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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DISCIPLINA: Teoria Microeconômica I
PERÍODO: 2020.1
TURNO: Vespertino
DOCENTE: Mestre Frednan Bezerra dos Santos
DISCENTES: Fernanda Tomaz de Pinho Silva
AVALIAÇÃO I
ELABORE UM TEXTO dissertativo sintetizando as principais críticas ao programa de pesquisa neoclássico no que se refere à concorrência perfeita,
A teoria de distribuição neoclássica se utiliza de um modelo de concorrência perfeita em equilíbrio permanente. É uma teoria que não dá suporte a questões como a ação de salários, ou lucros. Os teóricos neoclássicos, com bastante frequência tentam oferecer respostas simples a interrogações sociologicamente complexas. Como a própria distribuição de renda entre classes: uma classe social não é uma variável da teoria neoclássica. É com essa provocação suscitada por Blaug (2016, p. 242), que o autor condensa a sua contribuição no que se refere às críticas ao programa neoclássico em se tratando da concorrência perfeita. Blaug (2016, p. 199) discutirá a demanda enquanto lei, e a sua categorização. Os economistas ortodoxos através das curvas de demanda negativamente inclinadas, e curvas de oferta positivamente inclinadas, tentaram fundamentar o comportamento do consumidor, sugerindo a teoria da empresa do produto único, cuja produção e o preço, dado um ambiente estático, são os pilares (BLAUG, p. 213). Uma abordagem densamente revisitada por críticos, ao longo dos mais de 140 desde a criação do Modelo de Cournot, em 1838. As críticas compreendem com maior ênfase a hipótese [dentro do modelo de Cournot] de que o produtor busca maximizar os lucros monetários levando em consideração à deficiência tecnológica, e os padrões da demanda (BLAUGE, 213). As críticas, não geralmente, assistem a argumentação de que, por exemplo, as empresas maximizam as vendas subordinadas a um certo nível mínimo de lucros, e não dos próprios lucros, ou que simplesmente não maximizam, e no entanto satisfazem [o lucro] através do ajuste de metas a fim de alcançarem níveis [de lucro] que as satisfaçam. Ou, ainda, que não maximizam, dada a variedade da incerteza, e por essa razão aderem a normas como a do preço a custo pleno (BLAUGE, pp. 213-214). Todas essas críticas levam ao que o autor (BLAUG, 2016, p. 214, apud Nordquist, 1967) nomeia de "ruptura da teoria clássica tradicional da empresa".
Hunt (2005, p. 188), destaca que, por muito, tomando como referencial a teoria ortodoxa (neoclássica), as forças da concorrência eram assumidas como sendo similares às leis da natureza, portanto de caráter natural e imutável. Os autores Betham, Say e Senior trabalham o subjetivismo racionalista, do qual a busca do lucro, interdependência enquanto forças impessoais, "o mercado", a situação de que ninguém pode controlar o mercado, e que as forças de mercado análogas às forças da natureza, são o arcabouço teórico. Ele [Hunt] destaca que os capitalistas, motivados pelos lucros, ainda que 'dominassem' os mercados, não sentiam esse domínio, visto que eram guiados pela ferrenha concorrência pelos lucros, que era particular a cada um, e se dava como uma força além dos seus domínios. Ao discutir a Teoria da Utilidade (2005, p. 189), o autor compartimentaliza o esqueleto do argumento em que as forças da concorrência, através da intepretação dos autores dos ortodoxos, se dão como algo fora do domínio, mais as consequências humanas desse processo. A título de exemplo, ao apontar que a concorrência entre os capitalistas aumentou ao passo que o mercado capitalista amadurecia (2005, p. 192), no qual o capitalista tinha que enfrentar seus concorrentes, que comercializavam a preços mais competitivos. Essa ideia se tornou a essência dos processos de tomada de decisão, e gradualmente ajudariam a abandonar a noção de que as decisões humanas eram casuais, religiosas ou altruístas, ao passo que eram, de fato, racionais, escolhendo [o capitalista] maximizar o prazer em relação à dor. Na teoria neoclássica moderna as decisões humanas são lidas como calculadas, e com o fim de maximizar o lucro/utilidade, no qual a maximização dos lucros é reduzida à uma forma - indireta - de maximização da utilidade. 
Hunt (2005, p. 205) apresenta A Lei dos Mercados de Say, que acreditava no automatismo dos mercados. Seria, dessa forma, um mercado livre e com concorrência, que geraria pleno emprego. Um ambiente em que os mercados se auto ajustariam levando a um equilíbrio em que todos os recursos fossem plenamente utilizados. Ideia rejeitada por economistas como Karl Marx e o próprio Keynes (HUNT, p. 205). Keynes ao refutar a Lei de Say, aponta que a demanda agregada só é automaticamente regulada de forma que não haja divergência com a oferta agregada, na ocasião que a demanda especulativa for inexistente, evidenciando a irrealidade da concepção neoclássica sobre o comportamento dos agentes econômicos (poupadores, consumidores e investidores).
Já na teoria do equilíbrio econômico Geral, de Walras (Hunt. p. 378), a essência é o capitalismo concorrencial. O capitalismo constituído por proprietários de terras, trabalhadores e capitalistas, que funcionavam como ofertantes de serviços produtivos, e ao mesmo tempo como consumidores. Ele [Walras] sugeria que a economia, no seu modelo, era formada por firmas pequenas e com pouca ou nenhuma influência no mercado, de forma que existisse uma concorrência perfeita. Esse modelo ignorava que a livre-concorrência não se aplicava, de forma geral, aos monopólios, mas ainda assim tentava empreender uma explicação para o equilíbrio geral. Também assumia que as pessoas dispunham de curvas de utilidade marginal mensuráveis, mas não discutia como elas [as curvas] mudariam ao decorrer do tempo, de forma que a utilidade era interpretada metafisicamente (HUNT, p. 380), como um dado-base a partir do qual tudo seria explicado. Situação que deixa evidente a inconsistência de várias das premissas de Walras. Uma das quais o fato de que ele entendia que a economia estava em concorrência perfeita, e as firmas do seu modelo (pequenas e fracas), sempre reagiriam de forma padrão ao excesso de oferta: abaixando os preços. Todavia, os críticos apontam (HUNT, p. 387) que as firmas grandes e com influência, de fato, no mercado, e por sua vez, na determinação dos preços, se comportam de forma a reduzir sua produção, a fim de manter o nível de preços em face de um excesso de oferta "temporário". Uma redução que reduziria as rendas, e a demanda por outros produtos. No caso desses produtores reagirem ao excesso de oferta reduzindo a produção, a consequência direta seria uma superprodução generalizada, e crise econômica. É fundamental registrar, finalmente, que Walras acreditava que os agentes de troca, em relação a um conjunto de preços, se comportariam como se aguardassem que esses preços fossem os de equilíbrio. Na verdade, os agentes de troca na maioria das vezes se comportam trocando com base nos preços que esperam obter no futuro. Dessa maneira, da mesma forma que a Lei de Say, a Lei do equilíbrio de Walras era uma “ciência de fé”, ou uma questão de crença, (HUNT, p. 387), e por isso injustificável.
Na Teoria da Firma, Marshall qualifica a firma em um setor de concorrência (HUNT, p. 412). Ele se apoia na análise do equilíbrio parcial, e tenta explicar os mecanismos de funcionamento de mercados no mundo real, e, no entanto, enfrenta o entrave "economias de escala versus crescimento da empresa" (SILVA, p. 18). Um dilema que articulava que, em pelo menos em algumas áreas da atividade econômica, a empresa individual obteria vantagens ao crescer, e que, no geral, em algum momento as empresas teriam que lidar com a situação em que haveriam limites ao seu crescimento, dada a elevação dos custos unitários, a partir de um volume de vendas. Através da concorrência, o preço de uma mercadoria de um setor seria definido pela demanda e pela oferta total do setor. A firma aceitaria o preço, e ajustaria a sua produção e seus custos de forma a maximizar os lucros. Isso imporia um limite ao crescimentoda firma, impedindo rendimentos crescentes. Sraffa ([1926] 1988, p. 11) observa que Marshall sugere que predomine a lei dos rendimentos decrescentes, de forma a gerar uma oferta positivamente inclinada. Todavia, ainda assim para determinar o preço de equilíbrio de mercado de um produto por meio da relação entre oferta e demanda, Marshall precisa assumir a interdependência desses dois lados do mercado. Por meio do ceteris paribus, Marshall sugere que as alterações produtivas em outros segmentos da atividade econômica não influenciam o que acontece no mercado. Sraffa ([1926] 1988, p. 30), aponta que isso não é necessariamente verdadeiro, visto que quando se dá um aumento na demanda de uma mercadoria, e cujo fator de produção seja de uso mais geral (em outros setores industriais), para além daquela mercadoria específica, o aumento do custo do fator devido ao seu maior uso teria repercussão na elevação de custos das diversas outras mercadorias que dele dependessem. No caso dessas mercadorias, ou de alguma delas, serem substitutas, àquela primeira, a demanda por aquela mercadoria primeiro analisada seria afetada, de forma que seria equivocado sugerir a independência das curvas de oferta e de demanda da mercadoria dada, para somente depois encontrar seu preço de equilíbrio. Para Sraffa ([1926] 1988, p. 23), essa análise do valor da mercadoria em concorrência se torna prejudicada. Sraffa ([1926] 1988, p. 20) também acusa os autores ortodoxos de "manipular" as leis de rendimentos, de forma que a curva de oferta fosse simétrica à curva de demanda, no sentido de que fosse justificável para os autores ortodoxos adotarem a generalização dos rendimentos decrescentes, por exemplo. Sraffa ([1926] 1988) destaca, novamente reiterando, o limite à expansão da empresa, dentro do modelo neoclássico, e a disposição do ceteris paribus que, como observado anteriormente, que nem tudo que é ceteris, pode ser também paribus. Ele [Sraffa] questiona a aplicação empírica da teoria ortodoxa da concorrência perfeita, ao apontar que 1) a empresa possui uma curva de demanda descendente, de forma que dadas maiores quantidades de produção, é necessário que haja reduções de preço, destacando a existência de preferências por parte dos consumidores, e 2) a existência de economias escalas, que indicavam que uma parte expressiva das empresas trabalhava em condições de custos decrescentes, até o limite da ampla utilização da capacidade produtiva, destacando que os limites ao crescimento da empresa estão inerentes às condições de mercado. 
Sraffa ([1926] 1988, p. 23) sugere a existência de um mercado geral de uma mercadoria, que é atomizado em uma diversidade de preços e formas. Nesse mercado existem barreiras, e, portanto, são requeridas despesas adicionais de vendas, ou mesmo redução de preços, para transpor essas barreiras, com alguma expectativa de reação dos concorrentes já estabelecidos [nesse mercado]. A concorrência perfeita da teoria ortodoxa não teria aplicação, dado que pequenos produtores, arranjados num mercado de muitos produtores, podem sim, conjuntamente, ter alguma influência na determinação de seu preço e vendas, a partir da diferenciação dos seus produtos (SILVA, p. 37). Portanto, mesmo em mercados compartimentalizados, constituídos por um grande número de empresas, a teoria ortodoxa da concorrência perfeita não é aplicável. A respeito, ainda, da concorrência dos mercados, Sraffa ([1926] 1988, p. 30) indicou conceitos como diferenciação do produto, importância das preferências dos consumidores, papel dos gastos de venda, e a noção de que a empresa leva em consideração as decisões de seus competidores ao decidir reduzir ou não o preço, a possibilidade de maiores lucros dada a existência de barreiras à entrada de um determinado setor, entre outros fatores, como o limite ao endividamento da empresa etc., e que ajudariam a organizar teorias como a Teoria da Concorrência imperfeita. Sraffa ([1926] 1988, p. 33) tentou, assim, sugerir uma abordagem alternativa dos mercados sob circunstâncias de oligopólio. Na crítica de Sraffa ([1926] 1988, p. 34) a concorrência perfeita e ao equilíbrio neoclássico, o autor torna clara a inviabilidade de se fundamentar um modelo teórico que explique a dinâmica capitalista.
FONTES:
BLAUG, Mark. Metodologia da Economia. São Paulo: Edusp, 2016. 
HUNT, E. K. História do pensamento econômico: uma perspectiva crítica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
POSSAS, M. S. Concorrência e competitividade: notas sobre estratégia e dinâmica seletiva na economia capitalista. 1993. 236f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia, Campinas, SP. 
SILVA, A. L. G. da. Concorrência sob condições oligopolísticas. Contribuição das análises centradas no grau de atomização/concentração dos mercados. 2.ed. Campinas, SP: Unicamp. IE, 2010. (Coleção TESES Unicamp-IE).
SRAFFA, P. "As leis dos rendimentos sob condições de concorrência", In: Clássicos de Literatura econômica, Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1988. 456p.

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