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Cápsulas Prof. Rogério Cápsulas • Preparações farmacêuticas constituídas por invólucro de natureza, forma e dimensões variadas, contendo substâncias medicinais sólidas, pastosas ou líquidas. • cápsula significa invólucro pequeno em latim • Podem ser gelatinosas (moles ou duras) Cápsulas • Vantagens: • 1- permite administrar substâncias de sabor desagradável • 2- as paredes das cápsulas são digestíveis e liberam rapidamente o conteúdo • 3- por serem elásticas são mais facilmente deglutidas do que os comprimidos • 4- podem ser revestidas por invólucros gastro-resistentes Desvantagens: 1- espaço para estocagem 2- sensíveis à umidade 3- não fracionáveis • A cápsula pode absover água🡪 amolecimento • Perder água 🡪 ressecamento (quebradiça) Cápsulas duras • Possuem o corpo (acondicionamento) e a tampa • cápsula de gelatina dura demora em média 5 minutos para liberar o conteúdo • Fabricação dos invólucros: • Gelatina proveniente de ossos ou pele de bovinos e suínos • Técnica: • imersão de pinos em solução de gelatina e excipientes (corantes, antioxidantes e conservantes) a 57 ºC. Cápsulas duras • Secagem: corrente de ar quente • Ambas as partes são cortadas e encaixadas • 25000 cápsulas/hora • Tamanho das cápsulas: • A capacidade é dada em volume e não em peso : diferença na tenuidade e na densidade tamanho 000 00 0 1 2 3 4 5 Volume ocupado máximo (mL) 1,37 0,95 0,68 0,50 0,37 0,30 0,21 0,13 Cápsulas duras • Preparação (encapsulamento): • 1- desenvolvimento da formulação e seleção do tamanho da cápsula • 2- enchimento dos invólucros • 3- selagem (opcional) • 4- limpeza e polimento das cápsulas cheias • 5- controle de qualidade Cápsulas duras • 1- Desenvolvimento da formulação e seleção do tamanho da cápsula • Pontos importantes • Mistura (fármacos potentes) • Diluente: adicionado para completar volume. As cápsulas devem ser totalmente preenchidas para evitar diferentes dosagens • Desintegrantes: auxiliam na ruptura da cápsula • Lubrificante e deslizante Dosagem correta Depende de 3 fatores • 1- escolha do invólucro de capacidade exata • 2- método de enchimento • 3- produto a encapsular (escoamento ruim, umidade, cristais aciculares Cápsulas duras • 2- Enchimento do invólucro • Manual • enchimento individual🡪 funil • Método da punção (pó em forma de torta🡪profundidade de 1/3 do comprimento do corpo da cápsula🡪 a cápsula é introduzida verticalmente várias vezes) Cápsulas duras • Método de nivelamento manual • Encapsulador manual, bastões para regulagem, espátula, compactador ou socador e haste limitadora • Espalha-se o pó com espátula e o pó cai por gravidade Cápsulas duras • Dificuldades no enchimento: • Pós com baixa densidade, grande força de atração entre as partículas, umidade, cristais aciculares Cápsulas duras • Enchimento do invólucro • Automático • Produtividade de até 165000 cápsulas/hora • Mecanismos: • Pó lançado sobre o invólucro, procedendo-se o nivelamento com superfície rasante (Parke Davis) • Pó lançado por compressores dosadores (Zanasi) Cápsulas moles • Gelatina + substâncias emolientes (glicerina, propilenoglicol e etc) • Possuem mais umidade que as duras 🡪 conservante • Redondas, ovais e oblongas • Uso?.........encapsular líquidos e materiais pastosos • São facilmente engolidas Cápsulas moles • Preparação do invólucro: • Aquecimento da gelatina de 50-60 ºC com os outros adjuvantes (em tanque) • o gel quente entra em contato com a superfície gelada de dois cilindros e adquire consistência de um filme Cápsulas moles • Esses dois filmes de gelatina passam pela matriz de moldagem e ao mesmo tempo, a cápsula é cortada e o medicamento é injetado no invólucro Cápsulas gastro-resistentes • Razões para a preparação: • Fármaco sofre degradação no HCl do estômago • Irritante à mucosa gástrica • Causa náuseas e vômitos quando atua no estômago • Deve produzir efeito no intestino Cápsulas gastro-resistentes • Existe grande variação no tempo em que o fármaco atinge o intestino: esvaziamento gástrico (volume gástrico e tipo e quantidade de alimento) • O revestimento deve ficar intacto por 2 horas no suco gástrico • Substâncias utilizadas: goma laca (pH), acetoftalato de celulose (hidrólise enzimática), Eudragit® (polímero acrílico)🡪 solúvel em meio alcalino Ensaios das cápsulas • Desintegração, dissolução, peso, uniformidade de conteúdo • Desintegração: • Imersas 30 vezes por minuto em água a 37ºC • Dissolução: • Aparato cesta, 50/100 RPM, 5 pontos de amostragem, 85% dissolvido em 60 minutos Ensaios das cápsulas • Uniformidade de conteúdo: • A substância ativa deve estar na faixa de 85-115% da quantidade rotulada, para 9 de 10 amostras • Peso: • Peso médio, DPR ou CV e variação do conteúdo teórico (%) (Formulário Nacional Da Farmacopeia Brasileira, 2011) • Peso médio de 10 cápsulas Ensaios das cápsulas • Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites especificados na Tabela 1, em relação ao peso médio • + 7,5 %🡪 x 1,075 • -7,5% 🡪 x 0,925 • Desvio padrão relativo (DPR) ou Cv • O Desvio padrão relativo (DPR) calculado não deve ser maior que 4% • Variação do conteúdo teórico das cápsulas • variação de conteúdo aceitável 90-110% • Determinar o peso médio de 20 cápsulas vazias (P méd-cáps.vazias) • Peso teórico das cápsulas (Pteórico) Roteiro de cálculo da massa do excipiente para cápsulas Fórmula 1. Determinar o volume aparente e calcular a densidade das duas substâncias: Volume aparente: 1 g de substância em proveta de 10 mL (medir o volume após três batidas na bancada) PholiaMagra® : 0,9 mL d= m/v d=1/0,9 d=1,11g/mL Substância quantidade PholiaMagra® 300 mg Amido q.s.p. 1 cápsula Amido: 1,2 mL d=1/1,2 d=0,83 g/mL 2. Calcular o volume ocupado pela substância ativa: 300 mg = 0,3 g 1,11=0,3/v V=0,27 mL 3. Escolher o tamanho da cápsula: Escolher tamanho que tenha volume próximo ao volume ocupado pela substância ativa Tamanho escolhido: nº 2🡪 volume total de 0,37 mL 4. Calcular o volume que será ocupado pelo excipiente Volume total da cápsula – Volume total da substância ativa 0,37-0,27= 0,1 mL 0,1 mL é o volume que deve completar a cápsula pelo excipiente 4. Calcular a massa de excipiente por cápsula 0,83=m/0,1 m=0,083 g = 83 mg de amido Fator de equivalência Exemplo: Cálculo do fator de equivalência para o sulfato de salbutamol Dados: Salbutamol (C13H24NO3): PM = 239,31 Sulfato de Salbutamol (C13H24NO3).2 H2SO4 PM = 576,71 Equivalente grama sal = 576,71/2=288,35 Equivalente grama sal= 288,35 Feq = 288,35/239,31 Feq = 1,20 14 Os medicamentos são os principais agentes responsáveis por casos de intoxicações registrados anualmente no SINITOX/CICT/FIOCRUZ/MS, representando 28% dos casos de intoxicação humana. As intoxicações podem ser leves, moderadas ou graves e as crianças respondem por 35% desses casos. Em indústrias que fabricam ou farmácias que preparam medicamentos, fatores que podem gerar erros devem ser avaliados e controlados através da implantação de sistemas com processos padronizados e seguros, que garantam a qualidade final do medicamento1 No processo de diluição e homogeneização de substância de baixo índice terapêutico, baixa dosagem e alta potência deve ser utilizada a metodologia de diluição geométrica.2 O fármaco varfarina se enquadra na descrição acima. Desta forma, para se atender corretamente à prescrição médica: Varfarina 5,0 mg, 30 cápsulas O farmacêutico deverá: I- preparar uma diluição varfarina:excipiente inerte 1:10 II- proceder à mistura de varfarina com excipiente através de diluição geométrica III- pesar 3,0 g da diluição preparada para manipular a fórmula solicitada Estão corretas as afirmações: A I e II B I e III C II e III D I, II e III E Apenas I Faixa de dose diluição Até 0,1mg 1:1000 0,11 a 0,99 1:100 1 a5mg 1:10 Fc= 100/10=10 5mgx30x10 = 1500mg = 1,5g 15 Uma prescrição médica solicita o preparo de 30 cápsulas de isoflavonas 40 mg. Qual o fator de correção e qual a massa total de fármaco a ser pesada? Dados: Fármaco referência: isoflavonas Matéria prima disponível: isoflavonas a 40% A Fc= 0,4; 0,48 g B Fc= 100; 120,0 g C Fc= 2,5; 3,0 g D Fc= 40; 48,0 g E Fc=1; 1,2 g Fc= 100/40=2,5 40mgx2,5x30= 3000mg=3g 16 Na determinação do teor de umidade um lote do fármaco atenolol apresentou 10% de água. Sendo assim, uma indústria que deseje produzir 100 000 comprimidos de 50 mg do mesmo deverá pesar: A 5,00 Kg B 5,55 g C 5,00 g D 555 g E 5,55 Kg Fc=100/90= 1,11 50mgx1,11x100000=5550000=5,55kg 17 Assinale a alternativa incorreta no que se refere às cápsulas: A É possível acondicionar líquidos em cápsulas. B A diferença entre cápsulas gelatinosas duras e moles é a presença de gelatina nestas últimas. C A capacidade de acondicionamento das cápsulas varia com a densidade do(s) pó(s). D Excipientes em cápsulas são utilizados apenas quando o fármaco é instável. E A correção da massa de fármaco a ser pesada influencia o efeito terapêutico. 20 O paciente M.S.G., hipertenso, recebe a seguinte prescrição médica: Enalapril 20 mg Sabendo que o fármaco referência é maleato de enalapril e a matéria prima disponível para preparar o medicamento é maleato de enalapril é possível •afirmar que: A Deverá ser aplicado fator de equivalência, uma vez que o médico solicitou enalapril e não maleato de enalapril. B O rótulo terá a inscrição: enalapril (como maleato) 20 mg. C Esta fórmula não poderá ser preparada, uma vez que só há disponível a forma de maleato e o médico deseja o fármaco livre. D Deverá ser pesado 20 mg de maleato de enalapril para atender esta prescrição. E Farmácias sempre usam fator de equivalência para correção da massa a ser pesada. Como a indústria tem um controle de qualidade melhor não precisa realizar a correção.
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