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TRABALHO 1 economia classica 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROF. Dra. VANUSA CARLA PEREIRA SANTOS
DISCIPLINA: ECONOMIA CLÁSSICA
ALCINDO GOMES DE MORAES NETO (201905340055)
LUCAS MIRANDA DE SOUSA (201905340040)
O SURGIMENTO DO CAPITALISMO E AS BASES PARA O PENSAMENTO ECONÔMICO MODERNO. MERCANTILISMO E FISIOCRATAS
BELÉM
2020
· INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata da dinâmica histórica que ocasionou no surgimento do capitalismo. E está organizado em 5 partes. Na parte 1 será abordado conceitos fundamentais para entender o capitalismo e os modos de produção, buscando estabelecer conceitos para seu entendimento. Na parte será 2 será abordado como se deu o avanço de trabalho na Idade Média e como esses avanços ocasionaram no capitalismo existente hoje. Na parte 3 será abordado como as religiões e suas transformações através do tempo influenciaram para formação do capitalismo, principalmente a cristã. A parte 4 trata de como era a Europa antes do capitalismo. Já a parte 5 é sobre a questão do valor sobre diferentes óticas teóricas.
· DESENVOLVIMENTO
1. Conceitos fundamentais para entender o capitalismo e os modos de produção
Para entender o capitalismo antes é necessário entender dois termos de extrema importância, sendo eles: modo de produção e forças produtivas. O modo de produção é definido pelas forças produtivas e pelas relações sociais de produção. 
As forças produtivas constituem a tecnologia produtiva de uma sociedade, que consiste no estado atual do conhecimento técnico, nas especializações, técnicas organizacionais e etc., bem como nas ferramentas, implementos, maquinas e prédios utilizados na produção. A exploração da natureza bem como a capacidade de transformar a matéria-prima extraída dela, são de grande importância para a sobrevivência de qualquer que seja o modo de produção, já que os modos de produção que não são capazes de satisfazer essas necessidades mínimas desaparecem. 
Não há um consenso entre economistas e historiadores econômicos sobre quais as características essenciais do capitalismo. No entanto, a maioria dos economistas concordam que o capitalismo é um sistema econômico muito particular, se diferenciando dos sistemas econômicos que o antecederam e dos sistemas econômicos não capitalistas. 
Pode-se caracterizar o capitalismo através de quatro conjuntos de arranjos institucionais e comportamentais, sendo eles: produção de mercadorias, voltada para o mercado; propriedade privada dos meios de produção; uma grande parte da população que não conseguirá existir, a não ser que venda sua força de trabalho no mercado e comportamento individualista, aquisitivo, maximizador por parte da maioria das pessoas inseridas no sistema econômico.
 No capitalismo o que forma o valor dos produtos são duas razões distintas, a primeira é de que esses produtos são detentores de características próprias, particulares a eles, que fazem com que eles sejam utilizáveis e capazes de satisfazer às necessidades humanas. Quando uma mercadoria é avaliada a partir da sua capacidade de satisfazer às necessidades humanas se diz que ela tem valor de uso. O que faz um produto ter valor é sua capacidade de ser vendido no mercado em troca de dinheiro. O dinheiro é desejado pela sua capacidade de poder ser trocado por produtos que tem valor de uso desejado. O valor de troca representa a medida em que os produtos podem ser trocados no mercado por moedas. Somente em modos de produção caracterizados pela produção de mercadorias é que os produtos do trabalho humano têm valor.
 É necessário que a sociedade tenha um mercado onde os produtos possam circular livremente, onde possam ser comprados ou vendidos em troca de moedas para que a produção de mercadorias exista. A produção de mercadorias existe a partir do momento em que o produtor a produz sem interesse no seu valor de uso, mas sim no seu valor de troca. Sendo assim, a produção de mercadorias não é um meio direto para satisfação de necessidades, mas sim um meio de adquirir moeda pela troca de mercadorias por moeda, que por sua vez pode ser utilizada na compra de mercadorias por seu valor de uso. No capitalismo os produtos e até mesmo o próprio trabalho humano são mercadorias, e a sociedade é voltada para produção de mercadorias.
A segunda característica que define o capitalismo é a propriedade privada dos meios de produção, ou seja, certas pessoas são proprietárias dos meios necessários para produção de mercadorias dessa forma elas podem definir como matérias-primas, locais destinados à construção, ferramentas e maquinarias podem ser utilizados. Tal direito carrega consigo a exclusão de determinada parte da população que fica de fora da discussão sobre como esses meios de produção vão ser utilizados. 
A terceira característica definidora do capitalismo é que muitos dos produtores não são proprietários dos meios necessários para realização da sua atividade produtiva. Um capitalista proprietário não necessariamente exercia qualquer papel direto no processo produtivo, uma vez que a própria propriedade já lhe dava esse direito, de modo que o capitalista era capaz de controlar o processo produtivo, permitindo-o se apropriar do excedente da produção. Assim, a propriedade dos meios de produção é a característica do capitalismo que dá poder à classe capitalista de controlar o excedente social tornando-a a classe dominante. 
O trabalhador na maioria das vezes se insere no mercado de trabalho possuindo ou controlando apenas sua força de trabalho. Para que possa produzir o trabalhador então precisa vender sua força de trabalho para um capitalista. Em troca ele se torna assalariado e produz mercadorias pertencentes ao capitalista. 
Dessa forma diferentemente de qualquer sistema de produção anterior o capitalismo faz da força de trabalho humana uma mercadoria em si própria, e gera um conjunto de condições pelas quais as pessoas não serão capazes de viver sem que vendam sua força de trabalho para um capitalista em troca de salário, para que com esse salário seja capaz de comprar somente uma fração da mercadoria que eles mesmos produziram. O restante da mercadoria que produziram passa então a fazer parte do excedente social que é pertencente ao capitalista. 
Como quarta característica do capitalismo se tem o comportamento individualista, aquisitivo e maximizador. Sendo este de extrema importância para o funcionamento adequado desse sistema econômico. Para assegurar uma oferta adequada de trabalho e facilitar o rígido controle dos trabalhadores, se faz necessário que eles produzam mercadorias que excedam em muito o valor das quais eles consomem. Nos primórdios do capitalismo os trabalhadores recebiam salários tão baixos que mal davam para o sustento da sua família e devido a isso eram obrigados a trabalhar mais ainda, na tentativa de receber um salário mais adequado e ficar de fora do exército de trabalhadores desempregados que é um fenômeno social sempre presente no capitalismo. 
Os capitalistas também são induzidos a esse comportamento aquisitivo. O capitalismo sempre foi caracterizado pela luta entre os próprios capitalistas por fatias cada vez maiores do excedente social. Nessa luta o poder de cada capitalista é expresso pela quantidade de capital que ele controla, se seus concorrentes adquirem maior capital maiores são suas chances de ser extinto. Assim a existência de um capitalista depende da sua capacidade de obter capital pelo menos no mesmo ritmo dos seus concorrentes, daí o capitalismo ser caracterizado por essa busca frenética entre os próprios capitalistas pelo lucro e em converter seu lucro em capital. Como os trabalhadores não são capazes de comprar todas as mercadorias que produzem essa outra fração que sobra geralmente é comprada pelos próprios capitalistas afins de investir e aumentar sua concentração de capital. Dessa forma, para que ocorra uma procura monetária suficiente para que os capitalistas vendam todas as suas mercadorias, é preciso uma terceira fonte de demanda e esta fonte são os próprios capitalistascom seus gastos crescentes de consumo. 
Como já foi visto o capitalismo é baseado na relação de produção entre capitalistas e trabalhadores, e dessa relação nasce o conflito de interesses das diferentes classes, e desse conflito de interesses advém a superestrutura que se dá em espaços de relações não-econômicas como ideias e costumes. A superestrutura é a dominação no sentido ideológico e institucional realizada por parte das classes dominantes para que os trabalhadores enxerguem sua real situação de classe assim evitando uma possível quebra do sistema, que talvez pudesse ocorrer com uma revolta contra situação de exploração sofrida por parte dos trabalhadores. 
Ao analisar o nascimento e o final de qualquer modo de produção deve-se ter em mente que os modos de produção acabam quando deixam de satisfazer as necessidades mínimas de produção. Diversos modos de produção foram capazes de satisfazer as necessidades mínimas durante um certo período, no entanto devido as mudanças circunstanciais se tornaram incapazes e tão logo se extinguiram. A maioria dos modos de produção que continuaram a existir não eram só capazes de produzir o mínimo necessário, mas além disso eram capazes de produzir um excedente social como é o caso do capitalismo. 
Uma boa forma de entender essa dinâmica histórica dos modos de produção é utilizando o materialismo histórico de Marx, que trata a história como algo em movimento, que por sua vez pode ser transformada pelas ações humanas.
2. Avanço do trabalho na Idade Média
O crescimento da produtividade agrícola foi responsável por diversas mudanças que tiveram continuidade por vários séculos até resultar na transição do feudalismo para o capitalismo. Como exemplo das mudanças tecnológicas se pode citar a substituição do sistema de rodizio de cultura de dois campos pelo sistema de rodizio de cultura de três campos, sendo este o avanço tecnológico mais importante ocorrido na Idade Média. Enquanto o sistema primitivo consistia em cultivar a mesma terra durante todo ano, o que acarretava no rápido esgotamento do solo e, passado algum tempo na sua inutilização para a agricultura. Já no sistema de rodizio de dois campos, metade da terra, depois de ser cultivada no ano anterior permanecia em repouso para recuperar sua fertilidade. Já com o sistema de rodizio em três campos, a terra arável passou a ser dividida em três áreas com as mesmas dimensões. No outono plantava-se centeio ou trigo no primeiro campo, e na primavera ou verão realizava-se a colheita. No segundo campo plantava-se aveia, feijão ou ervilha na primavera. Enquanto isso o terceiro campo ficava em repouso. A cada ano acontecia um rodizio na utilização dos três campos. Os campos se alternavam: no primeiro ano uma cultura de outono, no ano seguinte uma cultura de primavera, no terceiro ano, repouso. 
Apesar da modificação ser aparentemente simples ela resultou em um aumento extraordinário na produção, aumento este de cerca de 50% do rendimento das culturas praticadas em qualquer período do ano, na mesma extensão de terra arável. 
Com o sistema de três campos a produção cresceu e permitiu que os camponeses alimentassem uma quantidade muito maior de cavalos que por sua vez começaram a substituir os bois como fonte principal de energia nos trabalhos agrícolas. Por serem mais rápidos que os bois, os cavalos contribuíram para ampliação das áreas cultivadas, o que acabou por possibilitar ao campo abastecer centros de maior densidade populacional. 
Os cavalos tornaram mais eficiente a questão do transporte de homens, mercadorias e equipamentos beneficiando também a aragem da terra uma vez que a utilização de um arado movido por uma junta de bois exigia o esforço combinado de homens e já para operar um arado atrelado a um cavalo apenas um homem já era suficiente. 
Devido a expansão do comércio surgiu a necessidade de ampliar a produção e regularizar o abastecimento de bens manufaturados, e isso levou os mercadores capitalistas a assumirem um controle crescente sobre o processo produtivo. A indústria do tipo artesanal, onde o artesão era a um só tempo o proprietário da oficina, dos instrumentos de trabalho e das matérias-primas foi sendo substituída em grande parte, no século XVI, pelo sistema manufatureiro doméstico (putting-out system) nos ramos industriais voltados para a produção. Inicialmente o mercador-capitalista limitava-se a fornecer ao artesão independente a matéria-prima, remunerando-o para que a transformasse em produtos acabados. Dessa forma o capitalista tornava-se proprietário do produto ao longo de todas as etapas do processo de produção, ainda que o trabalho fosse realizado em oficinas independentes. Posteriormente em outra fase do sistema manufatureiro doméstico, o mercador-capitalista passou a ser proprietário das máquinas e instrumentos de trabalho, e frequentemente do prédio no interior do qual a produção se realizava. Contratava os trabalhadores para acionarem os instrumentos de trabalho, fornecia as matérias-primas e apropriava-se dos produtos acabados. 
Sendo assim ao invés de vender o produto acabado ao mercador como acontecia antes o trabalhador passou a vender somente sua força de trabalho. E cabia ao mercador-capitalista vender os bens produzidos pelos trabalhadores a um preço que lhe permitisse pagar os salários, os demais custos de produção e ainda obter alguns lucros pra si. 
Antes que o sistema capitalista como conhecemos hoje surgisse, as relações feudais foram sendo pouco a pouco substituídas por ele. Isso aconteceu em boa parte devido ao aumento da população nas novas cidades comerciais. As grandes populações urbanas passaram então a depender da agricultura para obter alimentos e grande parte das matérias-primas para as indústrias de exportação. Essas necessidades estimulavam especializações tanto urbanas quanto rurais favorecendo então o comércio entre campo e cidade. 
As feiras medievais surgiram com o declínio do sistema feudal na Idade Média e o desenvolvimento dos burgos, nome dada as cidades medievais que, anteriormente pertenciam aos senhores feudais e, com o passar do tempo e o surgimento de uma nova classe social, a burguesia, elas foram se desenvolvendo durante o período denominado de Renascimento.
A partir da decadência do sistema feudal, a Europa passava por diversas transformações sociais, culturais, econômicas e políticas. O renascimento comercial e urbano, intensificado pelas Cruzadas, abertura do Mar Mediterrâneo, introdução da moeda e o surgimento de novas rotas marítimo-comerciais, sobretudo das especiarias provindas do Oriente, foram as principais características do início da Era Moderna, além da visão Humanista que despontava na Europa a partir do século XIV. De tal modo, o sistema feudal, baseado sobretudo na troca, foi substituído pela comercialização dos produtos, posto que o excedente de produção dos feudos, que cada vez mais sofriam com a fuga dos trabalhadores, passaram a servir para venda.
Outras formas de mudanças que foram instrumentais na transição entre os dois sistemas, feudal e capitalista foi o despertar intelectual que ocorreu no século XVI, que promoveu o progresso cientifico, que logo foi aproveitado na prática da navegação. O telescópio e a bussola permitiram que os homens navegassem com muito mais precisão por longas distancias. Isso culminou nas Grandes Descobertas. Em um curto período de tempo os europeus tinham mapeado rotas marítimas para as Índias, a África e as Américas. Essas descobertas tiveram duas importâncias que foram primeiro um fluxo rápido e intenso dos metais preciosos para a Europa e em segundo porque anunciaram uma época de colonização.
A autossuficiência da sociedade feudal abriu espaço para o surgimento do capitalismo comercial. Esse capitalismo comercial se chama Mercantilismo, nesse sistema é entendido que a riqueza de uma nação pode ser expressa pelo montante de ouro e metais preciosos que ela possui, alguns acreditavam até mesmo que metais preciosos era o único tipo de riqueza que valia a pena almejar. Para isso um excesso de exportaçãoera necessário para pagamentos em moeda forte. 
O Nacionalismo também era um ponto importante na teoria Mercantilista, os países não podiam exportar mais do que exportavam, ou seja, os países deveriam manter a balança comercial sempre em superávit. Eles acreditavam em uma visão estática da vida econômica, de que havia uma quantidade fixa de recursos econômicos no mundo, dessa forma um país poderia aumentar seus recursos somente à custa de outro.
 Algumas leis econômicas como a importação isenta de taxas de matérias-primas que não podiam ser produzidas internamente e restrições sobre importação de matérias-primas também estavam presentes no mercantilismo. Os interesses do mercador tinham prioridade sobre o desejo do consumidor doméstico. Os mercadores recebiam incentivos em ouro por suas exportações ao mercado, enquanto as restrições sobre as importações reduziam a disponibilidade de bens para o consumo interno. 
Os capitalistas mercadores eram a favor da colonização e tinham vontade de manter as colônias eternamente subjugadas pelo país colonizador. Sendo assim, quaisquer benefícios que chegassem ás colônias em virtude do crescimento e poder militar do país colonizador eram subprodutos da política de exploração. 
Oposição a pedágios, impostos e outras restrições internas sobre os transportes de bens. Reconhecendo assim que os pedágios e impostos altos podem sufocar empresas e elevar os custos de exportação de um país. No entanto é importante lembrar que os mercantilistas não eram a favor do livre-comércio interno, preferindo concessões de monopólio e privilégios comerciais sempre que pudessem. 
Um forte controle governamental era necessário para atingir metas mercantilistas. O governo concedia privilégios de monopólio a empresas envolvidas no comércio interno para limitar a concorrência. A importância de uma população numerosa e trabalhadora, que não só forneceria uma abundância de soldados para defesa do país e exploração de novas colônias, mas também ofereceria uma alta oferta de mão-de-obra e os salários portanto baixos. Com os salários baixos seria possível cobrar preços menores para as exportações aumentando a entrada de ouro como também reduziriam a ociosidade na sociedade.
3. As cruzadas, desenvolvimento do comercio, iluminismo, sua influência na formação do capitalismo e da indústria
Até o presente momento nosso objetivo tem sido a análise das origens e do desenvolvimento do capitalismo, dessa forma, o estudo da estrutura de organização de sistemas predecessores ao capitalismo precisa ser realizado de modo a atingir tal objetivo. Assim, em nossa busca histórica, se conteremos no século X, pois nesse período já haviam sido estabelecidas duas importantes rotas marítimas que conduziram o renascimento comercial da Idade Média, que me certa medida conjetura o “boom” populacional e a rápida dilatação da área colonizada na região ocidental da Europa. Contudo, há pontos na historicidade que merecem total atenção. As Cruzadas, nesse momento se começa a se estabelecer os maiores marcos do renascimento comercial. Importante historiador da faculdade Economia da Universidade de Utah, Emery Kay Hunt, faz uma importante reflexão acerca das cruzadas e seus objetivos:
“A partir do século XI, as Cruzadas deram força a uma marcante expansão do comércio. Todavia, as Cruzadas em si não podem ser vistas como um fator externo ou acidental no desenvolvimento da Europa. Elas não foram promovidas por razões religiosas nem foram o resultado de ataques otomanos a peregrinos, já que os turcos mantiveram a política muçulmana de tolerância. Os acontecimentos no lado turco, de fato, levavam a ataques cada vez mais fortes a Bizâncio, mas o Ocidente, normalmente, enviava ajuda apenas simbólica, já que não havia grande simpatia por Bizâncio. As razões lógicas para as Cruzadas podem ser vistas no desenvolvimento intenso da França, onde tinham seu mais forte apoio. A França tornava-se cada vez mais forte, tinha crescentes relações comerciais com o leste e necessitava de uma válvula de escape para a inquietação social interna. Uma propaganda adicional em prol das Cruzadas era feita pela oligarquia de Veneza, que queria expandir seu comércio e sua influência no leste.” 
Ou seja, é errôneo imaginar que a expansão dos muçulmanos na península ibérica, arábica e palestina, além de sua presença no sul da França, era o motivo central das cruzadas, que com a conquista de Jerusalém também dificultaria a peregrinação de cristãos até a cidade santa, na teoria de fato era isso, mas na prática os motivos foram diversos e muito difusos. Com toda certeza, um se destaca, o objetivo econômico, primeiramente, muitos nobre queriam conquistar terras e expandir sua zona de influencia comercial, a burguesia investiu densamente nas Cruzadas, pois já que os europeus estavam atravessando a Europa inteira e chegando no Oriente, conquistaram novas rotas comerciais para a Burguesia. Tendo como resultado, uma economia mais unificada, contato com povos orientais, que irão fazer essa rota comercial ser mais fluida no mediterrâneo, expansão das feiras, o crescimento acelerado das cidades comerciais e em certa medida um desenvolvimento bélico europeu.
Três cidades foram pioneiras no movimento das Cruzadas, Veneza, Pisa e Gênova, segundo Saes e Saes(2017), desde a primeira cruzada, no ano de 1096, com destaque ao abastecimento do transporte marítimo para os combatentes. E como forma de compensar, a elite do comercio dessas cidades conquistaram privilégios, como permissões de comercio em regiões conquistadas. Então, logo puderam firmar suas “feitorias” em regiões onde antes não estavam seus domínios, dessa forma, conseguiram acabar com alguns mediadores na obtenção de especiarias orientais. 
Impossível citar cidades e regiões importantes ao comércio europeu e não citar Flandres. Nessa área, que hoje faz parte da Bélgica, progrediu de forma sólida a indústria de tecidos de lã. Em Bruges, uma cidade portuária e importante espaço de comercio, concentrava a venda para o exterior dos tecidos de Flandres, em especial com os mercadores escandinavos e alemães. Os tecidos flamengos também eram negociados com comerciantes italianos, que traziam mercadorias do Oriente. 
É notável, ao se estudar essa construção econômica na história, o renascimento comercial foi um ponto importante para a dissolução do feudalismo. Progressivamente os muçulmanos conquistavam o Mediterrâneo, e as rotas comerciais italianas com o oriente foram expandidas, assim, o ocidente medieval progrediu em variedade na oferta de produtos. Dentre as inúmeras implicações que o desenvolvimento do comércio trouxe para o declínio do feudalismo, podemos citar o desenvolvimento das cidades ao redor dos castelos, em contrapartida fomentava as trocas comerciais, dava a oportunidade aos camponeses negociarem sua produção, e os senhores feudais começaram a ambicionar renda em dinheiro para adquirir produtos negociados no continente, tais como os vendidos pela burguesia que trazia produtos do oriente. Logo, abandonavam a corveia e aderiam ao pagamento em dinheiro, com toda a construção até aqui feita, de Cruzada e desenvolvimento do comercio e indústria (tal como a de tecidos em Flandres), então, já se mostra, mesmo que de forma primitiva, a constituição de moldes típicos de organização econômica capitalista.
Os padrões capitalistas se expandem, constituído em um amarrado de coisas, de relações de poder politico e religiosas, a qual irá de se tratar agora. Os capitalistas da classe média emergente, ansiavam de uma liberdade das condutas morais impostas pela Igreja Católica, então, nesse conflito de moralidade surge o Protestantismo. Emancipando o capitalista do pecado e da condenação pregada pelo catolicismo, transformando o individualismo, o pensamento maximizador e egoísta, em qualidade, ou seja, indo contra tudo aquilo que os padres católicos pregavam.
Nesse sentido, Max Weber ergueu forte discussão, que continuou por muitos anos, a analogia do protestantismo com o desenvolvimento do pensamento capitalista. Weberacreditava fielmente de que as ideias podem agir como agente influenciadores de transformações na sociedade. Lutero e Calvino foram agentes de uma mudança institucional, a Reforma Protestante.
Ele dizia que as premissas teológicas de Calvino, em especial, a sua ideia de que apenas algumas pessoas são "escolhidas" para ser salva, detinha elementos que davam uma noção tendenciosa de que a atividade econômica individualista é cultivada pelo lucro. 
Os mais importantes influenciadores do movimento protestante se alinhavam bem perto do caráter católico, em assuntos como a usura e o estabelecimento de um preço coerente. Em suma das situações em sociedade, se posicionavam de maneira retida em moldes conservadores, contudo, essa perspectiva religiosa serviu de base para esse pensamento individualista e egoísta. A ideia de que o ser humano é justo pela fé praticada e não por suas obras, é um posicionamento materno do protestantismo, servindo de terreno para a consolidação das posturas religiosas, que consequentemente corroboraram na aprovação das práticas econômicas da burguesia. Com forte obstinação em moldar a interpretação da vontade de Deus, o puritanismo visava firmar a ideia espiritualizada dos processos econômicos e por fim, ter a fé que o mercado e a troca são produtos de uma obra divina.
4. Economia europeia pré-capitalista
Assim, tudo isso que a gente discutiu até o momento construiu a ideia de uma Europa pré capitalista, ou seja, na esfera desse aparelho institucional são amadurecidas certas posturas econômicas, acarretando em uma maneira de se fazer e pensar economia a partir da demanda dos estados marcado por uma presença latente do intervencionismo estatal na economia.
Este aparelho estatal, servia para implementar novas industrias protegidas pela ampliação e elevação das tarifas alfandegarias nas importações, fortalecendo o aparato do monopólio protegido a partir da conduta estatal. O foco principal do Estado estava em maximizar o acúmulo de capital, em benefício da sua importância no mercado mundial e ampliação da capacidade produtiva.
Dessa forma, as ideias econômicas pré capitalistas foram teorizadas e fundamentadas a partir dos autores Mercantilistas, entre eles se destacam, Vitor Riquetti e Marquês de Mirabeau, por mais que eles não estejam concentrados em apenas uma vertente de pensamento econômico, tais conceitos difundiram na Europa a partir de diversas formas, desde de textos a respeito do poder político, práticas protecionistas contra as ações estrangeiras e aplicação da balança comercial no sistema monetário. Essa questão demarcava fortemente a mudança de produção artesanal, para uma necessidade de industrialização frente a forte concorrência do mercado mundial, com emprego de novas tecnologias de produção e políticas intervencionistas que primavam a balança comercial positiva.
A importância da separação entre aquilo que é capital e o que é trabalho foi representado pela ascensão da burguesia e o surgimento de uma classe trabalhadora de massa. Dessa maneira, é possível afirmar que a Revolução Industrial que aconteceu no século XVIII foi de extrema relevância para consolidar a pratica de trabalho assalariado, no qual o indivíduo recebe um pagamento por seu trabalho nas manufaturas.
A partir dessa conjuntura, a sociedade da época começou a ser estratificada em duas partes, a primeira é a elite burguesa (grandes empresários, os donos dos meios de produção, ou seja do dinheiro e das manufaturas fundamentais para a produção dos produtos industriais). Outra importante estrutura social é a classe trabalhadora, composta por pessoas pobres, aqueles que não são os donos dos meios de produção e trabalham em troca de uma renda, por meio do trabalho entre à classe burguesa. Assim sendo, é importante perceber que a separação entre capital e trabalho foi de suma relevância para a divisão social do trabalho, a disparidade entre as classes burguesa e trabalhadora, além de estruturar a discussão sobre as teorias de valor e relações sociais de produção.
No início da discussão sobre o valor, os mercantilistas se afastaram da ideia fundamentada no custo de produção ao estudar os preços e focaram no ponto de venda para pensar a respeito dos valores de troca. Contudo, de modo geral, há três ideias fundamentais na teoria de valor mercantilistas, a primeira delas é a do valor de natural, aquele que é nada mais que o seu valor real no mercado, aquele de venda. O segundo faz forte referência as forças de oferta e demanda, pois eram eles que ditavam qual seria o valor de mercado, e por fim, o último é o valor de uso, aquele intrínseco, sempre houve muita discussão sobre isso, pois segundo alguns era ele que determinava a demanda do produto, o termômetro regulador de mercado.
A postura dos primeiros mercantilistas, era a de enxergar o lucro como oriundo das trocas comerciais. No qual o lucro tinha duas origens, a inflação e as díspares estruturas de produção em diferentes lugares do mundo ou de seu próprio país, somado com a questão de que não havia diversas ofertas de opções para movimentação de recursos, aparato tecnológico ou de trabalhadores qualificados no meio de essas regiões, ou seja, os preços relativos comercializados de tais produtos eram bastante diferentes, mudando demais de um lugar para outro. Com o tempo os mercadores burgueses foram notando que o preço podia variar conforme a demanda e oferta de um produto, foi assim que as grandes companhias de comércio surgiram, visando fechar monopólios concebidos, protegidos e estruturados por um Estado interventor. 
Toda essa questão está imbuída em uma estrutura social e luta de classes, resumidamente, as discussões intelectuais da época estavam enraizadas no pensamento paternalista, hierárquico e de condenação de práticas de enriquecimento, uma ética fundamentada no cristianismo da igreja católica. Contudo, o capitalismo foi se desenvolvendo e ditando os moldes da nova estrutura de poder, onde o Estado tem um papel importante na regulamentação do mercado, controle social e com um dever de bem estar coletivo, por mais que sempre privilegiassem a burguesia. A pobreza e o desemprego geravam inquietação na classe trabalhadora, sendo este o desemprego, influenciado pelo movimento de cercamentos. Logo, já que a classe servil não tinha como pedir ajuda da igreja católica que já sofria com um “desmonte” e perda de influência, a elite inglesa então tomou a frente de coordenar políticas que visavam fomentar as relações comerciais e diminuir o problema do desemprego. 
Então, o mercantilismo na Inglaterra foi assinalado por uma ética cristã paternalista herdada pela igreja católica, ou seja, o Estado tinha uma obrigação quanto ao bem estar social, e com isso ratificaram os estatutos da época, no qual confirmavam uma ideologia de que o sistema econômico era o provocador das diferenças sociais e o Estado detinha de um poder para minimizar o problema dos conflitos sociais entre trabalhador e capitalista.
· CONCLUSÃO
Neste trabalho abordamos a questão de como se deu o surgimento do Capitalismo e por quais motivos o Feudalismo acabou sendo substituído por ele. E concluímos que um dos maiores pilares disso foi a mudança tecnológica na Idade Média, uma vez que essa mudança foi a principal responsável por aumentar o fluxo de mercado. Este trabalho foi muito importante para nos ajudar na compreensão de como se deu o Capitalismo e seus estágios iniciais.
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· REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUNT, E. K., História do Pensamento Econômico, 7a. Ed. RJ , Campus 1989 - Cap. 1e 2
HUNT, E. K. e SHERMAN, H. J, História do Pensamento Econômico, Petrópolis, Vozes, 1992. Cap. 2 e 3.
BRUE, Stanley L., - História do Pensamento Econômico, 6ª. Edição - São Paulo Ed. Thomson Learning, 2006. Cap. 1, 2, 3 e 4
NAPOLEONI, C., Smith, Ricardo e Marx, 8ª. Edição, Editora Paz e Terra S/A, 2000 – Cap. I e II
SAES, Alexandre Macchione; DE SAES, FLAVIO AZEVEDO MARQUES. História econômica geral. Saraiva Educação SA, 2017.

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