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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA ENGENHARIA AMBIENTAL ALINE RAFAELA RODRIGUES SOUTO - RA: 624071 ANA CAROLINA GODOY ALBINO - RA: 727163 CÍNTIA REGINA PRESTES TESSER - RA: 727168 TERESA CRISTINA VIGATTO XAVIER - RA: 727201 COMPACTAÇÃO DO SOLO ENSAIO IN SITU COM PENETRÔMETRO DINÂMICO BURI 2018 1 RESULTADOS E DISCUSSÃO A compactação do solo ocorre mais superficialmente, onde acontece a pressão de um peso sobre o mesmo, fazendo com que exista uma diferença na dureza em diferentes camadas do solo, no caso, entre as regiões mais superficiais e as mais profundas. Tal fato justifica o comportamento dos cinco gráficos 1, 2, 3, 4 e 5 mostrados abaixo, que, de acordo com o aumento da profundidade, a penetração fica cada vez mais fácil, apresentando algumas pequenas variações esperadas para esse tipo de análise. Por conta da atividade agrícola desenvolvida em um espaço de terra, são utilizados diversos maquinários que circulam na área, tais como, a colheitadeira e tratores. Estas são máquinas muito pesadas, que pressionam o solo por onde passam, compactando os grãos que o compõem, consequentemente, aumentando a densidade do solo local e reduzindo os poros por onde a água poderia percolar, ocasionando na menor disponibilidade tanto desse recurso quanto de nutrientes e também afetando a produtividade da atividade agrícola. Porém, a compactação superficial no terraço, mostrada no gráfico 2, é maior que a da área de plantação, e isso se justifica pelo fato de como o terraço é construído. Acumula-se solo em um trecho determinado, sendo que este monte formado deve ter formato arredondado na superfície, e compacta o solo nesse local para que os sedimentos não sejam escoados pela água em épocas de chuvas. Dessa forma, já era esperado que esse trecho apresentasse uma alta compactação na superfície, já que este processo foi feito propositalmente. Depois do trecho de superficial, a resistência do terraço diminui bastante e isso se ocorre, pois, a compactação foi realizada somente no monte de solo na parte superior e a parte inferior permaneceu sem grandes alterações. Por conta da maior ocorrência de pressão exercida na área de cultivo, esse trecho perde resistência mais gradualmente de acordo com o aumento da profundidade, como mostrado gráfico 1, sendo necessários mais golpes com penetrômetro nesse local. O segundo local com mais golpes é o de erosão na plantação de soja, com estrutura semelhante ao solo da área de plantação de soja, o que explica os números de golpes próximos (58 e 54). 2 A área de preservação permanente, cuja resistência de solo está mostrada no gráfico 3, foi a que precisou de menos golpes para a penetração do equipamento, evidenciando que a utilização dos maquinários está diretamente relacionada a compactação do solo. Nos gráficos 1, 2, 3 e 4 também se nota que, entre o primeiro e o segundo golpe, há sempre um aumento na resistência do solo antes que a mesma comece a cair. Isso ocorre porque na parte superficial do solo há sedimentos e raízes de plantas que influenciam na resistência do solo, mais especificamente na redução desse parâmetro. 3 Tabela 1: Resistência à penetração na região de penetração de soja. Plantação de Soja Valor de Z inicial 0.005 m Número de golpes Zmedido (m) Valor da régua (∆z) R (MPa) 1 0.012 0.007 9.68 2 0.017 0.005 13.55 3 0.02 0.003 22.59 4 0.023 0.003 22.59 5 0.027 0.004 16.94 6 0.032 0.005 13.55 7 0.037 0.005 13.55 8 0.041 0.004 16.94 9 0.045 0.004 16.94 10 0.05 0.005 13.55 12 0.056 0.006 11.29 14 0.061 0.005 13.55 16 0.065 0.004 16.94 18 0.072 0.007 9.68 20 0.079 0.007 9.68 22 0.085 0.006 11.29 25 0.092 0.007 9.68 28 0.102 0.01 6.78 31 0.117 0.015 4.52 34 0.132 0.015 4.52 37 0.148 0.016 4.24 39 0.16 0.012 5.65 41 0.177 0.017 3.99 43 0.195 0.018 3.76 45 0.215 0.02 3.39 47 0.245 0.03 2.26 49 0.283 0.038 1.78 51 0.339 0.056 1.21 52 0.364 0.025 2.71 53 0.394 0.03 2.26 54 0.426 0.032 2.12 55 0.505 0.079 0.86 56 0.544 0.039 1.74 57 0.593 0.049 1.38 58 0.647 0.054 1.25 Fonte própria. 4 Tabela 2: Resistência à penetração na área acima do terraço. Em cima do terraço Valor de Z inicial 0.01 m Número de golpes Zmedido (m) Valor da régua (∆z) R (MPa) 1 0.015 0.005 13.55 2 0.02 0.005 13.55 3 0.024 0.004 16.94 4 0.026 0.002 33.88 5 0.027 0.001 67.77 6 0.03 0.003 22.59 7 0.032 0.002 33.88 8 0.036 0.004 16.94 9 0.04 0.004 16.94 10 0.045 0.005 13.55 11 0.052 0.007 9.68 12 0.06 0.008 8.47 13 0.065 0.005 13.55 14 0.071 0.006 11.29 15 0.077 0.006 11.29 16 0.087 0.01 6.78 17 0.1 0.013 5.21 18 0.112 0.012 5.65 19 0.129 0.017 3.99 20 0.161 0.032 2.12 21 0.205 0.044 1.54 22 0.231 0.026 2.61 23 0.252 0.021 3.23 24 0.27 0.018 3.76 25 0.286 0.016 4.24 26 0.303 0.017 3.99 27 0.32 0.017 3.99 28 0.338 0.018 3.76 29 0.353 0.015 4.52 30 0.375 0.022 3.08 31 0.403 0.028 2.42 32 0.429 0.026 2.61 33 0.454 0.025 2.71 34 0.487 0.033 2.05 35 0.522 0.035 1.94 36 0.562 0.04 1.69 37 0.601 0.039 1.74 Fonte própria. 5 Tabela 3: Resistência à penetração na área de preservação permanente. Área de APP Valor de Z inicial 0.003 m Número de golpes Zmedido (m) Valor da régua (∆z) R (MPa) 1 0.023 0.02 3.39 2 0.036 0.013 5.21 3 0.05 0.014 4.84 4 0.072 0.022 3.08 5 0.106 0.034 1.99 6 0.142 0.036 1.88 7 0.183 0.041 1.65 8 0.236 0.053 1.28 9 0.278 0.042 1.61 10 0.327 0.049 1.38 11 0.369 0.042 1.61 12 0.408 0.039 1.74 13 0.45 0.042 1.61 14 0.484 0.034 1.99 15 0.525 0.041 1.65 16 0.565 0.04 1.69 17 0.61 0.045 1.51 Fonte própria. 6 Tabela 4: Resistência à penetração no local de erosão na área de cultivo de soja. Erosão na área de soja Valor de Z inicial 0.002 m Número de golpes Zmedido (m) Valor da régua (∆z) R (MPa) 1.0 0.01 0.008 8.47 2.0 0.02 0.005 13.55 3.0 0.02 0.005 13.55 5.0 0.03 0.006 11.29 7.0 0.03 0.006 11.29 9.0 0.04 0.008 8.47 11.0 0.05 0.008 8.47 13.0 0.06 0.007 9.68 15.0 0.06 0.009 7.53 17.0 0.07 0.008 8.47 19.0 0.08 0.010 6.78 21.0 0.09 0.008 8.47 23.0 0.10 0.009 7.53 25.0 0.11 0.011 6.16 27.0 0.12 0.009 7.53 29.0 0.13 0.009 7.53 31.0 0.14 0.010 6.78 33.0 0.15 0.011 6.16 35.0 0.16 0.012 5.65 37.0 0.17 0.012 5.65 39.0 0.19 0.017 3.99 41.0 0.21 0.021 3.23 42.0 0.22 0.011 6.16 43.0 0.24 0.015 4.52 44.0 0.25 0.014 4.84 45.0 0.27 0.020 3.39 46.0 0.30 0.024 2.82 47.0 0.32 0.029 2.34 48.0 0.36 0.033 2.05 49.0 0.39 0.034 1.99 50.0 0.43 0.041 1.65 51.0 0.48 0.044 1.54 52.0 0.53 0.049 1.38 53.0 0.58 0.056 1.21 54.0 0.65 0.068 1.00 Fonte própria. 7 Gráfico 1: Gráfico de resistência à penetração na região de penetração de soja. Fonte própria. Gráfico 2: Gráfico de resistência à penetração na área acima do terraço. Fonte própria. 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 P ro fu n d id a d e (m ) Resistência (MPa) 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 P ro fu n d id a d e (m ) Resistência (MPa) 8 Gráfico 3: Gráfico de resistência à penetração na área de preservação permanente. Fonte própria. Gráfico 4: Gráfico de resistência à penetração no local de erosão na área de cultivo de soja. Fonte própria. 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 P ro fu n d id a d e (m ) Resistência (MPa) 0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.00 5.00 10.00 15.00 P ro fu n d id a d e (m ) Resistência (MPa) Erosão - Soja 9 Gráfico 5: Gráfico de comparação de resistência do solo entre as áreas analisadas. Fonte própria. CONCLUSÃO Pode-se então concluir que o ensaio de compactação dosolo é de suma importância para o engenheiro ambiental, assim como para atividades agrícolas e de construção civil. Esse ensaio é um passo importante para caracterização do solo, observando os resultados obtidos pode-se afirmar que a área de produção agrícola possui alta compactação (que pode vir a atrapalhar o desenvolvimento de culturas no local devido ao baixo escoamento) diferente da área de APP em que a baixa compactação. 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 P ro fu n d id ad e (m ) Resistência (MPa) Plantação de Soja Terraço APP Área de erosão 10 REFERÊNCIAS SILVA, R. B. et al. O tráfego de máquinas agrícolas e as propriedades físicas, hídricas e mecânicas de um latossolo dos cerrados. Revista Brasileira de Ciência do Solos. v.27, p.973- 983, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v27n6/19192.pdf>. Acesso em: 05 mai. 2018. STEFANOSKI, D. C. Uso e manejo do solo e seus impactos sobre a qualidade física. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. V. 17, n.12, p.1301-1309, 2013. Campina Grande, PB, UAEA/UFCG. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v17n12/v17n12a08.pdf>. Acesso em: 05 mai. 2018.
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