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Nutrição Materno Infantil Assistência Nutricional Pré-natal Orientações nutricionais Profa Patrícia Simões Fatores que interferem no resultado da gestação Quanto mais fatores inadequados estiverem presentes pior será o prognóstico e isso classifica a gestante em alto alto, médio ou baixo risco. As causas clínicas mais comuns de complicações são: HAS, DM, Cardiopatias, Infecção urinária e distúrbios nutricionais. Definição ANP A assistência pré-natal (APN) é a avaliação sistemática da paciente desde a concepção até o parto. A APN é decisiva no resultado da gestação, podendo a mortalidade perinatal ser até 5 vezes maior, no caso de ausência deste procedimento. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL (APN) Objetivos: Detecção de gestantes de alto risco e adoção de medidas profiláticas do risco materno e fetal Necessária participação de equipe multidisciplinar, cuidado pré-natal precoce e assistência de qualidade. Preparo psicofísico da gestante para o parto e aleitamento; Orientação sobre higiene e educação em saúde; Profilaxia de doenças e/ou intercorrências próprias da gestação; Cuidados em puericultura; Atendimento diferenciado para gestantes de risco (> no de consultas) O cuidado nutricional pré-natal possui impacto significativo no resultado obstétrico melhoria do estado nutricional materno, melhores condições de nascimento, minimiza a morbimortalidade perinatal e garante o sucesso do aleitamento materno ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Cronograma das consultas: Deve iniciar após a confirmação da gravidez e em todas as consultas deve-se ter consulta com nutricionista ou minimamente a cada trimestre gestacional. Número mínimo de consultas: 6 1 no 1º trimestre 2 no 2º trimestre 3 no 3º trimestre Gestante de risco têm maior número de consultas, ou seja, com intervalo menor entre elas. Início da APN: Intervalo máximo de 4 semanas Após a 36a semana: intervalo máximo de 15 dias. Avaliar: PA, edema, altura uterina, movimentos fetais, batimentos cardíacos. Cuidado nutricional: deve ocorrer em todas as consultas da APN, ou minimamente uma consulta a cada trimestre. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Procedimentos: Primeira consulta: Investigar a idade gestacional e Idade materna; Atividade profissional; Pareceres da equipe de saúde; Fatores de risco; História reprodutiva anterior; Doença obstétrica atual; Intercorrências clínicas e enfermidades crônicas; Sinais, sintomas digestivos e função intestinal; Condições para o aleitamento materno; Exames complementares; Avaliação do EN (antropométrica, clínica, laboratorial e dietética); Orientação nutricional individualizada; Orientação para os seios e mamilos; Esclarecimento de dúvidas. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Procedimentos: Consultas subsequentes: Revisão do prontuário; Avaliação do ganho de peso até a data atual e reavaliação do cálculo do ganho de peso recomendado até a 40ª SG; Anamnese alimentar cuidadosa; Sinais, sintomas digestivos e função intestinal; Exames complementares; Reorientação nutricional; Reforço do cuidado com as mamas; Reforço do incentivo aleitamento materno; Esclarecimento de dúvidas. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Nutrição Materno Infantil Orientações Nutricionais na Assistência Nutricional Pré-natal Profa Patrícia Simões Orientação Nutricional: Para todas as gestantes: Investigar sinais e sintomas digestivos, tabus e intolerâncias; Corrigir erros alimentares; Adequar a dieta às condições econômicas, patológicas e queixas; Estimular o ingestão hídrica; Estimular o aleitamento materno; Esclarecer sobre o ganho de peso adequado; Estimular o consumo de alimentos ricos em vit.C (principalmente durante as grandes refeições); Orientar o uso do sal iodado. Prevenção da toxoplasmose: evitar carnes cruas e ao manipular evitar tocar mucosas; evitar contato com gatos e suas fezes; lavar bem mãos e utensílios após contato com carnes cruas ou mal cozidas. Banho de sol (antes das 10 ou após 16h) Uso de sabões hidratantes e cremes hidratantes nos mamilos são contraindicados ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 8 Orientação Nutricional: Para todas as gestantes: Orientar o consumo de chás e café**; Desestimular o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas*** e fumo****; Café: consumo – RNBP (2 – 3 xic/ dia), abortos e má formação congênita (10 a 14 xcs/ dia), prematuridade, atravessa placenta e batimentos cardíacos fetais. Álcool: Prejudicam o transporte de O2 para o feto, atravessa a barreira placentária e alcança o líquido amniótico e tecidos fetais, causando anomalias, RCIU, síndrome fetal alcoólica, aborto, descolamento placenta e BPN. Tabagismo: Causa RCIU, risco de prematuridade, e morte perinatal. Fumantes tem capacidade de transportar O2 para o feto. Fumante se alimentam menos. Componentes do cigarro comprometem a Vit. C e folato. Causam estresse, ansiedade. Requerem 3x mais AF 2 2x mais Vit. C ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Síndrome fetal alcoólica: déficit crescimento, atrasos no desenvolvimento, microcefalia, alterações oculares, anormalidades faciais e de articulações 9 Para todas as gestantes: Chás: A resolução 1757/2002, da SES-RJ que contra indica o uso de plantas medicinais com potencial teratogênico e abortivo no âmbito do RJ: erva-doce, espinheira santa, babosa, angélica, carqueja, mostarda, erva cidreira, capim-limão, hipérico, quebra-pera, romã, melão de São Caetano, noz moscada, hortelã pimenta e hortelã japonesa, hibisco, cavalinha, camomila, boldo, etc – efeito: relaxamento uterino e sangramento. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Borges e Oliveira, 2015 http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/rede-cegonha/eventos-2/oficina-de-fortalecimendo-do-pre-natal/modulo-ii/9309-4-plantas-na-gestacao-qualisus-rede-cegonha/file 10 Orientação Nutricional: Gestantes com ganho de peso adequado: Desestimular o consumo de alimentos excessivamente calóricos; Aumentar o fracionamento e reduzir o volume das dietas; Orientar o consumo de açúcar e excesso de carboidratos; Estimular a atividade física. Gestantes com ganho de peso insuficiente: Investigar causa(s): sinais/sintomas digestivos, infecções e problemas familiares; Avaliar a dieta habitual adequando ou aumentando a quantidade; Verificar o fracionamento e o volume das dietas; Orientar quanto ao aumento de óleo e açúcar (cuidado com a formação de hábito alimentar); Uso de suplementos nutricionais Programa de Suplementação Alimentar; Em caso de atividade física intensa, orientar a redução. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Síndrome fetal alcoólica: déficit crescimento, atrasos no desenvolvimento, microcefalia, alterações oculares, anormalidades faciais e de articulações 11 Orientação Nutricional: Gestantes com ganho de peso excessivo: Investigar as possíveis causas; Avaliação dietética, atentar para o consumo de alimentos excessivamente calóricos; Orientar sobre o preparo de alimentos; Aumentar o fracionamento e reduzir o volume das dietas; Orientar sobre consumo de frutas e verduras (entrada das refeições); Cuidado com óleos e azeites usados em excesso; Orientar o consumo de açúcar e excesso de carboidratos; Avaliar o uso de edulcorantes não calóricos; Estimular o aumento da ingestão hídrica, fora do horário das grandes refeições; Estimular a atividade física, caso não haja contra-indicação. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL Síndrome fetal alcoólica: déficit crescimento, atrasos no desenvolvimento, microcefalia, alterações oculares, anormalidades faciais e de articulações 12 Orientação Nutricional: Náusea e Vômitos: Relacionados ao aumento do estrogênio e podem causar anorexia Se manifesta até a 20ª SG o fracionamento da dieta com volume (até 8 refeições por dia); Evitar alimentos gordurosos, frituras, odores fortes ou que causem desconforto; Modificar o preparo (preferir abrandados); Evitar condimentos picantes; Preferir frutas com caldo; Preferiralimentos sólidos e secos pela manhã (ex.: torradas) – devem ser ingeridos sem líquidos e antes do desjejum; Ingerir líquidos entre as refeições, evitando a desidratação; Evitar deitar-se após as refeições; Evitar a monotonia alimentar; Aproveitar o período sem náusea/ vômito e a ingestão alimentar; Tratamento com Vit. B6 (25mg 3x/ dia) e consumir gengibre ou produtos que o contenham aliviam os sintomas ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 13 Orientação Nutricional: Hiperêmese gravídica: Vômito persistente e prolongado. Provoca alteração no balanço hidroeletrolítico, perda de peso, cetose e cetonúria. Deve ser encaminhada para o serviço de APN de alto risco necessidade de reposição intravenosa de fluidos e eletrólitos e evitar a desidratação e a cetose. Com o uso da Nutrição Enteral os sintomas de náusea e desconforto abdominal diminuem, mas na persistência dos vômitos, existirá o risco de aspiração e a Nutrição Parenteral deverá ser considerada. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 14 Orientação Nutricional: Pirose, azia ou refluxo Relacionada ao da progesterona hipotonia do esfíncter esofagiano. Comum no último trimestre e é mais frequente à noite. Pode ocorrer hérnia de hiato nas últimas semanas fracionamento da dieta e volume; Evitar líquido às grandes refeições; Não restringir alimentos ácidos; Elevar a cabeceira da cama; Evitar deitar-se após grandes refeições; Usar roupas que não comprimam o abdômen; Evitar frituras, álcool, fumo, mate, café, doces, frituras; Excluir ou substituir alimentos que causem desconforto; Evitar o leite como alimento com função de tamponamento. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 15 Orientação Nutricional: Sialorreia ou Ptialismo: Orientar que é algo comum do período gestacional; ingestão de líquidos; Estimular o consumo de frutas com caldo; fracionamento da dieta e volume; Orientar para deglutir a saliva; Orientação semelhante para náusea e vômitos. Fraqueza e Desmaios: Relacionados à hipotensão ou à hipoglicemia; Mais comuns no início da gestação; Evitar jejum prolongado e intervalo grande entre as refeições; Orientar para o uso normal do sal (NaCl) na dieta (exceto em caso de hipertensão); Indicar dieta fracionada em menor volume. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 16 Orientação Nutricional: Plenitude: Comum na gravidez gemelar e no último trimestre da gestação; Aumentar o fracionamento e em casos mais graves alterar a consistência; Reduzir o volume e aumentar a densidade calórica; Evitar deitar-se após as refeições; Preferir roupas amplas e confortáveis. Cãibras Está relacionada à redução do Cálcio (desequilíbrio Cálcio: Fósforo) e também de Magnésio; A lactação também pode provocar cãibras. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 17 Orientação Nutricional: Constipação intestinal e Flatulência: Relacionada à ação da Progesterona, erros alimentares, baixa ingestão de fibras e água e sedentarismo; Também relacionada à pressão no intestino pelo útero aumentado e suplementação de Ferro; Agrava-se na 20ª SG; É definida como esforço ao evacuar, fezes endurecidas, evacuação incompleta, menos de 3 evacuações/ semana; fibras na dieta, frutas laxativas, com bagaços e preferir crus; ingestão de líquidos (mínimo 4 copos duplos/ dia); Estimular o consumo de alimentos integrais (pães, biscoitos, bolos, etc); consumo de folhosos e folhas cozidas ou cruas nas refeições; Observar a tolerância à alimentos flatulentos (alho, batata-doce, brócolis, repolho, cebola, couve, couve-flor, feijão, milho, ovo, rabanete...); Orientar para o atendimento do reflexo retal e criação de hábito sanitário; Mastigar bem, não falar durante as refeições; Ambientes calmos para alimentação. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 18 Orientação Nutricional: Hemorroidas: Dieta para evitar constipação intestinal; Fazer higiene da região perianal após a evacuação com água e sabão neutro; Evitar papel higiênico coloridos, com cheiro ou ásperos; ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 19 Orientação Nutricional: Picamalacia Apetite descontrolado por substâncias não-alimentares: tijolo, terra, água, espuma de sabonete, gelo, cinza de cigarro, borra de café; Sugerem melhora a náusea e vômito; Pode estar relacionada à carência de Cálcio, Ferro ou Zinco; Pode ter relação com comprometimento mental, problemas emocionais e familiares; Consumo de terra/barro geofagia; Consumo de amido não nutritivo amilofagia; Consumo de gelo pagofagia; Orientar para evitar o contato com a substância desejada; Tentar convencer a gestante a substituir esta prática pela ingestão de alimentos de sua preferência; Há possibilidade de prejuízo na absorção de nutrientes, de acarretar doenças (parasitoses) e contaminações por substâncias tóxicas; Pode contribuir para anemia e desnutrição; Pode também levar à obstrução intestinal. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ-NATAL 20 ACCIOLY, E., SAUNDERS, C. e LACERDA, E.M.A. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 2ª Edição, Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2012. VITOLO, M.R. Nutrição - Da Gestação ao Envelhecimento. 2ª Edição, Ed. Rubio, 2014. MAHAN, L.K., ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª Edição, São Paulo: Elsevier, 2013. CHEMIN, S.M. & MURA, J.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 2ª edição. São Paulo: Roca, 2011. Bibliografia Leitura e discussão do artigo: “Gengibre”. Link de acesso: http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2010/v15n4/a1701.pdf Atividade – Metodologia Ativabliografia
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