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Pediatria - Puericultura do prematuro

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CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
Puericultura do prematuro 
Pediatria 
Definições: 
 
36 semanas e 6 dias é um paciente pré-termo. Dentro 
da prematuridade diferenciamos entre tardio, muito pré-
termo e pré-termo extremo. Extremo baixo peso não 
quer dizer que seja pré-termo extremo. 
Com o avanço tecnológico aumentou o suporte para 
esse bebê, diminuindo a taxa de mortalidade, mas ainda 
há uma maior taxa de morbidade, em que não consegue 
reproduzir o ambiente uterino no ambiente externo. 
 
O parto prematuro de RN cujo baixo peso ao nascimento 
é adequado à idade gestacional está associado a 
condições clínicas caracterizadas pela incapacidade do 
útero de reter o feto, interferência no curso da gestação, 
ruptura prematura das membranas amnióticas, 
descolamento prematuro de placenta, gestação multifetal 
ou estímulos indeterminados para contrações uterinas 
efetivas antes do termo. Infecção bacteriana manifesta 
ou assintomática (estreptococo grupo B, Listeria 
monocytogenes, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma 
hominis, Chlamydia, Trichomonas vaginalis, Gardnerella 
vaginalis, espécies de Bacteroides) no líquido amniótico e 
membranas (corioamnionite) podem dar início ao trabalho 
de parto prematuro. Os produtos bacterianos podem 
estimular a produção local de mediadores inflamatórios 
(interleucina-6, prostaglandinas), que podem induzir 
contrações uterinas prematuras ou resposta local 
inflamatória com ruptura focal de membranas. 
Aantibioticoterapia apropriada reduz o risco de infecção 
fetal e pode prolongar a gestação. 
Planejamento de alta: 
 
É necessário treinar os pais, incluindo dando confiança 
para isso e a certeza que eles farão o acompanhamento 
ambulatorial. O cuidado domiciliar (condições para cuidar 
desse prematuro) e médico (multidisciplinar) precisam ser 
atendidos. 
Todos os RNs com peso ao nascimento menor que 1.500 
g e que hoje pesam entre 1.500 e 2.000 g, apresentando 
evolução clínica instável e necessitando de oxigênio, 
devem realizar exame oftalmológico para triagem da 
retinopatia da prematuridade. Todos aqueles com BPM 
devem ser submetidos a testes auditivos antes da alta. 
Os RNs submetidos à cateterização da artéria umbilical 
devem ter sua pressão arterial avaliada para detecção de 
hipertensão renovascular. Os níveis de hemoglobina e 
hematócrito devem ser determinados para detecção de 
possível anemia. 
Os RNs estáveis, que se recuperam de displasia 
broncopulmonar, podem ter alta com oxigênio domiciliar 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
através de cateter nasal, com acompanhamento tão logo 
seja possível, monitoramento frequente da oximetria de 
pulso e consultas ambulatoriais. 
Se todos os problemas médicos maiores estiverem 
resolvidos e se o ambiente domiciliar for adequado, o RN 
prematuro pode ter alta quando o seu peso atingir 1.800-
2.100 g; o seguimento adequado das prescrições e 
orientações e o fácil acesso aos cuidados hospitalares são 
itens essenciais nos protocolos de alta precoce. 
Estabilidade fisiológica: 
Alimentar-se normalmente por via oral ou por 
gastrostomia e não por sonda orogástrica, sem 
intercorrências, com ganho de peso adequado. 
Quando nasce, por uma imaturidade, esse RN não 
consegue manter uma FR, FC e temperatura tendendo 
a hipotermia. É necessário retirar esse RN da incubadora 
ou berço aquecido e conseguir manter sua T normal. 
Esse RN não pode fazer nem apneia nem bradicardia, 
sem uso de suporte (cafeína ou aparelhos) por 8 dias, ou 
seja, o lactente não deve ter apresentado qualquer 
episódio recente de apneia ou bradicardia e as drogas 
parenterais devem ter sido suspensas ou convertidas 
para a via oral. 
 
A maioria dos prematuros atinge tais competências com 
36 a 37 semanas de idade corrigida (IC), mas o controle 
da respiração, a ponto de permitir uma alta segura, pode 
demorar até as 44 semanas de IC. Quanto menor o peso 
e a idade gestacional ao nascer e quanto maior a 
gravidade da doença neonatal, maior será o tempo para 
atingir essas competências fisiológicas. 
Acompanhamento: 
A equipe para cuidar desse paciente precisa ser 
interdisciplinar (plano único com a visão de todos os 
especialistas para atendimento do RN), mas muitas vezes 
é multidisciplinar (os profissionais não discutem entre si). 
 
O pediatra tem uma visão geral do paciente. O 
neurologista vê a repercussão. Fonoaudiólogo avalia a 
capacidade de deglutição, linguagem que normalmente 
tende a ter déficit. Psicólogo, em que já foi comprovado 
que esses pacientes vão ter alterações comportamentais. 
Fisioterapeuta, faz as intervenções motoras e 
respiratórias. Enfermagem, a qual avalia a administração 
de medicações. Nutricionista, em que a necessidade 
desse paciente é diferente do pré-termo. TO, o qual 
insere o prematuro na realidade dele. Assistente social, o 
qual olha a parte social desse paciente. Otorrino e oftalmo, 
repercussões na visão e audição. 
 
 
Orientações práticas: 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
 
É necessário reorientar e destacar a importância do 
seguimento, contando o que vai ser feito, a inserção dos 
programas inerentes da prematuridade. Encaminhar 
todas as informações durante o internamento e o plano 
para o RN ao novo profissional, com o exame físico da 
alta. 
A primeira revisão ambulatorial deve ser organizada no 
momento da alta, e todas as demais revisões devem ser 
agendadas logo após cada revisão de seguimento. As 
consultas devem ser organizadas de forma que a criança 
faça uma avaliação global e conjunta com a equipe 
multiprofissional (fonoaudióloga, fisioterapeuta, 
nutricionista, psicóloga, enfermagem, etc.) e com as 
diversas especialidades médicas se for necessário, 
evitando retornos repetidos ao centro de referência no 
follow-up. 
Idade corrigida para a prematuridade – ICP: 
Uma gestação normal o bebê nasceria com 40 semanas 
de vida., em que o período para nascimento termo é 39 
semanas a 41 semanas. Se nasceu antes de 37 semanas, 
obrigatoriamente precisa ser corrigido para 40 semanas. 
Pega-se a idade cronológica (idade hoje) em dias de vida 
ou semanas completas – a diferença entre as 40 
semanas e a idade gestacional (a idade do parto). 
 
Usa-se esse cálculo até 3 anos. 
O perímetro cefálico deve ser corrigido até 1 ano e meio. 
O peso e o DNPM até 2 anos. A altura deve ser corrigida 
até 3 anos e meio. 
Orientação Alimentar baseia-se também na idade 
corrigida devido ao tempo de amadurecimento de vias 
digestivas. .A alimentação oral (amamentação) não deve 
ser iniciada ou deve ser suspensa nos RNs com 
desconforto respiratório, hipóxia, insuficiência circulatória, 
excesso de secreções, engasgos, septicemia, depressão 
do sistema nervoso central, imaturidade ou sinais de 
doença grave. Os RNs de alto risco requerem nutrição 
parenteral ou alimentação por gavagem para a provisão 
de calorias, líquidos e eletrólitos. Além do grande esforço 
da sucção, o processo de alimentação oral requer a 
coordenação da deglutição, do fechamento da epiglote 
e da úvula, das passagens da laringe e do nariz e da 
motilidade normal do esôfago, um processo sincronizado 
que geralmente está ausente antes das 34 semanas de 
gestação. 
A cólica do lactente pode durar um pouco mais no 
prematuro, pois começa com 40 semanas e termina 
aproximadamente com 3 meses de idade corrigida. 
Seguimento das consultas: 
 
Paciente termo nós temos a primeira consulta de 7 a 10 
dias, com revisão mensal até 6 meses, revisão bimestral 
ou trimestral no segundo semestre, a partir de um ano 
temos revisões bimestrais, anual até a puberdade. 
No prematuro é colocado as revisões até um ano pela 
idade corrigida, em que o prematuro irá ter mais 
consultas no primeiro ano. Revisões mensais até os 6 
meses de idade corrigidas, por exemplo, paciente com 6 
meses de idade cronológica tem 5 meses de idade 
corrigida ainda faz revisão mensal até fazer 6 meses de 
idade corrigida. Revisões bimestraisou trimestrais até um 
ano de idade corrigida, sendo definido pela necessidade 
do paciente. Aos 2 anos inicia-se o seguimento de 
consulta pela idade cronológica. 
É necessário avaliar: 
• Baixo ganho ponderal para o esperado; 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
• Atraso no desenvolvimento observado na 
revisão imediatamente anterior; 
• Potencial de entendimento materno ou do 
cuidador correspondente; 
• Frequentes reinternações hospitalares. 
Exame físico da alta: 
 
Descrever a condição clinica que o paciente está 
recebendo alta. 
 
É importante a inspeção cuidadosa de pele e mucosas, 
em busca de afecções que exijam tratamento domiciliar, 
como a conjuntivite, a dermatite de fraldas, a monilíase 
oral e perineal. Hemangiomas cavernosos, inexistentes ao 
nascimento, podem surgir no primeiro ou segundo mês 
de vida. 
Todo RN tem hérnia umbilical e todas elas devem fechar 
até os 2 anos de idade. O prematuro tende a ter uma 
hérnia um pouco maior. Os testículos até 2 anos é 
necessário avaliação, eles são formados na cavidade 
abdominal e no paciente termo eles já desceram para a 
bolsa escrotal, enquanto no prematuro é necessário 
anotar a sua localização e se ele é retrátil (ao puxar ele 
desce para a bolsa escrotal). 
O padrão respiratório: está associado a prematuridade o 
uso de oxigenioterapia para a sobrevida, mas o O2 é 
deletério quando sua concentração é maior de 25% e 
por isso esse paciente pode ter alterações, tiragem e se 
ele precisa de uso de oxigenioterapia domiciliar. 
Todos RN fazem avaliação do quadril ao nascer, 
principalmente se na família tem histórico de displasia 
congênita do quadril ou a posição pélvica no parto. Na 
alta é necessário a repetição desse exame, movimentos 
circular do quadril sem um clique. 
As malformações congênitas são necessárias a 
descrição. 
O gráfico de crescimento é feito do nascimento até a 
alta, sendo os dados antropométricos o perímetro 
cefálico, peso e comprimento. A recomendação da SBP 
é a Intergrowth-21st, completando 40 semanas é possível 
trocar para a da OMS. É feita a marcação cronológica e 
corrigida, as quais frequentemente são correlacionadas e 
acabam por se juntar. 
Descrição do exame neurológico. Como estava o tônus 
passivo, o tônus ativo e os reflexos primitivos. 
• Tônus passivo: postura e medida dos ângulos de 
extensibilidade (calcanhar-orelha, ângulo poplíteo 
e flexor dorsal do pé, sinal do xale e manobra do 
recuo). 
O bebê está deitado na maca e olha-se para ele. Dentro 
da barriga da mãe há um aumento do tônus muscular (o 
músculo e sua contratilidade) no sentido caudocefálico 
até as 40 semanas e, posteriormente, há uma diminuição 
do tônus no sentido cefalocaudal. 
- 34 semanas: flacidez em membros superiores e região 
cervical, com uma flexão em pernas (um tônus maior 
nas pernas). O sinal do cachecol é quando consigo puxar 
o braço do paciente sem nenhuma resistência 110°. 
- 40 semanas: posição mais fletida de braços e pernas, 
com uma assimetria. O sinal de cachecol tem um ângulo 
de 80° e os braços chegam até a linha média. 
- 2 meses: um paciente a termo temos um controle 
cervical e a posição do braço mais frouxa. O sinal do 
cachecol é quando se consegue puxar a mão do 
paciente para trás, como um cachecol, com o ângulo de 
90°. 
- 5 meses: senta-se com apoio. 
- 9 meses: consegue levantar a perna. 
O movimento passivo é “eu” pegar o paciente e fazer 
esse movimento. O sinal do cachecol é passar o braço 
pelo pescoço e avaliar o quanto da linha média passa-se. 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
Um bebê prematuro tem um tono menor em região de 
braço e cervical e um pouco maior em região de perna. 
Quando nasce, ele tem um aumento desse tono, com o 
passar do tempo ele reduz esse tono, controlando a 
flexão. 
 
• Tônus ativo: principalmente de pescoço e 
tronco. 
Usa-se a gravidade para saber o quanto meu bebê tem 
de tono. Segura-se o bebê e o solta. Progressão 
celafocaudal do controle motor. 
- 32 semanas: caí completamente; 
- 40 semanas: consegue ficar mais fletido; 
- A partir dos 2 meses: uma criança termo tem um 
controle do tono ativo. 
 
• Reflexos primitivos: sucção/deglutição, preensão 
palmar, resposta à tração dos membros 
superiores (MMSS), Moro, extensão cruzada e 
marcha reflexa. 
Os reflexos surgem a partir da 28 semana. Eles irão 
aparecendo com a maturidade neurológica. 
 
O aparecer usa-se a idade cronológica e o desaparecer 
usa-se a idade corrigida. Espera-se aparecer até as 40 
semanas de idade cronológica. 
 
Vacinação: 
Usa-se a idade cronológica. Faz-se 3 vacinas se o 
paciente continua internado e a depender do seu peso. 
Quando o paciente termo nasce ele vai ter 2 vacinas 
(BCG e Hepatite B). Para o paciente pré-termo faz a 
mesma dose de Hepatite B com 12 horas de vida se ele 
tiver menos de 2 kg, repetindo com 1, 2 e 6 meses 
(idade cronológica). Se o bebê nasceu com menos de 1 
kg e permanece internado quando chega aos 2 meses 
de idade, faz-se a vacina da pólio injetável. 
Não se pode fazer nenhuma vacina de vírus atenuado 
no ambiente hospitalar. 
RN que nasceu com menos de 32 semanas e chegar a 
idade de 2 meses que faz a DTP, mas ainda está 
internada, faz-se a DTP acelular (vírus quebrado). Com 
alta hospitalar, faz-se a BCG, indica a rotavírus e a 
influenza para ressaltar (paciente e familiares), seguindo 
o calendário normal. 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
 
• Palivizumabe 
Não é vacina, é um anticorpo pronto contra o vírus 
sincicial respiratório (causa a bronquiolite viral aguda e em 
pacientes prematuros tem alta morbidade). A aplicação 
de acordo com a sazonalidade de doenças respiratórias 
na região. Aplicação pelo SUS. Vacino meu prematuro 
que é menor de 28 semanas de gestação, com o início 
de sazonalidade nos próximos 12 meses. Em um ano, a 
depender do mês de nascimento dele, vai fazer um ou 
dois ciclos. O paciente pré-termo entre 29 e 32 semanas 
e que tenha menos de 6 meses no período de 
sazonalidade ele irá fazer um ciclo. Paciente entre 32 e 
35 semanas com algum fator de risco, ele irá fazer desde 
que tenha menos de 6 meses no período de 
sazonalidade. 
Precisa ter o critério e a idade no período de 
sazonalidade. É menos de 29 semanas, vai fazer um ou 
dois ciclos em um ano a depender do mês de 
nascimento. Paciente entre 29 e 32 semanas e com 
menos de 6 meses no ciclo irá fazer um ciclo. 
Menos de 28 semanas no nascimento até um ano de 
idade ele irá fazer o palivizumabe, dando um a dois ciclos 
a depender do mês de nascimento. Com alguma doença 
crônica irá fazer a vacinação até 2 anos de idade. 
 
 
Prevenção da Síndrome da Morte Súbita do Lactente 
(SMSL): 
Prematuridade e baixo peso ao nascer são fatores de 
risco para a ocorrência da SMSL, que consiste no óbito 
inesperado e sem explicação durante o sono, cuja 
frequência é maior nos primeiros meses de vida. A 
criança deve dormir em seu próprio berço, próxima dos 
pais, de barriga para cima, com a cabeça descoberta e 
os pés próximos da borda inferior do berço, para evitar 
que deslize e seja sufocada pelo cobertor. O colchão 
deve ser firme e o uso de travesseiros e cobertores 
volumosos é desaconselhado. Os pais devem ser 
esclarecidos sobre o efeito protetor da chupeta, usada 
criteriosamente para dormir, quando a amamentação ao 
seio já estiver estabelecida. A exposição ao fumo deve 
ser proibida. 
Exames complementares na alta: 
Os exames necessários para o seguimento dos recém-
nascidos pré-termos poderão ser individualizados de 
acordo a necessidade e grau de imaturidade, porém os 
recém-nascidos pré-termos de muito baixo peso 
deverão ser monitorados quanto à anemia, doença 
metabólica óssea, doenças infecciosas e 
imunopreveníveis. 
Medicamentos: 
Toda criança prematura sairá da maternidade com 
medicamentos. Obrigatoriamente: A, D, Fe e Zinco. Idade 
cronológica. 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
 
 
Vitamina Ce ácido fólico é mais para pacientes com 
anemia. 
 
Suplementação de Fe de acordo com o peso de 
nascimento. 
Situações de risco: 
São eles: hipoatividade, choro fraco ou gemência, choro 
excessivo ou irritabilidade intensa, mudança de coloração 
da pele (cianose ou palidez), apneia, dificuldade 
respiratória, sucção fraca ou recusa alimentar, 
regurgitações ou vômitos frequentes, distensão 
abdominal, tremores ou convulsões, hipo ou hipertermia. 
Crescimento: 
O terceiro trimestre é o mais importante para reproduzir 
o ganho do paciente, mas é difícil, pois quando ele cresce 
além de ter uma parada do crescimento e da perda de 
peso, perdendo aquela nutrição que ele deveria está 
recebendo, vai ter uma perda de peso de até 15% do 
seu nascimento. Nos pacientes a termo esperamos em 
torno de 10%. Utiliza-se a idade corrigida. 
O parâmetro utilizado para determinar o crescimento 
pós-natal ótimo baseia-se na velocidade de crescimento 
intrauterino. Entre 23 a 27 semanas de gestação a 
velocidade de ganho de peso médio é de 21 g/kg/dia (15 
g/dia), desacelerando para 12 g/kg/dia (33 g/dia) entre 35 
a 37 semanas. A média da velocidade de crescimento de 
23 a 37 semanas é de 16 g/kg/d (25 g/d). Entretanto, o 
crescimento pós-natal dificilmente irá manter essa 
velocidade, pois logo após o nascimento ocorre perda de 
peso, mais acentuada quanto menor o peso de 
nascimento (PN) e a idade gestacional (IG), podendo 
chegar a 15% do peso de nascimento, e a recuperação 
não ocorre antes de 10 a 21 dias de vida. 
Espera-se a recuperação do perímetro cefálico até um 
ano, comprimento até 2 anos e peso até 3 anos. 
Recuperar é estar entre entra a faixa de normalidade, 
sendo a curva de crescimento z score entre -2 e +2. 
 
 
Até atingir 40 semanas de IG corrigida, pode-se utilizar 
as curvas de crescimento intrauterina, como a de 
Alexander et al. ou baseada no pós-natal, como de 
Ehrenkrank et al. Após 40 semanas de idade gestacional 
corrigida (IGc) podem-se utilizar as curvas de referência 
da OMS 2006, apresentadas na forma de escore Z, 
diferenciadas pelo gênero (meninas/meninos). 
Os RNMBP devem ser monitorados através da plotagem 
semanal, em curva de crescimento intrauterino, das 
medidas de peso, comprimento e perímetro cefálico a 
cada semana de idade gestacional corrigida (IGc), até 
atingir 40 semanas. A partir de 40 semanas de IGc, deve-
se utilizar a curva padrão de crescimento pós-natal, 
considerando-a como o ponto zero na nova curva, e 
continuar utilizando a idade corrigida para a 
prematuridade (ICP), ou seja, descontando da idade 
cronológica as semanas que faltaram para a idade 
gestacional atingir 40 semanas (termo). Até os 3 anos de 
idade deve utilizar a ICP, e, posteriormente, utilizar a idade 
cronológica. 
Nos primeiros meses de ICP ocorre uma aceleração da 
velocidade de crescimento com recuperação inicial do 
perímetro cefálico, seguida do comprimento, e, 
finalmente, o peso. Alcançado o ponto de estabilidade de 
crescimento após a recuperação, a criança atinge seu 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
canal de crescimento dentro da curva de referência, e o 
crescimento prossegue com o padrão próprio da criança 
mantendo-se paralelo aos canais da referida curva. 
Os RNMBP cuja curva de crescimento não se aproxima 
dos escores mínimos da normalidade, apresentando 
achatamento ou padrão descendente, requerem 
investigação. Em casos de falha de crescimento pode ser 
indicado o uso de hormônio de crescimento com o 
objetivo de atingir uma estatura mais aceita socialmente. 
Os grupos de maior risco de evoluírem com falha são: 
os RN com PN < 850 gramas, IG < 28 semanas, 
portadores de displasia broncopulmonar, e os PIG. Em 
contraste, os RN que apresentam maior catch-up nos 
primeiros anos, especialmente em relação ao peso, 
ultrapassando o escore Z estabelecido para o perímetro 
cefálico e o comprimento, terão maior risco de 
desenvolver hipertensão arterial, diabetes tipo II e doença 
cardiovascular na adolescência ou adulto jovem. 
Nutrição: 
 
 
Orientação para o uso da fórmula de partida até que o 
RN complete 40 semanas ou que alcance o peso mínimo, 
mudando para as fórmulas de seguimento. 
O leite materno é sempre a primeira escolha na 
alimentação após a alta. Contém altas concentrações de 
ácido docosahexaenoico (DHA), e este está relacionado 
com melhor desempenho no neurodesenvolvimento. 
Além disso, o leite materno fornece crescimento 
harmônico, com ganho de peso adequado nos primeiros 
anos de vida (prevenindo a síndrome metabólica), possui 
nucleotídeos, lactoferrina e predominam bifidobactérias. 
Há evidências que apontam para um efeito anti-
infeccioso da lactoferrina presente no leite humano. 
Crianças nascidas prematuras que receberam 
suplementação de DHA e AA (ácido araquidônico) no 
primeiro ano de vida, aos 12 meses de idade corrigida 
apresentavam mais massa magra e menos massa gorda 
do que as crianças alimentadas sem esta suplementação. 
Este dado reforça a importância de fórmulas adicionadas 
de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LC-
PUFAS). 
O início da alimentação complementar depende da 
maturidade neurológica da criança, razão pela qual 
emprega-se a idade corrigida como parâmetro de 
decisão, e não a idade cronológica da criança. Geralmente 
inicia-se alimentação complementar entre 4 e 6 meses 
de idade corrigida e quando a criança adquire pelo menos 
5 kg de peso, ou seja, tem condições de gastar calorias. 
A alimentação complementar é iniciada aos 6 meses de 
idade corrigida nas crianças em aleitamento materno 
exclusivo, já o prematuro que recebe apenas aleitamento 
artificial poderá iniciar com alimentação complementar 
mais cedo, com 3 meses de idade corrigida. 
Desenvolvimento: 
O desenvolvimento é corrigido até 2 anos de ICP. Para 
PC até 1 ano, crescimento até 2 anos e peso até 3 anos. 
Aos 18-24 meses deve ser feito o diagnóstico do 
desenvolvimento, por meio de testes específicos; aos 3 
anos o diagnóstico do desenvolvimento da linguagem e 
cognição; aos 4 anos a avaliação do comportamento, 
alterações sutís e visuomotoras, e a partir de 6 anos de 
idade deve ser acompanhado o desempenho escolar da 
criança. 
Nesses 2 anos vão existir fatores biológicos e ambientais 
vão interferir nisso. 
Biológicos: prematuridade, especialmente os recém-
nascidos prematuros (RNPT) de muito baixo peso (< 1.500 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
g); muito prematuros (< 32 semanas de idade 
gestacional); aqueles com morbidades graves no período 
neonatal, como displasia broncopulmonar, hemorragia 
peri-intraventricular grave, leucomalácia periventricular; 
os com restrição do crescimento intrauterino, e aqueles 
com perímetro cefálico anormal na alta. 
Ambientais: baixa condição sócio-econômica-cultural e 
pais usuários de drogas. 
Primeiros 2 anos: 
• Distonias transitórias: alterações de tônus 
muscular, coma fisioterapia consiga corrigir; 
• Menores escores nos testes de 
desenvolvimento; 
• Deficiências sensoriais; 
• Atraso na linguagem; 
• Paralisia cerebral. 
Idade escolar: 
 
Necessidade da inclusão social nesses pacientes, com 
ganho cognitivo e social. 
Desenvolvimento sensoriomotor – linguagem, é utilizados 
os testes de triagem: 
• Denver 2: é o teste de triagem mais utilizado, de 
fácil e rápida execução (20 minutos). Avalia 4 
setores do desenvolvimento: motor grosseiro, 
motor-adaptativo fino, linguagem, pessoal-social. 
Pode ser usado na faixa etária de 0 a 6 anos. 
Permite saber se o desenvolvimento da criança 
está dentro da faixa de normalidade e 
categorizar o risco no desenvolvimento, mas 
não tem valor prognóstico e não avalia 
alterações qualitativas. Na interpretação dos 
resultados considera-se: normal quando executa 
as atividades previstas, aceitando-se 1 falha/área; 
suspeita de atraso se ≥ 2 falhas em ≥ 2 áreas 
de atividades realizadas por 75-90% das 
crianças; atraso quando ≥ 2 falhasnas atividades 
realizadas por mais que 90% das crianças. Nos 
casos de suspeita de atraso, reavaliar em 2-3 
meses. Se persistirem as alterações, investigar a 
causa e realizar intervenção. Uma limitação do 
teste de Denver II é sua baixa sensibilidade em 
lactentes < 8 meses. 
• Escala motora infantil Alberta (AIMS): de uso 
crescente no Brasil, avalia o desenvolvimento 
motor nos primeiros 18 meses de vida. Baseia-se 
na observação da criança em 4 posturas quanto 
a: tempo de permanência, atitude 
antigravitacional e mudança de posturas. Permite 
quantificar o desenvolvimento, pois o repertório 
de respostas aumenta com a idade (mas pode 
gerar resultados duvidosos). 
• Avaliação dos movimentos generalizados: avalia 
de forma qualitativa os padrões motores 
característicos dos RNPT e de termo, que se 
modificam com a idade, por meio de filmagem 
dos movimentos espontâneos da criança 
acordada. A avaliação deve ser feita em 3 
momentos, a partir do 3° dia de vida até 20 
semanas IC. Tem alta sensibilidade e 
especificidade, mas requer treinamento, pois se 
baseia na observação visual. É útil para detecção 
precoce de anormalidades aos 3 meses; nesta 
idade a ausência de movimentos irregulares e a 
presença de espasmos predizem paralisia 
cerebral. Limitação: não serve para 
acompanhamento da criança. 
• Teste infantil de desempenho motor (TIMP): 
avalia a postura e movimentos funcionais 
característicos do 1° trimestre, como: controle de 
cabeça e controle seletivo dos membros, em 
várias posições e com estímulos visuais e 
auditivos. Aplicado desde 32 semanas de idade 
gestacional até 4 meses, tem se mostrado útil 
para discriminar os graus de alterações 
Escalas de diagnóstico: 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
• Escala de Bayley: é o instrumento mais utilizado. 
Avalia várias habilidades, a aquisição dos marcos 
de desenvolvimento e identifica áreas de atraso 
ou inadequação em crianças de 1 até 42 meses, 
possibilitando o diagnóstico precoce de 
anormalidades no desenvolvimento. 
• Escala de inteligência de Wechsler: idade pré-
escolar e escolar. 
Ao detectar problema na linguagem há que se investigar 
a possibilidade de deficiência auditiva, pois neste caso a 
intervenção audiológica precoce pode melhorar o 
prognóstico. 
 
 
Sinais de alerta para atraso no neurodesenvolvimento: 
 
A partir de 4 meses espera-se um maior controle do 
tônus. 
 
Linguagem simbólica é o que a criança fala é o que ela 
quer ou está vendo. A linguagem que ela só repete as 
sílabas é lalalismos. 
Sinais de alerta para doenças crônicas na vida adulta: 
• Crescimento: não conseguirão entrar no seu 
canal de crescimento, podendo estar no padrão 
de normalidade. Meninos de muito baixo peso, 
sem sequelas neurossensoriais e mesmo nível 
socioeconômico aos 20 anos de idade, 
apresentaram peso e estatura menores e baixo 
IMC comparado a controles de peso adequado. 
As meninas possuíam 21% de taxas de 
sobrepeso e 30% de obesidade; com risco 
elevado para hipertensão, doença coronariana e 
morte por doença cardiovascular na vida adulta. 
• Síndrome metabólica: estudos epidemiológicos 
têm demonstrado que baixo peso ao 
nascimento está associado com o aumento do 
risco para aterosclerose e doenças 
cardiovasculares na vida adulta. A prematuridade 
está estreitamente relacionada com mais baixo 
peso de nascimento. Ainda não está bem 
definido o real papel da prematuridade neste 
contexto. Acredita-se que o nascimento 
prematuro pode trazer como consequências 
para a vida adulta: diabete tipo II, obesidade, 
hipertensão e doença coronariana, da mesma 
forma que o já estabelecido para o baixo peso 
de nascimento. 
• Respiratório: os prematuros aos 18 anos de idade 
têm menor capacidade funcional residual, menor 
volume pulmonar. Discute-se a relação de 
prematuridade e maiores taxas de asma, rinite 
alérgica, com taxas de sibilância recorrentes em 
até 50% dos ex-prematuros. Redução da função 
pulmonar no prematuro pode ser relacionada a 
alterações de desenvolvimento alveolar e pobre 
crescimento pulmonar, independentemente da 
severidade da doença inicial e dos efeitos 
decorrentes das terapias ventilatórias utilizadas 
durante a internação neonatal. 
 
CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. 
• Intelecto: o percentual QI superior a 85 é menor 
nas crianças prematuras de muito baixo peso. Se 
o prematuro recebe alta da UTI Neonatal sem 
morbidade, apresenta chance similar de bom 
desempenho na escola e de ter emprego na 
vida adulta de um recém-nascido a termo. 
Porém, a chance de não completar o ensino 
médio nas meninas e nos meninos é maior em 
qualquer faixa de prematuridade. A dificuldade 
escolar, especialmente para habilidades 
matemáticas na infância precoce, é um sinal de 
alerta para problemas de desempenho no 
trabalho na vida adulta daquela criança nascida 
prematura. 
• Comportamental: os meninos usam menos 
drogas, cigarro e álcool, obedecem mais as leis 
e as meninas apresentam menor risco para 
gravidez na adolescência. No entanto, possuem 
tendência ao sedentarismo, se engajam menos 
no grupo social, e requerem maior proteção. 
• Personalidade: possuem menos emoções 
negativas, maior submissão, cautela e 
cordialidade, e as meninas maior tendência à 
internalização e maior ansiedade. Maior 
frequência de psicopatia quando são adultos 
jovens, o que indica aconselhamento, destas 
famílias a lidar com o psiquismo destas crianças 
para prevenir potencial psicopatológico. O risco 
de déficit de atenção e hiperatividade é maior 
nos prematuros abaixo de 1.500 g. 
Morbidades frequentes: 
• Doença metabólica óssea 
 
Quando o resultado da triagem para doença metabólica 
óssea for alterado, será preciso continuar a 
suplementação de cálcio e fósforo após a alta, com 
solução manipulada. Deve-se garantir o aporte de 200-
250 mg/kg/dia de cálcio e de 110-125 mg/kg/dia de 
fósforo, considerando o conteúdo do leite adicionado ao 
da solução de cálcio e fósforo (veja capítulo específico 
neste manual). 
• Retinopatia da prematuridade 
 
• Patologias respiratórias 
Pandemia 
 
Prematuros e fase crítica até os 2 anos devem manter 
o acompanhamento ambulatório regular. Consulta 
presencial deve ser priorizada.

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