) › Correspondem a efeitos aumentados ou exacerbados de um fármaco e estão relacionadas à ação farmacológica, o que explica sua alta incidência. Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo A › Relacionadas Principalmente: – Sobredose (toxicidade) › Ex. bradicardia provocada por uso de betabloqueadores. Não se pode considerar que problemas referentes à prescrição e/ou administração de altas doses caracterizem RAM, uma vez que as únicas sobredoses são relativas ou produzidas por fatores farmacocinéticos, ou, ainda, por alterações na liberação, absorção, distribuição e excreção do medicamento. – Efeito indesejável › Ex. hemorragia digestiva provocada por uso de Ác. Acetilsalicílico. – Efeito Secundário › Relaciona-se com uma ação farmacológica diferente da ação do fármaco. Ex. Ativadores Beta. – Interação Medicamentosa › Farmacocinéticas (mediadas por alterações na absorção, distribuição, metabolismo e excreção) › Farmacodinâmicas (interferentes no efeito, a ação ou o mecanismo de ação) › Farmacêuticas (interações físico-químicas de duas ou mais drogas quando presentes em um mesmo preparo) Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo B › Não são associadas com a farmacologia habitual do fármaco. Pode haver diversas causas para a suscetibilidade de um indivíduo, uma vez que se trata de respostas raras e imprevisíveis (dependem de pequenas doses), exceto quando se observa comprometimento familiar. › Possui baixa frequência, podem não ser detectadas em estudos de pré-comercialização, ou seja, podem aparecer apenas depois de o fármaco ter sido liberado para comercialização. Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo B › As reações do tipo B podem incluir: – Intolerância › Presença de baixo limiar, podendo ter base genética ou representar o extremo das distribuição populacional de efeitos em uma curva dose-resposta; neste caso, temos ausência de manifestações imunológicas. – Reação Idiossincrásica › Resposta não característica, inexplicável pela farmacologia conhecida do medicamento e com efeito farmacológico quantitativamente diferente. Ocorre geralmente em uma base genética na resposta à molécula do fármaco. Ex. Deficiência de Glicose-6-fostado desidrogenase eritrocitária, que favorece a anemia em pacientes que usam antioxidantes. Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo B › As reações do Tipo B podem incluir: – Alergia › Resposta de origem imunológica. Existem em quatro tipos: – Reação alérgica imediata, mediada por IgE – Reação Alérgica dependente do sistema complemento e de células efetoras (citotóxicas) – Reações do tipo “doenças do soro”, mediadas do IgG – Alergia mediadas por células › Pseudoalergia (não imunológica) – Resposta que simula uma reação alérgica, mas não compromete o sistema imunológico. Diagnóstico dependente dos níveis de IgE. Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo C › Encontram-se relacionadas com o uso contínuo do fármaco. – Ex. nefropatia por uso de analgésicos. › São Previsíveis. Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo D › São aquelas nas quais os efeitos nocivos se manifestam no longo prazo, ainda que seu desenvolvimento possa ocorrer desde as primeiras fases do tratamento. › Entre as reações deste tipo, podemos citar: – Teratogênese (Capacidade do fármaco ultrapassar a barreira placentária; Ex. Isotretinoína) – Carcinogênese (Capacidade do fármaco provocar danos ao DNA celular; Ex. Ciclosfosfamida) Prof. Rafael Barbosa Reações do Tipo E › São intimamente associadas a suspensão da medicação, o que leva ao efeito “rebote” de uma manifestação que foi abolida ou atenuada pelo tratamento. › Estas reações dependem de um ajuste do organismo ao fármaco. › Também pode-se incluir nestas reações certos sintomas que não existiam no início da terapêutica, como convulsões em pacientes não epiléticos tratados (longo prazo) com carbamazepina, quanto o tratamento é interrompido de maneira abrupta. Prof. Rafael Barbosa RAMs › Devemos lembrar que os fatores determinantes da taxa de ocorrência de uma RAM para cada grupo farmacológico são a toxicidade intrínseca e a frequência de uso. › Principais classes com maior ocorrência de RAMs – Antibióticos; – Quimioterápicos; – Anticoagulantes; – Agentes Cardiovasculares; – Anticonvulsivantes; – Hipoglicemiantes – Anti-hipertensivos; – Analgésicos; – Antiasmáticos; – Hipnóticos; – Antidepressivos – Antipsicóticos.Prof. Rafael Barbosa Outros Aspectos das RAMs › Associação de medicamentos com produtos não farmacológicos: – Medicamentos + Álcool – Medicamentos + Alimentos – Medicamentos + Ervas › Manifestações Agudas Vs. Crônicas Prof. Rafael Barbosa
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