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RESENHA CRÍTICA SOBRE ADMINISTRANDO A SI MESMO – CONQUISTANDO A DISTRAÇÃO DIGITAL SALVADOR, BAHIA ABRIL, 2020 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ERGONOMIA MÁRIO AUGUSTO DÓRIA LUZ JÚNIOR RESENHA CRÍTICA SOBRE ADMINISTRANDO A SI MESMO – CONQUISTANDO A DISTRAÇÃO DIGITAL Resenha Crítica apresentada ao curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Estácio de Sá, como requisito para aprovação da disciplina Ergonomia, ministrada pelo Prof. Fernando Medina. SALVADOR, BAHIA ABRIL, 2020 1 INTRODUÇÃO A Administração Científica, também conhecida como Taylorismo, é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro norte-americano Frederick Taylor, considerado o pai da administração científica e um dos primeiros sistematizadores da disciplina científica da administração de empresas, que visa a redução de custos de produção com ganhos de produtividade. O texto de referência da Havard Business Review foi escrito pelo psicólogo Larry Rosen e a tecnóloga Alexandra Samuel, especialistas em administrar a sobrecarga digital, que segundo eles, pode ser o fator crucial na geração de contratempos no ambiente de trabalho presentemente. “A Ergonomia como uma ciência do trabalho requer o entendimento da atividade humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e dedicação.” A utilização de dispositivos digitais tem um forte impacto em nossas habilidades cognitivas. As principais habilidades impactadas são a criatividade e o foco. Ambas são muito requeridas nos empregos do futuro e são muito influenciadas por nossos hábitos digitais, afirma Monica Bormetti, que palestrou na Agile Business Day (2019) sobre foco e criatividade na era da distração. O desperdício de tempo, atenção e energia em informações e interações sem tanta importância, consegue nos prender, porém reduz a nossa capacidade de produção de conteúdos valorosos. Para isso, é importante também focar em uma atividade de cada vez, dedicando toda a atenção devida e consequentemente, contribuindo para uma melhor assimilação da tarefa, ou seja, ter controle da sobrecarga digital ao invés dela controlar a si próprio. Todos os dias, milhares de pessoas são bombardeadas de informações e interações que comprometem a vida pessoal, o desempenho delas no trabalho e até mesmo na saúde. Segundo os autores do texto, elas deveriam rejeitar metodicamente o volume de informações e utilizar os mecanismos digitais de maneira mais bem pensada, direcionando os interesses para tarefas que elevam a energia. Adotando essas práticas, é possível iniciar a luta contra esse mal do século. 2 ANÁLISE CRÍTICA DO CASO O texto disponibilizado para embasar esse artigo, permite começar a reflexão crítica com a seguinte epigrafe: “Como driblar as distrações digitais e não ser afetados por elas?”. Talvez possa parecer algo impossível, mas quando é preciso total concentração numa atividade, há a necessidade de se afastar de todo tipo de distração, seja ela qual for. Além disso, é de fundamental saber organizar o tempo que é bastante precioso e, em alguns casos, estabelecer intervalos para o entretenimento. “[...] muitas pessoas, independentemente da idade, checam seus smartphones a cada 15 minutos ou menos e ficam ansiosos se não são permitidos a fazerem.” A capacidade de concentração fica prejudicada com tantos aplicativos que demandam atenção do usuário, se tornando complexo manter de maneira eficaz o foco e subsequente, a criação de um ciclo vicioso, ou seja, refém do próprio aparelho celular. “Olhamos o celular porque buscamos uma gratificação. E a mera expectativa de poder obtê-la é suficiente para fazer com que voltemos o tempo todo em busca dela – recorremos ao telefone entre 80 e 110 vezes por dia, segundo estudos separados. Esse comportamento se mantém graças ao chamado reforço aleatório (Randomly Reinforced Behaviour)”, afirma a professora Gloria Mark, titular do Departamento de Informática da Universidade da Califórnia Irvine. Há alguns anos atrás, psicólogos estudaram as mudanças comportamentais dos seres humanos e suas interações com a tecnologia. Com isso, ficou evidente que fazer duas coisas ao mesmo tempo é uma tarefa automática, porém, nem sempre satisfatória. Segundo pesquisadores, o simples fato de ter por perto um telefone, tornam as pessoas menos produtivas e menos confiantes. Quando se trata de alunos que de alguma maneira, sofrem uma interrupção durante os estudos, consequentemente levam mais tempo para aprender o conteúdo, elevando o nível de inquietação ou perturbação mental. Segundo Gloria Mark, os trabalhadores geralmente realizam uma atividade durante três minutos, antes de mudar para outra, que em muitos dos casos, é uma comunicação eletrônica e assim, levando em média vinte minutos para dar continuidade à tarefa que estava sendo feita anteriormente. Ela ainda reforça que é preciso utilizar os princípios comportamentais para se desligar completamente dos aparelhos digitais. Desta maneira, alguns passos foram explicados como por exemplo, a checagem de todas as possibilidades de comunicação eletrônica e logo em seguida desapegar de tudo e principalmente, colocar o celular no modo silencioso. Após isso, ela recomenda programar um despertador e quando tocar, se permitir um minuto para checar os dispositivos e assim, repetir por inúmeras vezes esse procedimento até que se tenha o conforto para aumentar gradativamente o tempo longe desconectado. “Estudo aponta que quando estamos trabalhando em frente a um computador mudamos de tela, de foco de atenção, a cada 47 segundos”. As pesquisas feitas por Mark, com o objetivo de estudar como as tecnologias da informação afetam diretamente a multitarefa, a atenção e o humor, foram bastante reveladoras. A metodologia dela é baseada no estudo cauteloso do comportamento de grupos de pessoas para chegar a conclusão do modus operandi, respaldada por ferramentas precisas como sensores e contadores que medem os batimentos cardíacos e as interações frente à tela do smartphone ou notebook, respectivamente. Segundo a executiva da Apple e da Microsoft, Linda Stone, a multitarefa se traduz em realizar várias coisas ao mesmo tempo porque requisita baixa capacidade cognitiva. Já a atenção parcial contínua, equivale a prestar atenção a múltiplas fontes de informação de modo superficial. Ela ainda ressalta que essa conectividade incessante para não perder nada e estar sempre alerta a tudo o que acontece ao redor do mundo, tem um preço a se pagar quando isso se torna um estilo de vida, causando estresse e compromissando a criatividade e a habilidade de tomar decisões. “Bill Gates, Jeff Bezos e muitos outros líderes da era digital falam que é importante cultivar a capacidade de usar bem a atenção. Nos centramos demais na gestão do nosso tempo e muito pouco na gestão da nossa atenção”, afirma Stone. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS As ferramentas de automatização podem acelerar consideravelmente o processo de decidir o que ganhará a atenção. Os objetivos devem ser organizar e limitar as informações recebidas e agilizar a tarefa de ler, responder e compartilhar o que realmente é importante. Diante de todos os dispositivos que a tecnologia tem a oferecer, ela também faz imposições quanto ao tempo sugado. Na verdade, as ferramentas digitais devem ser para facilitar a vida das pessoas, se usadas de maneira correta e eficaz. Num universo cada vez mais controlado pelos fundamentos da chamada “economia da atenção”, as grandes empresas do ramo tecnológico são valorizadas pela capacidade de atrair os olhos e interações. Os seres humanos precisam de uma tecnologia que permaneçaa serviço, possibilitando a liberdade de escolha e que não venha subtrair toda a atenção e induza o caminho da lógica do ramo de negócios. Embora as pessoas recorram à tecnologia para diminuir a ansiedade, a superabundância só faz com que isso piore. Para solucionar esse problema, é recomendado limitar o uso dos dispositivos eletrônicos, assim é possível trazer de volta a concentração. Por fim, é preciso buscar conteúdos relevantes da área de atuação, por exemplo, que desperta pensamentos contemporâneos e possibilite compartilhar algo revolucionário. REFERÊNCIAS Taylor, Frederick Winslow. Princípios de Administração Científica. 8ª Edição 2010. Atlas Humanas Didático. Elola, Joseba. Smartphone, uma arma de distração em massa. El País. Madri, Espanha. 24 de jun. de 2017.
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