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Resenha Ergonomia

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Maria Eduarda Costa Pinto 
 
 
 
Trabalho da disciplina: Ergonomia 
 Tutor: Prof. Fernando Medina 
 
 
Varginha, MG. 
2020
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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ADMINISTRANDO A SI MESMO CONQUISTANDO A DISTRAÇÃO DIGITAL 
 
Referência: 
Rosen, Larry; Samuel, Alexandra; Administrando a Si Mesmo. Conquistando Distração 
Digital. Massachusetts, EUA: Harvard Business Review, Junho, 2015. 5p. 
 
Atualmente, a conexão com os meios tecnológicos é essencial para quem deseja se 
manter informado. A maioria das pessoas passa grande parte do tempo checando emails, 
mensagens, monitorando as redes sociais, etc; cenário este que faz com que seja criada uma 
dependência de informações, o que consequentemente leva ao uso excessivo de smartphones, 
tablets, laptops e computadores. Termos como FOMO (medo de ficar por fora), FOBO (medo 
de estar desconectado) e nomofobia (medo de ficar sem celular), são utilizados para 
caracterizar formas de ansiedade no limite da obsessão ou compulsão. 
Diante disso, a sobrecarga digital é um grande problema no ambiente de trabalho e no 
próprio cotidiano pessoal, pois, a mente se dispersa facilmente e se torna quase impossível 
focar em apenas uma coisa. De acordo com análises feitas por estudantes da Universidade de 
Stanford, pessoas que estão constantemente ligadas a fontes de conteúdo tem dificuldade em 
prestar atenção, memorizar e administrar suas tarefas. Conforme o Grupo de Pesquisa e de 
Sobrecarga, nos Estados Unidos os trabalhadores desperdiçam ¼ do seu tempo lidando com 
grande quantidade de informações, o que gera um custo de $997 bilhões para a economia. 
Diante do exposto nos parágrafos acima, fica clara a importância de controlar a 
sobrecarga digital, visto que esta exerce impactos profundos no cotidiano de qualquer 
indivíduo que não consiga ter controle. Para um maior aprofundamento dessa questão, foram 
envolvidos dois especialistas: um psicólogo e uma tecnóloga. De acordo com Larry Rosen, 
professor de psicologia, a sobrecarga digital pode ser combatida se o foco em atividades 
aumentar e o fluxo de informações for negado. Já Alexandra Samuel, acredita que utilizar 
estrategicamente ferramentas digitais contra a distração digital é uma alternativa. 
 
 
 
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Rosen realizou um estudo com seus colegas em 2008 em entrevistados nascidos nos 
anos 1980’s, divididos conforme a faixa etária. O estudo continha uma lista com 66 pares de 
atividades, com a finalidade de descobrir quais destas eram realizadas de forma simultânea. O 
resultado foi que, os entrevistados mais jovens responderam sim para 75% dos pares; os 
pertencentes da faixa etária média, responderam sim para 67%; e os mais velhos para 59%. 
Em 2014 o estudo foi feito novamente, mas havendo também entrevistados nascidos nos anos 
90. Desta vez, os mais novos responderam sim para 87%, representando um aumento de mais 
de 10% em relação ao estudo anterior. 
De acordo com Rosen e suas pesquisas laboratoriais as pessoas costumam checar seus 
smartphones a cada 15 minutos ou menos, ou ficam ansiosas. O psicólogo considera que é 
importante “dar uma pausa”. Pesquisadores acreditam que ao realizar atividades simultâneas 
que envolvam raciocínio, o indivíduo tende a ser menos produtivo e confiante. 
Rose realizou um teste com 163 estudantes, de forma que eles não podiam conversar e 
nem checar seus telefones. Na hora seguinte, o resultado obtido foi que os usuários leves não 
tiveram mudança de comportamento; os que utilizavam o celular de forma moderada sentiram 
falta do aparelho; e os estudantes que faziam uso compulsivo demonstratam ansiedade 
progressiva sem o aparelho. 
Larry Rose sugere que a redução da ansiedade e as distrações decorrentes do uso dos 
aparelhos eletrônicos pode ser minimizada ajustando horários para checar as mídias digitais, 
e, conforme a necessidade for diminuindo o intervalo de tempo pode ser aumentado. 
Outra estratégia, de acordo com a pesquisa de Nathaniel Kleitman, é realizar uma 
interrupção nas tarefas a cada 30 minutos para recarregar as energias. Se exercitar, escutar 
música, meditar e ver arte são alguns recursos que podem ser utilizados com esta finalidade. 
Conforme a Fundação Nacional do Sono (NSF) e a Mayo Clinic, para uma noite 
tranquila de sono é aconselhável retirar os aparelhos tecnológicos que emitem luz azul de 
LED do quarto. Isto se deve, pois, o período de descanso é importante para a formação e 
análise de todo o conteúdo adquirido durante o dia, e esta luz é prejudicial neste momento. 
Além disso, a NSF orienta que não sejam utilizados aparelhos eletrônicos por pelo menos 
uma hora anter de dormir. Já a Mayo Clinic recomenda que quando utilizados aparelhos 
 
 
 
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eletrônicos no período noturno, que os mesmos sejam mantidos a uma distância de 
aproximadamente 35 cm do rosto e utilizem a propriedade de escurecimento de tela. Estas 
medidas proporcionam o bloqueio da liberação de neurotransmissores que energizam o 
cerébro, e assim promovem a produção de melatonina que contribui para uma boa noite de 
sono. 
Marcos, gerente de uma empresa de aplicativos educacionais, 38 anos, era uma pessoa 
dependente da tecnologia: diversas mensagens e emails que atrapalhavam seu rendimento 
profissional e sua vida pessoal. Diante dessa situação procurou Larry Rosen com a finalidade 
de mudar seus hábitos em relação ao uso da tecnologia. 
Com o propósito de abstrair Marcos da tecnologia, foi necessário que o mesmo se 
desconectasse dos meios tecnológicos regularmente, fizesse pausas, caminhadas curtas fora 
do trabalho, e também, deixasse seu aparelho celular no período noturno afastado de seu 
quarto. Seguindo esses simples passos Marcos passou a se sentir mais feliz e energético, 
consequentemente, teve melhora na sua produtividade e atenção; além disso, tornou-se capaz 
de distanciar-se da tecnologia em intervalos de 30 minutos. 
De acordo com Larry, o uso excessivo da tecnologia interfere na concentração. Na 
maioria das vezes os meios tecnológicos são utilizados com a finalidade de distrair a mente do 
usuário em momentos de ansiedade, entretanto, acaba causando efeito oposto. Para que isso 
não ocorra, o ideal é saber controlar o uso da tecnologia para que a mesma não tenha efeitos 
negativos. 
Conforme a tecnóloga Alexandra Samuel, a tecnologia é uma ferramenta essencial no 
dia a dia, com isso, muitas pessoas tem dificuldade em se “desconectar”, mesmo que por 
frações mínimas de tempo. Uma pesquisa recente realizada nos E.U.A, Europa e Ásia 
demonstrou que diariamente seus moradores gastam em média cinco horas na internet, e 64% 
dos entrevistados ficam preocupados quando não tem acesso. 
Com a necessidade do distanciamento tecnológico, o meio digital muitas vezes parece 
uma ferramenta com malefícios, quando na verdade tem o objetivo de facilitar o cotidiano. 
Para que isso ocorra é necessário ter controle e saber administrar e explorar os benefícios que 
a era digital proporciona. 
 
 
 
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Um exemplo do que foi apresentado no parágrafo anterior é a experiência de Tiffany 
Sauder, fundadora presidente de uma agência de promoção de marca e marketing. Com uma 
empresa em crescimento Tiffany necessitava criar meios de alcance mais potentes, como 
redes sociais. Entretanto, a executiva já lidava constantemente com inúmeros emails na caixa 
de entrada e se sentia sobrecarregada com seu trabalho e, diferente do que pensava, poderia se 
manter informada sobre as novidades da indústria, se utilizasse a tecnologia de maneira 
correta. 
Alexandra Samuel, tecnóloga e também especialista em envolvimento online 
recomenda a limitação de informações, ou seja, nem todo conteúdo recebido em emails, 
mídias sociais deve ter total atenção, isso demanda tempoe causa extremo cansaço físico e 
psicológico. Diante disso, por meio das ferramentas tecnológicas e automatização disponíveis, 
é possível filtrar o que é de maior importância e urgência e direcionar informações não tão 
relevantes, como por exemplo alertas de mídias sociais, recibos de compras e anúncios, para 
serem lidas em momentos mais oportunos. Com isso as distrações e o acúmulo de informação 
são minimizados, e consequentemente, o indivíduo não fica tão sobrecarregado e passa a ser 
mais focado em assuntos com maior relevância. 
Samuel recomenda aplicativos leitores de notícias como feedly, Flipboard ou Reeder, 
que permitem que as informações mais relevantes cheguem até o usuário. Outra sugestão é a 
utilização de mecanismos de pesquisa que permitem deixar o feed de notícias baseado nos 
principais interesses da pessoa, podendo ser feito utilizando palavras chave. Utilizando 
ferramentas como esta, uma parte do trabalho de quem lida com um intenso fluxo de 
informações é automatizado, de forma que o próprio uso das ferramentas digitais auxilia nas 
distrações causadas pela mesma. Os aplicativos e ferramentas digitais podem ser programados 
para realizar postagens no dia e horário que o utilizador preferir. Por meio da automatização, 
empresários como Tiffany podem se inteirar ainda mais em mídias sociais, estando sempre 
por dentro das atualidades e marcando presença em diversas ferramentas digitais, além disso, 
terão menor desperdício de tempo. 
Com base nas sugestões de Samuel, Tiffany não está mais sobrecarregada. Passou a 
utilizar a automatização e suas ferramentas para filtrar emails menos relevantes, separar 
notificações de redes sociais, e focar em assuntos com maior importância. Com isso, passou a 
 
 
 
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ter maior tempo de descanso e desfrutar dos inúmeros benefícios proporcionados pela 
tecnologia. 
É evidente que a tecnologia proporciona inúmeros benefícios na vida das pessoas. 
Entretanto, a intensa quantidade de informações acarreta efeitos indesejáveis como a 
sobrecarga digital. O excesso de trabalho, consequente do intenso fluxo de afazeres faz com 
quem muitas pessoas adoeçam devido a exaustão causada pelo numeroso fluxo de dados, 
comprometendo não só o estado físico, mas principalmente mental. Junto a esta sobrecarga 
estão também os problemas de produtividade, queda de desempenho, estresse, que 
influenciam diretamente na vida profissional e pessoal do indivíduo. 
Para a minimização do problema da sobrecarga digital, com base nos fatos expostos 
no decorrer da resenha crítica e os conhecimentos adquiridos com a disciplina Ergonomia, as 
considerações finais sobre o estudo de caso apresentado compreendem duas alternativas: a 
redução na utilização das ferramentas digitais; e a utilização das ferramentas tecnológicas 
como forma de distração do meio digital. 
O estudo das propostas foi extremamente importante na ampliação de conhecimentos e 
principalmente por proporcionar alternativas para este probema que atinge cada vez mais 
pessoas em todo o mundo. Através deste estudo reforça-se a importância do assunto 
apresentado e como o mesmo exerce impactos na vida dos usuários. 
Partindo do objetivo de analisar as propostas, chegou-se a conclusão que o ideal para 
pessoas que trabalham com grande fluxo de informações seria controlar o acesso aos meios 
digitais e administrar melhor o tempo, sendo possível se afastar da tecnologia em 
determinados períodos do dia e praticar atividades que contribuissem na qualidade de vida. 
Entretanto, para pessoas que, como no caso da empresária citada no estudo, precisam se 
manter constanemente conectados nas redes digitais, a alternativa seria utilizar as ferramentas 
disponíveis em emails, aplicativos, smartphones, etc. como forma de administrar os dados 
mais relevantes e assim diminuir a sobrecarga causada pela quantidade de informações.

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