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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ENTENDENDO O TDAH NO CONTEXTO ESCOLAR LUCIMARA RODRIGUES DE LIMA RA. 2318201527 Orientação: Profª Angela maria Infante São Paulo (2019) DIRETORIA DE EDUCAÇÃO PEDAGOGIA 1 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ENTENDENDO O TDAH NO CONTEXTO ESCOLAR Resumo: Este trabalho pretende gerar uma reflexão sobre as metodologias utilizadas pelos professores em sala de aula, evidenciando a importância de um olhar especial do professor para com o aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), guiando-o no seu desenvolvimento pedagógico e criando múltiplas estratégias. Palavras-chave : Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Professor. Cotidiano Escolar. 1 INTRODUÇÃO O tema escolhido para a presente reflexão foi “Entendendo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) no Contexto Escolar”. A escolha deste tema foi devido à grande quantidade de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a insuficiência de informações de como os professores deve agir para que estas crianças tenham um bom rendimento tanto em casa coo na escola e em suas vidas profissionais. Este trabalho se faz importante para clarear e nortear o trabalho de professores quanto a especificidades do transtorno e ajudar estas crianças a se desenvolverem de forma significativa para que possam se tornar pessoas bem sucedidas apesar de seu quadro clínico. O problema levantado foi no contexto escolar, com o objetivo de verificar como são tratados os alunos que apresentam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), em como reunir informações para orientar professores sobre como trabalhar com alunos com esta dificuldade, auxiliando estes profissionais a manterem o equilíbrio disciplinar em sala. 2 Crianças com TDAH apresentam problemas de comportamento desde o primeiro ano de vida, mostrando-se mais agitadas, choram com mais frequência, dormem menos e são mais ativas. Embora alguns sinais deste transtorno apareçam no início da infância, na escola é que os mesmos são mais percebidos. Sendo assim, o presente trabalho será desenvolvido na perspectiva da pesquisa exploratória e a metodologia utilizada é a pesquisa cujo embasamento consiste numa vasta revisão bibliográfica de autores que estudaram temas relacionado com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Esse estudo proporcionará maior familiaridade e conhecimento do assunto por meio do levantamento de informações essenciais buscando, desta forma, conhecer com maior profundidade o assunto, trazendo uma visão panorâmica do tema em estudo. 2 COMPREENDENDO O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) 2.1 Conceito O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem origem neurobiológica de causas genéticas, caracterizado pela desatenção e/ou falta de concentração, agitação (hiperatividade) e impulsividade. Estas características podem levar o aluno a ter dificuldades emocionais, de relacionamento, baixo nível de autoestima, além do mau desempenho escolar diante das dificuldades no aprendizado, comportamentos estes que podem se estender até a vida adulta. Crianças com TDAH apresentam problemas de comportamento desde o primeiro ano de vida, mostrando-se mais agitadas, choram com mais frequência, dormem menos e são mais ativas. Embora alguns sinais deste transtorno apareçam no início da infância, na escola é que os mesmos são mais percebidos. Com o aumento dos casos de crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), os professores tem se angustiado por não saber como atender estas crianças e como manter o equilíbrio disciplinar em sala. 3 O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno mental crônico, que se manifesta e evolui ao longo da vida. É multifatorial, pois são vários os fatores envolvidos na gênese do TDAH. O fator genético e determinante, mas outros fatores também podem atuar como adversidades físicas durante a gestação (aumento da pressão arterial da gestante, hemorragias, insuficiência da placenta e sofrimento fetal, por exemplo). De acordo com San Goldstein (2006) este transtorno aparece na primeira infância e segue até a vida adulta, acometendo cerca de 3% a 5% da população, sendo que de 6% a 8% surge na fase escolar. Dificilmente o diagnóstico é dado antes dos sete anos de idade. Frequentemente este transtorno é encontrado mais em meninos (caracterizado pela forma de agitação) que em meninas (encontrada mais na forma de atenção). Segundo Rohde & Benczik (1999), este transtorno apresenta três características básicas: desatenção, agitação e a impulsividade apresentada em qualquer cenário. [...] os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade destas crianças e adolescentes colocam-na em desvantagem em ambientes onde a focalização da atenção e o controle motor e dos impulsos são necessários para o adequado funcionamento. (ROHDE; BENCZIK, 1999, p.53). 2.2 Orientação aos Familiares Segundo Goldstein (1995) “Para ajudar seus filhos a serem em sucedidos na escola, os pais devem ser pacientes, persistentes e orgulhosos”. Os pais devem ter paciência, ser persistentes em seus esforços de auxiliar o filho a transpor suas dificuldades, assumindo compromissos, reconhecendo a necessidade de intervenções e colaborando para sua execução. O que realmente importa para o sucesso desta criança na vida é o que existe de certo com ela e não o que está errado. Deve-se focalizar seu trabalho em aumentar os pontos fortes. Uma das grandes dificuldades para a criança com TDAH e sua família é o dever de casa, é necessário que se estabeleça uma rotina com expectativas claramente definida e previamente cominada (horários, duração e intervalos), 4 proporcionar um local adequado para o estudo e auxiliar na organização dos trabalhos, nunca fazer os trabalhos pelos filhos. A escola e a família devem estar em comunicação frequentemente, para trocar experiências relevantes para situações difíceis. 2.3 A atuação do professor no contexto escolar Para que se tenha um baixo rendimento escolar, são inúmeros os atores que contribuem para isso como exemplo, podemos citar o processo de ensino- aprendizagem idealizado para o modelo ideal padronizado de aluno, professores despreparados, salas de aulas que, normalmente, estão superlotadas, e outros mais. Normalmente, nas rotinas das escolas de hoje, o ensino é esquematizado para que todos respondam num mesmo ritmo, sem levarem-se em conta as diferenças individuais, onde todos têm que responder ativamente, numa produção uniforme, dificultando de maneira incontroversa o processo educacional de ensino- aprendizagem, quando não se analisa cada aluno individualmente. Segundo Assumpção (2011, p. 2): Há algum tempo a educação e a escola brasileira procura nos indivíduos a justificativa para as suas deficiências educacionais [...] Atualmente o fenômeno do fracasso escolar tem sido camuflado pelas escolas, pois a ideologia posta nos índices estatísticos encobre a verdadeira realidade e, para justificar seu descompromisso, mais uma vez o sistema educacional coloca sobre os indivíduos o problema, agora travestido por um transtorno, ou transtornos, os quais colocam sobre os indivíduos a culpa pelo seu fracasso escolar. Neste contexto, verificamos a suma importância do professor em sala de aula em atuar de maneira empática com o aluno que possui o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), tendo em vista a dificuldade deste aluno em se concentrar e aprender no nível dos demais alunos. De acordo com Mattos (2005, p.95), é necessário que o professor possua conhecimento sobre o que vem a ser o Transtornode Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e suas implicações comportamentais, para que ele tenha condições de trabalhar com estes alunos, sabendo a maneira certa de lidar. Do 5 contrário, o próprio educador irá rotular estes alunos, como indivíduos preguiçosos, mal educados, peraltas, etc. Na mesma linha de Mattos, Benczik (2000, p.81 ) comenta que “saber diferenciar incapacidade de desobediência é fundamental”, necessário. Automaticamente, o aluno portador de TDAH irá se comportar de maneira diferente daquele que se espera, chamando a atenção dos professores, através de sua impulsividade, inadequação e agitação. O autor BBelli (2008, p.49) comenta que “A profissão “educador” é, antes de tudo, uma missão, uma doação... Precisamos praticar o olhar e o escutar... A reconhecer no outro o ser pensante que é. A dar atenção ao outro, afinal atenção vem com o vero atender que significa cuidar”. Para Mattos (2005, p. 96), o professor precisa exercer a sua criatividade em sala de aula. Por meio disso, poderá utilizar vários meios de ensino para poder avaliar cada aluno e verificar qual é o melhor método para aprendizagem a ser utilizada. Mattos conclui, mencionando que o professor “tem que ser capaz de modificar as estratégias de ensino, de modo a adequá-las ao estilo de aprendizagem e às necessidades da criança”. Como o aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) acaba por se interessar por atividades que apenas lhe interesse, o educador precisa chegar a estes elementos motivadores, para que, em cima destes dados, possa preparar o ensino de maneira que atinja este aluno e ele se envolva com aquilo que o motiva, e ao mesmo tempo, aprenda efetivamente. Vemos aqui a importância do educador e a sua disposição em querer explorar vários recursos de ensino, inclusive áudio visuais, sendo que este é que mais prende a atenção dos portadores de TDAH, pois o ajudam a organizar as suas ideias. Ainda Mattos (2005, p. 105), “a criança com TDAH necessita de um nível um pouco mais alto de estimulação para funcionar melhor”. Hoje em dia, temos à nossa disposição vários recursos, que podem ser utilizados pelo professor para dinamizar as suas aulas. O autor belli (008, p. 51-52), menciona alguns exemplos desses recursos: PowerPoint, retroprojetor, computadores, desenhos, figuras, histórias, contos filmes curtos, jogos, músicas, aulas em ambientes diferentes ao do dia a dia. Além de outros recursos que podem 6 ser utilizados, dependendo da criatividade do professor, tudo isso, em prol da educação eficaz do aluno que está sore sua responsabilidade. Mattos (2005, p.112) menciona que: “Não se propõe que o TDAH se torne uma desculpa para permitir qualquer tipo de comportamento do aluno. Quanto mais próximo o tratamento com os demais alunos estiver do tratamento com ele, melhor”. Verificamos que o aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) possui grandes dificuldades em se comportar, em auto se controlar. Por isso, fica evidente que é necessário estabelecer e manter alguns limites e regras de comportamento no ambiente escolar. E isso se estende ao ambiente familiar ou outro que a criança com TDAH frequente. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa revelou a necessidade em desenvolver boa vontade e bom senso, tanto de professores como de toda a equipe multidisciplinar, para que se paute por meio de um trabalho responsável, e assim possa contribuir de maneira competente e eficientemente na educação e integração da criança portadora de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Para que isso aconteça se faz necessário desenvolver, nesses alunos, habilidades de integração social, valorizar o seu aprendizado, estimular o seu interesse pelos estudos, elogiar os esforços feitos, as suas qualidades e suas atitudes positivas. Infelizmente, não temos a quantidade necessária de educadores devidamente capacitados para atender toda a demanda existente em salas de aulas, pois na maioria delas, o professor não tem outra pessoa que o auxilie em atendimento aos alunos que possuam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). E, conseqüentemente, é impossível os professores realizarem um trabalho voltado para esses alunos, sendo que as salas de aula normalmente estão lotadas e sem recursos necessários. Cada educador precisa ter em consideração que não é tarefa de fácil solução trabalhar em sala de aula com crianças com Transtorno de Déficit de 7 Atenção e Hiperatividade (TDAH). Por isso, novamente ressaltamos da necessidade de se trabalhar objetivando o desenvolvimento global do aluno, tanto social, motor, afetivo e cognitivo, juntamente com a instituição de ensino, tendo sempre em vista o próprio aluno. Não há o que se questionar a importância do papel do professor com visão de apoio, compreensão, conhecimento, paciência, persistindo no objetivo de educar, apesar das adversidades, buscando sempre a alteridade, ao se trabalhar com alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Diante disso, é de extrema importância que todo profissional da educação esteja empenhado em fazer o seu melhor para ajudar a todo aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), trabalhando para que este seja aceito, suas qualidades e atitudes positivas sejam ressaltadas e, acima de tudo, para que se sintam valorizados e não frustrados, características estas, que se estendem, também, ao professor quando se vê fracassado na arte de educar. O que realmente importa para o sucesso desta criança na vida é o que existe de certo com ela e não o que esta errada. Sendo assim, a escola, os profissionais e família devem estar em constante comunicação para trocar experiências relevantes sobre as situações difíceis e possíveis soluções a serem encontradas e aplicadas em prol do crescimento das crianças. 4 REFERÊNCIAS ASSUMPÇÃO, P. M.; et al. Desnaturalizando o TDAH : o professor como sujeito essencial no processo de aprendizagem da atenção voluntária. X CONPE (Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional), 2011. 14p. BELLI, A. A. Tdah! E agora? :a dificuldade da escola e da família no cuidado e no relacionamento com crianças e adolescentes portadores de Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. – São Paulo: Editora STS, 1ª edição: out., 2008. BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Deficit de Atenção/ Hiperatividade: Atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. 8 GOLDSTEIN, S. Hiperatividade: Compreensão, avaliação e atuação: U ma visão geral sobre Tdah. Artigo: Publicação, novembro / 2006. GOLDSTEIN, S. e G. M: tradução Maria Celeste Marcondes. Hiperatividade: Como Desenvolver a Capacidade de Atenção da Criança. Campinas, SP: Editora Papyrus, 1994. KAJIHARA, O. T. A base neurobiológica do déficit de atenção. In: RODIGUES, Elaine; ROSIN, Sheila Maria (org.). Pesquisa em educação : a diversidade do campo. Curitiba: Juruá Editora, 2008. MATTOS, P. No Mundo da Lua : perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 4 ed. São Paulo: Lemos Editorial, 2005. ROHDE, L. A. P.; BENCZIK, E. B. P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade : O que é? Como ajudar? – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
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